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A04 - Tópicos de História da Mecânica - parte 2 - juliana hidalgo

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12<br />

Aula 04 <strong>História</strong> e Filosofi a <strong>da</strong> Ciência<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

Ora, quando tiver<strong>de</strong>s visto to<strong>da</strong>s essas experiências, e que esses movimentos, embora<br />

aci<strong>de</strong>ntais, mostram o mesmo resultado, tanto durante o movimento do navio quando se<br />

ele está parado, não <strong>de</strong>ixareis <strong>de</strong> duvi<strong>da</strong>r que o mesmo <strong>de</strong>ve acontecer em torno do globo<br />

terrestre, sempre que o ar caminhe junto com ele? E ain<strong>da</strong> mais, porque esse movimento<br />

universal, que no navio é aci<strong>de</strong>ntal, nós o colocamos na Terra e nas coisas terrestres<br />

como o seu movimento próprio e natural (GALILEU, 2004, p. 268).<br />

Na citação acima, temos o comentário <strong>de</strong> Galileu Galilei que se segue à sua famosa<br />

discussão dos fenômenos na cabine do navio. A partir do que vimos nesta aula, explique<br />

o exemplo usado por Galileu, comente sobre o que ele procurava resolver e que conclusão<br />

tentava sustentar.<br />

A que<strong>da</strong> dos corpos e o plano<br />

inclinado Críticas à visão<br />

empirista <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> Galileu<br />

No século XIX, o físico e fi lósofo positivista Ernst Mach <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que Galileu Galilei foi<br />

um empirista que rompeu com a tradição até então reinante tanto em termos <strong>de</strong> conteúdo<br />

quanto <strong>de</strong> metodologia (ZYLBERSZTAJN, 1988; SILVEIRA; PEDUZZI, 2006).<br />

Ain<strong>da</strong> atualmente Galileu costuma ser lembrado em livros didáticos e materiais <strong>de</strong><br />

divulgação científi ca como um gran<strong>de</strong> “empirista”, o pai do “método científi co” e o responsável<br />

por <strong>de</strong>rrubar a física aristotélica. Através <strong>de</strong> seus experimentos, ele teria indutivamente chegado<br />

a importantes leis <strong>da</strong> natureza. Geralmente se diz, por exemplo, que através dos experimentos<br />

com o plano inclinado, ele concluiu que o movimento era uniformemente acelerado. Não<br />

somente as conclusões, mas a própria ênfase experimental e a fun<strong>da</strong>mentação <strong>de</strong> suas teorias<br />

em <strong>da</strong>dos empíricos marcariam sua diferença em relação a Aristóteles, o qual seria um fi lósofo<br />

essencialmente especulativo.<br />

Essa visão empirista <strong>da</strong> obra e do personagem Galileu costuma ser a única presente<br />

no contexto educacional, mas é justamente a que tem sido consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a menos apropria<strong>da</strong><br />

pelos historiadores (ZYLBERSZTAJN, 1988).

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