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uma abordagem aos projetos complexos na perspetiva da prevenção

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MESTRADO EM ENGENHARIA<br />

SEGURANÇA E HIGIENE OCUPACIONAIS<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> para obtenção do grau de Mestre em<br />

Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Facul<strong>da</strong>de de Engenharia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Porto<br />

UMA ABORDAGEM AOS PROJETOS<br />

COMPLEXOS NA PERSPETIVA DA<br />

PREVENÇÃO<br />

Maria do Sameiro Queirós Domingues<br />

Orientador: Professor Doutor João Santos Baptista (FEUP)<br />

Coorientador: Professor Doutor Miguel Tato Diogo (FEUP)<br />

Arguente: Professora Doutora Maria Manuela Maia (UFP)<br />

Presidente do Júri: Professor Doutor José Soeiro de Carvalho (FEUP)<br />

Facul<strong>da</strong>de de Engenharia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Porto<br />

Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL<br />

VoIP/SIP: feup@fe.up.pt ISN: 3599*654<br />

Telefone: +351 22 508 14 00 Fax: +351 22 508 14 40<br />

URL: http://www.fe.up.pt Correio Eletrónico: feup@fe.up.pt<br />

Outubro 2012


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

AGRADECIMENTOS<br />

BUSQUE AMOR NOVAS ARTES, NOVO ENGENHO,<br />

PERA MATAR-ME, E NOVAS ESQUIVANÇAS;<br />

QUE NÃO PODE TIRAR-ME AS ESPERANÇAS,<br />

QUE MAL ME TIRARÁ O QUE EU NÃO TENHO.<br />

OLHAI DE QUE ESPERANÇAS ME MANTENHO!<br />

VEDE QUE PERIGOSAS SEGURANÇAS!<br />

Luís Vaz de Camões<br />

Não existem palavras que consigam expressar a gratidão que se sente em relação aqueles,<br />

que de um modo direto ou indireto, colaboraram comigo, para que esta Dissertação – Uma<br />

Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção – possa ter acontecido.<br />

Mas, mesmo assim não quero deixar de referir quem me prestou tão preciosa aju<strong>da</strong>, se me<br />

esqueci de alguns, perdoem-me desde já. Assim, quero dizer obriga<strong>da</strong>:<br />

Ao Prof. Doutor João Santos Baptista, meu orientador igualmente pela sua disponibili<strong>da</strong>de<br />

e apoio no desenvolvimento desta dissertação;<br />

Ao Prof. Doutor Miguel Tato Diogo que também foi meu coorientador, pelo auxílio,<br />

disponibili<strong>da</strong>de e colaboração presta<strong>da</strong> de forma incansável;<br />

Ao Eng.º Carlos Otero do Instituto de Sol<strong>da</strong>dura e Quali<strong>da</strong>de – ISQ, pela sua<br />

disponibili<strong>da</strong>de e apoio <strong>na</strong> realização deste trabalho e particularmente <strong>na</strong> direção do estudo<br />

de caso sob a sua responsabili<strong>da</strong>de;<br />

Aos Eng.º s Pedro Valverde e Pedro Moreira <strong>da</strong> EDP Inovação e Valor que foram<br />

incansáveis <strong>na</strong> colaboração, apoio e interesse que sempre demonstraram no caso em<br />

estudo;<br />

A todos os colaboradores <strong>da</strong> WindPlus S.A., especialmente <strong>na</strong> figura dos seus responsáveis<br />

que tor<strong>na</strong>ram possível que os documentos do Projeto WindFloat fossem objeto de análise e<br />

estudo para esta Dissertação;<br />

À Prof.ª Doutora Adeli<strong>na</strong> Baptista minha amiga, sempre pronta aju<strong>da</strong>r com seu<br />

conhecimento e disponibili<strong>da</strong>de;<br />

À Prof.ª Mestre Aura Rua de quem me socorri inúmeras vezes pelo vasto conhecimento <strong>na</strong><br />

área legislativa e pelo apoio enérgico;<br />

Aos meus colegas do ISQ, Jorge Macedo, A<strong>na</strong> Sofia Roça<strong>da</strong>s, que sempre que solicitados,<br />

se disponibilizaram para prestar <strong>uma</strong> preciosa aju<strong>da</strong>;<br />

Aos meus outros colegas e particularmente ao Francisco Pinheiro porque foram muito<br />

prestáveis;<br />

Aos meus restantes amigos e família, que sempre me apoiaram nesta fase de menor<br />

disponibili<strong>da</strong>de e a quem, ao mesmo tempo aproveito para endereçar um pedido de<br />

desculpas por ter estado menos presente e por tal, ter sido motivo de preocupação.<br />

i


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

RESUMO<br />

A <strong>prevenção</strong> <strong>da</strong> segurança e saúde e a gestão dos riscos <strong>na</strong> indústria de construção são e<br />

continuam a ser <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s principais preocupações dos profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> mesma, dos<br />

utilizadores, de terceiros e <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des.<br />

A pesquisa partiu de um estudo de caso de um projeto de construção inovador, no domínio<br />

<strong>da</strong>s energias renováveis, energia eólica offshore. O protótipo tal como o nome indica<br />

configurava-se um caso específico e único de <strong>prevenção</strong>.<br />

Assim, traçaram-se como objetivos a identificação, sistematização e conceção de <strong>uma</strong><br />

estrutura de classificação de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>, enquadra<strong>da</strong> <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong><br />

<strong>prevenção</strong> e também a aplicação de um sistema de gestão de riscos profissio<strong>na</strong>is (fase de<br />

projeto) específico e a<strong>da</strong>ptado às caraterísticas do protótipo.<br />

Com fun<strong>da</strong>mentação no estado <strong>da</strong> arte foram a<strong>na</strong>lisados documentos e reportagens<br />

fotográficas <strong>da</strong> fase de conceção e execução do protótipo e tendo sempre por base a<br />

premissa legal <strong>da</strong> União Europeia – Diretiva 92/57/CEE do Conselho de 24 de Junho.<br />

Para fazer face às características de complexi<strong>da</strong>de e gestão <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> identifica<strong>da</strong>s para<br />

a Diretiva estaleiros, propõem-se um sistema de gestão de riscos para <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong><br />

<strong>na</strong> sua fase de conceção com assento, no parecer prévio, coorde<strong>na</strong>dor de segurança, plano<br />

de segurança e saúde e dossier de eventuais trabalhos posteriores.<br />

Os objetivos propostos foram atingidos e o protótipo objeto de pesquisa comporta<br />

particulari<strong>da</strong>des de engenharia que o tor<strong>na</strong>m n<strong>uma</strong> interface única perante o conceito de<br />

complexi<strong>da</strong>de.<br />

No futuro pode alargar-se o estudo a outros setores bem como desenvolver um sistema de<br />

identificação, análise e avaliação de riscos específico de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

Palavras-chave: energia eólica offshore, <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>, construção, <strong>prevenção</strong> e<br />

gestão de riscos.<br />

iii


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

ABSTRACT<br />

Prevention on health and safety and risk ma<strong>na</strong>gement are and remain a major concern in<br />

construction industry, <strong>na</strong>mely of their professio<strong>na</strong>ls, users, third parties and authorities.<br />

A case study of renewable energy in an innovative construction project, offshore wind<br />

energy, was the start point for this research. The prototype as the <strong>na</strong>me suggests leads to a<br />

specific and unique case of prevention.<br />

So the identification, systematization and conception of a classification structure of<br />

complex projects, framed in the perspective of the prevention ma<strong>na</strong>gement and also to<br />

implement a system of professio<strong>na</strong>l risk ma<strong>na</strong>gement (design phase) and a<strong>da</strong>pted to<br />

specific characteristics of the prototype, were outlined as the objective of this research.<br />

Based on the state of the art of this subject, documents and photographic reports of design<br />

phase and implementation of the prototype were a<strong>na</strong>lyzed taking into account the premise<br />

EU law - Council Directive 92/57/EEC of 24 June.<br />

To meet the characteristics of complexity and prevention ma<strong>na</strong>gement identified for the<br />

construction sites Directive, are proposed a system of risk ma<strong>na</strong>gement for complex<br />

projects in design phase based on prior notice, safety coordi<strong>na</strong>tor, safety and health plan<br />

and file to be taken in account during any subsequent works.<br />

Objectives were achieved and the prototype, object of this research involves engineering<br />

peculiarities that make it an unique interface to the concept of complexity.<br />

In the future this study may be extended to other areas and to develop a system of<br />

identification, a<strong>na</strong>lysis and risk assessment specific to complex projects.<br />

Keywords: offshore wind energy, complex projects, construction, prevention and risk<br />

ma<strong>na</strong>gement.<br />

v


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

ÍNDICE<br />

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1<br />

2 ESTADO DA ARTE....................................................................................................... 3<br />

2.1 Enquadramento Legal e Normativo ........................................................................ 3<br />

2.1.1 Gestão de Projetos ........................................................................................... 4<br />

2.1.2 Gestão <strong>da</strong> Segurança ........................................................................................ 5<br />

2.1.3 Gestão de Riscos .............................................................................................. 8<br />

2.2 Referenciais Técnicos ........................................................................................... 10<br />

2.2.1 Energias Renováveis...................................................................................... 10<br />

2.2.2 Energia Eólica Offshore................................................................................. 11<br />

2.2.3 Tecnologia WindFloat ................................................................................... 12<br />

2.2.4 Gestão <strong>da</strong> Energia Eólica Offshore ................................................................ 12<br />

2.2.5 Gestão de Projetos de Construção Offshore .................................................. 13<br />

2.2.6 Gestão <strong>da</strong> Segurança ...................................................................................... 13<br />

2.2.7 Gestão de Riscos do Setor Offshore .............................................................. 14<br />

2.3 Conhecimento Científico ...................................................................................... 15<br />

2.3.1 Gestão de Projetos ......................................................................................... 15<br />

2.3.2 Gestão <strong>da</strong> Segurança ...................................................................................... 18<br />

2.3.3 Gestão <strong>da</strong> Segurança <strong>na</strong> Construção .............................................................. 19<br />

2.3.4 Modelos de Projetos Complexos ................................................................... 24<br />

2.3.5 Modelos de Sistemas Complexos .................................................................. 31<br />

2.3.6 Pensamento Complexo .................................................................................. 37<br />

2.3.7 Gestão de Riscos ............................................................................................ 39<br />

3 OBJETIVOS E METODOLOGIA ............................................................................... 47<br />

3.1 Objetivos <strong>da</strong> Tese .................................................................................................. 47<br />

3.2 Metodologia Global de Abor<strong>da</strong>gem...................................................................... 48<br />

3.3 Materiais e Métodos .............................................................................................. 48<br />

3.3.1 Materiais ........................................................................................................ 48<br />

3.3.2 Métodos ......................................................................................................... 49<br />

4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ................................................................ 51<br />

vii


4.1 Análise Documental do Projeto ............................................................................ 51<br />

4.2 Observação <strong>da</strong> Construção do Protótipo............................................................... 64<br />

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................ 69<br />

5.1 Atual Sistema de Gestão de Riscos de Obras de Construção ............................... 69<br />

5.1.1 Diretiva Estaleiros – 1ª Etapa ........................................................................ 70<br />

5.1.2 Protótipo – 2ª Etapa ....................................................................................... 70<br />

5.1.3 Complexi<strong>da</strong>de – 3ª Etapa .............................................................................. 71<br />

5.1.4 Gestão de Riscos – 4ª Etapa .......................................................................... 72<br />

5.2 Sistema de Gestão de Riscos para Projetos Complexos ....................................... 73<br />

5.2.1 Parecer Prévio de Projetos Complexos ......................................................... 74<br />

5.2.2 Coorde<strong>na</strong>dor de Segurança e Saúde de Projetos Complexos ........................ 74<br />

5.2.3 PSS e Análise, Avaliação e Controlo de Riscos de Projetos Complexos ..... 75<br />

5.2.4 Dossier de Eventuais Trabalhos Posteriores para Projetos Complexos ........ 77<br />

6 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 79<br />

7 PERSPECTIVAS FUTURAS ...................................................................................... 81<br />

8 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 83<br />

ANEXOS ............................................................................................................................... 1


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

ÍNDICE DE FIGURAS<br />

Figura 1 – Implantação de Aerogerador no Mar ................................................................... 3<br />

Figura 2 – Complexi<strong>da</strong>de do Comportamento H<strong>uma</strong>no e <strong>da</strong>s Organizações ...................... 32<br />

Figura 3 – Perspetiva do Reboque do Protótipo .................................................................. 46<br />

Figura 4 – Perspetiva do Aerogerador a partir do Mar ........................................................ 47<br />

Figura 5 – Método de Classificação <strong>da</strong>s Referências Bibliográficas .................................. 50<br />

Figura 6 – Pági<strong>na</strong> do Documento 7 do Protótipo (Anexo A1 2.3) ...................................... 52<br />

Figura 7 – Ciclo de Vi<strong>da</strong> do Protótipo ................................................................................. 65<br />

Figura 8 – Transferência de Doca e Assemblagem do Protótipo ........................................ 66<br />

Figura 9 – Ancoragem do Protótipo .................................................................................... 67<br />

Figura 10 – Amarração do Protótipo ................................................................................... 67<br />

Figura 11 – Ensaio ao Cabo Elétrico Submarino ................................................................ 68<br />

Figura 12 – Representação Esquemática do Pensamento Complexo .................................. 78<br />

Figura 13 – Assemblagem Torre-Plataforma do Protótipo ................................................. 80<br />

Figura 14 – Perspetiva de Terra e do Protótipo no Mar ...................................................... 81<br />

ix


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

ÍNDICE DE TABELAS<br />

Tabela 1 – Noção de Projeto e Complexi<strong>da</strong>de no DecretoLei n.º 18/2008 ........................... 4<br />

Tabela 2 – Noção de Projeto <strong>na</strong> Lei n.º 60/2007 ................................................................... 4<br />

Tabela 3 – Noção de Projeto <strong>na</strong> Diretiva 92/57/CEE ............................................................ 5<br />

Tabela 4 – Conteúdos Base <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE .............................................................. 5<br />

Tabela 5 – Figuras Jurídicas <strong>da</strong> Segurança <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE ...................................... 6<br />

Tabela 6 – Obrigatorie<strong>da</strong>de de Parecer Prévio <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE ................................ 6<br />

Tabela 7 – Trabalho de Risco Especial <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE ............................................ 6<br />

Tabela 8 – Funções <strong>da</strong> Coorde<strong>na</strong>ção de Segurança em Projeto <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE....... 7<br />

Tabela 9 – Tarefas <strong>da</strong> Coorde<strong>na</strong>ção de Segurança em Projeto <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE ........ 7<br />

Tabela 10 – Responsabili<strong>da</strong>des dos Coorde<strong>na</strong>dores de Segurança <strong>na</strong> União Europeia ........ 8<br />

Tabela 11 – Pontos de Análise de Riscos .............................................................................. 9<br />

Tabela 12 – Conceitos de Segurança <strong>na</strong> Fase de Projeto de Gambatese ............................. 20<br />

Tabela 13 – Funções de Integração <strong>da</strong> Segurança <strong>na</strong> Construção de Ghosh ....................... 21<br />

Tabela 14 – Paradigmas <strong>da</strong> Segurança Ocupacio<strong>na</strong>l ........................................................... 22<br />

Tabela 15 – Classificação de Projetos de Santa<strong>na</strong> ............................................................... 24<br />

Tabela 16 – Matriz de Métodos e Objetivos ........................................................................ 24<br />

Tabela 17 – Matriz de Certezas e Acordos .......................................................................... 25<br />

Tabela 18 – Modelo de Complexi<strong>da</strong>de de Kahane .............................................................. 26<br />

Tabela 19 – Quadro Cynefin ................................................................................................ 27<br />

Tabela 20 – Modelo de Complexi<strong>da</strong>de de Remington-Pollack ........................................... 27<br />

Tabela 21 – Dimensões de Complexi<strong>da</strong>de de Hass ............................................................. 28<br />

Tabela 22 – Fontes de Complexi<strong>da</strong>de de Ameen-Jacob ...................................................... 29<br />

Tabela 23 – Dimensões de Complexi<strong>da</strong>de de Azim ............................................................ 30<br />

Tabela 24 – Dimensões de Complexi<strong>da</strong>de de Geraldi ......................................................... 30<br />

Tabela 25 – Questões de Estudo <strong>da</strong> Engenharia dos Sistemas Cognitivos ......................... 31<br />

Tabela 26 – Cultura de Segurança de Sorensen .................................................................. 33<br />

Tabela 27 – Conceitos-Chave de Complexi<strong>da</strong>de de Bar-Yam ............................................ 33<br />

Tabela 28 – Análises de Sensemaking de Weick ................................................................. 34<br />

Tabela 29 – Quadro Metodológico <strong>da</strong> Complexi<strong>da</strong>de de Marashi-Davis ........................... 35<br />

Tabela 30 – Complexi<strong>da</strong>de Operacio<strong>na</strong>l de Siva<strong>da</strong>san ....................................................... 36<br />

Tabela 31 – Caminhos de Complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Silva .............................................................. 38<br />

Tabela 32 – Objetivos do Pensamento Complexo ............................................................... 39<br />

Tabela 33 – Causas dos Riscos nos Projetos de Construção ............................................... 41<br />

xi


Tabela 34 – Fontes de Risco para Contratantes .................................................................. 41<br />

Tabela 35 – Método <strong>da</strong>s Ações de Resposta a Riscos ......................................................... 43<br />

Tabela 36 – Classificação de Análises de Riscos Quantitativas ......................................... 44<br />

Tabela 37 – Análise Documental (Documentos de Projeto) ............................................... 51<br />

Tabela 38 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 11)....................... 53<br />

Tabela 39 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 12)....................... 54<br />

Tabela 40 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 13)....................... 55<br />

Tabela 41 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 14)....................... 56<br />

Tabela 42 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 15)....................... 57<br />

Tabela 43 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 16)....................... 58<br />

Tabela 44 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 17)....................... 59<br />

Tabela 45 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 18)....................... 60<br />

Tabela 46 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de (Doc. 20) ...................................................... 61<br />

Tabela 47 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de (Doc. 22) ...................................................... 61<br />

Tabela 48 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de (Doc. 27) ...................................................... 62<br />

Tabela 49 – Caraterísticas de Gestão de Riscos (Doc. 33) .................................................. 63<br />

Tabela 50 – Caraterísticas de Gestão de Riscos (Doc. 34) .................................................. 64<br />

Tabela 51 – Sistema de Gestão de Riscos de Obras de Construção .................................... 69<br />

Tabela 52 – Sistema de Gestão de Riscos para Projetos Complexos .................................. 73


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

GLOSSÁRIO/SIGLAS/ABREVIATURAS/…<br />

Decreto-Lei (DL)<br />

Código dos Contratos Públicos (CCP)<br />

Lei (L)<br />

Diretiva Estaleiros (DE)<br />

União Europeia (EU)<br />

Segurança e saúde no trabalho (SST)<br />

Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do Trabalho (OIT)<br />

Parecer prévio (PP)<br />

Autori<strong>da</strong>de para as Condições de Trabalho (ACT)<br />

Dossier de eventuais trabalhos posteriores (DETP)<br />

Coorde<strong>na</strong>ção de segurança em projeto (CS-P)<br />

Plano de segurança e saúde (PSS)<br />

Princípios gerais de <strong>prevenção</strong> (PGP)<br />

Plano de Orde<strong>na</strong>mento do Espaço Marítimo (POEM)<br />

Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Organization of Employers (IOE)<br />

Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Trade Union Confederation (ITUC)<br />

Building Information Modeling (BIM)<br />

Mega <strong>projetos</strong> de construção (MPC)<br />

Engenharia dos sistemas cognitivos (ESC)<br />

Estrutura A<strong>na</strong>lítica de Projetos (WBS)<br />

Análise Morfológica Geral (GMA)<br />

xiii


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

Uma <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> <strong>aos</strong> <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> constitui um tema<br />

vasto e heterogéneo para os domínios de estudo <strong>da</strong> segurança e saúde no trabalho.<br />

A complexi<strong>da</strong>de é um assunto de investigação que engloba as mais diversas áreas do<br />

conhecimento como a Filosofia, a Sociologia, a Gestão, a Economia, a Biologia, a Física e<br />

a Engenharia entre outras. Pelo mundo podem-se encontrar escolas diversas: a francesa<br />

(Centre Edgar Morin), a inglesa (Oxford, Lancaster University), a sueca (Umea<br />

University), a america<strong>na</strong> (Santa Fé e New England Institute) a australia<strong>na</strong> (ARC Centre for<br />

Complex Systems – Queensland e Sidney University entre outras), a brasileira (Business<br />

School of São Paulo), etc., que vão desde simples departamentos de diversas<br />

universi<strong>da</strong>des, passando por institutos e termi<strong>na</strong>ndo em empresas priva<strong>da</strong>s.<br />

Já em 1984 no “Symposium on Science and Praxis of Complexity” <strong>da</strong> United Nations<br />

University (UNU), realizado em Montpellier (France), foram manifesta<strong>da</strong>s duas linhas<br />

divergentes de <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> à complexi<strong>da</strong>de. Assim, para Edgar Morin e Jean-Louis Le<br />

Moigne, a complexi<strong>da</strong>de estava liga<strong>da</strong> ao problema <strong>da</strong> incerteza no conhecimento e para os<br />

fun<strong>da</strong>dores do Instituto Santa Fé, como Murray Gell-Mann ou John Holland, a<br />

complexi<strong>da</strong>de era principalmente “a ciência dos sistemas <strong>complexos</strong> a<strong>da</strong>ptativos”.<br />

No mesmo sentido, a complexi<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong> também tem sido estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por vários<br />

autores que pretendem encontrar <strong>uma</strong> resposta eficaz no apoio ao processo de toma<strong>da</strong> de<br />

decisão. Entre esses autores, destacam-se nomes como Ameen e Jacob (2009), Azim at al.<br />

(2010), Baccarini (1996), Barlow (2000), Cicmil e Marshall (2005), Geraldi at al. (2011),<br />

Hass (2008), Ireland (2007), Li e Guo (2011), Love at al. (2011), Muller at al. (2012),<br />

Nassar e Hegab (2006), Remington at al. (2009), Ruuska e Brady (2011), Snowden and<br />

Boone (2007), Thomas e Mengel (2008), van Marrewijk et al. (2008), Wideman (1990),<br />

Williams (1999 e 2001) e Xia e Chan (2012). Por sua vez, os sistemas, os sistemas<br />

<strong>complexos</strong> e o pensamento têm sido matéria de investigação de autores como: Checkland<br />

(2011), Gersh et al. (2005), Holl<strong>na</strong>gel et al. (1998 e 2006), Marashi e Davis (2006),<br />

Belmonte et al. (2011), Sorensen (2002), Sayama (2003), Amaral e Uzzi (2007), Yaneer<br />

Bar-Yam (1997 e 2003), Kuras (2003), Broekel e Boschma (2011), Gregoriades e Sutcliffe<br />

(2008), Helbing et al. (2011), Johnson (2006), Klein et al. (2003), Weber e Polo (2007),<br />

Ritchey (2010), Felici (2006), Siva<strong>da</strong>sam et al. (2010), <strong>da</strong> Silva (2007), Doursat e Ulieru<br />

(2008), Wilson at al. (2007), Ribeiro e Pratschke (2003) e Mariotti (2000 e 2010).<br />

Por conseguinte, a <strong>prevenção</strong> como tema transversal a distintas discipli<strong>na</strong>s do saber, onde<br />

particularmente a <strong>prevenção</strong> ocupacio<strong>na</strong>l deverá estar, onde estiver a ação h<strong>uma</strong><strong>na</strong> como<br />

fator trabalho pelo que, tem sofrido incrementos significativos, com a melhoria <strong>da</strong>s<br />

condições de vi<strong>da</strong> e do desenvolvimento h<strong>uma</strong>no.<br />

A <strong>prevenção</strong> compreende a gestão, previsão, planeamento e desempenho, adequados para<br />

que não aconteçam acidentes laborais ou se contraiam doenças motiva<strong>da</strong>s pela ativi<strong>da</strong>de<br />

Domingues, Maria 1


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

profissio<strong>na</strong>l através de ações várias como a identificação, análise e avaliação dos riscos a<br />

que os trabalhadores estão sujeitos. Tais objetivos só poderão ser concretizados com a<br />

cooperação efetiva de to<strong>da</strong>s as partes envolvi<strong>da</strong>s: a enti<strong>da</strong>de empregadora, que tem a<br />

responsabili<strong>da</strong>de de proporcio<strong>na</strong>r as melhores condições de segurança e saúde no trabalho,<br />

os gestores, os supervisores, os trabalhadores e os seus representantes para a segurança e<br />

saúde, bem como os sindicatos e organizações profissio<strong>na</strong>is através <strong>da</strong> comunicação,<br />

acordos coletivos, comissões de segurança ou outros.<br />

Decorrente <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong>/sistemas e por similari<strong>da</strong>de com os mesmos, a<br />

<strong>prevenção</strong> tem sido um tema de estudo em destaque nos últimos anos como ferramenta de<br />

apoio à gestão <strong>da</strong> segurança e saúde ocupacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong>s organizações e de outros sistemas de<br />

trabalho, lançando mão dos mais modernos instrumentos e metodologias. São muitos os<br />

autores que nos últimos anos têm desenvolvido estudos <strong>na</strong> área: Bea (1998), Rodrigues<br />

(1999), Saksvik e Quinlan (2003), Håvold (2010), Lukic et al. (2010), Njå e Solberg<br />

(2010), Reiman e Rollenhagen (2011), Fernández-Muñiz (2012), Eid et al. (2012),<br />

Gagliardi et al. (2012), Kelly e McDermid (1996), Gambatese et al. (2005), Yi-man<br />

(2006), Lorino (2007), Hinze (2008), Garrett e Teizer (2009), Ghosh e Young-Corbett<br />

(2009), Nahmens e Ik<strong>uma</strong> (2009), Hallowell e Gambatese (2009), Mitroupolos e Cupido<br />

(2009), Pa<strong>na</strong>s e Pantouvakis (2010), Gangolells et al. (2010), Hare e Cameron (2011 e<br />

2012) e ain<strong>da</strong>, Rasmussen e Lundell (2012). E, particularmente no domínio <strong>da</strong> gestão de<br />

riscos podem-se citar: Young (1996), Mohamed e McCowan (2001), Walewski e Gibson<br />

(2003), Kawak e Ingall (2007), Papazoglou e Ale (2007), Hari<strong>na</strong>rain et al. (2008),<br />

Colombo e Demichela (2008), Oliveira e Qualharini (2009), Mahamid (2011), Artilheiro<br />

(2009), Kujawski e Angelis (2009), Aven (2010 e 2012), Leitch, Purdy, Aven, Skog<strong>da</strong>len,<br />

Grøtan, Cherubin, Lingard, Gil e Tether (2011), van Beusekom, Gibson, Bilgili, Kontic e<br />

Gerbec (2009), Paté-Cornell e Dillon (2001), Cruz et al. (2010).<br />

Assim, to<strong>da</strong>s as ações de sistematização que se possam empreender em relação à gestão de<br />

riscos trazem um maior aporte de <strong>prevenção</strong> porquanto há, <strong>uma</strong> melhor focagem e<br />

continui<strong>da</strong>de que possibilitam o aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de identificar, avaliar, controlar e<br />

reduzir os riscos para os trabalhadores, utilizadores e terceiros de <strong>uma</strong> qualquer<br />

organização, sistema ou projeto.<br />

2 Introdução


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

2 ESTADO DA ARTE<br />

O estado <strong>da</strong> arte, <strong>uma</strong> vez que é o mais elevado nível de desenvolvimento técnico e<br />

científico alcançado até ao momento faz <strong>uma</strong> resenha geral dos temas que servem de base<br />

ao desenvolvimento do presente trabalho. Parte-se <strong>da</strong> gestão de <strong>projetos</strong>, gestão <strong>da</strong><br />

segurança, e gestão <strong>da</strong> segurança <strong>na</strong> construção (conceção, desenvolvimento e utilização) e<br />

caminha-se <strong>na</strong> pesquisa de outros temas como: projeto, projeto complexo e projeto de<br />

construção, para termi<strong>na</strong>r <strong>na</strong> gestão de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>, sistemas <strong>complexos</strong>,<br />

pensamento complexo e gestão de riscos. Este capítulo é assim elaborado em três pontos:<br />

(1) enquadramento legal e normativo; (2) referenciais técnicos; (3) conhecimento<br />

científico.<br />

2.1 Enquadramento Legal e Normativo<br />

A primeira preocupação social que impulsionou a criação de legislação laboral foi a<br />

segurança dos locais de trabalho, primeiro com a proteção de terceiros (vizinhança) e só<br />

posteriormente, bastante mais tarde com os trabalhadores (Miguel, 2010).<br />

Figura 1 – Implantação de Aerogerador no Mar<br />

Domingues, Maria 3


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

A legislação e normas laborais estão liga<strong>da</strong>s entre si e relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s com o sector de<br />

ativi<strong>da</strong>de em que se insere um qualquer labor. Nesse âmbito, e para o sector <strong>da</strong> construção<br />

expõem-se os documentos que servem de referência à elaboração desta Dissertação.<br />

Assim, far-se-á alusão <strong>aos</strong> principais documentos legislados e normalizados acerca de<br />

gestão de <strong>projetos</strong> e organizações, gestão <strong>da</strong> segurança e gestão de riscos.<br />

2.1.1 Gestão de Projetos<br />

1) Decreto-Lei n.º 18/2008 de 29 de Janeiro: aprova o Código dos Contratos Públicos<br />

(CCP), que estabelece a discipli<strong>na</strong> aplicável à contratação pública. Tem implícita a noção<br />

de projeto ao longo de todo o seu texto conforme se pode ver <strong>na</strong> tabela 1.<br />

Tabela 1 – Noção de Projeto e Complexi<strong>da</strong>de no Decreto-Lei n.º 18/2008<br />

Índice Descrição<br />

Artigo 25º 1 i) Essas obras estejam em conformi<strong>da</strong>de com um projeto base comum<br />

Artigo 43º 1 b) Projeto de execução.<br />

Artigo 43º 2 Quando a obra a executar ass<strong>uma</strong> complexi<strong>da</strong>de relevante ou quando sejam utilizados métodos,<br />

técnicas ou materiais de construção inovadores, o projeto de execução …<br />

Artigo 352º 4 O empreiteiro tenha a obrigação de elaborar o projeto de execução<br />

2) Lei n.º 60/2007 4 de Setembro: procede à sexta alteração do Decreto-Lei n.º 555/99 de<br />

16 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico <strong>da</strong> urbanização e edificação,<br />

republicando-o em anexo, <strong>na</strong> sua re<strong>da</strong>ção atual. Na tabela 2 apresentam-se alg<strong>uma</strong>s <strong>da</strong>s<br />

citações <strong>da</strong> noção de projeto do texto <strong>da</strong> Lei n.º 60/2007.<br />

Tabela 2 – Noção de Projeto <strong>na</strong> Lei n.º 60/2007<br />

Índice Descrição<br />

Artigo 3º 3 Os <strong>projetos</strong> dos regulamentos referidos no n.º 1 são submetidos a discussão pública, por prazo<br />

não inferior a 30 dias, antes <strong>da</strong> sua aprovação pelos órgãos municipais<br />

Artigo 10º 1 O requerimento ou comunicação é sempre instruído com declaração dos autores dos <strong>projetos</strong><br />

Anexo I<br />

Artigo 124º<br />

Depósito legal dos <strong>projetos</strong><br />

O diploma no seu art. 6º dispõe transitoriamente sobre: as obras de edificação e as<br />

operações de loteamento, obras de urbanização e trabalhos de remodelação de terrenos,<br />

cujo processo de licenciamento decorra <strong>na</strong> respetiva câmara municipal.<br />

3) Decreto-Lei n.º 48/2011 de 1 de Abril: simplifica o regime de acesso e de exercício de<br />

diversas ativi<strong>da</strong>des económicas. É um diploma realmente dedicado ao processo de<br />

licenciamento.<br />

4 Estado <strong>da</strong> arte


2.1.2 Gestão <strong>da</strong> Segurança<br />

1) Convenção OIT nº 167 de 1988: a Convenção, <strong>da</strong> Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do<br />

