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A04 - Tópicos de História da Mecânica - parte 2 - juliana hidalgo

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Figura 3 – Sistema com epiciclo e <strong>de</strong>ferente<br />

Parece ter sido então no século II a. C. que o matemático Apolônio <strong>de</strong> Rho<strong>de</strong>s introduziu<br />

esses novos recursos matemáticos, isto é, epiciclos e <strong>de</strong>ferentes, para explicar os movimentos<br />

dos planetas e <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong>s variações <strong>de</strong> distância e <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> angular aparente em relação<br />

à Terra (LOPES, 2003, p. 1; DUHEM, 1984, p. 9). Um astro que se mova em torno <strong>da</strong> Terra<br />

em um círculo excêntrico com veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> constante parece ter uma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> variável. Um<br />

astro que se mova em um epiciclo que se <strong>de</strong>sloca sobre um círculo <strong>de</strong>ferente com veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

constantes (como na Figura 3) parece ter movimento irregular. O uso <strong>de</strong> epiciclos permite<br />

explicar as “i<strong>da</strong>s e voltas” dos planetas.<br />

No século II a.C., o astrônomo Hiparco <strong>de</strong> Nicéia utilizou todos os recursos já empregados<br />

por Apolônio e <strong>de</strong>u novas contribuições à astronomia: montou um catálogo <strong>de</strong> estrelas, estudou<br />

<strong>de</strong>talhamente os movimentos do Sol e dos planetas e <strong>de</strong>screveu a precessão dos equinócios.<br />

Apolônio e Hiparco conseguiram <strong>de</strong>screver bastante razoavelmente os fenômenos.<br />

Somente no século II d. C. surgiriam outras contribuições tão signifi cativas. Nessa época,<br />

Cláudio Ptolomeu partiu <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ias anteriores, realizou novas observações astronômicas e<br />

<strong>de</strong>senvolveu o mais completo sistema astronômico <strong>da</strong> Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong>. Embora boa <strong>parte</strong> do<br />

que Ptolomeu escreveu tenha se perdido, sua principal obra astronômica, o Almagesto<br />

(“o maior” em árabe), foi conserva<strong>da</strong> (sobre o Almagesto ver comentários <strong>de</strong> MARTINS apud<br />

COPÉRNICO, 2003).<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> obter uma melhor concordância entre a teoria e as observações,<br />

Ptolomeu inicialmente introduziu epiciclos sobre epiciclos e epiciclos sobre excêntricos. Mesmo<br />

com esses recursos, julgava não ter conseguido uma concordância sufi cientemente boa. Por<br />

isso criou um novo recurso matemático: o “equante”.<br />

No caso do mo<strong>de</strong>lo que usava excêntricos com equantes, a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> angular do centro<br />

do epiciclo era constante em relação a um ponto fi ctício, o “equante”, que estava <strong>de</strong>slocado do<br />

centro. Assim, simplifi ca<strong>da</strong>mente (ver Figura 4), po<strong>de</strong>mos dizer que os planetas percorriam<br />

epiciclos, cujos centros, por sua vez, percorriam <strong>de</strong>ferentes. A Terra não estava no centro do<br />

<strong>de</strong>ferente, mas sim ligeiramente <strong>de</strong>sloca<strong>da</strong>. Os planetas não tinham movimento uniforme em<br />

relação ao centro do <strong>de</strong>ferente, nem em relação à Terra, mas sim em relação ao equante.<br />

Fonte: .<br />

Acesso em: 28 out. 2009.<br />

Aula 04 <strong>História</strong> e Filosofi a <strong>da</strong> Ciência 5

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