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A04 - Tópicos de História da Mecânica - parte 2 - juliana hidalgo

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A partir disso, pensando numa pedra solta do alto <strong>de</strong> uma torre, era possível <strong>de</strong>squalifi car<br />

os argumentos contra a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Terra. A pedra cairia ao pé <strong>da</strong> torre quer a Terra estivesse<br />

em movimento ou não.<br />

P<br />

Q<br />

O<br />

Figura 7 – On<strong>de</strong> cai a pedra solta do alto do mastro (O) <strong>de</strong> um navio que se afasta do cais? Essa questão fez<br />

<strong>parte</strong> do vestibular <strong>da</strong> UERJ em 1999. Muitos alunos respon<strong>de</strong>ram que a pedra cairia nos pontos P, R e S<br />

Galileu recorreu a exemplos do cotidiano para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que nenhum experimento realizado<br />

na Terra permitiria concluir acerca do movimento ou do repouso <strong>da</strong> própria Terra. Comparou a<br />

Terra a um navio. Alguém trancado numa cabine <strong>de</strong>sse navio, inicialmente parado, observava<br />

moscas voando no seu interior, peixes na<strong>da</strong>ndo em aquários, um recipiente alto gotejando<br />

água em outro logo abaixo. Em segui<strong>da</strong>, quando o navio era posto em movimento em águas<br />

tranquilas, nenhuma diferença era nota<strong>da</strong> pelo mesmo observador no que dizia respeito ao<br />

que ocorria <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> cabine. Os peixes na<strong>da</strong>vam com igual facili<strong>da</strong><strong>de</strong> para um lado e para o<br />

outro. O mesmo ocorria com as moscas voando. A água continuava a cair <strong>de</strong>ntro do recipiente<br />

(GALILEU, 2004, p. 268). Assim como para o observador no navio, tudo se passava como<br />

se este estivesse em repouso, também para o observador na Terra, tudo se passava como se<br />

esta estivesse em repouso.<br />

Note que Galileu Galilei, especifi camente nessa argumentação, não procurou mostrar que<br />

a Terra <strong>de</strong> fato estava em movimento. Procurou sim rebater os argumentos que negavam<br />

a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ela estar em movimento. Já a afi rmação do seu movimento foi realiza<strong>da</strong><br />

por ele na terceira jorna<strong>da</strong> do Diálogo. Mas outros questionamentos <strong>de</strong>corriam <strong>da</strong> situação<br />

<strong>de</strong> retirar a Terra do centro do universo. Galileu pensou que apenas uma “nova” física po<strong>de</strong>ria<br />

superar essas difi cul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong>r suporte à teoria copernicana.<br />

Como vimos na aula passa<strong>da</strong>, Jean Buri<strong>da</strong>n e seu discípulo Nicole Oresme já haviam<br />

empregado a noção <strong>de</strong> ímpeto para os corpos celestes. De certo modo, pareciam ir contra a<br />

divisão aristotélica entre os mundos sub e supralunar. A unifi cação dos fenômenos celestes e<br />

terrestres, com a sua <strong>de</strong>scrição por leis comuns, adviria <strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong> pensadores como<br />

Galileu. Veremos a seguir mais alguns aspectos <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>sse autor, que agiu em apoio ao<br />

novo sistema <strong>de</strong> mundo no qual acreditava.<br />

R<br />

S<br />

Cais<br />

Fonte: Caruso (2008).<br />

Aula 04 <strong>História</strong> e Filosofi a <strong>da</strong> Ciência<br />

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