Trabalho (OIT), para a segurança e saúde <strong>na</strong> construção veio agluti<strong>na</strong>r num único<br />

documento a segurança no local de trabalho (construção) e a segurança dos trabalhadores<br />

(trabalhadores <strong>da</strong> construção) bem como as responsabili<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> um dos vários<br />

intervenientes.<br />

2) Diretiva 89/391/CEE de 12 de Junho de 1989: em termos de príncipios de <strong>prevenção</strong> <strong>da</strong><br />

segurança e saúde dos trabalhadores o documento histórico <strong>na</strong> Europa é a Diretiva<br />

89/391/CEE do Conselho de 12 de Junho, quando no seu artigo 6º, ponto 2, refere os nove<br />

princípios gerais de <strong>prevenção</strong> como <strong>uma</strong> obrigação <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de patro<strong>na</strong>l.<br />

3) Diretiva 92/57/CEE de 24 de Junho de 1992: a publicação <strong>da</strong> Diretiva Estaleiros (DE)<br />

pela União Europeia (EU) (Diretiva 92/57/CEE do Conselho) foi um marco importante em<br />

termos de responsabili<strong>da</strong>des e obrigações em matéria de segurança e saúde no trabalho<br />

(SST) para todos os intervenientes no processo de construção. A noção de projeto também<br />

está intrinsecamente liga<strong>da</strong> à publicação <strong>da</strong> DE como ser pode ver <strong>na</strong> tabela 3 deste<br />

trabalho.<br />

Tabela 3 – Noção de Projeto <strong>na</strong> Diretiva 92/57/CEE<br />

Índice Descrição<br />

Introdução Considerando que escolhas arquitetónicas e/ou organizacio<strong>na</strong>is i<strong>na</strong>dequa<strong>da</strong>s ou <strong>uma</strong> má<br />

planificação dos trabalhos <strong>na</strong> elaboração do projeto <strong>da</strong> obra contribuíram para mais de metade<br />

dos acidentes de trabalho nos estaleiros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

Artigo 2º e) Coorde<strong>na</strong>dor em matéria de segurança e saúde durante a elaboração do projeto <strong>da</strong> obra<br />

Artigo 4º Elaboração do projeto <strong>da</strong> obra: princípios gerais<br />

Artigo 5º Elaboração do projeto <strong>da</strong> obra: função dos coorde<strong>na</strong>dores<br />

A DE teve em conta as disposições <strong>da</strong> Convenção n.º 167 de 1988 <strong>da</strong> Organização<br />

Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do Trabalho (OIT) acerca <strong>da</strong> segurança e saúde <strong>na</strong> construção e introduziu<br />

<strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> de melhoria <strong>da</strong> segurança e saúde nos estaleiros temporários ou móveis.<br />

A sustentação ou as pedras basilares <strong>da</strong> Diretiva Estaleiros são apresenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> tabela 4.<br />

Tabela 4 – Conteúdos Base <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE<br />

Eixos Descrição<br />

1 Todos os intervenientes no processo de construção têm tarefas/responsabili<strong>da</strong>des específicas<br />

relativamente à segurança e saúde no trabalho, incluindo o dono <strong>da</strong> obra e autores do projeto<br />

2 O conceito de coorde<strong>na</strong>ção de segurança e saúde para a fase do projeto/conceção e para a fase de<br />

construção/execução dos trabalhos<br />

3 Três documentos de <strong>prevenção</strong> de riscos profissio<strong>na</strong>is: o parecer prévio, o plano de segurança e<br />

saúde e o dossier de eventuais trabalhos posteriores<br />

Domingues, Maria 5


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Como o dono <strong>da</strong> obra geralmente não possui os conhecimentos necessários passa as<br />

responsabili<strong>da</strong>des de SST para as figuras que a DE determi<strong>na</strong>, tal como se vê <strong>na</strong> tabela 5.<br />

Tabela 5 – Figuras Jurídicas <strong>da</strong> Segurança <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE<br />

Artigo Figuras Jurídicas<br />

Art.º 3º 1 O dono <strong>da</strong> obra ou o diretor/fiscal <strong>da</strong> obra nomeará, para um estaleiro em que vão operar várias<br />

empresas, um ou vários coorde<strong>na</strong>dores em matéria de segurança e saúde…<br />

Art.º 3º 2 O dono <strong>da</strong> obra ou o diretor/fiscal <strong>da</strong> obra assegurará que, antes <strong>da</strong> abertura do estaleiro, seja<br />

estabelecido um plano de segurança e saúde…<br />

Art.º 3º 3 O dono <strong>da</strong> obra ou o diretor/fiscal <strong>da</strong> obra comunicarão às autori<strong>da</strong>des competentes, antes do<br />

início dos trabalhos, o parecer prévio…<br />

Assim, o parecer prévio (PP) será preparado antes do inicio dos trabalhos com as<br />

declarações de aceitação dos intervenientes e tem por função informar as autori<strong>da</strong>des<br />

competentes <strong>da</strong> abertura do estaleiro temporário ou móvel.<br />

O PP deve conter um conteúdo mínimo que é obrigatório quando satisfaz pelo menos <strong>uma</strong><br />

<strong>da</strong>s condições apresenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> tabela 6.<br />

Tabela 6 – Obrigatorie<strong>da</strong>de de Parecer Prévio <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE<br />

Condições de Obrigatorie<strong>da</strong>de Descrição<br />

1 Trabalhos tenham <strong>uma</strong> duração superior a 30 dias de trabalho e neles sejam<br />

envolvidos mais do que 20 trabalhadores em simultâneo<br />

2 Volume de trabalho exce<strong>da</strong> 500 pessoas-dia<br />

A DE estabelece que a coorde<strong>na</strong>ção de segurança e saúde em to<strong>da</strong>s as obras que implicam<br />

riscos especiais, independentemente <strong>da</strong> sua dimensão (custo) e/ou complexi<strong>da</strong>de deve ser<br />

implementa<strong>da</strong> desde a elaboração do projeto, até à conclusão dos trabalhos e ain<strong>da</strong> durante<br />

a manutenção no seu período de vi<strong>da</strong> útil. No seu anexo II, a DE apresenta <strong>uma</strong> lista não<br />

exaustiva de trabalhos que implicam riscos especiais que se transcreve <strong>na</strong> tabela 7.<br />

Tabela 7 – Trabalho de Risco Especial <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE<br />

Trabalhos de Descrição<br />

Risco Especial<br />

1 Riscos de soterramento, de afun<strong>da</strong>mento ou de que<strong>da</strong> de altura<br />

2 Substâncias químicas ou biológicas<br />

3 Radiações ionizantes<br />

4 Na proximi<strong>da</strong>de de cabos elétricos de alta tensão<br />

5 Que impliquem risco de afogamento<br />

6 Em poços, túneis ou galerias<br />

7 De mergulho com aparelhagem<br />

8 Em caixões de ar comprimido<br />

9 Que impliquem a utilização de explosivos<br />

10 De montagem ou desmontagem de elementos pré-fabricados pesados<br />

Assim, visando a <strong>prevenção</strong> de riscos profissio<strong>na</strong>is e tal como o determi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> DE são<br />

funções <strong>da</strong> coorde<strong>na</strong>ção de segurança em projeto (CS-P) as inscritas <strong>na</strong> tabela 8.<br />

6 Estado <strong>da</strong> arte


Tabela 8 – Funções <strong>da</strong> Coorde<strong>na</strong>ção de Segurança em Projeto <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE<br />

Funções<br />

CS-P<br />

<strong>da</strong> Descrição<br />

1 Coorde<strong>na</strong>r a aplicação dos princípios gerais de <strong>prevenção</strong> <strong>na</strong>s opções arquitetónicas, técnicas<br />

e/ou organizacio<strong>na</strong>is e <strong>na</strong> estimativa de prazos de execução dos diversos trabalhos<br />

2 Elaborar, ou man<strong>da</strong>r elaborar, um plano de segurança e saúde que indicará com precisão as regras<br />

aplicáveis ao estaleiro em questão<br />

3 Organizar um dossier a<strong>da</strong>ptado às características <strong>da</strong> obra/empreendimento contendo informação<br />

relevante sobre segurança e saúde a ter em conta em eventuais trabalhos posteriores<br />

Tendo em conta o referido e os art.º s 5º e 6º <strong>da</strong> DE considera-se que a função de<br />

coorde<strong>na</strong>ção de segurança de projeto comporta as tarefas expostas <strong>na</strong> tabela 9.<br />

Tabela 9 – Tarefas <strong>da</strong> Coorde<strong>na</strong>ção de Segurança em Projeto <strong>da</strong> Diretiva 92/57/CEE<br />

Tarefas<br />

CS-P<br />

<strong>da</strong> Descrição<br />

1 Aconselhar o dono <strong>da</strong> obra em todos os assuntos relacio<strong>na</strong>dos com a segurança e saúde no<br />

trabalho<br />

2 Coorde<strong>na</strong>r a implementação dos príncipios gerais de <strong>prevenção</strong> que os autores do projeto devem<br />

aplicar <strong>na</strong> elaboração do mesmo<br />

3 Elaborar o plano de segurança e saúde no trabalho que deverá incluir to<strong>da</strong>s as regras relativas à<br />

segurança e saúde a serem implementa<strong>da</strong>s durante a execução dos trabalhos<br />

4 Elaborar o dossier de eventuais trabalhos posteriores<br />

5 Preparar, sempre que aplicável, as exigências sobre segurança e saúde no trabalho a incluir no<br />

processo de concurso<br />

6 Transmitir ao coorde<strong>na</strong>dor de segurança e saúde para a fase de construção de to<strong>da</strong> a informação<br />

relevante sobre segurança e saúde<br />

A preparação do plano de segurança e saúde (PSS) e do dossier de eventuais trabalhos<br />

posteriores (DETP), devem ser iniciados durante a elaboração do projeto e serem incluídos<br />

no processo de concurso. Logo após adjudicação e antes do início dos trabalhos esses<br />

documentos devem ser a<strong>da</strong>ptados e complementados e <strong>na</strong> fase de construção devem<br />

evoluir (dinâmicos) e ser revistos de acordo com as regras estabeleci<strong>da</strong>s, os processos e os<br />

métodos construtivos. O DETP é o documento de <strong>prevenção</strong> de riscos profissio<strong>na</strong>is durante<br />

as intervenções pós-conclusão dos trabalhos.<br />

A transposição <strong>da</strong> DE nos diversos países <strong>da</strong> União Europeia (EU) em relação <strong>aos</strong><br />

coorde<strong>na</strong>dores de segurança e saúde foi feita com diferenças substanciais tal como<br />

expresso <strong>na</strong> tabela 10 (ISSA, 1999) 1 .<br />

O PSS de projeto, em alguns dos países <strong>da</strong> EU, é exigido para todos os <strong>projetos</strong>, noutros é<br />

imposto para <strong>projetos</strong> com parecer prévio ou que envolvam riscos especiais, em Espanha<br />

são necessário dois PSS (fase de projeto e de obra) e por fim, há também os que excluíram<br />

a sua exigência para pequenos trabalhos (a clarificação <strong>da</strong> Comissão Europeia de<br />

Novembro de 2001 não permite exclusões) (Comissão Europeia, 2011) 2 .<br />

1 Genebra, Suíça em 1999<br />

2 Luxemburgo em 2011<br />

Domingues, Maria 7


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Nos vários países <strong>da</strong> EU foram adota<strong>da</strong>s diferentes desig<strong>na</strong>ções e abor<strong>da</strong>gens para o<br />

DETP, que é exigido para todos os <strong>projetos</strong> em geral, apesar <strong>da</strong>s exceções como é o caso<br />

de Espanha, e outros países onde a legislação refere a inclusão de um conteúdo mínimo.<br />

Tabela 10 – Responsabili<strong>da</strong>des dos Coorde<strong>na</strong>dores de Segurança <strong>na</strong> União Europeia<br />

Países Enti<strong>da</strong>de Jurídica Aplicação dos Princípios<br />

Gerais de Prevenção<br />

Outras Responsabili<strong>da</strong>des<br />

Espanha Impõem que sejam<br />

Itália pessoas singulares<br />

Reino Unido Determi<strong>na</strong>m que sejam<br />

Suécia pessoas coletivas<br />

Alemanha, Pessoa coletiva deve<br />

Di<strong>na</strong>marca incluir <strong>na</strong> equipa pessoas<br />

França singulares<br />

Entrega de documentos ao<br />

A coorde<strong>na</strong>ção de segurança<br />

coorde<strong>na</strong>dor de segurança e saúde de<br />

construção sendo outra pessoa<br />

Definir as condições de aplicação e<br />

França<br />

em projeto tem por função utilização de proteções<br />

aplicá-los<br />

Coorde<strong>na</strong>ção <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />

Interferências com outras ativi<strong>da</strong>des<br />

Presidir à comissão interempresas<br />

Medi<strong>da</strong>s para que só os autorizados<br />

possam entrar no estaleiro<br />

Irlan<strong>da</strong><br />

de outras pessoas contrata<strong>da</strong>s<br />

para a elaboração do projeto<br />

Bélgica<br />

Abrir, atualizar e completar o jor<strong>na</strong>l<br />

França<br />

<strong>da</strong> coorde<strong>na</strong>ção<br />

A<strong>da</strong>ptar o plano de segurança e<br />

Bélgica<br />

saúde às alterações do projeto<br />

Aconselhar e entregar documentos<br />

de segurança e saúde no trabalho<br />

Assegurar que os autores do Aconselhar o cliente quando<br />

Reino Unido<br />

projeto cumprem os seus<br />

deveres estabelecendo a<br />

solicitado e assegurar a notificação<br />

do estaleiro às autori<strong>da</strong>des<br />

cooperação entre eles competentes<br />

2.1.3 Gestão de Riscos<br />

1) Normas: a política de gestão de riscos de <strong>uma</strong> organização deve definir a sua estratégia<br />

de aptidão e <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> à gestão de riscos além <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong>des de gestão de riscos<br />

em to<strong>da</strong> a organização, e dos requisitos legais para as declarações de política, como por<br />

exemplo, de saúde e segurança. Existem também, ferramentas e técnicas integra<strong>da</strong>s para<br />

utilização <strong>na</strong>s diversas fases <strong>da</strong> gestão do processo de negócio, e tal exige: (i) o<br />

compromisso <strong>da</strong> gestão de topo e do executivo, (ii) a atribuição de responsabili<strong>da</strong>des<br />

dentro <strong>da</strong> organização; (iii) a alocação de recursos de formação (desenvolvimento) de <strong>uma</strong><br />

perceção de risco nos afetos (IRM-airmic-ALARM, 2002) 3 .<br />

3 Londres, Inglaterra em 2002<br />

8 Estado <strong>da</strong> arte


2) Princípios e Linhas de Orientação <strong>da</strong> Norma ISO 31000 de 15/11/2009: a norma<br />

descreve em detalhe todo o processo sistemático e lógico de gerir o risco e traça um<br />

conjunto de princípios e de linhas de orientação para a implementação de práticas de<br />

gestão do risco no âmbito <strong>da</strong> gestão global <strong>da</strong>s organizações. Como operam em ambientes<br />

ca<strong>da</strong> vez mais incertos, a norma pretende potenciar a capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mesmas atingirem os<br />

seus objetivos, desenvolverem a capaci<strong>da</strong>de de identificação de oportuni<strong>da</strong>des e ameaças,<br />

ou do aumento de confiança entre as partes. Como o risco está indissociavelmente ligado a<br />

múltiplas ativi<strong>da</strong>des empresariais, nem sempre o objetivo é a sua elimi<strong>na</strong>ção, mas sim a<br />

capaci<strong>da</strong>de de o gerir (<strong>da</strong> Costa, 2011).<br />

A norma ISO 31000: 2009 sublinha repeti<strong>da</strong>mente que a gestão de riscos deve ser parte<br />

integrante dos processos de gestão em todos os níveis <strong>da</strong> organização, e dos próprios<br />

processos. A condição de análise de riscos exige um pensamento mais desenvolvido do que<br />

o que existe em muitas organizações e preocupa-se com três pontos específicos tal como<br />

explicitado <strong>na</strong> tabela 11 (Leitch, 2010).<br />

Pontos Descrição<br />

Tabela 11 – Pontos de Análise de Riscos<br />

1º Podem ser leva<strong>da</strong>s a níveis de detalhe variáveis dependendo do risco<br />

2º Considerar “a interdependência dos diferentes riscos e suas fontes” o que muitas vezes não é feito num<br />

processo de registo risco-conduzido, que tende a considerar os riscos independentes<br />

3º Considerar e comunicar confiança <strong>na</strong>s avaliações de risco que são benéficas para a mu<strong>da</strong>nça<br />

3) Guia ISO 73:2009 de Vocabulário Associado ao Risco: a publicação de <strong>uma</strong> nova<br />

norma para a gestão de riscos (IS0 31000), em 2009, juntamente com um novo vocabulário<br />

associado (Guia ISO 73) resultou de um processo de consenso conseguido ao fim de quatro<br />

anos e sete <strong>projetos</strong> que envolveram cente<strong>na</strong>s de profissio<strong>na</strong>is de gestão de risco de todo o<br />

mundo. A nova norma suporta <strong>uma</strong> maneira nova e simples de pensar a gestão de riscos e<br />

desti<strong>na</strong>-se a iniciar o processo de resolver as muitas inconsistências e ambigui<strong>da</strong>des que<br />

existem entre diferentes abor<strong>da</strong>gens e definições. A padronização tem como consequência<br />

inevitável a necessi<strong>da</strong>de de compromisso e mu<strong>da</strong>nça (Purdy, 2010).<br />

O guia de terminologia, de gestão de riscos ISO 73:2009, expõe o vocabulário básico para<br />

a compreensão dos conceitos, termos de gestão e de avaliação de risco <strong>da</strong>s organizações,<br />

funções e áreas de aplicação. O seu objetivo é contribuir para o desenvolvimento <strong>da</strong> área<br />

de gestão e avaliação de riscos, reforçando a sua base conceptual. Estabelece também, os<br />

fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> norma IS0 31000:2009 e influencia as áreas de avaliação e gestão de risco.<br />

O conceito de risco (foco) é definido como o efeito <strong>da</strong> incerteza em atingir os objetivos,<br />

mas também são abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s as definições de probabili<strong>da</strong>de, vulnerabili<strong>da</strong>de, perigo,<br />

identificação do risco e descrição de risco (Aven, 2011).<br />

Domingues, Maria 9


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

2.2 Referenciais Técnicos<br />

Para a elaboração dos referenciais técnicos desta Dissertação foram consultados alguns<br />

organismos <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong>de: Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), Autori<strong>da</strong>de<br />

para as Condições de Trabalho (ACT), Autori<strong>da</strong>de Marítima (AM), Agência Europeia para<br />

a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA), Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do Trabalho<br />

(OIT), Health and Safety Executive (HSE), Offshore Center Danmark, RETD | Renewable<br />

Energy Technology Deployment, Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM),<br />

Instituto <strong>da</strong> Água (INAG), Instituto de Sol<strong>da</strong>dura e Quali<strong>da</strong>de (ISQ), etc.) bem como a<br />

literatura associa<strong>da</strong>, de modo a ser possível transmitir <strong>uma</strong> ideia geral dos <strong>projetos</strong> que se<br />

pretende estu<strong>da</strong>r.<br />

2.2.1 Energias Renováveis<br />

Ao longo <strong>da</strong> história, o desenvolvimento económico tem sido relacio<strong>na</strong>do com o uso<br />

crescente <strong>da</strong> energia e com o consequente aumento dos gases de estufa. As energias<br />

renováveis podem contribuir para o desenvolvimento sustentável e podem criar <strong>aos</strong><br />

membros mais pobres <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, oportuni<strong>da</strong>des de acesso a serviços energéticos em<br />

linha com os “objetivos de desenvolvimento do milénio” (Sathaye et al., 2011).<br />

A energia do vento foi utiliza<strong>da</strong> durante séculos, depois abando<strong>na</strong><strong>da</strong> e agora ressurgiu<br />

como <strong>uma</strong> importante fonte de energia incentiva<strong>da</strong> pela necessi<strong>da</strong>de de atender à procura<br />

crescente de eletrici<strong>da</strong>de e reduzir o impacto ambiental causado pelas tecnologias<br />

convencio<strong>na</strong>is de produção de energia elétrica (Chen et al., 2011).<br />

A energia eólica, não produz emissões e é <strong>uma</strong> excelente alter<strong>na</strong>tiva em termos ambientais<br />

à produção de eletrici<strong>da</strong>de convencio<strong>na</strong>l, basea<strong>da</strong> em combustíveis como o carvão,<br />

petróleo ou gás <strong>na</strong>tural. Atualmente, a maior parte <strong>da</strong> energia eólica é gera<strong>da</strong> a partir de<br />

parques em terra. No entanto, o seu crescimento é limitado pela falta de terrenos de baixo<br />

preço perto dos grandes centros populacio<strong>na</strong>is e pela poluição visual causa<strong>da</strong> pelas turbi<strong>na</strong>s<br />

eólicas de grande porte. Além disso, os ventos marítimos sopram a veloci<strong>da</strong>des mais<br />

eleva<strong>da</strong>s que os terrestres, permitem por isso, que as turbi<strong>na</strong>s produzam mais eletrici<strong>da</strong>de.<br />

As estimativas para os próximos 20 anos apontam para um aumento do desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> energia eólica, com particular expressão a eólica offshore (Bilgili et al., 2011).<br />

Por último, e com vista ao progresso, também é necessário estimar o impacto <strong>da</strong>s centrais<br />

eólicas <strong>na</strong> quali<strong>da</strong>de de energia local através de ferramentas diversas e <strong>projetos</strong> elétricos de<br />

conexão de centrais eólicas (Rosas & Estanqueiro, 2003) e ain<strong>da</strong> os mecanismos<br />

relacio<strong>na</strong>dos com o seu licenciamento (dos Santos, 2008).<br />

10 Estado <strong>da</strong> arte


2.2.2 Energia Eólica Offshore<br />

O desenvolvimento <strong>da</strong> energia eólica marítima atualmente passa por um significativo<br />

aumento de escala em termos de turbi<strong>na</strong> e tamanho do projeto, isto é, turbi<strong>na</strong>s e parques<br />

com maior distância à costa e águas mais profun<strong>da</strong>s. As expectativas de um efeito positivo<br />

<strong>da</strong>s economias de escala, nos custos de produção de energia elétrica a partir do vento têm<br />

saído gora<strong>da</strong>s. As reduções de custos previstas com a progressão <strong>da</strong> curva de aprendizagem<br />

tecnológica também não são evidentes, e nem todos os custos adicio<strong>na</strong>is se explicam pela<br />

utilização de águas mais profun<strong>da</strong>s a maior distância <strong>da</strong> costa, e estrangulamentos <strong>na</strong> oferta<br />

pelo maior custo <strong>da</strong>s matérias-primas (Möller et al., 2012).<br />

O custo <strong>da</strong> energia produzi<strong>da</strong> por turbi<strong>na</strong>s eólicas offshore é maior do que os <strong>da</strong>s turbi<strong>na</strong>s<br />

terrestres, devido a dificul<strong>da</strong>des de operação, construção e manutenção de instalações no<br />

mar. Propõem-se a utilização de turbi<strong>na</strong>s eólicas especialmente concebi<strong>da</strong>s para ambientes<br />

offshore em que a simplici<strong>da</strong>de do sistema leva à redução de custos adicio<strong>na</strong>is de produção<br />

de energia (Akimoto et al., 2011).<br />

Há estudos que apresentam a situação atual do mercado de energia eólica offshore<br />

destacando os países que lideram o processo em termos de capaci<strong>da</strong>de instala<strong>da</strong> e em<br />

termos de liderança tecnológica, desde alter<strong>na</strong>tivas de viabili<strong>da</strong>de de parques eólicos<br />

offshore, ao quadro regulamentar europeu, <strong>aos</strong> regimes de apoio instituídos pelos Estados-<br />

Membros, <strong>aos</strong> sistemas de conversão de vento em energia, ao sistema coletor que reúne a<br />

potência <strong>da</strong>s turbi<strong>na</strong>s num ponto de coleta central, até ao sistema de transmissão desse<br />

poder à rede de distribuição em terra (Ma<strong>da</strong>riaga et al., 2012).<br />

Num futuro próximo a tecnologia <strong>da</strong> energia eólica offshore vai avançar muito <strong>na</strong><br />

exploração dos recursos do mar (Sun et al., 2012).<br />

Há técnicas para calcular os recursos de energia eólica de <strong>uma</strong> área marítima não<br />

documentados anteriormente. O método utiliza <strong>da</strong>dos oceânicos, ambientais e<br />

socioeconómicos, públicos e disponíveis para identificar áreas menos adequa<strong>da</strong>s para o<br />

desenvolvimento devido a limitações físicas ou técnicas, de segurança ou outros perigos,<br />

preocupações ambientais, ou utilizações concorrentes (Sheri<strong>da</strong>n et al., 2012).<br />

A maioria dos parques eólicos offshore existentes, foram construídos em águas rasas de<br />

geologia simples mas, os que estão atualmente em desenvolvimento são maiores e de<br />

geologia mais complexa assim, é imperativa a pesquisa de locais de implantação de<br />

parques eólicos em mar aberto (van Beusekom & Yetginer, 2010).<br />

As turbi<strong>na</strong>s eólicas offshore também estão agora a ser considera<strong>da</strong>s para utilização nos<br />

Estados Unidos e por isso, garantir a boa conceção de turbi<strong>na</strong>s e parques eólicos para o<br />

mar requer o conhecimento <strong>da</strong>s condições exter<strong>na</strong>s (vento, on<strong>da</strong>s, gelo flutuante, etc.) em<br />

que as turbi<strong>na</strong>s e equipamentos associados devem operar (Manwell et al., 2007).<br />

Domingues, Maria 11


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

2.2.3 Tecnologia WindFloat<br />

O projeto WindFloat poderá ser o início de <strong>uma</strong> nova fase <strong>da</strong> indústria <strong>da</strong>s eólicas offshore<br />

(em mar aberto) para o mercado global (Andrade, 2011).<br />

WindFloat é <strong>uma</strong> fun<strong>da</strong>ção flutuante para grandes turbi<strong>na</strong>s eólicas offshore (Aubault et al.,<br />

2009). Essa fun<strong>da</strong>ção flutuante de três per<strong>na</strong>s aplica-se a turbi<strong>na</strong>s eólicas offshore de<br />

produção de multimegawatt onde é possível ter <strong>uma</strong> amarração flutuante concebi<strong>da</strong> de<br />

modo que, acima <strong>da</strong> água se comporta e age de forma permanente como <strong>uma</strong> haste<br />

unipolar (Zambrano et al., 2007).<br />

A plataforma foi concebi<strong>da</strong> para acomo<strong>da</strong>r <strong>uma</strong> turbi<strong>na</strong> eólica, 5 MW ou maior, n<strong>uma</strong> <strong>da</strong>s<br />

colu<strong>na</strong>s com modificações mínimas para a <strong>na</strong>cela e para o rotor (Dominique Roddier et al.,<br />

2010). A análise hidrodinâmica do casco, bem como a hidrodinâmica dos trabalhos de<br />

acoplamento do casco com as forças aerodinâmicas <strong>da</strong>s turbi<strong>na</strong>s eólicas são motivo de<br />

estudo (Cermelli et al., 2009). Tanto as metodologias de análise como as forças de fadiga<br />

são explica<strong>da</strong>s, com base no acoplamento entre a turbi<strong>na</strong> eólica e o casco e <strong>na</strong> interface<br />

entre o carregamento hidrodinâmico e a resposta estrutural (Aubault et al., 2009).<br />

O módulo de flutuação inclui um sistema de lastro de água que bombeia a água entre as<br />

colu<strong>na</strong>s para manter a torre num alinhamento vertical, independentemente <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de<br />

do vento. As placas de encarceramento <strong>da</strong> água são montados no fundo <strong>da</strong>s colu<strong>na</strong>s para<br />

minimizar o movimento de rotação, devido às on<strong>da</strong>s, <strong>da</strong> armação de flutuação (Dominique<br />

Roddier & Cermelli, 2011).<br />

2.2.4 Gestão <strong>da</strong> Energia Eólica Offshore<br />

O ministro <strong>da</strong> energia, clima e edifícios <strong>da</strong> Di<strong>na</strong>marca (Martin Lidegaard 4 ) não tem<br />

dúvi<strong>da</strong>s sobre a importância futura do setor do mar. O ministro afirma que “no mundo não<br />

existe só a crise fi<strong>na</strong>nceira mas, que se está n<strong>uma</strong> crise climática e de recursos, que tor<strong>na</strong>rá<br />

os recursos de petróleo insuficientes”. E, que “como os preços do petróleo nos próximos 4<br />

anos, atingirão os 150 dólares por barril (custo muito elevado para as empresas e famílias<br />

di<strong>na</strong>marquesas), só através <strong>da</strong> transformação <strong>da</strong> energia e do seu sistema de transporte, se<br />

poderá introduzir <strong>uma</strong> poupança massiva, o que tor<strong>na</strong>rá os di<strong>na</strong>marqueses mais robustos<br />

face <strong>aos</strong> aumentos de preços <strong>da</strong> energia, tor<strong>na</strong>ndo também a Di<strong>na</strong>marca um líder mundial<br />

em empresas de tecnologia verde” (Offshore Center Danmark, 2012).<br />

Em Inglaterra o quadro jurídico dos parques eólicos offshore causa impactos diversos no<br />

processo de licenciamento, <strong>na</strong> taxa de desenvolvimento de novos parques eólicos offshore<br />

e <strong>na</strong> realização <strong>da</strong>s metas defini<strong>da</strong>s para a produção de eletrici<strong>da</strong>de a partir de energias<br />

renováveis. A complexi<strong>da</strong>de do processo de licenciamento existente tem afetado<br />

4 Proposta “Nossa Energia” apresenta<strong>da</strong> após a toma<strong>da</strong> de posse como ministro em Outubro de 2011<br />

12 Estado <strong>da</strong> arte


negativamente a taxa de desenvolvimento e alcance dessas metas. Por sua vez, os <strong>projetos</strong><br />

futuros já estarão sujeitos a um enquadramento jurídico diferente, o <strong>da</strong> Norma “Planning<br />

Act 2008 and the Marine and Coastal Access Bill” (Gibson & Howsam, 2010).<br />

Na Suécia os incentivos políticos para promover um desenvolvimento significativo <strong>da</strong><br />

energia eólica offshore são em geral muito fracos (Söderholm & Pettersson, 2011).<br />

Em Portugal surgiu <strong>uma</strong> proposta prelimi<strong>na</strong>r do Plano de Orde<strong>na</strong>mento do Espaço<br />

Marítimo (POEM) de 16 de Novembro de 2011, que tem como principais fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des: i)<br />

avaliar o potencial de ca<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de associa<strong>da</strong> ao Espaço Marítimo; ii) identificar, avaliar<br />

e ponderar os conflitos entre a proteção dos recursos, as ativi<strong>da</strong>des económicas e as<br />

diversas ativi<strong>da</strong>des sectoriais; iii) preparar <strong>uma</strong> proposta de espacialização dos espaços de<br />

conservação, de utilização de recursos e orientações de gestão. O zo<strong>na</strong>mento e orientações<br />

preveem a multidimensio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de do Espaço Marítimo, bem como a evolução temporal <strong>da</strong>s<br />

utilizações, necessi<strong>da</strong>des de gestão e compatibilização (INAG, 2011) 5 .<br />

2.2.5 Gestão de Projetos de Construção Offshore<br />

Sendo a construção <strong>uma</strong> elabora<strong>da</strong> missão que requer análise de cálculos, detalhe estrutural<br />

e toma<strong>da</strong> de decisões, entre outros fatores que fazem to<strong>da</strong> a diferença no produto fi<strong>na</strong>l do<br />

projeto, são aspetos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> construção para fazer face ao custo, tempo e<br />

exploração de recursos. O projeto de construção de parques eólicos offshore define a<br />

escolha a fazer em: materiais, construtores, equipas de engenharia e arquitetura, etc. Inclui<br />

ain<strong>da</strong>, o planeamento de custos, <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, ambiente e segurança.<br />

Tendo-se tor<strong>na</strong>do a “economia verde” o emblema <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de, de <strong>uma</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

que preserva o meio ambiente para as gerações futuras e é mais justa e inclusiva para as<br />

pessoas de todos os países. O seu avanço rumo à criação de “empregos verdes” (iniciativa<br />

conjunta do Programa Ambiental <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, <strong>da</strong> OIT, <strong>da</strong> Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l<br />

Organization of Employers (IOE), Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Trade Union Confederation (ITUC)) para<br />

tor<strong>na</strong>r “mais ecológico” o tecido empresarial converteu-se no elemento essencial de<br />

desenvolvimento económico e social, sustentável. Assim, a inclusão do desenvolvimento<br />

social e <strong>da</strong> proteção ambiental devem estar ligados a locais de trabalho mais seguros e<br />

saudáveis e ain<strong>da</strong>, a trabalho decente para todos (OIT, 2012) 6 .<br />

2.2.6 Gestão <strong>da</strong> Segurança<br />

Os sistemas de gestão <strong>da</strong> SST, ao lado dos sistemas de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e gestão<br />

ambiental, constituem iniciativas <strong>da</strong>s organizações para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de dos<br />

5 Lisboa, Portugal em 2011.<br />

6 Genebra, Suíça em 2012.<br />

Domingues, Maria 13


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

produtos, do meio ambiente e dos ambientes de trabalho para superar as limitações do<br />

modelo comando-controlo tradicio<strong>na</strong>l. Os mesmos não têm por objetivo substituir a<br />

estrutura legal, pois a sua implementação tem como requisito mínimo a conformi<strong>da</strong>de com<br />

a legislação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l pertinente (OIT, 2005) 7 .<br />

O crescente grau de automatização tem criado sistemas mais <strong>complexos</strong>, o que aumenta a<br />

sua sensibili<strong>da</strong>de ao risco. É sem dúvi<strong>da</strong> essencial tor<strong>na</strong>r a sua gestão segura e organiza<strong>da</strong>,<br />

com base n<strong>uma</strong> estrutura que abranja o negócio global e cujo resultado seja atual. Os<br />

sistemas desenvolvidos devem ser eficazes e que ajudem e suportem, to<strong>da</strong>s as pessoas<br />

abrangi<strong>da</strong>s. As decisões <strong>da</strong>s ações assentes em riscos e em consequências reais devem<br />

incluir elementos apoiados em valores económicos concretos (Farinha et al., 2006).<br />

2.2.7 Gestão de Riscos do Setor Offshore<br />

A responsabili<strong>da</strong>de corporativa (responsabili<strong>da</strong>de social) é um meio de proporcio<strong>na</strong>r às<br />

empresas um melhor entendimento <strong>da</strong> gestão dos riscos. To<strong>da</strong>s as empresas assumem<br />

riscos e fazem juízos de valor acerca do nível de risco aceitável. Muitas corporações estão<br />

a alargar a sua definição de risco para abranger riscos mais amplos e de longo prazo que<br />

incorporem simultaneamente as questões sociais e ambientais. Além disso, estão a<br />

comprometer-se com um público externo mais amplo para entender as necessi<strong>da</strong>des e<br />

expectativas e tomar medi<strong>da</strong>s adequa<strong>da</strong>s, quando necessário 8 .<br />

Os períodos iniciais dos <strong>projetos</strong> de energias renováveis são os mais arriscados<br />

fi<strong>na</strong>nceiramente e apresentam para 76% dos entrevistados os riscos mais significativos.<br />

Outros riscos incluem o risco político, os regulamentos (si<strong>na</strong>lizados por 62%), e o clima,<br />

realçados ain<strong>da</strong>, pelo pessimismo macroeconómico de muitos países. O sector <strong>da</strong>s energias<br />

renováveis enfrenta muitos obstáculos de gestão de riscos apesar de 70% dos entrevistados<br />

referirem que são <strong>projetos</strong> de sucesso e 61% e 50% respetivamente, asseguram que os<br />

<strong>projetos</strong> são bem-sucedidos <strong>na</strong> mitigação e transferência dos mesmos (Watts, 2011).<br />

As perceções acerca dos riscos associados às tecnologias de energias renováveis têm<br />

impedido o avanço <strong>da</strong>s mesmas, e como consequência há falhas entre os promotores de<br />

sistemas de energias renováveis e as organizações de fi<strong>na</strong>nciamento. A capaci<strong>da</strong>de de<br />

quantificar e gerir os elementos de risco (organizacio<strong>na</strong>is, políticos, técnicos e comerciais)<br />

associados <strong>aos</strong> <strong>projetos</strong> de energias renováveis constitui um desafio à obtenção de<br />

fi<strong>na</strong>nciamento a um custo razoável. Assim, as avaliações de risco têm de considerar <strong>uma</strong><br />

série de aspetos: (i) os riscos técnicos envolvidos <strong>na</strong> tecnologia; (ii) o apoio do contribuinte<br />

a longo prazo para a posição fi<strong>na</strong>nceira do projeto; (iii ) as fontes limita<strong>da</strong>s de<br />

fi<strong>na</strong>nciamento; (iv) a necessi<strong>da</strong>de de grandes áreas de terreno; (v) o tomar em consideração<br />

os fatores de mercado <strong>na</strong> aquisição dos equipamentos (Lyon et al., 2011).<br />

7 São Paulo, Brasil em 2005<br />

8 (Arthur D. Little Ltd., 2003)<br />

14 Estado <strong>da</strong> arte


2.3 Conhecimento Científico<br />

O conhecimento científico desta Dissertação é baseado n<strong>uma</strong> pesquisa que sem ser<br />

exaustiva, tenta apresentar autores mais atuais para os conteúdos abor<strong>da</strong>dos.<br />

2.3.1 Gestão de Projetos<br />

1) Alguns Fatores Relevantes: a prática atual revela que as empresas de arquitetura,<br />

engenharia e construção possuem poucos mecanismos para alavancar o conhecimento de<br />

empreiteiros especializados <strong>na</strong> fase de conceção, enquanto a pesquisa mostra que para o<br />

contratante a especialização e o conhecimento são valiosos por isso, os responsáveis pela<br />

gestão do projeto e <strong>da</strong>s organizações devem tor<strong>na</strong>r-se conscientes <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des de<br />

incorporar conhecimento especializado <strong>na</strong> fase de conceção tal como mostram os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong><br />

indústria de construção dos Estados Unidos (os empreiteiros especializados são ca<strong>da</strong> vez<br />

mais, envolvidos em <strong>projetos</strong> nos quais já têm experiência) (N. Gil et al., 2000).<br />

No mesmo sentido, a integração dos vários aspetos <strong>da</strong> fase de elaboração de um projeto é<br />

destaca<strong>da</strong> pelas metodologias utiliza<strong>da</strong>s em duas obras de construção portuária. Essas<br />

metodologias auxiliam no desenho de estruturas que devem ser construí<strong>da</strong>s em simultâneo,<br />

tal como determi<strong>na</strong>m o tempo de construção, a sua futura utilização e o retorno esperado<br />

pelos donos <strong>da</strong>s obras (Maggi et al., 2001).<br />

A gestão de <strong>projetos</strong> de hoje, tende a resumir e reproduzir <strong>uma</strong> forma particularmente<br />

tecnicista e instrumental <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de modernista, por isso, é crucial o contributo para<br />

o emergir de <strong>uma</strong> teoria crítica <strong>da</strong> gestão de <strong>projetos</strong>. A autodiscipli<strong>na</strong> e a<br />

“responsabilização” profissio<strong>na</strong>l impostas pela gestão de <strong>projetos</strong> não excluem, e não<br />

devem ser vistas como um progressivo substituto, dos mais diretos métodos de vigilância e<br />

controlo do trabalho (Hodgson, 2002).<br />

2) Inovação e Gestão Sénior: a análise <strong>da</strong> inovação <strong>na</strong> indústria <strong>da</strong> construção foca-se <strong>na</strong><br />

inovação tecnológica <strong>da</strong>s empresas no entanto, é inevitável <strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> mais<br />

abrangente <strong>da</strong> mesma. No sector <strong>da</strong> construção identificam-se três tipos de empresas: de<br />

serviços, de construção e de fabrico. Para os diferentes tipos, a inovação é única e<br />

particular em ca<strong>da</strong> <strong>uma</strong> delas. Dessa maneira, a metodologia do Manual OSLO <strong>da</strong> OCDE<br />

a<strong>da</strong>pta-se ao estudo <strong>da</strong> inovação em empresas de fabrico industrial, mas não é adequa<strong>da</strong><br />

para a inovação em empresas de serviços pelo que é sugeri<strong>da</strong> <strong>uma</strong> metodologia a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> às<br />

mesmas. Assim, surgem as noções de “triângulo de serviço”, serviço como “um conjunto<br />

de características e competências” e a inovação como o movimento particular dessas<br />

características e “trajetórias de inovação” (Carassus, 2004).<br />

Os padrões (relação entre as normas e o desempenho eficaz) de gestão de <strong>projetos</strong> são<br />

amplamente utilizados <strong>na</strong> formação mas, os resultados <strong>da</strong>s pesquisas sugerem que não há<br />

Domingues, Maria 15


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

<strong>uma</strong> relação estatisticamente significativa entre os padrões de desempenho e as perceções<br />

de eficácia do desempenho no trabalho <strong>da</strong> gestão sénior. Sugerem também, diferentes<br />

expectativas e perceções de competência de gestão de <strong>projetos</strong> entre os gestores de projeto<br />

e os seus supervisores, a gestão sénior (Crawford, 2005).<br />

3) Paradigmas e Tecnologias de Liderança: a gestão de <strong>projetos</strong> tradicio<strong>na</strong>l está<br />

profun<strong>da</strong>mente enraiza<strong>da</strong> no paradigma rígido tal como é evidenciado pelos seus<br />

pressupostos e atitudes, pelos contextos e pelos tradicio<strong>na</strong>is papéis dos gestores de projeto.<br />

Em oposição, apesar de ser menor a influência do paradigma flexível <strong>na</strong> gestão de <strong>projetos</strong><br />

tem vindo a crescer tal como indicam as evidências observa<strong>da</strong>s <strong>na</strong> identificação <strong>da</strong>s<br />

deficiências ou no questio<strong>na</strong>r <strong>da</strong>s suposições existentes. A gama de referenciais teóricos<br />

aplicados à pesquisa e à prática <strong>da</strong> gestão de <strong>projetos</strong> está a expandir-se exibindo um<br />

significativo grau de “plurali<strong>da</strong>de” (Pollack, 2007).<br />

A adoção de tecnologias colaborativas tipo Building Information Modeling (BIM) conduz<br />

a <strong>uma</strong> maior eficiência, tal como indica <strong>uma</strong> pesquiza de exploração <strong>da</strong>s mesmas para<br />

sistemas mecânicos, hidráulicos, elétricos e de segurança contra incêndio. As conclusões<br />

evidenciaram dois aspetos particulares; as obrigações do indivíduo com um propósito de<br />

trabalho ou com <strong>uma</strong> determi<strong>na</strong><strong>da</strong> empresa podem colocar em risco a coesão do projeto, e<br />

a liderança individual (especialmente do coorde<strong>na</strong>dor <strong>da</strong>s tecnologias BIM <strong>na</strong>s equipas<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s) que muitas vezes se tor<strong>na</strong> o substituto para as organizações de projeto mais<br />

fortes (Dossick & Neff, 2007).<br />

4) Aspetos Operacio<strong>na</strong>is: um estudo orientado para os resultados dos <strong>projetos</strong> de<br />

construção industrial especializa<strong>da</strong> (incluindo os <strong>projetos</strong> de larga escala e de elevado grau<br />

de complexi<strong>da</strong>de tecnológica), utilizou <strong>uma</strong> metodologia de avaliação de <strong>projetos</strong><br />

fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> n<strong>uma</strong> classificação de fatores críticos para o êxito e teve como linha de base<br />

e referência, diferentes <strong>projetos</strong> industriais com diferentes vínculos contratuais. Os<br />

resultados <strong>da</strong> investigação sugerem os estádios iniciais <strong>da</strong> fase de construção são<br />

indispensáveis para o sucesso dos <strong>projetos</strong>, além do grau de relação entre a eficácia dos<br />

fatores h<strong>uma</strong>nos e as funções de gestão do projeto, diferentes <strong>projetos</strong> industriais<br />

compreendem distintos fatores de sucesso e características de gestão para atingir os seus<br />

objetivos (Forca<strong>da</strong> et al., 2008).<br />

Um dos principais desafios dos governos é a conclusão de <strong>projetos</strong> públicos no prazo,<br />

dentro do orçamento e de acordo com o alcance desejado. Sendo a indústria <strong>da</strong> construção<br />

extremamente complexa, agravado ain<strong>da</strong>, pelo aumento contínuo dos preços dos materiais<br />

de construção e pelos problemas de trabalho, um erro menor n<strong>uma</strong> estimativa do concurso<br />

pode conduzir ao fracasso do projeto e ter consequências extremas para o contratante. As<br />

estimativas prévias ao concurso devem servir de base fidedig<strong>na</strong> <strong>na</strong> avaliação de propostas.<br />

Os <strong>projetos</strong> que falham como resultado de má gestão, construção deficiente ou materiais<br />

16 Estado <strong>da</strong> arte


i<strong>na</strong>dequados e assim, representam despesas inúteis e custos desnecessários para o<br />

contribuinte (Samuel, 2008).<br />

O desenvolvimento de normas de interoperabili<strong>da</strong>de é um projeto único que tem procurado<br />

o intercâmbio entre paisagismo, construção civil e arquitetura. Embora os objetivos de<br />

outros <strong>projetos</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (classes industriais de Estra<strong>da</strong>s e obras de construção STEP<br />

no Japão) já concluídos, se sobreponham com os deste, importa referi-los: (i)<br />

desenvolvimento de um protótipo que facilite o intercâmbio de informações entre<br />

engenheiros civis, arquitetos paisagistas e arquitetos; (ii) implementação desse protótipo;<br />

(iii) teste e ensaio dos recursos do protótipo (Isokangas et al., 2009).<br />

A estratégia de <strong>uma</strong> organização pode influenciar a <strong>na</strong>tureza dos <strong>projetos</strong> e os arranjos<br />

decididos para os gerir pelo que, estão por isso também, <strong>na</strong> origem do conceito de grau de<br />

“ajuste” entre a implementação <strong>da</strong> gestão de <strong>projetos</strong> organizacio<strong>na</strong>is e o seu contexto<br />

organizacio<strong>na</strong>l (Cooke-Davies et al., 2009).<br />

5) Vertente H<strong>uma</strong><strong>na</strong>: a inteligência emocio<strong>na</strong>l (IE) é <strong>uma</strong> área de investigação do<br />

comportamento, em crescimento e é positivamente relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> com o sucesso, satisfação e<br />

saúde emocio<strong>na</strong>l no trabalho. Entre o comportamento organizacio<strong>na</strong>l e a inteligência<br />

emocio<strong>na</strong>l de um indivíduo existe <strong>uma</strong> complexa inter-relação por isso, é importante<br />

conhecer o impacto dos indivíduos de um determi<strong>na</strong>do projeto ou de <strong>uma</strong> organização <strong>na</strong><br />

competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa (Love, Edwards, & Wood, 2011).<br />

No mesmo sentido, os gestores de projeto enfrentam grandes desafios de melhoria <strong>na</strong> área<br />

<strong>da</strong> gestão de pessoas mediante isso, devem desenvolver seis características considera<strong>da</strong>s<br />

fun<strong>da</strong>mentais para a sua liderança: (i) compreender as caraterísticas comportamentais, (ii)<br />

capaci<strong>da</strong>de de liderar, (iii) influenciar os outros, (iv) comportamento autêntico, (v) gerir<br />

conflitos e (vi) consciência cultural (Fisher, 2011).<br />

O mundo <strong>da</strong> gestão de recursos h<strong>uma</strong>nos está a mu<strong>da</strong>r mais rapi<strong>da</strong>mente do que se imagi<strong>na</strong><br />

e as constantes transformações ambientais significam que os gestores de recursos h<strong>uma</strong>nos<br />

enfrentam também essas modificações e devem responder-lhes tirando proveito <strong>da</strong>s<br />

alterações graduais e profun<strong>da</strong>s <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza, práticas correntes e políticas globais de gestão<br />

de recursos h<strong>uma</strong>nos, missão e visão (Chiave<strong>na</strong>to, 2001).<br />

Associa<strong>da</strong> à tendência de que as mu<strong>da</strong>nças organizacio<strong>na</strong>is podem beneficiar <strong>da</strong> aplicação<br />

<strong>da</strong>s habili<strong>da</strong>des de gestão, ferramentas e técnicas dos <strong>projetos</strong>, há no mercado <strong>uma</strong><br />

competição entre gestores de projeto e gestores <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça no que respeita a quem deve<br />

pertencer a gestão <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça nos negócios. Os executivos e gestores seniores têm vindo a<br />

exercer os papéis principais <strong>na</strong> gestão de grandes mu<strong>da</strong>nças e transformações<br />

organizacio<strong>na</strong>is embora possam envolver como assistentes os gestores de projeto e de<br />

mu<strong>da</strong>nça (Crawford & Nahmias, 2010).<br />

Domingues, Maria 17


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

2.3.2 Gestão <strong>da</strong> Segurança<br />

1) Fatores H<strong>uma</strong>nos e Organizacio<strong>na</strong>is: um desafio que a engenharia <strong>da</strong>s estruturas<br />

offshore enfrenta atualmente é a integração explícita de considerações acerca de fatores<br />

h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> conceção de novos sistemas e <strong>na</strong> operação dos sistemas<br />

existentes. Este desafio deve ser cumprido para que seja possível melhorar a segurança e<br />

fiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s estruturas offshore (Bea, 1998).<br />

No mesmo sentido, a formação de coorde<strong>na</strong>dores de segurança e saúde, do sector <strong>da</strong><br />

construção, <strong>na</strong> fase de projeto e <strong>na</strong> fase de execução, de acordo com o preconizado <strong>na</strong><br />

Diretiva comunitária 92/57/CEE do Conselho, de 24 de Junho deve integrar a formação<br />

base de um curso de engenharia civil que permita através de discipli<strong>na</strong>s de opção aceder à<br />

formação específica em segurança e saúde (Rodrigues, 1999).<br />

Ain<strong>da</strong> <strong>na</strong> mesma linha de pensamento, a avaliação <strong>da</strong> eficácia de sistemas SST <strong>da</strong> Noruega<br />

e <strong>da</strong> Austrália revelou muitas semelhanças apesar de, os mecanismos regulamentares de<br />

execução serem diferentes. Os dois países empregaram os mesmos objetivos definidos<br />

pelas normas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, ISO 9000 e ISO 14000. Assim, conclui-se que a gestão<br />

desempenha um papel significante e requer habilitações de SST independentes, quer para<br />

os <strong>projetos</strong>, quer para os circuitos de feedback (Saksvik & Quinlan, 2003).<br />

Por fim, o estudo <strong>da</strong>s atitudes relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s com a gestão <strong>da</strong> segurança/cultura a bordo de<br />

petroleiros de proprie<strong>da</strong>de norueguesa veio apontar a existência de diferenças significativas<br />

entre os armadores, as ocupações dos marinheiros, os marinheiros de diferentes países de<br />

origem, as i<strong>da</strong>des dos marinheiros, entre os <strong>na</strong>vios de pavilhão estrangeiro e entre a i<strong>da</strong>de<br />

dos <strong>na</strong>vios, mas não entre os diferentes tipos de <strong>na</strong>vios (Håvold, 2010).<br />

2) Aprendizagem: os incidentes de SST geralmente são o resultado de <strong>uma</strong> combi<strong>na</strong>ção de<br />

falhas que tende a ser precedi<strong>da</strong> de precursores (quase acidentes e eventos de peque<strong>na</strong><br />

escala) e a incapaci<strong>da</strong>de de reconhecer e aprender com esses indícios precoces geralmente<br />

resulta em incidentes maiores. A aprendizagem com incidentes deve assim, incluir a<br />

preparação para os mesmos (diferentes e inesperados) e os elementos úteis em contextos<br />

específicos, tendo em conta as restrições de tempo e custo (Lukic et al., 2010).<br />

Com os novos termos de concorrência, mu<strong>da</strong>nças regulatórias, separação e transferência <strong>da</strong><br />

autori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> aviação civil, privatização e reformas de eficiência de novas infraestruturas,<br />

em s<strong>uma</strong>, <strong>na</strong> reestruturação de companhias aéreas foi a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong> a inclusão de considerações<br />

de segurança e o impacto <strong>da</strong>s avaliações de segurança nos processos de mu<strong>da</strong>nça em<br />

decisões específicas. A análise conclui que o risco é um conceito complexo e difícil de<br />

comunicar num processo de decisão racio<strong>na</strong>l de políticas mas, o elemento emotivo<br />

intrínseco ao conceito de risco, abre o caminho para especulações políticas que facilitam a<br />

discussão <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong>des éticas. As avaliações de segurança e risco devem ser vistas<br />

num contexto de poder e devem ser considera<strong>da</strong>s como <strong>uma</strong> parte inerente <strong>aos</strong> processos<br />

18 Estado <strong>da</strong> arte


de planeamento/decisão e não podem ser trata<strong>da</strong>s como <strong>uma</strong> medi<strong>da</strong> objetiva <strong>da</strong>s<br />

condições de um sistema de segurança (Njå & Solberg, 2010).<br />

3) Clima Atual: a gestão <strong>da</strong> segurança é basea<strong>da</strong> em modelos ou teorias de organização<br />

h<strong>uma</strong><strong>na</strong>, comportamento e segurança de sistemas pelo que, os modelos e teorias vigentes<br />

contêm um conjunto potencial de preconceitos (h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is). O estudo dos<br />

mesmos em quatro áreas temáticas de crenças: (i) do comportamento h<strong>uma</strong>no, (ii) <strong>da</strong>s<br />

organizações, (iii) <strong>da</strong>s informações, e (iv) dos modelos de segurança; mostrou que alg<strong>uma</strong>s<br />

tendências conduzem a <strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> em que as pessoas são trata<strong>da</strong>s como atores<br />

isolados e independentes do que fazem (o que cria barreiras e restrições ao comportamento<br />

h<strong>uma</strong>no e negligência ao trabalho eficaz). Essa visão também pode levar a <strong>uma</strong> separação<br />

dos fatores h<strong>uma</strong>nos <strong>da</strong>s questões técnicas e mi<strong>na</strong>r a visão holística dos sistemas de<br />

segurança (Reiman & Rollenhagen, 2011).<br />

Um estudo empírico de análise do clima de segurança foi realizado n<strong>uma</strong> amostra de 131<br />

organizações de Espanha, certifica<strong>da</strong>s pela OHSAS 18001. Identificaram-se as dimensões<br />

<strong>da</strong> análise, testou-se e propôs-se um modelo de equações estruturais de determi<strong>na</strong>ção dos<br />

antecedentes e <strong>da</strong>s consequências do comportamento de segurança dos funcionários. Os<br />

resultados mostraram o compromisso que a gestão, e particularmente o efeito que a<br />

comunicação, têm sobre os comportamentos e desempenhos de segurança, satisfação do<br />

empregado, e competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa (Fernández-Muñiz et al., 2012).<br />

O elevado número de quase-acidentes e acidentes de trabalho indicam que os processos<br />

h<strong>uma</strong>nos e de conformi<strong>da</strong>de do trabalhador com normas de segurança devem ser<br />

investigados. O clima individual positivo e os fatores de liderança podem influenciar os<br />

comportamentos de segurança bem como as mu<strong>da</strong>nças no local de trabalho e <strong>na</strong> força de<br />

trabalho ao longo do tempo devido a downsizing, reestruturações, fusões empresariais, ou<br />

<strong>uma</strong> maior confiança nos empreiteiros, podem criar novos caminhos para a gestão <strong>da</strong><br />

segurança no trabalho (Eid et al., 2012).<br />

Apesar <strong>da</strong>s políticas e diretivas de segurança estabeleci<strong>da</strong>s <strong>na</strong> Europa, ain<strong>da</strong> subsistem<br />

alguns problemas de implementação, devido às mu<strong>da</strong>nças no mundo do trabalho,<br />

fragmentação, crise económica e, mais genericamente, ao impacto <strong>da</strong> globalização.<br />

Portanto, as ações em relação <strong>aos</strong> planos de pesquisa e à execução de políticas precisam ser<br />

revistas, de modo a apoiar a dimensão social, fomentando a segurança e saúde ocupacio<strong>na</strong>l<br />

como um conceito de mais amplo bem-estar no trabalho (Gagliardi et al., 2012).<br />

2.3.3 Gestão <strong>da</strong> Segurança <strong>na</strong> Construção<br />

1) Casos de Segurança: o propósito dos casos de segurança é apresentar o argumento de<br />

que um sistema, físico ou processual, é aceitavelmente seguro para operar e deve<br />

Domingues, Maria 19


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

demonstrar como as evidências disponíveis podem ser razoáveis e interpreta<strong>da</strong>s como<br />

indicadores de conformi<strong>da</strong>de com os requisitos de segurança do sistema.<br />

A utilização informal de casos de segurança já é comum, especialmente em domínios<br />

estáveis e bem entendidos (motores de controladores aeroespaciais) no entanto, esse tipo<br />

de utilização sem controlo, pode deixar de explorar oportuni<strong>da</strong>des. A documentação de<br />

estruturas comuns de casos de segurança, com a criação de padrões, proporcio<strong>na</strong> um meio<br />

adequado á promoção <strong>da</strong> reutilização sistemática de artefactos e de aju<strong>da</strong> ao<br />

desenvolvimento de novos casos de segurança (Kelly & McDermid, 1996).<br />

2) Segurança em Projeto: os <strong>projetos</strong> de segurança <strong>na</strong> construção implicam a consideração<br />

<strong>da</strong> segurança dos trabalhadores já <strong>na</strong> fase de elaboração do projeto (a conceção de <strong>projetos</strong><br />

é vista como um fator de contribuição para a ocorrência de acidentes no estaleiro de<br />

construção), o qual deve elimi<strong>na</strong>r ou evitar perigos antes <strong>da</strong> sua exposição como local de<br />

trabalho. As principais mu<strong>da</strong>nças necessárias para a implementação do conceito de<br />

segurança <strong>na</strong> fase de projeto estão descritas <strong>na</strong> tabela 12. Também foi possível saber,<br />

através de entrevistas a arquitetos e engenheiros, que muitos profissio<strong>na</strong>is de design estão<br />

interessados e dispostos a implementar o conceito <strong>da</strong> segurança em projeto e entre os<br />

obstáculos de implementação ape<strong>na</strong>s se destacam: (i) o custo do projeto, (ii) o cronograma<br />

e (iii) as limitações de criativi<strong>da</strong>de (Gambatese et al., 2005).<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 12 – Conceitos de Segurança <strong>na</strong> Fase de Projeto de Gambatese<br />

1 Mu<strong>da</strong>nça de mentali<strong>da</strong>de em direção à segurança de projeto<br />

2 Estabelecimento de <strong>uma</strong> força motivacio<strong>na</strong>l para promover a conceção de segurança<br />

3 Aumentar o conhecimento do conceito nos criadores<br />

4 Incorporar conhecimento de segurança <strong>na</strong> construção <strong>na</strong> fase de projeto<br />

5 Utilizar designers com conhecimento em modificações de design para a segurança<br />

6 Utilizar ferramentas de segurança e orientações disponíveis para uso e referência no projeto<br />

7 Mitigar a exposição e responsabili<strong>da</strong>de do designer<br />

3) Segurança em Construção: em Hong Kong os resultados indicam que os descuidos dos<br />

trabalhadores e a falta de conhecimentos de segurança são as principais causas de acidentes<br />

bem como, a escassez de comunicação, gestão e falha de inspeções. O conceito de<br />

segurança e o reconhecimento dos comportamentos de segurança são os dois principais<br />

fatores de motivação dos trabalhadores para a segurança. Por sua vez, a principal<br />

motivação <strong>da</strong>s empresas para implementar medi<strong>da</strong>s de segurança é a oportuni<strong>da</strong>de de<br />

participar em concursos de construção de obras (os custos <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de segurança<br />

correspondem a cerca de 0,011% do total do contrato) (Yi-man, 2006).<br />

A melhoria <strong>da</strong>s condições de segurança e saúde no trabalho <strong>da</strong>s empresas de construção<br />

pode fun<strong>da</strong>mentar-se <strong>na</strong> noção de “processo” de gestão assente em três ideias: (i)<br />

dinâmica; (ii) processos organizacio<strong>na</strong>is; (iii) testes de aplicabili<strong>da</strong>de. E, o sucesso dessa<br />

20 Estado <strong>da</strong> arte


noção baseia-se <strong>na</strong> aprendizagem organizacio<strong>na</strong>l, que é dialógica e media<strong>da</strong> pela utilização<br />

de sistemas semióticos (linguagem, ferramentas técnicas e de gestão). Um estudo de caso<br />

de segurança no trabalho em estaleiros de construção mostra que é difícil “controlar” os<br />

riscos no trabalho pois, os <strong>projetos</strong> foram criados no quadro do processo, do “projeto de<br />

execução”. O risco é mais fácil de elimi<strong>na</strong>r quando os atores do processo projetam e<br />

redesenham coletivamente a sua ativi<strong>da</strong>de, desde a primeira fase do projeto de construção<br />

até à sua conclusão. Uma maneira adicio<strong>na</strong>l de melhorar a segurança consiste em estender<br />

no tempo o cronograma <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de coletiva em apreciação, superando a tradicio<strong>na</strong>l<br />

separação entre o “planeamento do projeto” e a “execução”. (Lorino, 2007).<br />

A essência do trabalho de construção no local mu<strong>da</strong> drasticamente sempre que um novo<br />

projeto é iniciado. As partes envolvi<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> projeto tendem a diferir <strong>da</strong>s que<br />

elaboraram o projeto prévio e os trabalhadores estão num projeto por diferentes períodos<br />

de tempo ou seja, alguns trabalhadores estão num projeto por ape<strong>na</strong>s alguns dias antes de<br />

serem imputados a outro projeto. Como tal, a <strong>na</strong>tureza do trabalho de construção é feita de<br />

mu<strong>da</strong>nças as quais requerem ajustes contínuos e a incapaci<strong>da</strong>de de estabelecer <strong>uma</strong><br />

a<strong>da</strong>ptação às novas condições pode facilmente conduzir a acidentes e lesões (Hinze, 2008).<br />

O desenvolvimento de um programa intuitivo acerca do erro h<strong>uma</strong>no, ferramenta de<br />

classificação <strong>da</strong> segurança <strong>na</strong> construção propõe <strong>uma</strong> nova análise do erro educacio<strong>na</strong>l,<br />

pela educação dos trabalhadores e gestores <strong>da</strong>s operações de campo <strong>na</strong> identificação <strong>da</strong>s<br />

causas do erro h<strong>uma</strong>no e <strong>na</strong>s técnicas de mitigação do mesmo (Garrett & Teizer, 2009).<br />

4) Novos Conceitos: os princípios lean visam reduzir os elementos dos processos de<br />

trabalho, e salvaguar<strong>da</strong>r os trabalhadores <strong>da</strong> construção de riscos ocupacio<strong>na</strong>is que<br />

contribuam para a diminuição dos acidentes de trabalho (desperdício sem valor<br />

acrescentado). A segurança é a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong> pela avaliação de desempenho, do planeamento de<br />

segurança e <strong>da</strong> previsão de níveis de risco. Os conceitos lean estendidos ao planeamento <strong>da</strong><br />

segurança <strong>na</strong> construção, tais como, o método last planner permitem integrar o<br />

planeamento <strong>da</strong> segurança <strong>na</strong> construção através do controlo de quatro funções essenciais<br />

como se observa <strong>na</strong> tabela 13 (Ghosh & Young-Corbett, 2009).<br />

Tabela 13 – Funções de Integração <strong>da</strong> Segurança <strong>na</strong> Construção de Ghosh<br />

N.º Descrição<br />

1 Antecipação de recursos de segurança necessários ao controlo dos riscos<br />

2 Identificação e controlo de riscos origi<strong>na</strong>dos <strong>na</strong>s decisões de planeamento<br />

3 Avaliação do desempenho <strong>da</strong> segurança (com base em indicadores pró-ativos e reativos)<br />

4 Trabalhadores que permitem a identificação de riscos e apresentam sugestões para os controlar<br />

O desenvolvimento e implementação de aplicações de segurança sob a égide do paradigma<br />

<strong>da</strong> construção lean, podem ser classifica<strong>da</strong>s em duas grandes categorias: (i) relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s<br />

com a melhoria dos processos de segurança e (ii) relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s com o detalhe do nível<br />

Domingues, Maria 21


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

operacio<strong>na</strong>l. É conhecido que os princípios lean reduzem a taxa de acidentes no entanto,<br />

não há nenh<strong>uma</strong> evidência empírica dessa hipotética relação no sector <strong>da</strong> construção. A<br />

análise do impacto potencial <strong>da</strong> melhoria contínua (conceito lean, usado <strong>na</strong> segurança)<br />

mostrou que a presença de programas desse tipo é associa<strong>da</strong> a menores taxas de incidência<br />

de lesões. Assim, os resultados <strong>da</strong> pesquisa poderão contribuir para a melhor compreensão<br />

<strong>da</strong> aplicabili<strong>da</strong>de e potenciais benefícios <strong>da</strong> lean production no setor <strong>da</strong> construção, em<br />

termos, de segurança e saúde dos trabalhadores (Nahmens & Ik<strong>uma</strong>, 2009).<br />

5) Paradigmas de Prevenção: os elementos mais eficazes de um programa de segurança<br />

são: o suporte <strong>da</strong> gestão de topo no compromisso e <strong>na</strong> seleção de subcontratados e a gestão<br />

estratégica, e os fatores menos eficazes são os registos, análises de acidentes e o<br />

planeamento <strong>da</strong> resposta a emergências. Assim, determi<strong>na</strong>r a eficácia relativa dos<br />

componentes de um programa de segurança, quantificando a sua capaci<strong>da</strong>de individual<br />

para mitigar os riscos <strong>da</strong> saúde e segurança <strong>na</strong> construção é crucial, a fim de determi<strong>na</strong>r a<br />

eficácia dos elementos individuais do programa de segurança e se foram realiza<strong>da</strong>s as<br />

ativi<strong>da</strong>des do programa de investigação: i) a criação de um sistema de classificação de<br />

riscos de segurança usando <strong>uma</strong> agregação de literatura relevante; ii) a identificação <strong>na</strong><br />

literatura de elementos programa de segurança eficazes; iii) a quantificação <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de<br />

de ca<strong>da</strong> elemento do programa de segurança para mitigar <strong>uma</strong> parcela de ca<strong>da</strong> <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s<br />

classes de risco (Hallowell & Gambatese, 2009).<br />

Também, e para os estaleiros de construção, o modelo de estudo <strong>da</strong>s causas dos acidentes<br />

de trabalho deve ser baseado <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> <strong>da</strong> engenharia dos sistemas cognitivos (ESC)<br />

em que a segurança é <strong>uma</strong> proprie<strong>da</strong>de que emerge do sistema de produção, dos processos<br />

de trabalho utilizados pela equipa, que podem gerar situações problemáticas <strong>aos</strong><br />

trabalhadores (as exigências <strong>da</strong> tarefa), decisivas <strong>na</strong> afetação do seu desempenho. Na<br />

<strong>perspetiva</strong> cognitiva os erros são um sintoma <strong>da</strong> existência de <strong>uma</strong> dificul<strong>da</strong>de concreta no<br />

sistema de trabalho e não <strong>uma</strong> simples falha h<strong>uma</strong><strong>na</strong> pelo que, a análise <strong>da</strong>s conexões entre<br />

os comportamentos dos profissio<strong>na</strong>is e a gestão dos recursos (ferramentas, pessoas, tarefas<br />

e ambiente operacio<strong>na</strong>l) é fun<strong>da</strong>mental. Identificam-se <strong>na</strong> tabela 14, três paradigmas de<br />

evolução <strong>da</strong> investigação <strong>da</strong> segurança ocupacio<strong>na</strong>l (Mitropoulos & Cupido, 2009).<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 14 – Paradigmas <strong>da</strong> Segurança Ocupacio<strong>na</strong>l<br />

1 O primeiro centra-se em teorias normativas que prescrevem a maneira como os trabalhadores devem agir, isto<br />

é, os esforços para prevenir os acidentes de trabalho devem-se focar nos procedimentos a adotar e <strong>na</strong>s regras<br />

de conduta segura que estabelecem a possibili<strong>da</strong>de de pessoal competente, pela motivação e pela punição<br />

2 O segundo paradigma emergiu dos estudos de acidentes trabalho e centra-se nos erros de desvios à norma,<br />

"modo conforme" de trabalhar, e inclui estudos de erro para que <strong>uma</strong> vez determi<strong>na</strong><strong>da</strong> a causa do mesmo, seja<br />

possível removê-la<br />

3 O terceiro paradigma é baseado <strong>na</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> <strong>da</strong> engenharia dos sistemas cognitivos, que em termos de gestão<br />

de riscos estão relacio<strong>na</strong>dos com as características dos sistemas de trabalho que influenciam as decisões, os<br />

comportamentos, assim como a possibili<strong>da</strong>de de erros e falhas<br />

22 Estado <strong>da</strong> arte


Os princípios do modelo <strong>da</strong> ESC podem ser benéficos para a área <strong>da</strong> construção apesar de<br />

a maioria <strong>da</strong>s suas aplicações ser <strong>na</strong> gestão dos sistemas de segurança de ativi<strong>da</strong>des de<br />

risco elevado ou muito complexas como as <strong>da</strong> aviação, saúde, centrais nucleares e<br />

indústrias químicas.<br />

6) Construção Sustentável: a <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> atual para a saúde e segurança <strong>na</strong> construção<br />

subestima o papel <strong>da</strong>s práticas de produção e concentra-se principalmente <strong>na</strong> formulação<br />

de diretrizes gerais e de melhores políticas. A formulação de um modelo conceptual,<br />

possibilitou a integração <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> SST, sob o prisma <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e a<br />

apresentação de um quadro empírico para avaliar SST dos trabalhadores, relacio<strong>na</strong>do com<br />

as térmicas de conforto e os parâmetros ambientais, <strong>na</strong>s estimativas de produtivi<strong>da</strong>de<br />

(operações de cofragem). A implementação do quadro empírico permitiu obter previsões<br />

no planeamento <strong>da</strong>s operações de construção. A<strong>na</strong>lisando as variações de produtivi<strong>da</strong>de em<br />

comparação com estimativas de base, o efeito do desempenho seguro é quantificado e a<br />

variação <strong>na</strong> produtivi<strong>da</strong>de também pode ser avalia<strong>da</strong>. (Pa<strong>na</strong>s & Pantouvakis, 2010).<br />

Uma <strong>da</strong>s bases para <strong>uma</strong> gestão de sucesso <strong>da</strong> segurança no trabalho, é a identificação dos<br />

perigos/riscos no local de trabalho no entanto, ain<strong>da</strong> subsistem muitas barreiras de<br />

conhecimento, de informação, de processo e de procedimentos. Muitos profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong><br />

construção ain<strong>da</strong> veem os seus <strong>projetos</strong> ape<strong>na</strong>s como requisitos onerosos e por vezes<br />

negligenciam a sua ver<strong>da</strong>deira aplicação. Além dos empreiteiros, também os projetistas,<br />

arquitetos e engenheiros têm <strong>uma</strong> intervenção significativa <strong>na</strong> <strong>prevenção</strong> dos riscos dos<br />

trabalhadores <strong>da</strong> construção por isso, é tão importante a explicitação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de<br />

<strong>prevenção</strong> durante a conceção ou elaboração do projeto. (Gangolells et al., 2010).<br />

Também deve ser tido em conta, que as formações e treinos mais longos nos estaleiros de<br />

construção estão associados a menores taxas de acidentes (Hare & Cameron, 2011).<br />

No mesmo sentido, a utilização de <strong>uma</strong> gateway, pontos de decisão, que permitem a<br />

flexibili<strong>da</strong>de e a integração precoce <strong>da</strong> segurança e saúde no trabalho ao nível estratégico é<br />

determi<strong>na</strong>nte, apesar de ain<strong>da</strong> ser necessário a utilização de ferramentas de gestão<br />

integra<strong>da</strong>s tais como o planeamento detalhado (Hare & Cameron, 2012).<br />

7) Importância <strong>da</strong> Comunicação: no sentido de demonstrar como o risco pode ser gerido<br />

nos locais de trabalho de elevado risco, em especial <strong>na</strong> construção, a<strong>na</strong>lisaram-se falhas de<br />

comunicação e a sua importância para a segurança. A existência de ideais de comunicação<br />

diversos, o foco <strong>da</strong> comunicação organizacio<strong>na</strong>l como algo diferente <strong>da</strong> comunicação em<br />

geral, bem como, o objetivo de proporcio<strong>na</strong>r melhores práticas deve limitar as<br />

possibili<strong>da</strong>des de encontrar formas mais complexas e produtivas de exami<strong>na</strong>r e<br />

compreender a segurança <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> <strong>da</strong> comunicação (Rasmussen & Lundell, 2012).<br />

Domingues, Maria 23


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

2.3.4 Modelos de Projetos Complexos<br />

1) Estrutura A<strong>na</strong>lítica de Projetos: como os <strong>projetos</strong> se têm tor<strong>na</strong>do mais <strong>complexos</strong>, a sua<br />

gestão eficaz também é proporcio<strong>na</strong>lmente mais exigente. Assim, com base <strong>na</strong> estrutura<br />

a<strong>na</strong>lítica de <strong>projetos</strong> (WBS) e <strong>na</strong> sua relação com os fatores de sucesso concluiu-se que, as<br />

consequências <strong>da</strong>s decisões, a comunicação e a coorde<strong>na</strong>ção, superam os resultados de<br />

quão bem um papel técnico específico é realizado e, quanto mais apertado é o cronograma,<br />

maior é essa evidência. As competências exigi<strong>da</strong>s são diferentes <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong>des técnicas<br />

de engenharia, de design, ou de construção. De facto, num projeto grande e complexo,<br />

existem aspetos fora do âmbito <strong>da</strong>s áreas técnicas que têm de ser bem geridos, para que os<br />

seus objetivos sejam cumpridos. A grande ênfase deve ser coloca<strong>da</strong> <strong>na</strong> equipa de gestão de<br />

<strong>projetos</strong>, apoia<strong>da</strong> em recursos amplos e especializados (Wideman, 1990).<br />

2) Classificação de Projetos de Santa<strong>na</strong>: o modelo de classificação dos <strong>projetos</strong> de<br />

construção de reparte-os por três categorias: singulares, <strong>complexos</strong> e normais de acordo<br />

com a tabela 15 (Santa<strong>na</strong>, 1990).<br />

Tabela 15 – Classificação de Projetos de Santa<strong>na</strong><br />

Projetos Descrição<br />

Construção Incluem <strong>projetos</strong> tais como, a construção de edifícios, estra<strong>da</strong>s e terrapla<strong>na</strong>gens, em que o seu<br />

Normal completo planeamento pode ser executado antes do início dos trabalhos<br />

Complexos Os <strong>projetos</strong> industriais são classificados como <strong>complexos</strong>, não são únicos nem singulares e os<br />

seus problemas são mais conhecidos. Nesta categoria incluem-se também to<strong>da</strong>s as obras públicas<br />

e de desenvolvimento urbano<br />

Singulares Os <strong>projetos</strong> singulares são únicos e requerem longos períodos de planeamento e execução, são<br />

exemplo os <strong>projetos</strong> desenvolvidos pelos governos e que exigem investimentos avultados e<br />

sistemas de gestão exigentes<br />

3) Matriz de Métodos e Objetivos: <strong>uma</strong> forma de avaliar a complexi<strong>da</strong>de potencial de um<br />

projeto é a matriz de métodos e objetivos. A matriz classifica os <strong>projetos</strong> através de dois<br />

parâmetros: i) quão bem definidos são os objetivos e ii) quão bem definidos são os<br />

métodos para atingir os objetivos, conforme descrito <strong>na</strong> tabela 16 (Turner & Cochrane,<br />

1993).<br />

Tabela 16 – Matriz de Métodos e Objetivos<br />

Projetos Descrição<br />

Tipo 1 Bem definidos e compreendidos, o papel do gestor é o de um condutor. Exemplo <strong>projetos</strong> de<br />

engenharia e construção.<br />

Tipo 2 Bem definidos quanto <strong>aos</strong> objetivos, mas mal defini<strong>da</strong>s as suas ativi<strong>da</strong>des. O planeamento é<br />

evolutivo, tem que ser feito por fases à medi<strong>da</strong> que a informação vai ficando disponível. O papel<br />

do gestor é o de um trei<strong>na</strong>dor. Exemplo <strong>projetos</strong> de desenvolvimento de produtos.<br />

Tipo 3 Mal definidos quanto <strong>aos</strong> objetivos, mas bem definidos quanto <strong>aos</strong> métodos. São planeados por<br />

fases de ciclo de vi<strong>da</strong> e o papel do gestor é o de um artesão. Exemplo <strong>projetos</strong> de<br />

desenvolvimento de aplicações de software.<br />

Tipo 4 Mal definidos em objetivos e métodos para os atingir. Exemplo <strong>projetos</strong> investigação e<br />

desenvolvimento.<br />

24 Estado <strong>da</strong> arte


4) Matriz de Certezas e Acordos: o conceito de complexi<strong>da</strong>de pode ser a<strong>na</strong>lisado sob duas<br />

dimensões: o grau de certeza e o nível de concordância através <strong>da</strong> matriz de certezas e<br />

acordos, conforme descrito <strong>na</strong> tabela 17 (Stacey, 1996).<br />

Zo<strong>na</strong>s Descrição<br />

Próximas do<br />

acordo e <strong>da</strong><br />

certeza<br />

Longe do<br />

acordo e<br />

próximas <strong>da</strong><br />

certeza<br />

Próximas do<br />

acordo e longe<br />

de certeza<br />

Longe do<br />

acordo e <strong>da</strong><br />

certeza<br />

Tabela 17 – Matriz de Certezas e Acordos<br />

Existem nos <strong>projetos</strong> ditos “simples” onde há <strong>uma</strong> toma<strong>da</strong> de decisão racio<strong>na</strong>l. Todos os<br />

envolvidos no projeto concor<strong>da</strong>m sobre o que é necessário fazer. A <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> tradicio<strong>na</strong>l <strong>da</strong><br />

gestão funcio<strong>na</strong> pois, o objetivo é identificar o processo de gestão onde a eficiência e eficácia<br />

sejam maximiza<strong>da</strong>s.<br />

Embora possa haver acordo sobre o modo como os resultados são obtidos, pode haver<br />

divergência quanto ao nível de resultados desejáveis o que conduz a jogos políticos <strong>na</strong>s<br />

organizações (formação de coligações, negociação e compromissos).<br />

O objetivo fi<strong>na</strong>l é acor<strong>da</strong>do, mas não há certezas quanto ao modo de lá chegar. As abor<strong>da</strong>gens<br />

tradicio<strong>na</strong>is de gestão podem não funcio<strong>na</strong>r por não existir um plano pré-determi<strong>na</strong>do.<br />

É a a<strong>na</strong>rquia total, não há concordância em relação <strong>aos</strong> planos e há também um elevado nível de<br />

incerteza. Os métodos tradicio<strong>na</strong>is de gestão de <strong>projetos</strong> não se aplicam a estes casos.<br />

5) Interligação e Interdependência: os sistemas <strong>complexos</strong> baseiam-se em dois parâmetros:<br />

interligação e interdependência <strong>da</strong>s partes distintas. Por sua vez, os <strong>projetos</strong> têm<br />

características essenciais que determi<strong>na</strong>m as ações adequa<strong>da</strong>s para os gerir com sucesso. A<br />

complexi<strong>da</strong>de do projeto: organizacio<strong>na</strong>l, tecnológica, informacio<strong>na</strong>l, etc., é <strong>uma</strong> dimensão<br />

do mesmo pelo que deve ser interpreta<strong>da</strong> e medi<strong>da</strong> em termos de diferenciação ou número<br />

de elementos e interdependência. O corolário para a complexi<strong>da</strong>de do projeto é a<br />

integração pela comunicação, coorde<strong>na</strong>ção e controlo (Baccarini, 1996).<br />

6) Cooperação entre Organizações: muitos dos problemas de desempenho <strong>da</strong> indústria<br />

resultam de <strong>uma</strong> i<strong>na</strong>dequa<strong>da</strong> cooperação inter-organizacio<strong>na</strong>l. Nos <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>, os<br />

problemas e soluções <strong>da</strong> indústria <strong>da</strong> construção devem ser a<strong>na</strong>lisados à luz de relações de<br />

proximi<strong>da</strong>de com os clientes. Tomando como exemplo um projeto de construção de um<br />

campo petrolífero offshore, de elevado valor e de eleva<strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de é a<strong>na</strong>lisado o uso<br />

<strong>da</strong>s “parcerias” como <strong>uma</strong> ferramenta de estímulo de ganhos de desempenho de inovação<br />

em projeto (Barlow, 2000).<br />

7) Efeito <strong>da</strong> Incerteza: em “modelando <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>” a visão de complexi<strong>da</strong>de dos<br />

<strong>projetos</strong> é estendi<strong>da</strong> para além dos dois componentes já conhecidos (número de elementos<br />

e a interdependência dos mesmos) e introduz um terceiro que é a incerteza. Uma vez que a<br />

incerteza aumenta a complexi<strong>da</strong>de do projeto, logo a mesma, pode ser vista como <strong>uma</strong><br />

componente <strong>da</strong> dimensão de complexi<strong>da</strong>de. A complexi<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong> entendi<strong>da</strong> como<br />

a relação entre a complexi<strong>da</strong>de do produto e do projeto, e a duração do projeto, é ca<strong>da</strong> vez<br />

maior e é causa de falhas dos mesmos. A complexi<strong>da</strong>de do projeto global pode ser<br />

Domingues, Maria 25


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

carateriza<strong>da</strong> por dimensões e sub-dimensões que conduzem a um sistema complexo, no<br />

qual o todo é maior do que a soma <strong>da</strong>s partes (Williams, 2001).<br />

8) Processos Evolutivos: os <strong>projetos</strong> de engenharia <strong>complexos</strong> devem ser geridos como<br />

processos evolutivos (um aspeto essencial <strong>da</strong> inovação quando são criados sistemas<br />

<strong>complexos</strong> com funções e tarefas complexas) que admitem melhoria contínua rápi<strong>da</strong><br />

através de transformações iterativas e incrementais realiza<strong>da</strong>s em paralelo i.e. liga<strong>da</strong>s a<br />

diversos pequenos subsistemas de vários tamanhos e relações (Yanner Bar-Yam, 2003).<br />

9) Abor<strong>da</strong>gem Social: a <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> social à complexi<strong>da</strong>de está profun<strong>da</strong>mente enraiza<strong>da</strong><br />

no ambiente social e enfatiza que o falar e ouvir os outros é o meio de resolução de<br />

problemas difíceis, sendo a mesma classifica<strong>da</strong> de três formas: dinâmica, geradora e social<br />

tal como apresentado <strong>na</strong> tabela 18. A principal base de estudo é a mu<strong>da</strong>nça, com ênfase <strong>na</strong><br />

resolução de conflitos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Contudo, esta <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> nem sempre funcio<strong>na</strong>, o<br />

foco nos aspetos <strong>da</strong> aprendizagem colaborativa e <strong>na</strong> escuta deixa em aberto alg<strong>uma</strong>s<br />

questões, sem resposta, sobre a complexi<strong>da</strong>de estrutural e tecnológica (Kahane, 2004).<br />

Tabela 18 – Modelo de Complexi<strong>da</strong>de de Kahane<br />

Complexi<strong>da</strong>de Descrição<br />

Dinâmica A relação causa-efeito não é percetível e os <strong>projetos</strong> desenvolvem-se de forma imprevisível e<br />

desconheci<strong>da</strong>. Além disso, as pessoas envolvi<strong>da</strong>s no problema têm visões muito diferentes entre<br />

si.<br />

Geradora Caracteriza-se por <strong>uma</strong> situação em que não se pode determi<strong>na</strong>r a solução antecipa<strong>da</strong>mente com<br />

base <strong>na</strong> experiencia passa<strong>da</strong> ou seja, o futuro é desconhecido e indetermi<strong>na</strong>do<br />

Social As pessoas envolvi<strong>da</strong>s devem participar <strong>na</strong> criação e implementação <strong>da</strong> solução pois têm<br />

<strong>perspetiva</strong>s e interesses diversos.<br />

10) Narrativas: a comparação dos modelos de gestão de Weick e Snowden como formas de<br />

resposta à complexi<strong>da</strong>de conclui que as diferenças de estilo não são <strong>uma</strong> questão irrisória.<br />

As <strong>na</strong>rrativas são úteis para o estudo <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de, pois não existem hipóteses <strong>na</strong><br />

pesquisa complexi<strong>da</strong>de, mas sim, análises históricas, técnicas e simulação de processos ao<br />

longo do tempo, que origi<strong>na</strong>m resultados inesperados. A mesma, como força intelectual,<br />

ain<strong>da</strong> está n<strong>uma</strong> “fase de compreensão” e o seu maior objetivo é responder à pergunta:<br />

Quais são as consequências de gestão do mundo do ponto de vista dissipativo, a<strong>da</strong>ptativo,<br />

e, mais importante, como um sistema não-linear? (Browning & Boudès, 2005).<br />

11) Interação Colaborativa: o conceito de complexi<strong>da</strong>de também aporta insights (ideias)<br />

acerca de alguns aspetos dos <strong>projetos</strong> de construção tais como, o seu arranjo social que<br />

necessita de outras formas de liderança, intervenção e colaboração pelo que se devem ser<br />

adotados conceitos alter<strong>na</strong>tivos e habili<strong>da</strong>des de maior interação colaborativa entre as<br />

partes que participam nesse ambiente social (Cicmil & Marshall, 2005).<br />

26 Estado <strong>da</strong> arte


12) Conetivi<strong>da</strong>de de Ativi<strong>da</strong>des: há fatores como o número de ativi<strong>da</strong>des, o nível de<br />

pormenor e a configuração <strong>da</strong> rede do projeto que contribuem para a sua complexi<strong>da</strong>de.<br />

Assim, a conectivi<strong>da</strong>de de ativi<strong>da</strong>des é <strong>uma</strong> medi<strong>da</strong> que avalia a complexi<strong>da</strong>de dos<br />

cronogramas de <strong>projetos</strong>. Ao contrário de medi<strong>da</strong>s de complexi<strong>da</strong>de semelhantes, a medi<strong>da</strong><br />

proposta não considera os relacio<strong>na</strong>mentos redun<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> programação do projeto. A<br />

medi<strong>da</strong> é expressa em percentagem e, portanto, tem a vantagem de ser compreendi<strong>da</strong><br />

intuitivamente por gestores de projeto, considera o grau de inter-relações entre as<br />

ativi<strong>da</strong>des do cronograma do projeto e foi implementa<strong>da</strong> n<strong>uma</strong> ferramenta informatiza<strong>da</strong><br />

para aju<strong>da</strong>r os gestores a avaliar a complexi<strong>da</strong>de de seus <strong>projetos</strong> (Nassar & Hegab, 2006).<br />

Tabela 19 – Quadro Cynefin<br />

Contexto Descrição<br />

Simples Caracterizado por estabili<strong>da</strong>de e relações de causa e efeito, claras. A resposta certa é quase que<br />

autoevidente. O líder deve avaliar os factos <strong>da</strong> situação para em segui<strong>da</strong> os categorizar e reagir<br />

adequa<strong>da</strong>mente.<br />

Complicado A relação de causa e efeito existe mas não é aparente. A resposta não é evidente, o diagnóstico<br />

deve ser feito por especialistas. O líder deve sentir, a<strong>na</strong>lisar e responder.<br />

Complexo Não há respostas certas, a relação causa-efeito também não é percetível. As ideias são<br />

concorrentes e imprevisíveis. O líder deve provar, sentir e responder. Neste contexto deve<br />

promover o nível de interação e comunicação.<br />

Caótico A busca de respostas certas é inútil. As relações entre causa e efeito são impossíveis de<br />

determi<strong>na</strong>r, pois mu<strong>da</strong>m constantemente e não há padrões de gestão. O líder deve agir primeiro<br />

para estabelecer sentido de ordem, onde esteja presente a instabili<strong>da</strong>de, e em segui<strong>da</strong>, trabalhar<br />

para transformar a situação caótica em complexa.<br />

Desorde<strong>na</strong>do Aplica-se quando não é claro qual dos outros quatro contextos é predomi<strong>na</strong>nte. O líder pode<br />

tomar decisões e intervir de forma contextualmente apropria<strong>da</strong>.<br />

13) Quadro Cynefin de Toma<strong>da</strong> de Decisão: é um modelo de toma<strong>da</strong> de decisão para<br />

líderes e <strong>uma</strong> nova <strong>perspetiva</strong> basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> ciência <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de que estabelece nesse<br />

quadro Cynefin, (vocábulo galês que traduz um ambiente com fatores múltiplos e que<br />

influencia a experiência de modo nem sempre entendido), a classificação dos problemas de<br />

gestão em cinco contextos, conforme descrito <strong>na</strong> tabela 19 (Snowden & Boone, 2007).<br />

Tabela 20 – Modelo de Complexi<strong>da</strong>de de Remington-Pollack<br />

Contexto Descrição<br />

Estrutural Decorre de <strong>projetos</strong> de grande escala que normalmente é diferencia<strong>da</strong> em tarefas peque<strong>na</strong>s e<br />

contratos distintos. Por exemplo, <strong>projetos</strong> <strong>na</strong> área de engenharia, construção, informática e<br />

setores de defesa.<br />

Técnica Encontra-se em <strong>projetos</strong> que têm como características de design ou técnicas, aspetos que são<br />

desconhecidos ou não julgados. A complexi<strong>da</strong>de surge devido à incerteza sobre o resultado <strong>da</strong>s<br />

soluções de design interdependentes. Normalmente, design, arquitetura industrial e <strong>projetos</strong> de<br />

investigação e desenvolvimento apresentam este tipo de complexi<strong>da</strong>de.<br />

Direcio<strong>na</strong>l Caracteriza<strong>da</strong> por <strong>projetos</strong> onde a direção do projeto não foi incluí<strong>da</strong> ou acor<strong>da</strong><strong>da</strong>, é<br />

frequentemente encontra<strong>da</strong> em <strong>projetos</strong> de mu<strong>da</strong>nça, quando é evidente que algo deve ser feito<br />

para melhorar <strong>uma</strong> situação problemática, mas não é claro o que esse “algo” deve ser.<br />

Temporal Resulta em <strong>projetos</strong> onde há um elevado nível de incerteza sobre futuras restrições e pode<br />

desestabilizar completamente o projeto. Alterações legislativas inespera<strong>da</strong>s, mu<strong>da</strong>nças rápi<strong>da</strong>s de<br />

tecnologia tor<strong>na</strong>m o projeto temporalmente complexo.<br />

Domingues, Maria 27


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

14) Categorização <strong>da</strong> Complexi<strong>da</strong>de: entre as mais recentes “ferramentas” de<br />

categorização de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> encontra-se o modelo que classifica os <strong>projetos</strong> em<br />

quatro tipos de complexi<strong>da</strong>de como consta <strong>da</strong> tabela 20. Uma clara distinção do tipo de<br />

complexi<strong>da</strong>de do projeto aju<strong>da</strong> a escolher o instrumento adequado para o gerir (Remington<br />

& Pollack, 2007).<br />

15) Grau de Complexi<strong>da</strong>de: alguns elementos de complexi<strong>da</strong>de podem ser abor<strong>da</strong>dos<br />

através de sistemas de gestão de risco, no entanto, é útil estabelecer o grau de<br />

complexi<strong>da</strong>de que deve ser abor<strong>da</strong>do durante a implementação de qualquer projeto.<br />

Projetos muito <strong>complexos</strong> exigem <strong>uma</strong> atenção especial durante o planeamento para<br />

antecipar a <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> a adotar e os resultados. A gestão de riscos falha como<br />

consequência <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de porque se concentra ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong>s informações acerca do grau<br />

de dificul<strong>da</strong>de em implementar um projeto (Ireland, 2007).<br />

16) Preparação dos Gestores de Projeto: o interesse <strong>na</strong> gestão de <strong>projetos</strong> está a crescer<br />

significativamente apesar de as falhas continuarem a acontecer. Ao mesmo tempo, a<br />

complexi<strong>da</strong>de, c<strong>aos</strong> e incerteza dos <strong>projetos</strong> e dos seus ambientes está a ter reconhecimento<br />

quer <strong>na</strong> pesquisa, quer <strong>na</strong> prática. A revisão bibliográfica e os programas de formação<br />

demonstram que o foco se centra <strong>na</strong> padronização e <strong>na</strong> preparação profissio<strong>na</strong>l dos<br />

gestores de projeto por isso, é importante tomar a sério a complexi<strong>da</strong>de dos requisitos para<br />

o desenvolvimento profissio<strong>na</strong>l dos gestores de projeto (Thomas & Mengel, 2008).<br />

Tabela 21 – Dimensões de Complexi<strong>da</strong>de de Hass<br />

N.º Descrição<br />

1 Tempo do projeto<br />

2 Valor do projeto<br />

3 Tamanho <strong>da</strong> equipa e composição<br />

4 Programação e urgência do projeto<br />

5 Flexibili<strong>da</strong>de de custo e propósito<br />

6 Clareza do problema e solução<br />

7 Estabili<strong>da</strong>de dos requisitos<br />

8 Importância estratégica<br />

9 Influência dos interessados<br />

10 Nível de mu<strong>da</strong>nça organizacio<strong>na</strong>l e comercial<br />

11 Restrições exter<strong>na</strong>s e dependências<br />

12 Sensibili<strong>da</strong>de política e tecnológica, não comprova<strong>da</strong>s<br />

17) Dimensões de Complexi<strong>da</strong>de: um outro modelo de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> fun<strong>da</strong>menta-se<br />

n<strong>uma</strong> série de dimensões de complexi<strong>da</strong>de a serem toma<strong>da</strong>s em linha de conta como se<br />

pode ver <strong>na</strong> tabela 21. E, a utilização de um modelo eficaz para diagnosticar o nível de<br />

28 Estado <strong>da</strong> arte


complexi<strong>da</strong>de de um projeto específico e a toma<strong>da</strong> de decisões de gestão adequa<strong>da</strong>s, vai<br />

aumentar muito as respetivas possibili<strong>da</strong>des de sucesso (Hass, 2008).<br />

18) Mega<strong>projetos</strong>: os mega<strong>projetos</strong> têm sido descritos como aqueles que em termos<br />

monetários envolvem milhares de milhões, apresentam dimensões de eleva<strong>da</strong> envergadura,<br />

são geralmente públicos, executados por empresas priva<strong>da</strong>s, e são caracterizados como<br />

incertos, <strong>complexos</strong>, politicamente sensíveis e têm um grande número de parceiros. Como<br />

consequência dessas características, a sua gestão é caracteriza<strong>da</strong> pelo conflito, incerteza, e<br />

escassa cooperação dos parceiros. As múltiplas racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des e culturas dos mega<strong>projetos</strong>,<br />

em vez de terem <strong>uma</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de singular, partilha<strong>da</strong> por <strong>uma</strong> única cultura integrativa,<br />

surgem ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> forma de interesses pessoais (van Marrewijk et al., 2008).<br />

19) Fontes de Complexi<strong>da</strong>de: a complexi<strong>da</strong>de <strong>na</strong> gestão de <strong>projetos</strong> não se resume a<br />

classificá-los em <strong>complexos</strong> ou não <strong>complexos</strong>. É imperativo compreender as diversas<br />

fontes de complexi<strong>da</strong>de e como elas têm impacto no projeto por isso, o conhecimento dos<br />

projeto <strong>complexos</strong> e o quadro teórico de modelos são importantes para perceber que não há<br />

distinção entre complexo, grande, ou <strong>projetos</strong> complicados tal como apontam as diferentes<br />

fontes de complexi<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong>, apresenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> tabela 22 (Ameen & Jacob, 2009).<br />

Tabela 22 – Fontes de Complexi<strong>da</strong>de de Ameen-Jacob<br />

Variáveis Descrição<br />

Número de pessoas envolvi<strong>da</strong>s no projeto Elevado número de entregas<br />

Problemas que afetam os objetivos Dependência de entregas e falta de experiência prévia<br />

Contrato i<strong>na</strong>dequado para o tipo de projeto Método para alcançar as metas do projeto<br />

Pressões operacio<strong>na</strong>is Problemas resourcing<br />

Diferentes partes <strong>na</strong> disputa de atenção Não planeamento pró-ativo - ausência de visão de futuro<br />

Demasia<strong>da</strong> interferência do cliente Desafio para li<strong>da</strong>r com o cliente<br />

Alterações <strong>na</strong>s políticas do Governo Governo instável em <strong>projetos</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

Gestão de diferentes agen<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s pessoas envolvi<strong>da</strong>s Nível de interdependências relacio<strong>na</strong>is<br />

Comunicação entre diferentes partes <strong>da</strong> organização Diferenças culturais<br />

Os elevados níveis de interação entre as pessoas Gestão de pessoas<br />

Gestão de clientes internos Gestão num local remoto<br />

Ambigui<strong>da</strong>de <strong>na</strong> definição do âmbito do projeto Atitude face à complexi<strong>da</strong>de técnica<br />

Limiares pessoais e capaci<strong>da</strong>des A toma<strong>da</strong> de decisão ao nível político<br />

20) Abor<strong>da</strong>gem Cognitiva: um projeto complexo é aquele que demonstra <strong>uma</strong> série de<br />

características a um determi<strong>na</strong>do grau ou nível de utili<strong>da</strong>de, o que tor<strong>na</strong> extremamente<br />

difícil prever os resultados do projeto e controlar ou gerir esses mesmos <strong>projetos</strong>. Os <strong>da</strong>dos<br />

<strong>da</strong> investigação e <strong>da</strong> literatura revelam <strong>uma</strong> grande varie<strong>da</strong>de de fatores que podem<br />

contribuir para a sua complexi<strong>da</strong>de. A medição de um fenómeno tão evasivo como a<br />

complexi<strong>da</strong>de é problemático, pelo que os investigadores optaram por <strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong><br />

cognitiva que entra em consideração com a perceção <strong>da</strong>s pessoas que experienciam a<br />

complexi<strong>da</strong>de (Remington et al., 2009).<br />

Domingues, Maria 29


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

21) Habili<strong>da</strong>des Sociais: <strong>na</strong> gestão de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> destacam-se as “pessoas” e a<br />

importância <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong>des sociais como os principais fatores contribuintes para a<br />

complexi<strong>da</strong>de do projeto. As rígi<strong>da</strong>s habili<strong>da</strong>des de gestão de <strong>projetos</strong> aju<strong>da</strong>m a organizar,<br />

planear, gerir e controlar as alterações durante o curso do projeto, no entanto, a<br />

compreensão <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de do projeto, e os fatores que contribuem para a aju<strong>da</strong> dos<br />

profissio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> compreensão dos contextos dinâmicos e sociais dos <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>,<br />

salientam a importância <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong>des “soft” ou flexíveis. As três áreas principais que<br />

contribuem para a complexi<strong>da</strong>de de um projeto “triângulo de complexi<strong>da</strong>de” são <strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong><br />

tabela 23 (Azim et al., 2010).<br />

Tabela 23 – Dimensões de Complexi<strong>da</strong>de de Azim<br />

N.º Descrição<br />

1 Pessoas<br />

2 Produto<br />

3 Processo<br />

22) Gestão <strong>da</strong> Complexi<strong>da</strong>de: a complexi<strong>da</strong>de <strong>na</strong> gestão de mega <strong>projetos</strong> de construção<br />

pode ser gera<strong>da</strong> a partir de três aspetos: técnicos, sociais e de gestão (Li & Guo, 2011).<br />

A partir de achados de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> (petróleo e gás) foi desenvolvido um modelo<br />

sistémico que dá <strong>aos</strong> gestores os insights (ideias) necessários <strong>da</strong>s interdependências e dos<br />

comportamentos entre as variáveis-chave (Love, Edwards, Irani, et al., 2011).<br />

Tabela 24 – Dimensões de Complexi<strong>da</strong>de de Geraldi<br />

N.º Descrição<br />

1 Estruturais<br />

2 Incerteza<br />

3 Dinâmicas<br />

4 Ritmo<br />

5 Complexi<strong>da</strong>de Sociopolítica<br />

A complexi<strong>da</strong>de é reconheci<strong>da</strong> como <strong>uma</strong> variável independente (contingente) que impacta<br />

em muitas decisões posteriores <strong>na</strong> prática de gestão de <strong>projetos</strong> e contém cinco dimensões<br />

representa<strong>da</strong>s <strong>na</strong> tabela 24. As reações dos indivíduos e <strong>da</strong>s organizações ocorrem em<br />

função do tipo de complexi<strong>da</strong>de, ou seja, o negócio, a estratégia, os processos, a<br />

capaci<strong>da</strong>de de gestão e as competências (Geraldi et al., 2011).<br />

23) Replicação de Projetos Complexos: a replicação tanto tem sido utiliza<strong>da</strong> como<br />

estratégia em empresas cuja tecnologia envolvi<strong>da</strong> é bastante simples, como também em<br />

empresas de tecnologia muito complexa, onde se exigem condições de quali<strong>da</strong>de muito<br />

rigorosas. A sua utilização é adequa<strong>da</strong> quando o objeto <strong>da</strong> replicação é relativamente<br />

complexo. A investigação incide nos conceitos de projeto de construção e <strong>na</strong> capaci<strong>da</strong>de de<br />

30 Estado <strong>da</strong> arte


aprendizagem, pela replicação e extensão do trabalho anterior de outras organizações<br />

(Ruuska & Brady, 2011).<br />

24) Índice de complexi<strong>da</strong>de: os parceiros do setor <strong>da</strong> construção podem utilizar o índice de<br />

composição <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de para medir e comparar os graus de complexi<strong>da</strong>de de seus<br />

<strong>projetos</strong> e adotarem medi<strong>da</strong>s de gestão ajusta<strong>da</strong>s à redução dos potenciais riscos. Assim,<br />

podem melhorar as <strong>da</strong>s decisões de gestão em concursos públicos, a definição de objetivos<br />

do projeto e as avaliações de riscos sabendo que, o método de construção é o segundo<br />

parâmetro mais importante a afetar a complexi<strong>da</strong>de do projeto. E, do ponto de vista dos<br />

clientes, compreender e a complexi<strong>da</strong>de aju<strong>da</strong>rá a melhorar o planeamento e a<br />

implementação do projeto (Xia & Chan, 2012).<br />

Há um efeito moderador <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de do projeto <strong>na</strong> relação entre as competências de<br />

liderança dos gestores e o sucesso dos <strong>projetos</strong> (Muller et al., 2012).<br />

2.3.5 Modelos de Sistemas Complexos<br />

1) Complexi<strong>da</strong>de Crescente <strong>da</strong> Existência H<strong>uma</strong><strong>na</strong>: o “perfil de complexi<strong>da</strong>de” do<br />

ambiente social h<strong>uma</strong>no pode ser a<strong>na</strong>lisado com <strong>uma</strong> ferramenta de previsão matemática<br />

que carateriza o comportamento coletivo de um sistema e serve para justificar a observação<br />

qualitativa de que a complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> existência h<strong>uma</strong><strong>na</strong> aumentou e está a aumentar. A<br />

discussão <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de do comportamento de um sistema em escalas diferentes não<br />

explica, porque os sistemas devem ser simples ou <strong>complexos</strong> mas um “perfil” que<br />

quantifique a relação entre a independência, a interdependência e a escala do<br />

comportamento coletivo poderá aju<strong>da</strong>r a <strong>da</strong>r essa resposta (Yaneer Bar-Yam, 1997).<br />

Tabela 25 – Questões de Estudo <strong>da</strong> Engenharia dos Sistemas Cognitivos<br />

N.º Descrição<br />

1 Como os sistemas cognitivos li<strong>da</strong>m com a complexi<strong>da</strong>de, por exemplo através do desenvolvimento de <strong>uma</strong><br />

descrição apropria<strong>da</strong> <strong>da</strong> situação e encontrando meios para atingir os objetivos<br />

2 Como pode a engenharia juntar os sistemas cognitivos, onde homem-máqui<strong>na</strong> são vistos como (dois) sistemas<br />

cognitivos interagindo<br />

3 como a utilização de ferramentas ou artefactos pode afetar <strong>uma</strong> função trabalho específica<br />

2) Engenharia dos Sistemas Cognitivos: o sistema cognitivo é capaz de controlar o seu<br />

comportamento usando informações sobre si próprio e <strong>da</strong> situação, onde a informação<br />

pode ser prévia (competência, conhecimento), <strong>da</strong> situação específica (feedback,<br />

indicadores) e constructos (hipóteses, suposições). Uma premissa importante para a<br />

engenharia dos sistemas cognitivos é que todo o trabalho é cognitivo e neste sentido, as<br />

questões mais importantes para a engenharia dos sistemas cognitivos estão coligi<strong>da</strong>s <strong>na</strong><br />

tabela 25. O núcleo <strong>da</strong> engenharia dos sistemas cognitivos é <strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> sistemática à<br />

Domingues, Maria 31


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

conceção e construção pela utilização de sistemas cognitivos, e é obviamente essencial que<br />

esta <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> seja basea<strong>da</strong> em conhecimentos científicos sólidos (Holl<strong>na</strong>gel, 1998).<br />

Figura 2 – Complexi<strong>da</strong>de do Comportamento H<strong>uma</strong>no e <strong>da</strong>s Organizações<br />

Fonte: Bar-Yam, Yaneer (1997)<br />

3) Cultura de segurança: ressaltar a importância <strong>da</strong> cultura de segurança como um conceito<br />

único capaz de melhorar a segurança dos sistemas <strong>complexos</strong> é obvio, o que não é claro é o<br />

mecanismo pelo qual as atitudes ou cultura de segurança, afetam a segurança <strong>da</strong>s<br />

operações até porque a evidência estatística que vincula a cultura de segurança ou os seus<br />

atributos <strong>na</strong> segurança <strong>da</strong>s operações é muito rara, especialmente <strong>na</strong> indústria nuclear.<br />

32 Estado <strong>da</strong> arte


N.º Descrição<br />

Tabela 26 – Cultura de Segurança de Sorensen<br />

1 O paradoxo de que a cultura pode atuar simultaneamente como <strong>uma</strong> condição prévia para operações seguras e<br />

como <strong>uma</strong> incubadora de riscos<br />

2 Em situações de riscos <strong>complexos</strong> e mal estruturados, os decisores são confrontados não só com a questão do<br />

risco, mas com incerteza fun<strong>da</strong>mental caracteriza<strong>da</strong> pela incompletude do conhecimento<br />

3 A construção organizacio<strong>na</strong>l de risco aceitável<br />

4 A questão <strong>da</strong> aprendizagem organizacio<strong>na</strong>l e a necessi<strong>da</strong>de política de atribuir a culpa em caso de catástrofes<br />

As tentativas empíricas de estudo <strong>da</strong> cultura de segurança e <strong>da</strong> sua relação com os<br />

resultados organizacio<strong>na</strong>is têm permanecido assistemáticas, fragmenta<strong>da</strong>s e inespecifica<strong>da</strong>s<br />

em termos teóricos. A cultura de segurança está liga<strong>da</strong> a quatro conceitos conforme tabela<br />

26 (Sorensen, 2002).<br />

4) Engenharia evolutiva: para se compreender a <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> dos sistemas <strong>complexos</strong> <strong>na</strong><br />

conceção e implementação tem de se reconhecer as muitas diferenças entre o processo<br />

evolutivo <strong>na</strong>tural e as práticas tradicio<strong>na</strong>is de engenharia. A engenharia evolutiva de<br />

sistemas <strong>complexos</strong> emprega entre outros e em contraste com as práticas tradicio<strong>na</strong>is de<br />

engenharia, os conceitos-chave apresentados <strong>na</strong> tabela 27 (Y. Bar-Yam & Kuras, 2003).<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 27 – Conceitos-Chave de Complexi<strong>da</strong>de de Bar-Yam<br />

1 Foco <strong>na</strong> criação de um ambiente e processo ao invés de um produto<br />

2 Construir continuamente o que já existe<br />

3 Componentes operacio<strong>na</strong>is modificáveis in-situ<br />

4 Sistemas operacio<strong>na</strong>is que incluem múltiplas versões de componentes funcio<strong>na</strong>is<br />

5 Utilização de múltiplos processos de desenvolvimento paralelos<br />

6 Avaliação experimental in-situ<br />

7 Aumento <strong>da</strong> utilização de componentes gradualmente mais eficazes<br />

8 Soluções eficazes para problemas específicos que não podem ser antecipados<br />

9 Os sistemas de engenharia tradicio<strong>na</strong>l devem ser utilizados para componentes não muito <strong>complexos</strong><br />

5) Multivarie<strong>da</strong>de, Autorreplicação e Design: a resposta <strong>da</strong>s estruturas de controlo<br />

hierárquicas, o controlo e planeamento central são i<strong>na</strong>dequados e limitados como solução<br />

para problemas sociais <strong>complexos</strong> e para o funcio<strong>na</strong>mento de organizações sociais<br />

complexas (Yaneer Bar-Yam, 2003).<br />

A principal conclusão ilustra<strong>da</strong> pelo modelo de construção no local de trabalho é um facto<br />

simples: quanto mais complexo for um sistema mais controlado se tem de tor<strong>na</strong>r o<br />

ambiente local, para construir as suas réplicas por perturbações. Os organismos biológicos<br />

parecem ter evoluído em tão sofisticados “locais de trabalho” por causa <strong>da</strong> sua<br />

sobrevivência e prosperi<strong>da</strong>de. No entanto, esse ponto esteve ausente nos estudos anteriores<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> artificial, e deve ser tomado em consideração para que se possa prosseguir para o<br />

passo seguinte do campo de pesquisa (Sayama, 2003).<br />

Domingues, Maria 33


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Quase todos os artefactos <strong>complexos</strong> hoje em dia, incluindo artefactos físicos, tais como<br />

aviões, bem como artefactos de informação, tais como software, organizações, processos<br />

de negócios, planos e horários, são definidos através <strong>da</strong> interação de muitos participantes,<br />

trabalhando em diferentes elementos <strong>da</strong> conceção (Klein et al., 2003).<br />

6) Processo de Sensemaking e Comportamento H<strong>uma</strong>no: para li<strong>da</strong>r com a ambigui<strong>da</strong>de, as<br />

pessoas interdependentes procuram o sentido, de resolver de forma plausível e seguir em<br />

frente i.e momentos de sensemaking. As análises de sensemaking além de sugerirem<br />

capaci<strong>da</strong>des e habili<strong>da</strong>des que merecem atenção e desenvolvimento também proporcio<strong>na</strong>m<br />

os resultados que estão expressos <strong>na</strong> tabela 28 (Weick et al., 2005).<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 28 – Análises de Sensemaking de Weick<br />

1 Micro-mecanismo que produz <strong>uma</strong> macro-mu<strong>da</strong>nça ao longo do tempo<br />

2 Lembrete de que a ação está sempre um pouco à frente <strong>da</strong> cognição, o que significa que durante o caminho<br />

age-se e mais tarde compreende-se<br />

3 Explicação de ativi<strong>da</strong>des pré-decisio<strong>na</strong>is<br />

4 Descrição de um dos meios pelo qual o organismo altera as instituições e os ambientes (promulgação)<br />

5 Oportuni<strong>da</strong>des para incorporar significado e razão <strong>na</strong> teoria organizacio<strong>na</strong>l<br />

6 Contraponto para a separação níti<strong>da</strong> entre pensamento e ação que muitas vezes fica invocado em explicações<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> organizacio<strong>na</strong>l (por exemplo, os planificadores versus os executores)<br />

7 Fundo para <strong>uma</strong> atenção basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> visão <strong>da</strong> empresa<br />

8 Equilíbrio entre <strong>perspetiva</strong> <strong>na</strong> forma de antecipação e retrospetiva <strong>na</strong> forma de resiliência<br />

9 Reinterpretação de avarias como ocasiões de aprendizagem e não como ameaças à eficiência<br />

10 Razões para tratar a plausibili<strong>da</strong>de, o incrementalismo, a improvisação e a racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong>, como<br />

suficientes para orientar o comportamento direcio<strong>na</strong>do para objetivos<br />

O aumento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de pesquisa do comportamento h<strong>uma</strong>no em sistemas <strong>complexos</strong><br />

adotou a ESC (surgi<strong>da</strong> no início de 1980 como campo multidiscipli<strong>na</strong>r concentrado <strong>na</strong><br />

melhoria do ajuste dos h<strong>uma</strong>nos <strong>aos</strong> sistemas que operam) que tem aplicações várias, como<br />

as análises de inteligência de comando e controlo para os estudos de engenharia e design<br />

de novos sistemas (Gersh et al., 2005).<br />

7) Resiliência: a engenharia de resiliência é um paradigma (para a gestão <strong>da</strong> segurança)<br />

que se concentra em aju<strong>da</strong>r as pessoas a li<strong>da</strong>r com a complexi<strong>da</strong>de sob a pressão de<br />

alcançar o sucesso. Um sistema resiliente deve ter a capaci<strong>da</strong>de de antecipar, perceber e<br />

responder. A engenharia <strong>da</strong> resiliência deve portanto, abor<strong>da</strong>r os princípios e métodos<br />

pelos quais essas quali<strong>da</strong>des podem ser trazi<strong>da</strong>s para o sistema (Holl<strong>na</strong>gel et al., 2006).<br />

8) Proprie<strong>da</strong>des Emergentes e Modelagem de Sistemas: os sistemas <strong>complexos</strong> podem ser<br />

caracterizados de várias maneiras diferentes, assim, a um nível superficial, consideram-se<br />

aqueles que são difíceis de conceber e entender. Os problemas conceptuais muitas vezes<br />

decorrem <strong>da</strong>s múltiplas interações entre os diferentes componentes e também porque os<br />

34 Estado <strong>da</strong> arte


engenheiros combi<strong>na</strong>m muitos aspetos distintos dessas ideias quando se referem à<br />

emergência em sistemas <strong>complexos</strong> (referem-se à surpresa implícita <strong>na</strong>s abor<strong>da</strong>gens de<br />

previsão ao falar sobre as proprie<strong>da</strong>des emergentes do projeto) (Johnson, 2006).<br />

A utilização <strong>da</strong> modelagem de sistemas de gestão do tráfego <strong>da</strong> aviação para a análise<br />

evolutiva <strong>da</strong> segurança é um modelo especificamente orientado para o apoio à análise<br />

sistemática de segurança (modelos) irá diminuir o custo <strong>da</strong> realização de análises de<br />

segurança (Felici, 2006).<br />

9) Negociação e Argumentação: as principais fontes de complexi<strong>da</strong>de dos sistemas de<br />

infraestruturas são a interação de conflituosos requisitos <strong>da</strong>s partes interessa<strong>da</strong>s por isso,<br />

propõem-se <strong>uma</strong> metodologia sistémica basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> negociação e argumentação para aju<strong>da</strong>r<br />

à resolução desses problemas e facilitar a avaliação <strong>da</strong>s diversas opções durante o projeto<br />

de tais sistemas. A <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> é basea<strong>da</strong> no processo habitual de divulgação de evidências<br />

de desempenho e fiabili<strong>da</strong>de do sistema e seus componentes, proporcio<strong>na</strong>ndo <strong>uma</strong> medi<strong>da</strong><br />

do sucesso de diferentes cenários ou alter<strong>na</strong>tivas de projeto. Os passos metodológicos de<br />

análise de ca<strong>da</strong> opção do projeto são apresentados <strong>na</strong> tabela 29 (Marashi & Davis, 2006).<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 29 – Quadro Metodológico <strong>da</strong> Complexi<strong>da</strong>de de Marashi-Davis<br />

1 Compreender a situação-problema<br />

2 Decompor o sistema complexo nos seus subsistemas e subprocessos<br />

3 Identificar os objetivos do processo e os critérios<br />

4 Resolver os problemas com base em provas através do discurso e negociação<br />

5 Deliberar sobre a ação apropria<strong>da</strong> e solução<br />

6 Rever e atualizar continuamente os passos acima<br />

10) Gestão Integrativa e Simulação de Ameaças: as oportuni<strong>da</strong>des de gestão <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos<br />

recentes avanços <strong>na</strong> ciência <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de são eleva<strong>da</strong>s. Conhecer a <strong>na</strong>tureza dos<br />

sistemas <strong>complexos</strong> e as muitas maneiras como se expressam <strong>na</strong>s organizações e mercados<br />

pode ser <strong>uma</strong> ferramenta relevante para os interesses dos gestores (Amaral & Uzzi, 2007).<br />

Foi desenvolvido também um quadro para determi<strong>na</strong>r o desempenho ou a fiabili<strong>da</strong>de de<br />

um sistema complexo cujo estudo de caso foca a fiabili<strong>da</strong>de de um míssil. O estudo incide<br />

sobre a avaliação completa dos sistemas de testes de um veículo lançamento de eleva<strong>da</strong><br />

fiabili<strong>da</strong>de desti<strong>na</strong>do a imitar <strong>uma</strong> ameaça de mísseis balísticos (Wilson et al., 2007).<br />

11) Avaliação <strong>da</strong> Carga de Trabalho <strong>na</strong> Fase de Projeto e Engenharia Emergente: o método<br />

é suportado por <strong>uma</strong> ferramenta (de avaliação <strong>da</strong> carga de trabalho no início <strong>da</strong> fase de<br />

projeto para evitar falhas nos sistemas) que tem como base a vali<strong>da</strong>ção de <strong>projetos</strong> de<br />

sistemas sociotécnicos futuros, tais como salas de comando e controlo de <strong>na</strong>vios de guerra.<br />

O estudo combi<strong>na</strong> medi<strong>da</strong>s probabilísticas de desempenho h<strong>uma</strong>no com estimativas<br />

Domingues, Maria 35


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

subjetivas <strong>da</strong> carga de trabalho e identifica os estrangulamentos de desempenho no início<br />

<strong>da</strong> fase de projeto para o designer. A inovação além <strong>da</strong> análise de fiabili<strong>da</strong>de tradicio<strong>na</strong>l<br />

está <strong>na</strong> utilização de estimativas dinâmicas e estáticas dos inputs de fiabili<strong>da</strong>de para <strong>uma</strong><br />

avaliação mais informa<strong>da</strong> (Gregoriades & Sutcliffe, 2008).<br />

A engenharia emergente é um quadro metodológico para a implantação em larga escala de<br />

sistemas “eNetwork” e que pode ser ilustrado com cenários auto-organizados de segurança<br />

(emergência). Trata-se de um modelo abstrato de rede de autoconstrução programável que<br />

diferenciar de acordo com a posição (Doursat & Ulieru, 2008).<br />

12) Complexi<strong>da</strong>de Operacio<strong>na</strong>l: ao contrário do pensamento convencio<strong>na</strong>l, um aumento<br />

mensurável <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de operacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> função de programação <strong>da</strong> produção pode ser<br />

demonstrado e pode ocorrer em duas empresas após <strong>uma</strong> maior integração <strong>da</strong>s suas cadeias<br />

de fornecimento. A complexi<strong>da</strong>de operacio<strong>na</strong>l foi vali<strong>da</strong><strong>da</strong> por meio de três ferramentas<br />

que constam <strong>da</strong> tabela 30. Tanto os processos de toma<strong>da</strong> de decisão do fornecedor como os<br />

do cliente saem reforçados com o suporte <strong>da</strong> quantificação <strong>da</strong>s áreas complexas a <strong>da</strong>r<br />

priori<strong>da</strong>de e direcio<strong>na</strong>r esforços de gestão (Siva<strong>da</strong>san et al., 2010).<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 30 – Complexi<strong>da</strong>de Operacio<strong>na</strong>l de Siva<strong>da</strong>san<br />

1 Metodologia para medir a complexi<strong>da</strong>de operacio<strong>na</strong>l<br />

2 Previsão <strong>da</strong>s implicações <strong>da</strong> integração fornecedor-cliente<br />

3 Derivação de <strong>uma</strong> medi<strong>da</strong> de complexi<strong>da</strong>de operacio<strong>na</strong>l a aplicar antes e após a integração fornecedor-cliente<br />

13) Pensador Sistémico: os sistemas de pensamento parecem ser menos reducionistas, mais<br />

holísticos do que a ciência <strong>na</strong>tural e, portanto, em princípio capazes de abraçar a<br />

complexi<strong>da</strong>de. O pensador sistémico, soft, percebe o mundo como sendo complexo,<br />

caótico, até certo ponto, e em mu<strong>da</strong>nça, mas acredita que o processo de questio<strong>na</strong>mento do<br />

mesmo pode ser divulgado como um sistema de aprendizagem (Checkland, 2011).<br />

14) Redes de Conhecimento: pouco se sabe sobre a estrutura <strong>da</strong>s redes de conhecimento<br />

<strong>da</strong>s diferentes indústrias, e em que graus ocorrem diferenças ou semelhanças entre as<br />

mesmas. As indústrias de aviação e espacial, holandesas são com frequência trata<strong>da</strong>s como<br />

semelhantes e chama<strong>da</strong>s de indústria aeroespacial, embora apresentem poucas conexões e<br />

variações <strong>na</strong> sua rede de conhecimento base. A diferença entre as redes de conhecimento<br />

<strong>da</strong>s duas indústrias é mais acentua<strong>da</strong> no conhecimento do mercado do que no<br />

conhecimento tecnológico. As redes de conhecimento de mercado de organizações sem<br />

fins lucrativos não apresentam menores diferenças do que as duas indústrias, por isso, é<br />

essencial diferenciar entre redes fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s no mercado e no conhecimento<br />

tecnológico (Broekel & Boschma, 2011).<br />

36 Estado <strong>da</strong> arte


15) Segurança Interdiscipli<strong>na</strong>r, Desafios e Perspetivas: diferentes operadores mesmo<br />

quando recebem treino idêntico, não podem usar <strong>uma</strong> estratégia de monitorização<br />

semelhante, e a consequência é a eleva<strong>da</strong> variabili<strong>da</strong>de no tempo que é necessário para<br />

detetar incidentes. O fator determi<strong>na</strong>nte é proporcio<strong>na</strong>r ao operador com (with), “ape<strong>na</strong>s” a<br />

informação suficiente a <strong>uma</strong> clara compreensão <strong>da</strong> situação presente e antecipar o futuro<br />

imediato. Tal passa pela realização de <strong>uma</strong> a<strong>da</strong>ptação de pré-diagnóstico pelos sistemas<br />

automáticos e pelo diagnóstico fi<strong>na</strong>l, em que, pelo menos há <strong>uma</strong> prerrogativa h<strong>uma</strong><strong>na</strong> em<br />

situações degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s. N<strong>uma</strong> <strong>perspetiva</strong>s mais ampla, no futuro será necessário definir e<br />

projetar o nível certo de cooperação entre as máqui<strong>na</strong>s ca<strong>da</strong> vez mais automatiza<strong>da</strong>s e os<br />

operadores h<strong>uma</strong>nos. (Belmonte et al., 2011).<br />

A grande ambição de <strong>projetos</strong> como o FuturICT é provocar <strong>uma</strong> mu<strong>da</strong>nça de paradigma<br />

científico, trazendo a complexi<strong>da</strong>de para os campos atualmente fragmentados <strong>da</strong>s<br />

tecnologias de informação (Helbing et al., 2011).<br />

2.3.6 Pensamento Complexo<br />

1) Arquitetura: o emprego de princípios do pensamento complexo <strong>na</strong> conceção mostra que<br />

a adoção desses princípios, convi<strong>da</strong>, sobretudo, a <strong>uma</strong> reavaliação <strong>da</strong>s relações entre<br />

conceptor-usuários-objeto-ambiente <strong>da</strong>s estruturas (Ribeiro & Pratschke, 2003).<br />

2) Complexi<strong>da</strong>de e Simplici<strong>da</strong>de: o paradigma <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de pode ser enunciado não<br />

menos simplesmente que o <strong>da</strong> simplificação; este impõe separar e reduzir; aquele une<br />

enquanto distingue (Morin, 2003). Há <strong>uma</strong> série de conceitos diferentes para cobrir todos<br />

os significados que se atribuem à palavra complexi<strong>da</strong>de, e à sua oposta simplici<strong>da</strong>de. Há<br />

um tipo de complexi<strong>da</strong>de que corresponde melhor ao que se entende pela palavra<br />

complexi<strong>da</strong>de em conversação ordinária, e em diálogo científico que é o que se chama de<br />

complexi<strong>da</strong>de eficaz e que se refere a <strong>uma</strong> descrição muito precisa <strong>da</strong>s regulari<strong>da</strong>des de<br />

<strong>uma</strong> enti<strong>da</strong>de e não os recursos que são tratados como aleatórios ou acidentais, mas às<br />

características que são trata<strong>da</strong>s como regulari<strong>da</strong>des (Gell-Mann, 2005).<br />

3) Necessi<strong>da</strong>de do Pensamento Complexo: A complexi<strong>da</strong>de chegou a nós, <strong>na</strong>s ciências,<br />

pelo mesmo caminho que a tinha expulsado. O próprio desenvolvimento <strong>da</strong> ciência física,<br />

que se consagrava a revelar a Ordem impecável do mundo, o seu determinismo absoluto e<br />

perpétuo, a sua obediência a <strong>uma</strong> Lei única e sua constituição de <strong>uma</strong> forma origi<strong>na</strong>l<br />

simples (o átomo) desembocou fi<strong>na</strong>lmente <strong>na</strong> complexi<strong>da</strong>de do real. Descobriu-se no<br />

universo físico um princípio hemorrágico de degra<strong>da</strong>ção e de desordem (segundo princípio<br />

<strong>da</strong> termodinâmica); depois, no que se supunha ser o lugar <strong>da</strong> simplici<strong>da</strong>de física e lógica,<br />

descobriu-se a extrema complexi<strong>da</strong>de microfísica; a partícula não é um primeiro tijolo,<br />

mas <strong>uma</strong> fronteira sobre <strong>uma</strong> complexi<strong>da</strong>de talvez inconcebível; o cosmos não é <strong>uma</strong><br />

Domingues, Maria 37


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

máqui<strong>na</strong> perfeita, mas um processo em vias de desintegração e de organização ao mesmo<br />

tempo. A complexi<strong>da</strong>de a um primeiro olhar é um tecido (complexus: o que é tecido junto)<br />

de constituintes heterogéneos inseparavelmente associados: coloca o paradoxo do uno e do<br />

múltiplo. Num segundo momento, é efetivamente o tecido de acontecimentos, ações,<br />

interações, retroações, determi<strong>na</strong>ções, acasos, que constituem o mundo fenoménico. Mas<br />

então, a complexi<strong>da</strong>de apresenta-se com os traços inquietantes do emaranhado, do<br />

inextricável, <strong>da</strong> desordem, <strong>da</strong> ambigui<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> incerteza... O conhecimento necessita<br />

orde<strong>na</strong>r os fenómenos repelindo a desordem, afastar o incerto, selecio<strong>na</strong>ndo os elementos<br />

<strong>da</strong> ordem e <strong>da</strong> certeza, precisar, clarificar, distinguir, hierarquizar... (Morin, 2006).<br />

4) Rumo ao Pensamento Complexo: os caminhos <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de são apresentados <strong>na</strong><br />

tabela 31 (<strong>da</strong> Silva, 2007).<br />

N.º Descrição<br />

1 Irredutibili<strong>da</strong>de do acaso e <strong>da</strong> desordem<br />

Tabela 31 – Caminhos de Complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Silva<br />

2 Transgredir para além dos limites<br />

3 Complicação<br />

4 Misteriosa relação complementar, no entanto, logicamente antagonista entre as noções de ordem, de desordem<br />

e de organização<br />

5 Organização<br />

6 Crise <strong>da</strong> clareza e <strong>da</strong> separação <strong>na</strong>s explicações<br />

5) Imprecisão <strong>da</strong> Gestão Estratégica: a procura de um acentuado grau de flexibili<strong>da</strong>de e<br />

sensibili<strong>da</strong>de nos gestores para identificar aspetos que impactem nos negócios <strong>da</strong> empresa<br />

é um facto pelo que contextos <strong>complexos</strong> exigem pensamento complexo. O pensamento<br />

complexo e a incerteza podem contribuir para a compreensão e <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> <strong>da</strong>s razões<br />

pelas quais nem sempre os resultados, ain<strong>da</strong> que fruto de processos bem elaborados, sejam<br />

os esperados e por que as empresas e os seus gestores, por melhores que sejam seus<br />

sistemas de coleta e análise de informações e de toma<strong>da</strong> de decisão, nem sempre controlam<br />

os seus destinos. Os modelos deterministas e quantitativos devem ser utilizados com<br />

consciência dos seus limites. A existência de ver<strong>da</strong>des não absolutas, mas de perceções de<br />

ver<strong>da</strong>des temporárias, obriga os gestores a li<strong>da</strong>r com conceitos e elementos paradoxais que<br />

influenciam interpretações e ações, longe <strong>da</strong> certeza (Weber & Polo, 2007).<br />

6) Liderança e Sustentabili<strong>da</strong>de: as diversas escolas de complexi<strong>da</strong>de e pensamento<br />

complexo não se excluem <strong>uma</strong>s às outras, são complementares. O pensamento complexo é<br />

um instrumento de mu<strong>da</strong>nça e resistência e é um método no sentido de Descartes e os seus<br />

principais objetivos estão plasmados <strong>na</strong> tabela 32. Sendo o fenómeno <strong>da</strong> liderança<br />

interativo e participativo, isto é, inclui a liderança do líder e a dos liderados os atores<br />

sociais precisam de entender a liderança num âmbito mais amplo (Mariotti, 2010).<br />

38 Estado <strong>da</strong> arte


N.º Descrição<br />

Tabela 32 – Objetivos do Pensamento Complexo<br />

1 Compreender a incerteza e aprender a conviver com ela<br />

2 Aprender a li<strong>da</strong>r com paradoxos e situações que não podem ser resolvi<strong>da</strong>s pela lógica binária<br />

3 Proporcio<strong>na</strong>r mais flexibili<strong>da</strong>de de raciocínio às pessoas<br />

4 Compreender melhor a vi<strong>da</strong>, os sistemas <strong>da</strong> <strong>na</strong>tureza e os criados pelo homem<br />

5 Proporcio<strong>na</strong>r um melhor relacio<strong>na</strong>mento no mundo <strong>na</strong>tural<br />

6 Compreender melhor o ego e aprender a li<strong>da</strong>r com ele de um modo menos auto e hétero destrutivo<br />

7) Análise Morfológica Geral (GMA): como método para investigar a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

relações dos problemas <strong>complexos</strong>, multidimensio<strong>na</strong>is e não quantificáveis, foi durante as<br />

duas últimas déca<strong>da</strong>s, amplia<strong>da</strong>, informatiza<strong>da</strong> e utiliza<strong>da</strong> para a estruturação <strong>da</strong> política<br />

complexa em questões de planeamento, desenvolvimento de cenários, laboratórios de<br />

estratégia e análise de estruturas de organizações e dos seus parceiros. É um método de<br />

modelagem não-quantificado que serve para estruturar e a<strong>na</strong>lisar o conjunto total de<br />

relações complexas no campo dos problemas sociais, organizacio<strong>na</strong>is e educacio<strong>na</strong>is. A<br />

análise morfológica geral tem sido utiliza<strong>da</strong> para desenvolver um modelo de inferência<br />

genérica (n<strong>uma</strong> fase inicial, especificar as necessi<strong>da</strong>des de treino e instruções, e depois<br />

identificar as relações entre as necessi<strong>da</strong>des e os recursos) (Ritchey, 2010).<br />

2.3.7 Gestão de Riscos<br />

1) Projetos Complexos: a complexi<strong>da</strong>de e a visibili<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong> de construção de<br />

mega escala e de milhares de milhões de dólares, assim como, a oportuni<strong>da</strong>de de obter<br />

poupanças de custos, conduzem a aproximações inovadoras no que concerne à gestão do<br />

risco, <strong>uma</strong> vez que, o dono <strong>da</strong> obra controla a segurança. Estratégias de risco sensíveis tais<br />

como, maiores franquias de seguros de acidentes pessoais, requerem aproximações<br />

competitivas no que respeita à gestão <strong>da</strong> SST. A gestão de riscos de mega <strong>projetos</strong> e a suas<br />

implicações <strong>na</strong> gestão de substâncias perigosas é importante (Young, 1996).<br />

2) Comparação de Alter<strong>na</strong>tivas de Projeto de Execução: apresenta-se <strong>uma</strong> metodologia<br />

capaz de modelar os efeitos dos fatores monetários e não monetários num projeto de<br />

construção, através do uso de distribuições de possibili<strong>da</strong>de. A metodologia proposta<br />

proporcio<strong>na</strong> um método preciso e conveniente para comparação de diferentes alter<strong>na</strong>tivas<br />

de projeto. A teoria <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des parece ser um método menos calculista, enquanto<br />

continua a fornecer resultados precisos e transparentes. O programa desenvolvido foi<br />

concebido para realizar <strong>uma</strong> análise de ca<strong>da</strong> opção de investimento e para fornecer <strong>uma</strong><br />

classificação geral de opções de investimento disponíveis (Mohamed & McCowan, 2001).<br />

Domingues, Maria 39


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

3) Análise Probabilística de Risco <strong>na</strong> NASA: a sua utilização teve altos e baixos ao longo<br />

do tempo pelo que a sua adoção recente fun<strong>da</strong>menta-se <strong>na</strong>s necessi<strong>da</strong>des de gestão do<br />

space shuttle, <strong>da</strong> estação espacial e de alg<strong>uma</strong>s outras missões no espaço. A longo prazo<br />

esta decisão pode melhorar a consistência e eficiência dos sistemas espaciais <strong>da</strong> NASA. O<br />

valor <strong>da</strong>s análises será determi<strong>na</strong>do pelo uso <strong>da</strong> informação forneci<strong>da</strong> e a NASA deve<br />

melhorar os seus processos de avaliação quantitativa (Paté-Cornell & Dillon, 2001).<br />

4) Avaliação de Riscos dos Contratos de Construção: a construção de um cenário<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l é dificulta<strong>da</strong> pela falta de processos de gestão e avaliações de riscos<br />

normaliza<strong>da</strong>s. Como os riscos são definidos e geridos de forma diferente pelos<br />

investidores, proprietários e empreiteiros; então ocorre <strong>uma</strong> compartimentalização do risco<br />

pelo que, os mesmos são vistos por vezes como estáticos, em vez de eventos dinâmicos,<br />

durante o ciclo de vi<strong>da</strong> de um projeto, havendo também, <strong>uma</strong> desconexão entre as equipas<br />

de projeto e os tomadores de decisão (Walewski & Gibson, 2003).<br />

5) Simulação de Monte Carlo para Orçamentos: a simulação de Monte Carlo é <strong>uma</strong> técnica<br />

útil para modelar e a<strong>na</strong>lisar sistemas e situações do mundo real. As vantagens <strong>da</strong> simulação<br />

de Monte Carlo estão <strong>na</strong> utilização de <strong>da</strong>dos quantitativos, que permitem que os gestores<br />

de projeto justifiquem e comuniquem os seus argumentos à administração perante as<br />

expectativas irrealistas dos <strong>projetos</strong>.<br />

A gestão do risco inclui a formação, o treino, e os avanços <strong>na</strong> tecnologia de computação<br />

combi<strong>na</strong>dos com o software de simulação Monte Carlo o que facilita <strong>aos</strong> gestores de<br />

projeto implementarem o método. No campo <strong>da</strong> gestão de <strong>projetos</strong>, a simulação de Monte<br />

Carlo serve para quantificar os efeitos do risco e <strong>da</strong> incerteza em cronogramas e<br />

orçamentos, <strong>da</strong>ndo ao gestor de projeto indicadores estatísticos do desempenho do mesmo,<br />

tais como <strong>da</strong>ta alvo de conclusão do projeto e o orçamento (Kwak & Ingall, 2007).<br />

6) Diagramas de Blocos Funcio<strong>na</strong>is: os diagramas de blocos funcio<strong>na</strong>is e as equivalentes<br />

árvores de eventos são apresentados como modelos lógicos <strong>na</strong> quantificação dos riscos<br />

profissio<strong>na</strong>is. Embora um diagrama de blocos funcio<strong>na</strong>is seja semelhante a um diagrama<br />

de influência ou a <strong>uma</strong> rede de crenças que fornece <strong>uma</strong> estrutura para a introdução de<br />

forma compacta <strong>da</strong> lógica do modelo através <strong>da</strong> partição dos caminhos equivalentes <strong>da</strong><br />

árvore de eventos. Considera-se um evento conjunto o que tem como principais resultados<br />

as consequências que definem o risco em análise. O evento é decomposto em eventos mais<br />

simples (repartido em subconjuntos correspondentes <strong>aos</strong> resultados do evento conjunto<br />

inicial). Os acontecimentos mais simples podem ser decompostos em eventos ain<strong>da</strong> mais<br />

simples, criando <strong>uma</strong> hierarquia onde os eventos de um determi<strong>na</strong>do nível (os pais) são<br />

decompostos num número de eventos mais simples (filhos) no próximo nível hierárquico.<br />

40 Estado <strong>da</strong> arte


O risco ocupacio<strong>na</strong>l é modelado através de um diagrama de blocos funcio<strong>na</strong>is geral, onde a<br />

consequência indesejável <strong>na</strong> saúde e segurança é decomposta em dose e a dose é<br />

decomposta em centro de eventos e mitigação; o centro de eventos é decomposto em<br />

evento inicial e <strong>prevenção</strong>. Este diagrama de blocos funcio<strong>na</strong>is genérico pode ser<br />

transformado num diagrama de blocos funcio<strong>na</strong>is específico <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de que, juntamente<br />

com as árvores de eventos equivalentes serão usados para delinear as várias sequências de<br />

acidentes com consequências de lesão ou morte (Papazoglou & Ale, 2007).<br />

7) Contratos de Construção: o processo de construção é regido por contratos de relações<br />

complexas e difíceis. Há muitos riscos envolvidos nos <strong>projetos</strong> de construção que podem<br />

ser atribuídos a <strong>uma</strong> série de razões como as apresenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> tabela 33. O contrato de<br />

construção é um acordo entre duas partes, <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s quais o empreiteiro que se compromete<br />

a construir um edifício, e o outra, o dono <strong>da</strong> obra que se compromete a pagar para tal. Pelo<br />

acordo são criados direitos e obrigações e o direito de <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s partes é a obrigação do<br />

outro pelo que o contrato passa a existir pela aceitação de <strong>uma</strong> oferta.<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 33 – Causas dos Riscos nos Projetos de Construção<br />

1ª A <strong>na</strong>tureza do processo de construção<br />

2ª A complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de demora<strong>da</strong> conceção e construção<br />

3ª O envolvimento de inúmeras pessoas, de diferentes organizações, com diferentes habili<strong>da</strong>des e interesses<br />

Os riscos inerentes a um projeto de construção são distribuídos entre o cliente, a equipa de<br />

conceção (design), o empreiteiro, as empresas especializa<strong>da</strong>s, os materiais e os demais<br />

fornecedores. As diversas fontes de riscos para os contratantes podem-se observar <strong>na</strong><br />

tabela 34, por isso os empreiteiros têm de considerar o efeito de ca<strong>da</strong> <strong>uma</strong> no<br />

desenvolvimento do plano de gestão de risco (Hari<strong>na</strong>rain et al., 2008).<br />

N.º Descrição<br />

1ª Cliente<br />

2ª Subcontratado<br />

3ª Topógrafo de quanti<strong>da</strong>des<br />

4ª Agente principal<br />

5ª Arquiteto<br />

6ª Engenheiro<br />

7ª Autori<strong>da</strong>des do governo<br />

8ª Fornecedores<br />

Tabela 34 – Fontes de Risco para Contratantes<br />

8) Análises de Fiabili<strong>da</strong>de H<strong>uma</strong><strong>na</strong>: o desempenho <strong>da</strong>s análises de fiabili<strong>da</strong>de h<strong>uma</strong><strong>na</strong> e a<br />

integração dos seus resultados em sistemas de avaliação quantitativa de riscos continua a<br />

ser <strong>uma</strong> tarefa bastante difícil e complexa de executar. Mais difícil ain<strong>da</strong>, são as<br />

Domingues, Maria 41


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

estimativas <strong>da</strong> avaliação <strong>da</strong> fiabili<strong>da</strong>de organizacio<strong>na</strong>l que se prendem com a ausência de<br />

um paradigma geralmente aceite que permita <strong>aos</strong> engenheiros incluir sistematicamente <strong>na</strong><br />

análise os fatores h<strong>uma</strong>nos e os organizacio<strong>na</strong>is. De um modo geral, aproximações de<br />

cálculo de engenharia muitas vezes são responsáveis por erros de omissão ao esquecerem<br />

as comissões e ao não fazerem qualquer distinção macro às pré e pós-início <strong>da</strong>s falhas<br />

h<strong>uma</strong><strong>na</strong>s (Colombo & Demichela, 2008).<br />

9) Análises de Risco <strong>na</strong> Operação: os <strong>projetos</strong> de plataformas petrolíferas podem<br />

incorporar propostas de alteração após <strong>uma</strong> análise de riscos, a inclusão dessas<br />

recomen<strong>da</strong>ções irá depender <strong>da</strong> análise de gestão e, impacto no prazo de término <strong>da</strong> obra e<br />

entrega <strong>da</strong> plataforma. O levantamento dos perigos de <strong>uma</strong> plataforma de petróleo durante<br />

a sua fase de conceção e construção faz-se através de estudos qualitativos pela aplicação<br />

<strong>da</strong>s metodologias consagra<strong>da</strong>s análise prelimi<strong>na</strong>r de riscos (APR) e estudo de perigos e<br />

operabili<strong>da</strong>de (HAZOP) e de estudos quantitativos de incêndio, explosão e dispersão de<br />

gases que são elaborados por empresas especializa<strong>da</strong>s que utilizam aplicativos de<br />

modelação computacio<strong>na</strong>l, tendo como inputs os parâmetros de processo e a geometria 3D<br />

<strong>da</strong>s plataformas (Oliveira & Qualharini, 2009).<br />

10) Metodologia Integra<strong>da</strong> de Avaliação de Riscos: a integração nos sistemas de gestão <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de, <strong>da</strong>s componentes, ambiental e de segurança e saúde ocupacio<strong>na</strong>l, potenciam o<br />

aparecimento de sinergias que propiciam a melhoria do desempenho <strong>da</strong>s organizações<br />

nestes domínios. Os referenciais normativos mais comuns existentes para estes três<br />

domínios, já evidenciam <strong>uma</strong> base de integração relativamente a um conjunto de<br />

procedimentos que podem ser implementa<strong>da</strong>s de <strong>uma</strong> forma única. O modelo de<br />

metodologia simples, mas com um carácter planeado e sistemático, visa a determi<strong>na</strong>ção<br />

simultânea dos impactes ambientais e dos riscos relacio<strong>na</strong>dos com a segurança<br />

ocupacio<strong>na</strong>l, pretendendo ser um elemento facilitador no tratamento dessas temáticas no<br />

seio <strong>da</strong>s organizações (Artilheiro, 2009).<br />

11) Ações de Resposta a Riscos: os <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> normalmente envolvem enormes<br />

consequências por isso, os riscos de <strong>projetos</strong> específicos requerem <strong>uma</strong> análise cui<strong>da</strong>dosa e<br />

o desenvolvimento e implementação de ações de resposta a esses riscos. O quadro de risco<br />

é dinâmico e como tal, as fontes e as consequências dos riscos evoluem e mu<strong>da</strong>m ao longo<br />

do ciclo de vi<strong>da</strong> do <strong>projetos</strong>, <strong>da</strong>í a necessi<strong>da</strong>de de monitorizar constantemente o risco. As<br />

ações de resposta são <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s causas de falhas <strong>na</strong> gestão de risco quando não<br />

acompanham as situações de mu<strong>da</strong>nça do projeto. Estende-se a tradicio<strong>na</strong>l análise de<br />

custos de risco com <strong>uma</strong> <strong>perspetiva</strong> puramente macroscópica a <strong>uma</strong> avaliação e<br />

acompanhamento de riscos e ações de resposta <strong>aos</strong> mesmos de <strong>projetos</strong> específicos a nível<br />

microscópico.<br />

42 Estado <strong>da</strong> arte


Os valores de probabili<strong>da</strong>de e custo estão sujeitos a ações de resposta a riscos específicos e<br />

a resultados anteriores. Os gestores de projeto e líderes de equipa podem usar essas<br />

informações para gerir di<strong>na</strong>micamente as ações de resposta a esses riscos, acompanhar a<br />

situação do projeto, alterando e aumentando a probabili<strong>da</strong>de de sucesso do mesmo através<br />

do seu custo efetivo. Os elementos-chave do método <strong>da</strong>s ações de resposta a riscos<br />

constam <strong>da</strong> tabela 35 (Kujawski & Angelis, 2009).<br />

N.º Descrição<br />

Tabela 35 – Método <strong>da</strong>s Ações de Resposta a Riscos<br />

1 Desenvolver cenários de risco<br />

2 Uso generalizado do modelo de árvores de decisão<br />

3 Quantificação dos riscos pela simulação de Monte Carlo<br />

12) Compreender o Risco: a atualização Bayesia<strong>na</strong> desempenha um papel importante <strong>na</strong>s<br />

análises de risco, pela integração sistemática do conhecimento prévio e <strong>da</strong>s observações.<br />

No entanto, a sua utilização pressupõe algum tipo de estabili<strong>da</strong>de do modelo: populações<br />

de uni<strong>da</strong>des similares precisam ser construí<strong>da</strong>s (formalmente um conjunto infinito de<br />

variáveis aleatórias mutuáveis). A enfase <strong>na</strong>s incertezas em vez de probabili<strong>da</strong>des estáticas<br />

pode ser considera<strong>da</strong> de acordo com as orientações <strong>da</strong>s pesquisas de segurança, <strong>da</strong><br />

engenharia de resiliência e <strong>da</strong>s organizações de eleva<strong>da</strong> fiabili<strong>da</strong>de (Aven, 2010).<br />

13) Licenciamento: o processo de licenciamento apesar <strong>da</strong> ausência formal (regulamentar)<br />

de valores-limite para o risco é o resultado <strong>da</strong> avaliação do impacto ambiental e <strong>da</strong><br />

avaliação de riscos dos diversos intervenientes no processo; investidor, consultor e<br />

autori<strong>da</strong>de competente. Um fator essencial <strong>na</strong> toma<strong>da</strong> de decisão no licenciamento<br />

relacio<strong>na</strong>-se com <strong>uma</strong> avaliação de riscos transparente, semi-quantitativa e de algum modo<br />

incerta em termos ambientais. Isto significa que a transparência, a justificação <strong>da</strong>s fontes e<br />

os tipos de incerteza aju<strong>da</strong>m <strong>na</strong> construção <strong>da</strong> confiança entre as partes envolvi<strong>da</strong>s, o que é<br />

a base, para que a autori<strong>da</strong>de competente em segui<strong>da</strong> possa tomar decisões de forma mais<br />

fácil ain<strong>da</strong> que, igualmente responsável (Kontic & Gerbec, 2009).<br />

14) Diagramas de Representação de Situações Complexas: são <strong>uma</strong> representação (basea<strong>da</strong><br />

<strong>na</strong> ótica dos diagramas de processo industrial) simples para responder a situações<br />

complexas que envolvem <strong>uma</strong> sequência de operações e decisões. Permitem simplificar e<br />

facilitar as operações de comando, em condições de stress. Os diagramas tor<strong>na</strong>m-se um<br />

instrumento auxiliar <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de decisões através de <strong>uma</strong> leitura fácil e intuitiva para<br />

generali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s pessoas (Cruz et al., 2010).<br />

15) Matriz de Riscos para Projetos de Construção de Estra<strong>da</strong>s: foram identificados 43<br />

fatores que podem causar atrasos nos <strong>projetos</strong> de construção de estra<strong>da</strong>s que foram<br />

Domingues, Maria 43


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

coligidos num questionário enviado a 25 donos de obra públicos para identificação desses<br />

fatores em termos de impacto e probabili<strong>da</strong>de de ocorrência. Foram defini<strong>da</strong>s três zo<strong>na</strong>s<br />

(verde, amarela e vermelha) <strong>na</strong> matriz de acordo com o grau de severi<strong>da</strong>de dos fatores<br />

contribuintes para o atraso dos <strong>projetos</strong>, seis elementos estão localizados <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> verde, 29<br />

<strong>na</strong> zo<strong>na</strong> amarela, e oito elementos <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> vermelha. Os fatores mais graves localizados <strong>na</strong><br />

zo<strong>na</strong> vermelha são: (i) a má comunicação entre os parceiros de construção; (ii) a má gestão<br />

de recursos; (iii)) o atraso de início; (iv) inspetores insuficientes; (v) repetição do trabalho<br />

por causa de material de baixa; (vi) repetição do trabalho por má execução; (vii) atraso nos<br />

pagamentos, e (viii) segmentação do West Bank (Mahamid, 2011).<br />

16) Análises de Risco Quantitativas <strong>na</strong> Indústria Offshore: as análises de risco quantitativas<br />

são <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s principais ferramentas de gestão de riscos <strong>da</strong>s indústrias de petróleo e de gás<br />

do Reino Unido e <strong>da</strong> Noruega no entanto, esses modelos têm recebido críticas de serem<br />

limitados <strong>uma</strong> vez que não incluem fatores h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is. A legislação<br />

marítima e as linhas de orientação <strong>da</strong> Noruega e do Reino Unido indicam que os fatores<br />

h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is estejam incluídos <strong>na</strong>s análises de risco quantitativas. Um<br />

estudo de 15 análises de risco quantitativas mostra que esses fatores em certa medi<strong>da</strong> são<br />

incluídos, e existem grandes diferenças entre as mesmas como incluso <strong>na</strong> classificação <strong>da</strong><br />

tabela 36. Provavelmente são necessárias auditorias de segurança efetua<strong>da</strong>s pelas<br />

autori<strong>da</strong>des reguladoras para que as mesmas apontem a direção <strong>da</strong>s análises de risco<br />

quantitativas e acelerem o seu desenvolvimento (Skog<strong>da</strong>len & Vinnem, 2011).<br />

Níveis Descrição<br />

Tabela 36 – Classificação de Análises de Riscos Quantitativas<br />

1 Não descrevem ou comentam os fatores h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is<br />

2 Explicam a importância dos fatores h<strong>uma</strong>nos, operacio<strong>na</strong>l e organizacio<strong>na</strong>l<br />

3 Há <strong>uma</strong> recolha sistemática de <strong>da</strong>dos relacio<strong>na</strong>dos com os fatores h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is<br />

4 Incluem o modelo e calculam os fatores h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is<br />

17) Flexibili<strong>da</strong>de de Design: destaca-se o papel do moderador <strong>na</strong> relação a desenvolver<br />

com o cliente, <strong>uma</strong> forte cooperação, particularmente num ambiente estável, incentiva os<br />

investimentos em flexibili<strong>da</strong>de de design e as práticas de gestão de risco ain<strong>da</strong> prevalecem<br />

quando a cooperação se quebra (Nuno Gil & Tether, 2011).<br />

18) Complexi<strong>da</strong>de de Operações Integra<strong>da</strong>s: o modelo de risco de ambientes dinâmicos e<br />

<strong>complexos</strong> abor<strong>da</strong> a complexi<strong>da</strong>de como <strong>uma</strong> questão importante para a avaliação de risco<br />

em relação a operações integra<strong>da</strong>s e parte <strong>da</strong> premissa de que não se deve <strong>da</strong>r mais enfase<br />

às previsões, análises e avaliações de risco do que as que podem ser justifica<strong>da</strong>s pelos<br />

métodos utilizados.<br />

44 Estado <strong>da</strong> arte


As análises de riscos tradicio<strong>na</strong>is não são suficientes para reconhecer a heterogenei<strong>da</strong>de<br />

dos critérios de entra<strong>da</strong> (wildness in wait) porque não reconhecem a diferença entre as<br />

suposições dirigi<strong>da</strong>s à ordem emergente nem dão a possibili<strong>da</strong>de de a heterogenei<strong>da</strong>de de<br />

critérios ser incorpora<strong>da</strong> <strong>na</strong> ordem aparente. O quadro Cynefin de toma<strong>da</strong> de decisão<br />

(explicitado <strong>na</strong> tabela 19) pode ser usado com base <strong>na</strong> premissa de que a noção de<br />

complexi<strong>da</strong>de não capta aspetos específicos e permite distinguir entre a complexi<strong>da</strong>de em<br />

geral (em termos de coerência não-previsível por retrospetiva ao longo do tempo) e a<br />

heterogenei<strong>da</strong>de dos critérios de entra<strong>da</strong>. Os critérios são <strong>uma</strong> potencial de causa de ruturas<br />

que podem esconder-se (ser incorporados) num sistema aparentemente cognoscível e ain<strong>da</strong><br />

complementar a probabili<strong>da</strong>de (similari<strong>da</strong>de do conhecido ou cognoscível), com <strong>uma</strong><br />

<strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> de pesquisas pelo oposto (heterogenei<strong>da</strong>de dos critérios de entra<strong>da</strong>). Para as<br />

operações integra<strong>da</strong>s de governo do risco <strong>da</strong>s empresas são necessárias pesquisas futuras<br />

para prover um mapeamento entre os resultados de trabalho e o uso <strong>da</strong> incerteza,<br />

complexi<strong>da</strong>de e ambigui<strong>da</strong>de, com a fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de de selecio<strong>na</strong>r <strong>uma</strong> mescla de risco, basea<strong>da</strong><br />

<strong>na</strong> <strong>prevenção</strong> e no discurso <strong>da</strong> gestão de riscos (Grøtan et al., 2011).<br />

19) Software de Avaliação de Riscos do Processo: as maiores per<strong>da</strong>s são normalmente o<br />

resultado do fracasso de várias barreiras de segurança nos cenários mais <strong>complexos</strong>. O<br />

desenvolvimento de <strong>uma</strong> metodologia inovadora constituí<strong>da</strong> por <strong>uma</strong> ferramenta de<br />

software para avaliações de risco em instalações onshore e offshore, permite a qualquer<br />

organização de produção/exploração de petróleo e gás, monitorizar de forma padroniza<strong>da</strong><br />

todos os seus ativos. Combi<strong>na</strong> <strong>uma</strong> metodologia de avaliação quantitativa de risco com a<br />

metodologia bow tie de identificação de perigos e avaliação de potenciais riscos associados<br />

a um processo ou ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> instalação. A sequência de eventos de qualquer incidente<br />

grave é a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> identificação <strong>da</strong> causa primária até à determi<strong>na</strong>ção dos seus<br />

potenciais efeitos/impactos associados pelo que as barreiras de segurança são identifica<strong>da</strong>s<br />

e incluí<strong>da</strong>s <strong>na</strong> análise de <strong>prevenção</strong>, mitigação e redução do risco (Cherubin et al., 2011).<br />

20) Fase de Conceção <strong>na</strong> Construção: a pesquisa demonstra que a complexi<strong>da</strong>de sócio<br />

material é <strong>uma</strong> característica de conceção em vários tipos de projeto de construção e que<br />

esta complexi<strong>da</strong>de tem o potencial para influenciar a integração <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> de riscos<br />

através do design. A atual <strong>prevenção</strong> de riscos para a construção, através dos seus quadros<br />

de formulação de políticas, processos e ferramentas de gestão, não reconhece a maneira<br />

pela qual as interações e associações entre os stakeholders (partes interessa<strong>da</strong>s) e os<br />

diversos artefactos não-h<strong>uma</strong>nos são influenciados pela evolução <strong>da</strong>s decisões do projeto<br />

(Lingard et al., 2012).<br />

21) Conceito de Gestão de Riscos: as <strong>perspetiva</strong>s de consequência e incerteza do risco<br />

demonstram e estão de acordo com a linguagem quotidia<strong>na</strong> de risco e com a etimologia <strong>da</strong><br />

Domingues, Maria 45


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

palavra “risco”. A dimensão consequência refere-se a algo que os seres h<strong>uma</strong>nos dão valor<br />

(saúde, meio ambiente, património, etc.) mas a definição não faz distinção entre as<br />

consequências positivas e as negativas (desejáveis e indesejáveis), o ponto fulcral são as<br />

consequências dos resultados <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de (sejam elas quais forem). No entanto, <strong>na</strong> prática,<br />

há sempre alg<strong>uma</strong>s consequências que são indesejáveis (Aven, 2012).<br />

22) Avaliação de Riscos <strong>na</strong> Construção: o processo <strong>da</strong> rede de análise difusa foi<br />

desenvolvido para identificar tipos de risco e as suas causas. Realizou-se <strong>uma</strong> análise dos<br />

efeitos e dos modos de falha para avaliar o nível de risco e as suas causas basea<strong>da</strong> n<strong>uma</strong><br />

<strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> de inferência difusa. O resultado <strong>da</strong> avaliação de desempenho do método<br />

indicou que avaliações de risco são satisfatórias para as causas identifica<strong>da</strong>s e as<br />

estratégias de melhoria são relevantes (Liu & Tsai, 2012).<br />

Figura 3 – Perspetiva do Reboque do Protótipo<br />

46 Estado <strong>da</strong> arte


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

3 OBJETIVOS E METODOLOGIA<br />

3.1 Objetivos <strong>da</strong> Tese<br />

Os objetivos que se traçaram para esta dissertação são de géneros diferentes: dizem<br />

respeito ao conceito e à sua definição e ao desenvolvimento de um modelo de sistema de<br />

gestão. Assim, como objetivos centrais:<br />

Identificar, sistematizar e criar <strong>uma</strong> estrutura de classificação de Projeto Complexo,<br />

enquadrado <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> (responsabili<strong>da</strong>de universal dos<br />

diversos intervenientes no sistema de gestão <strong>da</strong> segurança), bem como, a<br />

identificação de critérios de complexi<strong>da</strong>de, caso estes estejam presentes ou<br />

refletidos no estudo de caso;<br />

Aplicar um sistema de gestão <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> de riscos profissio<strong>na</strong>is (fase de projeto)<br />

específico e a<strong>da</strong>ptado que possa englobar as necessi<strong>da</strong>des de ter sido considerado<br />

complexo.<br />

Os objetivos definidos apesar de exigentes e extensos não são impeditivos de constituírem<br />

um desiderato do presente trabalho.<br />

Figura 4 – Perspetiva do Aerogerador a partir do Mar<br />

Domingues, Maria 47


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

3.2 Metodologia Global de Abor<strong>da</strong>gem<br />

O estudo e a compreensão de Projetos Complexos é pertinente e relevante para que se<br />

concebam, programem e desenvolvam medi<strong>da</strong>s de <strong>prevenção</strong> e proteção eficazes para os<br />

intervenientes e terceiros. No mesmo sentido, também permite que se estabeleçam linhas<br />

mestras de segurança <strong>na</strong> fase de projeto pela elaboração e disponibilização de informação<br />

sistematiza<strong>da</strong> e compila<strong>da</strong> para tal fim.<br />

Foi necessário recolher informação de suporte e sustentação, quer em termos técnicos, quer<br />

em termos científicos, quer ain<strong>da</strong>, em termos legais para a devi<strong>da</strong> preparação dos dois<br />

momentos supracitados. Consultaram-se organismos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>da</strong><br />

especiali<strong>da</strong>de de segurança no trabalho, pesquisaram-se bases de <strong>da</strong>dos e in<strong>da</strong>garam-se as<br />

diversas publicações <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e europeias de cariz legal.<br />

E fulcral, para o aprofun<strong>da</strong>mento deste estudo foi a aplicação prática, isto é o<br />

acompanhamento de um estudo de caso (consubstanciado em projeto complexo).<br />

O modus operandi do estudo de caso deste trabalho passa pela verificação, <strong>na</strong> prática, <strong>da</strong><br />

sua especifici<strong>da</strong>de à luz do conceito de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>, e <strong>da</strong> aplicação efetiva pelos<br />

diversos atores, dos resultados referentes às situações de singulari<strong>da</strong>de, inscritas no quadro<br />

legal <strong>da</strong> promoção <strong>da</strong> segurança e saúde no trabalho.<br />

Neste âmbito, a elaboração do presente trabalho passa por dois momentos distintos:<br />

O primeiro, a elaboração de <strong>uma</strong> compilação de características base do estudo de<br />

caso, o que permitirá enquadrá-la <strong>na</strong> definição de Projeto Complexo;<br />

O segundo, assente nos resultados obtidos elaborar propostas de melhoria de<br />

atuação para as falhas ou deficiências encontra<strong>da</strong>s em termos de <strong>projetos</strong> de<br />

segurança perante um projeto complexo.<br />

3.3 Materiais e Métodos<br />

Na prossecução dos objetivos definidos descrevem-se os materiais e métodos utilizados <strong>na</strong><br />

recolha e tratamento de <strong>da</strong>dos.<br />

3.3.1 Materiais<br />

O presente estudo fun<strong>da</strong>menta-se em documentos de projeto do estudo de caso e em<br />

reportagens fotográficas. Assim, entre os diversos documentos destacam-se o plano de<br />

segurança e saúde e o projeto (peças desenha<strong>da</strong>s e escritas).<br />

O projeto que se toma como base para a elaboração deste estudo foi a construção de <strong>uma</strong><br />

central eólica offshore de águas profun<strong>da</strong>s (superior a 45 m de profundi<strong>da</strong>de) a que ao<br />

longo do texto se chamará genericamente de protótipo.<br />

48 Objetivos e metodologia


O protótipo é composto por <strong>uma</strong> plataforma e <strong>uma</strong> turbi<strong>na</strong> eólica que têm fabrico<br />

completamente independente. Mais tarde, a turbi<strong>na</strong> eólica será acopla<strong>da</strong> a <strong>uma</strong> plataforma<br />

flutuante (Cermelli et al., 2009) portanto, sem fun<strong>da</strong>ções. Essa assemblagem terá lugar<br />

n<strong>uma</strong> uni<strong>da</strong>de de construção <strong>na</strong>val <strong>uma</strong> vez que, o protótipo será rebocado até ao local<br />

onde ficará permanentemente fundeado (3 anos de exploração para investigação e<br />

desenvolvimento). Para que seja possível fundear o mesmo, é necessário que se coloquem<br />

previamente no local as âncoras e as respetivas correntes pelo que é essencial que esse<br />

equipamento seja transportado para o local de construção <strong>da</strong> central eólica no mar. E, como<br />

essa central eólica tem por fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de a produção de energia elétrica ficará liga<strong>da</strong> por meio<br />

de um cabo submarino a <strong>uma</strong> subestação já existente em terra.<br />

O processo de amarração do protótipo com vista ao seu fundeamento no local de<br />

permanência será executado com o auxílio de <strong>na</strong>vios rebocadores e especialistas de vária<br />

ordem quer no domínio de áreas diversas de engenharia, quer no que respeita a trabalhos<br />

de mergulho, de eletrici<strong>da</strong>de, de mecânica, de transporte marítimo, quer ain<strong>da</strong> no domínio<br />

<strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, ambiente e segurança e saúde no trabalho.<br />

O principal <strong>na</strong>vio rebocador será de <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de luxemburguesa que por sua vez terá<br />

trabalhadores de diversos países a trabalhar no processo de amarração.<br />

Estão envolvi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> construção deste protótipo, três enti<strong>da</strong>des executantes com vários<br />

subcontratados. Essas enti<strong>da</strong>des executantes são também de <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des diferentes tal<br />

como, vários dos subcontratados. O dono <strong>da</strong> obra é <strong>uma</strong> organização priva<strong>da</strong> portuguesa.<br />

No respeitante ao licenciamento, como o estaleiro principal se situa em águas portuguesas<br />

a 6 km <strong>da</strong> orla costeira também terá várias enti<strong>da</strong>des a intervirem nesse processo: Instituto<br />

Portuário e dos Transportes Marítimos, Autori<strong>da</strong>de Marítima Nacio<strong>na</strong>l, Autori<strong>da</strong>de para as<br />

Condições de Trabalho, Agência Portuguesa para o Ambiente, Administração <strong>da</strong> Região<br />

Hidrográfica, Inspeção-Geral <strong>da</strong> Agricultura, Mar, Ambiente e Orde<strong>na</strong>mento do Território,<br />

Câmara Municipal, Ministérios vários e outras.<br />

3.3.2 Métodos<br />

Os métodos adotados compreendem:<br />

A pesquisa bibliográfica;<br />

A análise documental (do protótipo);<br />

A observação e elaboração de documentos <strong>na</strong>s fases de projeto e de execução do<br />

protótipo.<br />

A pesquisa bibliográfica realiza<strong>da</strong> em bases de <strong>da</strong>dos e revistas de referência<br />

disponibiliza<strong>da</strong>s através do Metalib <strong>da</strong> Exlibris teve por referência um esquema de<br />

classificação tridimensio<strong>na</strong>l em que ca<strong>da</strong> um dos eixos se refere a <strong>uma</strong> variável (projeto,<br />

gestão e complexi<strong>da</strong>de), conforme ilustrado <strong>na</strong> figura 5.<br />

Domingues, Maria 49


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Pensamento<br />

GC<br />

Sistemas Complexos<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

Figura 5 – Método de Classificação <strong>da</strong>s Referências Bibliográficas<br />

A análise documental do conjunto de documentos que fazem parte do projeto relativo ao<br />

protótipo foi elabora<strong>da</strong> com base em dois critérios que permitiram identificar ou<br />

reconhecer conteúdos/<strong>da</strong>dos/informação com as seguintes características:<br />

De complexi<strong>da</strong>de;<br />

Relativas à gestão de riscos.<br />

Gestão<br />

Risco GP<br />

PC<br />

GPC<br />

Projeto<br />

s<br />

CAE - Construção<br />

GP – Gestão de Projetos<br />

GPC – Gestão de<br />

Projetos Complexos<br />

GC – Gestão <strong>da</strong><br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

PC – Projetos<br />

Complexos<br />

A elaboração do PSS para a fase de projeto do protótipo foi <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s principais ativi<strong>da</strong>des<br />

desenvolvi<strong>da</strong>s pelo que o método participativo é um importante pilar de sustentação <strong>da</strong><br />

dissertação.<br />

50 Objetivos e metodologia


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS<br />

O tratamento e análise de <strong>da</strong>dos compreendem duas abor<strong>da</strong>gens, sendo entendido como<br />

<strong>da</strong>dos o conjunto de documentos do projeto do protótipo:<br />

A análise documental do sistema de documentação do protótipo;<br />

Verificação no terreno <strong>da</strong> especifici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> obra, à luz do conceito de <strong>projetos</strong><br />

<strong>complexos</strong> e <strong>da</strong> aplicação efetiva pelos diversos atores, dos resultados referentes às<br />

situações de singulari<strong>da</strong>de, inscritas no quadro legal <strong>da</strong> promoção <strong>da</strong> segurança e<br />

saúde no trabalho;<br />

4.1 Análise Documental do Projeto<br />

O estudo de caso tem por base um protótipo que já foi apresentado no capítulo 3.<br />

Tabela 37 – Análise Documental (Documentos de Projeto)<br />

Doc. Referência Descrição Complexi<strong>da</strong>de Gestão de Riscos<br />

1 Anexo A1 2.1 Mapa de Localização do Protótipo X<br />

2 Anexo A1 2.2 Folhetos de Apresentação do Protótipo – OQW X<br />

3 “ Folhetos de Apresentação do Protótipo – FOWS X<br />

4 “ Folhetos de Apresentação do Protótipo – M X<br />

5 “ Folhetos de Apresentação do Protótipo – W X<br />

6 “ Folhetos de Apresentação do Protótipo – DOWTD X<br />

7 Anexo A1 2.3 Notícia A. P. WF e Resumo G. P. – N X<br />

8 “ Notícia A. P. WF e Resumo G. P. – RNT X X<br />

9 “ Notícia A. P. WF e Resumo G. P. – WP 4 T4.3 X<br />

10 “ Notícia A. P. WF e Resumo G. P. – BM X<br />

11 Anexo A1 2.4 Projeto Geral X X<br />

12 Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados – MST X X<br />

13 “ Projetos Detalhados – HVSS X X<br />

14 “ Projetos Detalhados – GSV80 X X<br />

15 “ Projetos Detalhados – MSPAI X X<br />

16 “ Projetos Detalhados – LPS X X<br />

17 “ Projetos Detalhados – EDPWODP X X<br />

18 “ Projetos Detalhados – MSC X X<br />

19 Anexo A1 2.6 Listas de Equipamento – MCC X<br />

20 Anexo A1 2.7 Planeamento e Cronogramas de Trabalho – P X<br />

21 Anexo A1 2.8 Listas de Documentos – V X<br />

22 Anexo A1 2.9 Organograma – PC X<br />

23 Anexo A2 3.1 Patente N.º US 0,147,703 A1 Aug. 7, 2003 X<br />

24 Anexo A2 3.2 Patente N.º US 0,236,843 A1 Oct. 27, 2005 X<br />

25 Anexo A2 3.3 Patente N.º US 7,281,881 B1 Oct. 16, 2007 X<br />

26 Anexo A2 3.4 Patente N.º US 0,086,362 A1 Abr. 8, 2010 X<br />

27 Anexo A2 3.5 Patente N.º US 0,037,264 A1 Fev. 17, 2011 X<br />

28 Anexo A2 3.6 WindFloat: A floating foun<strong>da</strong>tion for offshore wt X<br />

29 Anexo A2 3.7 Windfloat: A floating f. for offshore wt part i: X<br />

30 Anexo A2 3.8 Windfloat: A floating f. for offshore wt part ii: X<br />

31 Anexo A2 3.9 Windfloat: A floating f. for offshore wt part iii: X<br />

32 Anexo A3 4.1 PSS versão EN X<br />

33 Anexo A3 4.2 PSS versão PT X<br />

34 Anexo A4 Licenças X<br />

35 Anexo A5 6.1 Fotografias Lis<strong>na</strong>ve 1 X X<br />

36 Anexo A5 6.2 Fotografias Lis<strong>na</strong>ve 2 X X<br />

37 Anexo A5 6.3 Fotografias Leixões X X<br />

38 Anexo A5 6.4 Fotografias Aguçadoura X X<br />

Domingues, Maria 51


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Assim, tomaram-se como elementos de estudo os documentos relativos ao mesmo<br />

(inclusos no Anexo A), conforme listagem constante <strong>da</strong> tabela 37.<br />

No contexto <strong>da</strong> análise de documentos constantes no projeto do protótipo e tendo por<br />

objetivo evidenciar os conteúdos documentais <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> dos critérios de complexi<strong>da</strong>de<br />

e/ou de gestão de riscos exemplifica-se <strong>na</strong> figura 5 o procedimento adotado <strong>na</strong> execução<br />

<strong>da</strong>s tabelas 38 – 50.<br />

"A complexi<strong>da</strong>de técnica<br />

encontra-se em <strong>projetos</strong><br />

que têm como<br />

características de design ou<br />

técnicas, aspetos que são<br />

desconhecidos ou julgados<br />

assim, a complexi<strong>da</strong>de<br />

surge devido à incerteza<br />

sobre o resultado <strong>da</strong>s<br />

soluções de design<br />

interdependentes"<br />

(Remington & Pollack,<br />

2007).<br />

"A complexi<strong>da</strong>de do<br />

projeto deve ser<br />

interpreta<strong>da</strong> e medi<strong>da</strong> em<br />

termos de diferenciação ou<br />

número de elementos e<br />

interdependência"<br />

(Baccarini, 1996).<br />

"O uso de replicação é<br />

adequado quando o objeto<br />

<strong>da</strong> replicação é<br />

relativamente complexo"<br />

(Ruuska & Brady, 2011).<br />

" Um exemplo de um<br />

projeto de construção de<br />

elevado valor e de eleva<strong>da</strong><br />

complexi<strong>da</strong>de é um projeto<br />

de campo petrolífero<br />

offshore"(Barlow, 2000).<br />

Figura 6 – Pági<strong>na</strong> do Documento 7 do Protótipo (Anexo A1 2.3)<br />

52 Tratamento e Análise de Dados


A tabela 38 justifica para o documento n.º 11 “projeto geral”, com a referência Anexo A1<br />

ponto 2.4, as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos com base no Estado <strong>da</strong><br />

Arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 38 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 11)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

11/Anexo A1 2.4 Projeto Geral<br />

“Summary (Fabrication and Load-Out,<br />

Mooring, Installation)”<br />

Pág. 1 de 28 – título<br />

“F-5B Rotor Blade Installation (Using the<br />

gantry crane and the blade catcher device,<br />

blades, are installed individually)”<br />

Pág. 13 de 28 – título, 1ª frase<br />

“Mooring Pre-Lay”<br />

Pág. 15 de 28 – título<br />

“The tower is added in two parts using the<br />

gantry crane”<br />

Pág. 11 de 28 – 3ª frase<br />

“F-5B Rotor blade installation (vertical<br />

clearance may prohibit the use of the gantry<br />

crane for this operation)”<br />

Pág. 13 de 28 – título, 4ª frase<br />

“Electrical install (cable conductors and<br />

fiber-optics are connected to the main junction<br />

box. Following are notes to accompany the<br />

Electrical Install drawing set found in<br />

appendix A)”<br />

Pág. 23 de 28 – 7ª frase<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

Gestão de Riscos<br />

“A complexi<strong>da</strong>de do projeto deve ser interpreta<strong>da</strong><br />

e medi<strong>da</strong> em termos de diferenciação ou número<br />

de elementos e interdependência” (Baccarini,<br />

1996).<br />

“Nos estudos foram encontra<strong>da</strong>s diferentes fontes<br />

de complexi<strong>da</strong>de nomea<strong>da</strong>mente a técnica”<br />

(Ameen & Jacob, 2009).<br />

“Uma vez que a incerteza aumenta a<br />

complexi<strong>da</strong>de do projeto, logo a mesma, pode ser<br />

vista como <strong>uma</strong> componente <strong>da</strong> dimensão de<br />

complexi<strong>da</strong>de” (Williams, 2001).<br />

“Há muitos riscos envolvidos nos <strong>projetos</strong> de<br />

construção que podem ser atribuídos a <strong>uma</strong> série<br />

de razões, entre as quais a <strong>na</strong>tureza do processo<br />

de construção e a complexi<strong>da</strong>de” (Hari<strong>na</strong>rain et<br />

al., 2008).<br />

“A <strong>na</strong>tureza do trabalho de construção é feita de<br />

mu<strong>da</strong>nças as quais requerem ajustes contínuos e a<br />

incapaci<strong>da</strong>de de estabelecer o ajuste às novas<br />

condições pode facilmente conduzir a acidentes e<br />

lesões” (Hinze, 2008).<br />

“Os <strong>projetos</strong> de segurança <strong>na</strong> construção<br />

implicam a consideração <strong>da</strong> segurança dos<br />

trabalhadores já <strong>na</strong> fase de elaboração do projeto”<br />

(Gambatese et al., 2005).<br />

Domingues, Maria 53


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

A tabela 39 justifica as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos para o<br />

documento n.º 12 “<strong>projetos</strong> detalhados”, com a referência Anexo A1 ponto 2.5, com<br />

suporte no estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 39 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 12)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

12/Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados<br />

“Unloading off trucks will be effected by 2<br />

reach stackers, hereafter landed in custom<br />

made cradles supplied by …”<br />

Pág. 7 de 9 – 2ª frase<br />

“Prelimi<strong>na</strong>r or intended stowage plan to be<br />

sent to Vestas before loading of the voyage,<br />

sea fastening, including welding/cuting<br />

procedure to be aproved before sailing”<br />

Pág. 7 de 9 – 10ª frase<br />

“Any deviations to any documents or<br />

agreement will be formally documented by<br />

email, fax or scanned PDF file”<br />

Pág. 8 de 9 – 6ª frase<br />

“The purpose of this document is to secure<br />

that all procedures and regulations are<br />

followed to secure the safety for personnel,<br />

environment and components”<br />

Pág. 4 de 9 – 1ª frase<br />

“The changes will be recorded and added<br />

to this method statement. Any change may<br />

mean a change in the risk of an operation”<br />

Pág. 4 de 9 – 5ª frase<br />

“Non conformances will be registered and<br />

a report will be submitted to … upon<br />

registration”<br />

Pág. 9 de 9 – 5ª frase<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

Gestão de Riscos<br />

“Projetos altamente <strong>complexos</strong> exigem <strong>uma</strong><br />

atenção especial durante o planeamento para<br />

antecipar os resultados e a <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> a adotar”<br />

(Ireland, 2007).<br />

“A complexi<strong>da</strong>de do projeto fun<strong>da</strong>menta-se<br />

n<strong>uma</strong> série de dimensões a serem toma<strong>da</strong>s em<br />

linha de conta tais como a programação do<br />

projeto entre outras” (Hass, 2008).<br />

“É importante ressaltar a importância <strong>da</strong> cultura<br />

de segurança como um conceito único capaz de<br />

melhorar a segurança dos sistemas <strong>complexos</strong>”<br />

(Sorensen, 2002).<br />

“Além dos empreiteiros, também os projetistas,<br />

arquitetos e engenheiros têm <strong>uma</strong> influência<br />

significativa <strong>na</strong> <strong>prevenção</strong> dos riscos dos<br />

trabalhadores <strong>da</strong> construção” (Gangolells et al.,<br />

2010).<br />

“A<strong>na</strong>lisaram-se falhas de comunicação e a sua<br />

importância para a segurança” (Rasmussen &<br />

Lundell, 2012).<br />

“Devem ser considera<strong>da</strong>s e comunica<strong>da</strong>s as<br />

avaliações de risco pois são benéficas para a<br />

mu<strong>da</strong>nça” (Leitch, 2010).<br />

54 Tratamento e Análise de Dados


A tabela 40 evidencia as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos para o<br />

documento n.º 13 “<strong>projetos</strong> detalhados”, com a referência Anexo A1 ponto 2.5, com<br />

assento no estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 40 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 13)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

13/Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados<br />

“The system has been designed on basis of<br />

the following main characteristics:<br />

-Technical and economical competitive<br />

concept;<br />

-Safe access for all personnel in the WTGs<br />

Towers;<br />

-Easy operation, service and mainte<strong>na</strong>nce of<br />

electrical power systems”<br />

Pág. 2 de 4 – 2ª, 3ª, 4ª, 5ª frase<br />

“One HV Switchgear, consisting of<br />

transformer feeder (V) with circuit breaker<br />

with relay, motorization for operating of the<br />

circuit breaker and earthing switch for<br />

connection of HV cable”<br />

Pág. 2 de 4 – 11ª frase<br />

“Cable (one cable with 4 cores) between step<br />

up transformer and HV Switchgear”<br />

Pág. 3 de 4 – título 3.3<br />

“This facilitates safe access into the WTG<br />

Tower for all persons without any risks…”<br />

Pág. 2 de 4 – 7ª frase<br />

“The protection relay type includes short<br />

circuit protection and over current protection<br />

and earth fault protection”<br />

Pág. 3 de 4 – 23ª frase<br />

“Fully isolated (bolted M16) 630 A”<br />

Pág. 4 de 4 – 9ª frase<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

Gestão de Riscos<br />

“Não há hipóteses <strong>na</strong> pesquisa <strong>da</strong><br />

complexi<strong>da</strong>de, em vez disso há análises<br />

históricas, técnicas e simulação de processos<br />

ao longo do tempo, que origi<strong>na</strong>m resultados<br />

inesperados” (Browning & Boudès, 2005).<br />

“Os sistemas <strong>complexos</strong> podem ser<br />

caracterizados de maneiras diferentes. Assim,<br />

num nível superficial, consideram-se aqueles<br />

que são difíceis de conceber e entender”<br />

(Johnson, 2006).<br />

“O método de construção é o segundo<br />

parâmetro mais importante a afetar a<br />

complexi<strong>da</strong>de do projeto” (Xia & Chan, 2012).<br />

“As avaliações de segurança e risco devem ser<br />

vistas num contexto de poder e devem ser<br />

considerados como <strong>uma</strong> parte inerente <strong>aos</strong><br />

processos de planeamento e decisão” (Njå &<br />

Solberg, 2010).<br />

“As maiores per<strong>da</strong>s são normalmente o<br />

resultado do fracasso de várias barreiras de<br />

segurança nos cenários mais <strong>complexos</strong>”<br />

(Cherubin et al., 2011).<br />

“O propósito de um caso de segurança é o<br />

argumento de que um sistema, seja ele físico<br />

ou processual, é aceitavelmente seguro para ser<br />

operado” (Kelly & McDermid, 1996).<br />

Domingues, Maria 55


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

A tabela 41 evidencia as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos para o<br />

documento n.º 14 “<strong>projetos</strong> detalhados”, com a referência Anexo A1 ponto 2.5, com base<br />

no estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 41 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 14)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

14/Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“General Specification<br />

Mechanical Design”<br />

Pág. 6 de 49 – título<br />

“The energy input from the<br />

wind to the turbine is adjusted<br />

by pitching the blades<br />

according to the control<br />

strategy”<br />

Pág. 6 de 49 – 3ª frase<br />

“A separate set of documents<br />

describes the earthing system in<br />

detail”<br />

Pág. 21 de 49 – 1ª frase<br />

“Complying with all applicable<br />

safety, operation, mainte<strong>na</strong>nce,<br />

and service agreements,<br />

instructions, and requirements”<br />

Pág. 21 de 49 – 5ª frase<br />

“Complying with all safetyrelated<br />

laws, regulations, and<br />

ordi<strong>na</strong>nces”<br />

Pág. 21 de 49 – 5ª frase<br />

“Conducting all appropriate<br />

safety training and education”<br />

Pág. 21 de 49 – 5ª frase<br />

“O emprego de princípios do pensamento complexo <strong>na</strong><br />

conceção mostra que a adoção desses princípios, convi<strong>da</strong>,<br />

sobretudo, a <strong>uma</strong> reavaliação <strong>da</strong>s relações entre conceptorusuários-objeto-ambiente<br />

<strong>da</strong>s estruturas” (Ribeiro &<br />

Pratschke, 2003).<br />

“A partir de achados de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> (petróleo e gás)<br />

foi desenvolvido um modelo sistémico que dá <strong>aos</strong> gestores<br />

os insights necessários <strong>da</strong>s interdependências e dos<br />

comportamentos entre as variáveis-chave” (Love, Edwards,<br />

Irani, et al., 2011).<br />

“Quase todos os artefactos <strong>complexos</strong> hoje em dia, incluindo<br />

artefactos físicos, tais como aviões, bem como artefactos de<br />

informação, tais como software, organizações, processos de<br />

negócios, planos e horários, são definidos através <strong>da</strong><br />

interação de muitos participantes, trabalhando em diferentes<br />

elementos <strong>da</strong> conceção” (Klein et al., 2003).<br />

Gestão de Riscos<br />

“O modelo de risco de ambientes dinâmicos e <strong>complexos</strong><br />

abor<strong>da</strong> a complexi<strong>da</strong>de como <strong>uma</strong> questão importante para a<br />

avaliação de risco em relação a operações integra<strong>da</strong>s”<br />

(Grøtan et al., 2011).<br />

“A publicação de <strong>uma</strong> nova norma mundialmente aceite para<br />

a gestão de riscos, a IS0 31000:2009, juntamente com um<br />

novo vocabulário, associado ao Guia ISO 73:2009” (Purdy,<br />

2010).<br />

“Os resultados de análises ao clima de segurança de várias<br />

organizações certifica<strong>da</strong>s pela ISO 18001, mostraram que o<br />

compromisso <strong>da</strong> gestão, e particularmente o efeito que a<br />

comunicação, tem sobre os comportamentos e desempenhos<br />

de segurança, satisfação dos empregados, e competitivi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> empresa são muito importantes” (Fernández-Muñiz et al.,<br />

2012).<br />

56 Tratamento e Análise de Dados


A tabela 42 justifica as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos para o<br />

documento n.º 15 “<strong>projetos</strong> detalhados”, com a referência Anexo A1 ponto 2.5, com<br />

sustentação no estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 42 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 15)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

15/Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“Before the handover to<br />

offshore transport, the<br />

Construction Ma<strong>na</strong>ger will<br />

provide a handover certificate<br />

that will be signed by both<br />

Construction Ma<strong>na</strong>ger and the<br />

sea transport vessel”<br />

Pág. 7 de 14 – 17ª frase<br />

“Each <strong>da</strong>y a toolbox meeting<br />

will be held where all<br />

atten<strong>da</strong>nts are signing off”<br />

Pág. 8 de 14 – 6ª frase<br />

“The following documents are<br />

identified as necessary to<br />

perform the work: Installation<br />

Manual, Tool Box Talk,<br />

Handover Certificates”<br />

Pág. 8 de 14 – 8ª frase<br />

“For all personnel working on<br />

the Assembly and Installation<br />

site, the validity of each<br />

training certificate has been<br />

checked prior to the work”<br />

Pág. 9 de 14 – 7ª frase<br />

“Perso<strong>na</strong>l Protection<br />

Equipment”<br />

Pág. 10 de 14 – título 3.5<br />

“Fire hazards”<br />

Pág. 11 de 14 – título 3.10<br />

“Há um efeito moderador <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de do projeto <strong>na</strong><br />

relação entre as competências de liderança dos gestores e o<br />

sucesso dos <strong>projetos</strong>” (Muller et al., 2012).<br />

“O pensamento complexo e a incerteza podem contribuir<br />

para a compreensão e <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> <strong>da</strong>s razões pelas quais nem<br />

sempre os resultados, ain<strong>da</strong> que fruto de processos bem<br />

elaborados, sejam os esperados e por que as empresas e seus<br />

administradores, por melhores que sejam seus sistemas de<br />

coleta e análise de informações e de toma<strong>da</strong> de decisão, nem<br />

sempre controlam os seus destinos” (Weber & Polo, 2007).<br />

“Um aumento considerável <strong>na</strong> complexi<strong>da</strong>de operacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong><br />

função programação <strong>da</strong> produção pode ocorrer após <strong>uma</strong><br />

maior integração <strong>da</strong> cadeia de fornecimento de duas<br />

empresas” (Siva<strong>da</strong>san et al., 2010).<br />

Gestão de Riscos<br />

“Formações e treinos mais longos nos estaleiros de<br />

construção estão associados a menores taxas de acidentes”<br />

(Hare & Cameron, 2011).<br />

“Os diagramas de blocos funcio<strong>na</strong>is e as equivalentes<br />

árvores de eventos são modelos lógicos de quantificação dos<br />

riscos profissio<strong>na</strong>is” (Papazoglou & Ale, 2007).<br />

“As análises de fiabili<strong>da</strong>de h<strong>uma</strong><strong>na</strong> e a integração dos seus<br />

resultados em sistemas de avaliação quantitativa de riscos<br />

continua a ser <strong>uma</strong> tarefa bastante difícil e complexa de<br />

executar” (Colombo & Demichela, 2008).<br />

Domingues, Maria 57


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

A tabela 43 justifica para o documento n.º 16 “<strong>projetos</strong> detalhados”, com a referência<br />

Anexo A1 ponto 2.5, as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos com base no<br />

estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 43 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 16)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

16/Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados<br />

“Concrete Foun<strong>da</strong>tion (the<br />

foun<strong>da</strong>tion is part of the earthing<br />

system)”<br />

Pág. 7 de 11 – 2ª frase<br />

“The Vestas Earthing System is<br />

desig<strong>na</strong>ted as safety earthing as<br />

well as functio<strong>na</strong>l earthing”<br />

Pág. 8 de 11 – 2ª frase<br />

“Ultrasonic anemometers and<br />

aviation obstruction light on the<br />

rear end of the <strong>na</strong>celle roof”<br />

Pág. 9 de 11 – legen<strong>da</strong> <strong>da</strong> figura<br />

“These conditions provide very<br />

good protection against<br />

transients caused by lightning<br />

activities”<br />

Pág. 11 de 11 – 5ª frase<br />

“The lightning protection system<br />

described in this report complies<br />

with the provisions of the<br />

inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l stan<strong>da</strong>rd IEC<br />

62305,lightning protection level<br />

I”<br />

Pág. 11 de 11 – 13ª frase<br />

“Overvoltage Protection of Main<br />

Wiring. Remote Monitoring –<br />

VPN”<br />

Pág. 11 de 11 – 16ª, 17ª frase<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“Quanto mais complexo se tor<strong>na</strong> o sistema, melhor<br />

controlado necessita ser o ambiente local do mesmo”<br />

(Sayama, 2003).<br />

“Definir a <strong>na</strong>tureza de sistemas <strong>complexos</strong> e as muitas<br />

maneiras em que são expressos <strong>na</strong>s organizações e<br />

mercados” (Amaral & Uzzi, 2007).<br />

“Vários fatores contribuem para a complexi<strong>da</strong>de do<br />

planeamento do projeto, incluindo o número de ativi<strong>da</strong>des,<br />

o nível de pormenor, e a rede de interligação <strong>da</strong>s partes do<br />

projeto” (Nassar & Hegab, 2006).<br />

Gestão de Riscos<br />

“Os princípios lean tais como, a a<strong>da</strong>ptação do método last<br />

planner (planeamento e controlo <strong>da</strong> produção) ao<br />

planeamento <strong>da</strong> segurança visam reduzir os elementos dos<br />

processos de trabalho, e salvaguar<strong>da</strong>r os trabalhadores <strong>da</strong><br />

construção de riscos ocupacio<strong>na</strong>is” (Ghosh & Young-<br />

Corbett, 2009).<br />

“A necessi<strong>da</strong>de de compromisso e mu<strong>da</strong>nça é a<br />

consequência inevitável <strong>da</strong> normalização” (Purdy, 2010).<br />

“Os acidentes causados por má gestão <strong>da</strong> conceção<br />

(design) causam defeitos e erros que não podem ser<br />

corrigidos por medi<strong>da</strong>s de segurança implementa<strong>da</strong>s no<br />

momento” (Yi-man, 2006).<br />

58 Tratamento e Análise de Dados


A tabela 44 prova para o documento n.º 17 “<strong>projetos</strong> detalhados”, com a referência Anexo<br />

A1 ponto 2.5, as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos suporta<strong>da</strong>s pelo<br />

estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 44 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 17)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

17/Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“The platform will be constructed by an<br />

engineering company, ASM in a dry dock in<br />

the Lis<strong>na</strong>ve Shipyard”<br />

Pág. 3 – 5ª frase<br />

“Principal Contractor, is ultimately<br />

responsible for arranging and coordi<strong>na</strong>ting<br />

all the activities of the contractors involved<br />

in the project and direct liaison on site with<br />

visitors”<br />

Pág. 6 – 7ª frase<br />

“The project ma<strong>na</strong>gement arrangements do<br />

not in any way dilute the legal<br />

responsibilities for contractors and staff to<br />

comply with the relevant statutory<br />

provisions of <strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l legislation”<br />

Pág. 6 – 11ª frase<br />

“Are very much aware of the special<br />

hazards associated with construction work<br />

at offshore wind farms and recognize that<br />

the objective can only be achieved through<br />

a combi<strong>na</strong>tion of initiatives that are<br />

positively ma<strong>na</strong>ged”<br />

Pág. 6 – 14ª frase<br />

“Goals will be achieved through the<br />

selection of competent contractors and<br />

staff, the provision of information,<br />

encouraging safe behavior at all levels,<br />

motivating the workforce, the<br />

implementation of protective control<br />

measures that are proportio<strong>na</strong>l to the risks<br />

and that are not unnecessary bureaucratic,<br />

and through proactive monitoring and<br />

auditing”<br />

Pág. 6 – 15ª frase<br />

“Principal Contractor, through the<br />

mechanism of the project initiation and<br />

progress meetings, will ensure that<br />

information on residual risks identified at<br />

the design stage, is passed on to the<br />

contractors involved in the work”<br />

Pág. 7 – 9ª frase<br />

Gestão de Riscos<br />

“Em <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> o uso <strong>da</strong>s "parcerias"<br />

como <strong>uma</strong> ferramenta de estímulo de ganhos de<br />

desempenho de inovação em projeto conduz a<br />

benefícios de aprendizagem ao nível<br />

organizacio<strong>na</strong>l” (Barlow, 2000).<br />

“Destacam-se as pessoas como o principal fator<br />

que contribui para a complexi<strong>da</strong>de do projeto e a<br />

importância <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong>des sociais <strong>na</strong> gestão de<br />

<strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>” (Azim et al., 2010).<br />

“A resposta <strong>da</strong>s estruturas de controlo<br />

hierárquicas, o controlo e planeamento central<br />

são i<strong>na</strong>dequados e limitados como solução para<br />

problemas sociais <strong>complexos</strong> e para o<br />

funcio<strong>na</strong>mento de organizações sociais<br />

complexas” (Yaneer Bar-Yam, 2003).<br />

“As análises de risco quantitativas são <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s<br />

principais ferramentas de gestão de riscos <strong>da</strong>s<br />

indústrias offshore do Reino Unido e <strong>da</strong> Noruega<br />

no entanto, esses modelos têm recebido críticas<br />

de serem limitados <strong>uma</strong> vez que não incluem os<br />

fatores h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is” (Skog<strong>da</strong>len<br />

& Vinnem, 2011).<br />

“Os riscos são definidos e geridos de forma<br />

diferente pelos investidores, proprietários e<br />

empreiteiros; a compartimentalização do risco<br />

ocorre e os riscos são muitas vezes vistos como<br />

estáticos, em vez de eventos dinâmicos do ciclo<br />

de vi<strong>da</strong> de um projeto” (Walewski & Gibson,<br />

2003).<br />

“A utilização de <strong>uma</strong> gateway, pontos de<br />

decisão, que permitem a flexibili<strong>da</strong>de e a<br />

integração precoce <strong>da</strong> segurança e saúde no<br />

trabalho ao nível estratégico é determi<strong>na</strong>nte,<br />

apesar de ain<strong>da</strong> ser necessário a utilização de<br />

ferramentas de gestão integra<strong>da</strong>s tais como o<br />

planeamento detalhado” (Hare & Cameron,<br />

2012).<br />

Domingues, Maria 59


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

A tabela 45 justifica para o documento n.º 18 “<strong>projetos</strong> detalhados”, com a referência<br />

Anexo A1 ponto 2.5, as características de complexi<strong>da</strong>de e de gestão de riscos com base no<br />

estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 45 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de e Gestão de Riscos (Doc. 18)<br />

Doc./Referência Descrição<br />

18/Anexo A1 2.5 Projetos Detalhados<br />

“The complete project consists of the<br />

engineering and construction of the<br />

wind turbine. The total constant<br />

installed capacity of the wind turbine is<br />

2 MW”<br />

Pág. 4 de 10 – 4ª frase<br />

“For clarity reasons the period where<br />

all these activities, both onshore and<br />

offshore, takes place is called the<br />

commissioning phase and the crew<br />

dedicated for this phase is the<br />

commissioning team”<br />

Pág. 4 de 10 – 6ª frase<br />

“WindPlus will be responsible for<br />

getting the turbine positioned on its<br />

offshore location and the procedure to<br />

release the turbine to be energized,<br />

including connecting the switchgear to<br />

the grid.”<br />

Pág. 6 de 10 – 2ª frase<br />

“Transfer plans for <strong>da</strong>ily activities will<br />

be distributed the evening before by email<br />

and will be handed out on the <strong>da</strong>y<br />

itself. Preferably the transfer plan is<br />

ready when the engineers arrive in the<br />

harbor”<br />

Pág. 6 de 10 – 16ª frase<br />

“The transfer plans contains all<br />

information about: time of toolbox talk,<br />

departure time from shore, team<br />

compositions, team appointment to<br />

specific vessel, scheduled activities for<br />

the <strong>da</strong>y, all relevant telephone<br />

numbers, any other relevant<br />

information, departure time from<br />

windfloat back to shore”<br />

Pág. 6 de 10 – 17ª frase<br />

“All communication is in English. The<br />

engineers need to be able to contact the<br />

vessel and vice versa for transfer<br />

requests and in case of emergency. The<br />

onshore commissioning office needs to<br />

be able to contact the vessel and the<br />

engineers”<br />

Pág. 7 de 10 – 3ª frase<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“A complexi<strong>da</strong>de <strong>na</strong> gestão de mega <strong>projetos</strong> de<br />

construção pode ser gera<strong>da</strong> a partir de três aspetos:<br />

técnicos, sociais e de gestão” (Li & Guo, 2011).<br />

“O conceito de complexi<strong>da</strong>de aporta insights (ideias)<br />

sobre alguns aspetos dos <strong>projetos</strong> de construção tais<br />

como, o seu arranjo social que necessita de outras<br />

formas de liderança, intervenção e colaboração pelo<br />

que se deve adotar conceitos alter<strong>na</strong>tivos e<br />

habili<strong>da</strong>des de maior interação colaborativa entre as<br />

partes que participam nesse ambiente social” (Cicmil<br />

& Marshall, 2005).<br />

“Um projeto complexo é aquele que demonstra <strong>uma</strong><br />

série de características a um determi<strong>na</strong>do grau ou<br />

nível de gravi<strong>da</strong>de, o que tor<strong>na</strong> extremamente difícil<br />

prever os resultados do projeto e controlar ou gerir<br />

esses mesmos <strong>projetos</strong>” (Remington et al., 2009).<br />

Gestão de Riscos<br />

“Os <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> geram enormes<br />

consequências por isso, os riscos específicos desses<br />

<strong>projetos</strong> requerem <strong>uma</strong> análise detalha<strong>da</strong> e o<br />

cui<strong>da</strong>doso desenvolvimento/implementação de ações<br />

de resposta a esses riscos” (Kujawski & Angelis,<br />

2009).<br />

“O método last planner permite integrar o<br />

planeamento <strong>da</strong> segurança e <strong>da</strong> construção através do<br />

controlo de quatro funções essenciais: a antecipação<br />

de recursos de segurança necessários ao controlo dos<br />

riscos, a identificação e controlo de riscos origi<strong>na</strong>dos<br />

<strong>na</strong>s decisões de planeamento, a avaliação do<br />

desempenho <strong>da</strong> segurança (com base em indicadores<br />

pró-ativos e reativos) e os trabalhadores que<br />

permitem a identificação de riscos e apresentam<br />

sugestões para os controlar” (Ghosh & Young-<br />

Corbett, 2009)<br />

“A<strong>na</strong>lisaram-se falhas de comunicação e a sua<br />

importância para a segurança” (Rasmussen &<br />

Lundell, 2012).<br />

60 Tratamento e Análise de Dados


A tabela 46 defende para o documento n.º 20 “planeamento e cronograma de trabalhos”,<br />

com a referência, Anexo A1 ponto 2.7, as características de complexi<strong>da</strong>de com sustentação<br />

no estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 46 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de (Doc. 20)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

20/Anexo A1 2.7 Planeamento e Cronograma de Trabalhos<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“118 tarefas que compõem a execução<br />

do projeto para serem inicia<strong>da</strong>s <strong>na</strong><br />

sema<strong>na</strong> 19 de 2011 e termi<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong><br />

sema<strong>na</strong> 45 de 2011”<br />

“Umbilical installation 19-09-11”<br />

“Commissioning and start-up<br />

(offshore) 03-10-11”<br />

“A pesquisa apresenta <strong>uma</strong> medi<strong>da</strong> que avalia a<br />

complexi<strong>da</strong>de dos cronogramas de <strong>projetos</strong> em<br />

termos de conectivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des e é expressa<br />

em percentagem” (Nassar & Hegab, 2006).<br />

“Complexi<strong>da</strong>de temporal existe em <strong>projetos</strong> onde há<br />

um elevado nível de incerteza sobre futuras<br />

restrições e pode desestabilizar completamente o<br />

projeto” (Remington & Pollack, 2007).<br />

O quadro Cynefin, de apoio à toma<strong>da</strong> de decisão,<br />

estabelece que num contexto complexo não há<br />

respostas certas e a relação causa-efeito também não<br />

é percetível, (Snowden & Boone, 2007).<br />

A tabela 47 justifica para o documento n.º 22 “organograma”, com a referência Anexo A1<br />

ponto 2.9, as características de complexi<strong>da</strong>de com suporte no estado <strong>da</strong> arte apresentado no<br />

capítulo 2.<br />

Tabela 47 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de (Doc. 22)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

22/Anexo A1 2.9 Organograma<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“Investors, promoter, major<br />

contractors, suppliers”<br />

“EDP, Principle Power Inc,<br />

A Silva Matos, INOV<br />

CAPITAL, WindPlus, ”<br />

“Pre-Fabrication: ASM,<br />

Houston Offshore<br />

Engineering (HOE),<br />

American Bureau of Shipping<br />

(ABS)”<br />

“A <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> social à complexi<strong>da</strong>de está profun<strong>da</strong>mente<br />

enraiza<strong>da</strong> no ambiente social pelo que as pessoas envolvi<strong>da</strong>s<br />

devem participar <strong>na</strong> criação e implementação <strong>da</strong> solução<br />

apesar de terem <strong>perspetiva</strong>s e interesses diversos” (Kahane,<br />

2004).<br />

“O conceito de complexi<strong>da</strong>de pode ser a<strong>na</strong>lisado sob duas<br />

dimensões: o grau de certeza e o nível de concordância e um<br />

dos cenários é aquele em que o objetivo fi<strong>na</strong>l é acor<strong>da</strong>do, mas<br />

não há certezas quanto ao modo de lá chegar. As abor<strong>da</strong>gens<br />

tradicio<strong>na</strong>is de gestão podem não funcio<strong>na</strong>r por não existir um<br />

plano pré-determi<strong>na</strong>do” (Stacey, 1996).<br />

“Uma forma de avaliar a complexi<strong>da</strong>de potencial de um<br />

projeto é a matriz de métodos e objetivos que classifica os<br />

<strong>projetos</strong> por meio de dois parâmetros: i) quão bem definidos<br />

são os objetivos e ii) quão bem definidos são os métodos para<br />

atingir os objetivos” (Turner & Cochrane, 1993).<br />

Domingues, Maria 61


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

A tabela 48 justifica para o documento n.º 27 “patente N.º US 0,037, 264 A1”, com a<br />

referência Anexo A2 ponto 3.5, as características de complexi<strong>da</strong>de com suporte no estado<br />

<strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 48 – Caraterísticas de Complexi<strong>da</strong>de (Doc. 27)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

27/Anexo A2 3.5 Patente N.º US 0,037,264 A1<br />

“United States Patent Application<br />

Publication”<br />

Capa – título<br />

“Semi-submersible offshore floating wind<br />

turbine platforms that include at least<br />

three columns are described herein”<br />

Pág. 1 – ponto 0007<br />

“In a embodiment, the floating wind<br />

turbine platform has a special<br />

configuration that is a high strength<br />

structure”<br />

Pág. 2 – ponto 0011<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“A complexi<strong>da</strong>de chegou a nós, <strong>na</strong>s ciências, pelo<br />

mesmo caminho que a tinha expulsado. O próprio<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> ciência física, que se<br />

consagrava a revelar a Ordem impecável do<br />

mundo, seu determinismo absoluto e perpétuo, sua<br />

obediência a <strong>uma</strong> Lei única e sua constituição de<br />

<strong>uma</strong> forma origi<strong>na</strong>l simples (o átomo) desembocou<br />

fi<strong>na</strong>lmente <strong>na</strong> complexi<strong>da</strong>de do real. Descobriu-se<br />

no universo físico um princípio hemorrágico de<br />

degra<strong>da</strong>ção e de desordem (segundo princípio <strong>da</strong><br />

termodinâmica); depois, no que se supunha ser o<br />

lugar <strong>da</strong> simplici<strong>da</strong>de física e lógica, descobriu-se<br />

a extrema complexi<strong>da</strong>de microfísica; a partícula<br />

não é um primeiro tijolo, mas <strong>uma</strong> fronteira sobre<br />

<strong>uma</strong> complexi<strong>da</strong>de talvez inconcebível; o cosmos<br />

não é <strong>uma</strong> máqui<strong>na</strong> perfeita, mas um processo em<br />

vias de desintegração e de organização ao mesmo<br />

tempo” (Morin, 2006).<br />

“As múltiplas racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des e culturas dos<br />

mega<strong>projetos</strong>, em vez de terem <strong>uma</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de<br />

singular, partilha<strong>da</strong> por <strong>uma</strong> única cultura<br />

integrativa, surgem ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> forma de interesses<br />

pessoais” (van Marrewijk et al., 2008).<br />

“Todos os <strong>projetos</strong> industriais são classificados<br />

como <strong>complexos</strong>, não são únicos nem singulares e<br />

os seus problemas são mais conhecidos” (Santa<strong>na</strong>,<br />

1990).<br />

62 Tratamento e Análise de Dados


A tabela 49 justifica para o documento n.º 33 “plano de segurança e saúde versão PT”, com<br />

a referência Anexo A3 ponto 4.2, as características de gestão de riscos com base no estado<br />

<strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 49 – Caraterísticas de Gestão de Riscos (Doc. 33)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

33/Anexo A3 4.2 PSS versão PT<br />

“Plano de Segurança e Saúde Projeto<br />

WindFloat”<br />

Capa – título<br />

“Para <strong>da</strong>r cumprimento ao Decreto-Lei<br />

n.º 273/2003 de 29 de Outubro, que<br />

transpôs para o direito interno a Diretiva<br />

n.º 92/57/CEE, do Conselho, de 24 de<br />

Junho, relativa às prescrições mínimas<br />

de Segurança e Saúde no Trabalho a<br />

aplicar em estaleiros temporários ou<br />

móveis”<br />

Pág. 1 – 1ª frase<br />

“Condicio<strong>na</strong>lismos ao transporte de<br />

trabalhadores <strong>da</strong> Póvoa de Varzim para<br />

a Aguçadoura mar: (1) não existência de<br />

autorizações de transporte, (2) condições<br />

atmosféricas adversas, (3) estado do mar<br />

adverso, etc.”<br />

Pág. 30 – tabela 17<br />

Gestão de Riscos<br />

“A <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> atual para a saúde e segurança <strong>na</strong><br />

construção subestima o papel <strong>da</strong>s práticas<br />

produção e concentra-se principalmente <strong>na</strong><br />

formulação de diretrizes gerais e de melhores<br />

práticas políticas” (Pa<strong>na</strong>s & Pantouvakis, 2010)<br />

“Determi<strong>na</strong>r a eficácia relativa dos componentes<br />

de um programa de segurança, quantificando a sua<br />

capaci<strong>da</strong>de individual para mitigar os riscos <strong>da</strong><br />

saúde e segurança <strong>na</strong> construção é crucial, a fim de<br />

determi<strong>na</strong>r a eficácia dos elementos individuais do<br />

programa de segurança e se foram realiza<strong>da</strong>s as<br />

ativi<strong>da</strong>des do programa de investigação: i) a<br />

criação de um sistema de classificação de riscos de<br />

segurança usando <strong>uma</strong> agregação de literatura<br />

relevante; ii) a identificação <strong>na</strong> literatura de<br />

elementos programa de segurança eficazes; iii) a<br />

quantificação <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> elemento do<br />

programa de segurança para mitigar <strong>uma</strong> parcela<br />

de ca<strong>da</strong> <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s classes de risco” (Hallowell &<br />

Gambatese, 2009)<br />

“Um estudo de caso de segurança do trabalho em<br />

estaleiros de construção mostra que é difícil<br />

“controlar” os riscos no trabalho, <strong>uma</strong> vez que os<br />

<strong>projetos</strong> foram criados, no quadro do processo, do<br />

“projeto de execução” mas que se tor<strong>na</strong> mais fácil<br />

elimi<strong>na</strong>r esse risco, quando coletivamente os atores<br />

do processo projetam e redesenham a sua ativi<strong>da</strong>de<br />

coletiva, desde a primeira fase do projeto de<br />

construção até o fim” (Lorino, 2007)<br />

Domingues, Maria 63


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

A tabela 50 justifica para o documento n.º 34 “licença”, com a referência Anexo A4, as<br />

características de gestão de riscos com base no estado <strong>da</strong> arte apresentado no capítulo 2.<br />

Tabela 50 – Caraterísticas de Gestão de Riscos (Doc. 34)<br />

Doc./Referência<br />

Descrição<br />

34/Anexo A4 Licença<br />

Complexi<strong>da</strong>de<br />

“Autori<strong>da</strong>de Marítima Nacio<strong>na</strong>l”<br />

Título<br />

“Autorização às operações<br />

associa<strong>da</strong>s à instalação <strong>da</strong><br />

plataforma WindFloat”<br />

Pág. 1 – 1ª parte, 1ª frase<br />

“Observar o Despacho do Capitão<br />

do Porto de 08 de Outubro de 2011”<br />

Pág. 1 – 2ª parte, 1ª frase<br />

4.2 Observação <strong>da</strong> Construção do Protótipo<br />

“As principais fontes de complexi<strong>da</strong>de dos sistemas de<br />

infraestruturas são a interação de conflituosos<br />

requisitos <strong>da</strong>s partes interessa<strong>da</strong>s por isso, propõem-se<br />

<strong>uma</strong> metodologia sistémica basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> negociação e<br />

argumentação para aju<strong>da</strong>r à resolução desses<br />

problemas e facilitar a avaliação <strong>da</strong>s diversas opções<br />

durante o projeto de tais sistemas” (Marashi & Davis,<br />

2006)<br />

“Os <strong>projetos</strong> de engenharia <strong>complexos</strong> devem ser<br />

geridos como processos evolutivos” (Yanner Bar-Yam,<br />

2003)<br />

“Complexi<strong>da</strong>de eficaz refere-se a <strong>uma</strong> descrição muito<br />

precisa <strong>da</strong>s regulari<strong>da</strong>des de <strong>uma</strong> enti<strong>da</strong>de e não os<br />

recursos que são tratados como aleatórios ou<br />

acidentais” (Gell-Mann, 2005)<br />

A observação <strong>da</strong> construção do protótipo permitiu que fossem obti<strong>da</strong>s alg<strong>uma</strong>s fotografias<br />

que à semelhança dos documentos do mesmo podem ser a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s pelo prisma <strong>da</strong><br />

complexi<strong>da</strong>de e/ou <strong>da</strong> gestão de riscos segundo o Diagrama de Gantt que representa o ciclo<br />

de vi<strong>da</strong> do protótipo ilustrado <strong>na</strong> figura 7.<br />

Neste sentido, a figura 8, constituí<strong>da</strong> por duas etapas de construção do protótipo em terra<br />

(assemblagem plataforma-turbi<strong>na</strong> e transferência de doca), traduz os dois aspetos a tomar<br />

como pontos de análise:<br />

A complexi<strong>da</strong>de;<br />

A gestão de riscos.<br />

Essas duas etapas de construção, realiza<strong>da</strong>s após a ultimação do fabrico, quer <strong>da</strong><br />

plataforma, quer <strong>da</strong> turbi<strong>na</strong>, constituem a preparação para a instalação offshore (1/8 do<br />

tempo representado para o fabrico) tal como se pode ver no diagrama de Gantt <strong>da</strong> figura 7.<br />

64 Tratamento e Análise de Dados


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

Figura 7 – Ciclo de Vi<strong>da</strong> do Protótipo<br />

Domingues, Maria 65


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

A complexi<strong>da</strong>de representa<strong>da</strong> <strong>na</strong> figura 8 é presencia<strong>da</strong> nos seguintes aspetos:<br />

Técnicos;<br />

Sociais.<br />

Nos aspetos técnicos, porque a execução <strong>da</strong>s operações de assemblagem <strong>da</strong> plataformaturbi<strong>na</strong><br />

e transferência de doca, exige grande conhecimento, especialização, perícia,<br />

planeamento, organização e equipamentos auxiliares muito específicos além de serem<br />

operações de eleva<strong>da</strong> envergadura.<br />

Nos aspetos sociais, porque estão envolvi<strong>da</strong>s diversas organizações: a que fabricou a<br />

plataforma, a que fabricou a turbi<strong>na</strong>, a que cedeu as instalações para transferência de doca<br />

e assemblagem, e a que mais tarde autorizou o lançamento ao mar, etc., com trabalhadores<br />

de diversas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des e distintos graus de formação.<br />

Figura 8 – Transferência de Doca e Assemblagem do Protótipo<br />

Quanto à gestão de riscos, as operações também envolvem riscos de segurança e saúde em<br />

eleva<strong>da</strong> escala.<br />

Tanto a ativi<strong>da</strong>de de assemblagem como a ativi<strong>da</strong>de de transferência de doca comportam<br />

riscos vários. A assemblagem <strong>da</strong> turbi<strong>na</strong> à plataforma e mais tarde o lançamento do<br />

protótipo ao mar, têm de ser bem estu<strong>da</strong>dos, planeados, avaliados os riscos e<br />

implementa<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s preventivas adequa<strong>da</strong>s e só então é que as ativi<strong>da</strong>des poderão ser<br />

executa<strong>da</strong>s.<br />

A figura 9, respeitante à ativi<strong>da</strong>de de ancoragem do protótipo (inicia<strong>da</strong> em Setembro e<br />

termi<strong>na</strong><strong>da</strong> em fi<strong>na</strong>l de novembro de 2011, de acordo com diagrama de Gantt <strong>da</strong> figura 7)<br />

no local de instalação definitiva no mar, denota um tipo de trabalho que envolve<br />

complexi<strong>da</strong>de e risco. A complexi<strong>da</strong>de manifesta<strong>da</strong> é de índole técnica, e a gestão de riscos<br />

compreende essencialmente, o afogamento e as lesões provoca<strong>da</strong>s pelo rebentamento dos<br />

cabos durante a operação de instalação <strong>da</strong>s âncoras sem se contar com o perigo de<br />

formação de <strong>uma</strong> tempestade no mar.<br />

Domingues, Maria 66


Figura 9 – Ancoragem do Protótipo<br />

A complexi<strong>da</strong>de técnica observa-se <strong>na</strong> dificul<strong>da</strong>de de colocação <strong>da</strong>s âncoras no local<br />

preciso e exato de fundeamento do protótipo. Tais trabalhos têm de ser realizados por<br />

trabalhadores especializados entre os quais se pode salientar os mergulhadores de<br />

profundi<strong>da</strong>de (40-50 m) e os trabalhadores do rebocador que terão de proceder à colocação<br />

<strong>da</strong> amarração i.e. correntes de sustentação <strong>da</strong>s âncoras.<br />

Figura 10 – Amarração do Protótipo<br />

A figura 10 referente à amarração do protótipo denota o grau de complexi<strong>da</strong>de de tal<br />

ativi<strong>da</strong>de e simultaneamente a necessi<strong>da</strong>de de gestão do risco <strong>da</strong> mesma.<br />

A complexi<strong>da</strong>de além de técnica é também expressa <strong>na</strong> própria constituição do estaleiro de<br />

construção i.e., realizam-se conjuntamente trabalhos em território português (local de<br />

implantação do protótipo) e em território estrangeiro (pavilhão do <strong>na</strong>vio que executa os<br />

trabalhos de amarração definitiva do protótipo. O estaleiro no local é constituído pelo<br />

protótipo e por três rebocadores (dois dos quais de pavilhão português e um de pavilhão<br />

Domingues, Maria 67


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

estrangeiro). Os trabalhos de amarração são executados pelo rebocador de pavilhão<br />

estrangeiro enquanto os outros dois, procedem à sustentação do protótipo.<br />

A necessi<strong>da</strong>de de gestão de riscos é evidencia<strong>da</strong> nos perigos de que<strong>da</strong> à água, falta de<br />

respiração assisti<strong>da</strong> <strong>aos</strong> mergulhadores ou ain<strong>da</strong> o rebentamento descontrolado dos cabos<br />

de amarração.<br />

A figura 11 relativa <strong>aos</strong> ensaios do cabo submarino de avaliação <strong>da</strong> fiabili<strong>da</strong>de do mesmo<br />

ao transporte de energia elétrica representa <strong>uma</strong> ativi<strong>da</strong>de, que apesar de executa<strong>da</strong> por<br />

especialistas <strong>da</strong> área elétrica (complexi<strong>da</strong>de técnica), mostra essencialmente as<br />

necessi<strong>da</strong>des de gestão de riscos.<br />

Figura 11 – Ensaio ao Cabo Elétrico Submarino<br />

A execução dos ensaios prevê medi<strong>da</strong>s de segurança excecio<strong>na</strong>is como sejam a<br />

consig<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> subestação. Este tipo de trabalho consiste em colocar fora de serviço to<strong>da</strong>s<br />

as fontes de energia elétrica capazes de colocar em riscos a segurança e saúde dos<br />

trabalhadores <strong>da</strong> mesma.<br />

68 Tratamento e Análise de Dados


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />

O último Relatório <strong>da</strong> OIT para o dia mundial <strong>da</strong> segurança e saúde no trabalho alerta para<br />

a chama<strong>da</strong> “economia verde” que é ca<strong>da</strong> vez mais o símbolo de <strong>uma</strong> economia e <strong>uma</strong><br />

socie<strong>da</strong>de mais sustentável, onde defender o meio ambiente para as presentes e futuras<br />

gerações e garantir a to<strong>da</strong>s as pessoas condições de vi<strong>da</strong> e de trabalho mais inclusivas é um<br />

dos maiores objetivos <strong>da</strong> H<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de (OIT, 2012).<br />

A complexi<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong> é imperativa quanto à necessi<strong>da</strong>de de se estabelecerem<br />

medi<strong>da</strong>s excecio<strong>na</strong>is de <strong>prevenção</strong> em estaleiros de construção temporários ou móveis.<br />

5.1 Atual Sistema de Gestão de Riscos de Obras de Construção<br />

O atual sistema de gestão de riscos aplicável a estaleiros temporários ou móveis, no espaço<br />

<strong>da</strong> União Europeia, é o preceituado <strong>na</strong> Diretiva Estaleiros 92/57/CEE de 24 de Junho e é<br />

apresentado esquematicamente <strong>na</strong> tabela 51.<br />

Etapa<br />

Etapa<br />

Tabela 51 – Sistema de Gestão de Riscos de Obras de Construção<br />

Sistema de Gestão de Riscos <strong>da</strong> Diretiva Estaleiros (92/57/CEE de 24 de Junho)<br />

1ª Parecer Prévio Coorde<strong>na</strong>dor de<br />

Segurança e Saúde<br />

2ª Trabalhos de<br />

ancoragem do protótipo<br />

realizados por um<br />

rebocador de pavilhão<br />

estrangeiro<br />

3ª (Gibson & Howsam,<br />

2010)<br />

4ª (Kontic & Gerbec<br />

2009)<br />

O coorde<strong>na</strong>dor tomará<br />

medi<strong>da</strong>s para que o<br />

acesso ao estaleiro seja<br />

reservado ape<strong>na</strong>s a<br />

pessoas autoriza<strong>da</strong>s<br />

(Thomas & Mengel<br />

2008)<br />

Plano de Segurança e<br />

Saúde<br />

Trabalhos de<br />

transferência <strong>da</strong> doca<br />

seca para o mar e<br />

operações de lastragem<br />

Dossier de Eventuais<br />

Trabalhos Posteriores<br />

Trabalhos posteriores<br />

de manutenção a<br />

efetuar durante o<br />

período de exploração<br />

(Lingard et al. 2012) (Ruuska & Brady<br />

2011)<br />

(Fisher 2011) (Grøtan et al. 2011) (Kujawsky & Angelis<br />

2009)<br />

Sistema de Gestão de Riscos para Projetos Complexos (92/57/CEE de 24 de Junho)<br />

5ª Parecer Prévio Coorde<strong>na</strong>dor de<br />

Segurança e Saúde<br />

Plano de Segurança e<br />

Saúde<br />

Dossier de Eventuais<br />

Trabalhos Posteriores<br />

Domingues, Maria 69<br />

Descrição<br />

Protótipo<br />

Descrição<br />

Requisi<br />

tos<br />

Comple<br />

xi<strong>da</strong>de<br />

Gestão de<br />

Riscos<br />

Requisi<br />

tos


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

5.1.1 Diretiva Estaleiros – 1ª Etapa<br />

Os requisitos essenciais para implementação do sistema de gestão instituído pela DE<br />

92/57/CEE de 24 de Junho são quatro: i) Parecer prévio; ii) Coorde<strong>na</strong>dor de segurança e<br />

saúde; iii) Plano de segurança e saúde; iv) Dossier de eventuais trabalhos posteriores.<br />

Na fase de conceção ou de projeto e à luz <strong>da</strong> DE onde se efetuam trabalhos de construção<br />

“4) montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados” segundo o art.º 3º, 1, <strong>da</strong><br />

mesma, deverá ser nomeado pelo dono <strong>da</strong> obra e/ou pelo diretor fiscal um coorde<strong>na</strong>dor de<br />

segurança e saúde, pessoa singular e/ou coletiva que, em concordância com art.º 6º deverá:<br />

“Coorde<strong>na</strong>r a aplicação dos princípios gerais de <strong>prevenção</strong> em matéria de<br />

segurança e saúde (<strong>na</strong>s opções arquitetónicas, técnicas e/ou organizacio<strong>na</strong>is<br />

para planificar os diferentes trabalhos ou fases de trabalho que irão<br />

desenrolar-se simultânea ou sucessivamente, <strong>na</strong> previsão do tempo a desti<strong>na</strong>r<br />

à realização desses trabalhos ou fases do trabalho, tidos em conta, sempre que<br />

se afigure necessário, todos os planos de segurança e saúde e todos os dossiers<br />

elaborados), elaborará ou man<strong>da</strong>rá elaborar um plano de segurança e saúde<br />

que indicará com precisão as regras aplicáveis ao estaleiro em questão e<br />

elaborará um dossier a<strong>da</strong>ptado às características <strong>da</strong> obra, que incluirá os<br />

elementos úteis em matéria de segurança e de saúde a ter em conta em<br />

eventuais trabalhos posteriores”.<br />

E ain<strong>da</strong>, de acordo com art.º 3º, 3:<br />

“O dono <strong>da</strong> obra e/ou o diretor fiscal comunicarão às autori<strong>da</strong>des<br />

competentes, antes do início dos trabalhos, o parecer prévio elaborado em<br />

conformi<strong>da</strong>de com o Anexo III”.<br />

Assim, para o protótipo em estudo e para cumprir o preconizado pelo sistema de gestão, o<br />

dono <strong>da</strong> obra, comunicou à Autori<strong>da</strong>de para as Condições Trabalho a abertura do estaleiro,<br />

nomeou um coorde<strong>na</strong>dor de segurança e saúde em projeto e em obra e assegurou que antes<br />

<strong>da</strong> abertura do mesmo fosse estabelecido um plano de segurança e saúde.<br />

Por sua vez, o coorde<strong>na</strong>dor de segurança e saúde durante o projeto <strong>da</strong> obra elaborou um<br />

dossier em matéria de segurança e saúde a ter em conta em eventuais trabalhos posteriores.<br />

5.1.2 Protótipo – 2ª Etapa<br />

Para a construção do protótipo foi necessário atender <strong>aos</strong> requisitos de gestão de riscos <strong>da</strong><br />

DE 92/57/CEE de 24 de Junho.<br />

Por conseguinte, <strong>na</strong> elaboração do parecer prévio e decorrente <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de anexar as<br />

declarações de responsabili<strong>da</strong>de identificou-se a insuficiência do procedimento em causa<br />

devido à existência de um rebocador de pavilhão estrangeiro que efetuou todos os<br />

trabalhos de amarração do protótipo como subcontratado de <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong>des<br />

70 Discussão dos Resultados


executantes. O protótipo foi implantado em território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e a execução dos trabalhos<br />

de amarração decorreu em território estrangeiro. Em boa ver<strong>da</strong>de a enti<strong>da</strong>de executante<br />

deixou de ter responsabili<strong>da</strong>de sobre os trabalhos realizados pelo seu subcontratado porque<br />

foram realizados fora do território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (em território estrangeiro).<br />

Relativamente <strong>aos</strong> coorde<strong>na</strong>dores de segurança e saúde, e de acordo com o artigo 6º alínea<br />

f) <strong>da</strong> DE, os mesmos tomarão as medi<strong>da</strong>s necessárias para que o acesso ao estaleiro seja<br />

reservado ape<strong>na</strong>s a pessoas autoriza<strong>da</strong>s.<br />

No caso do protótipo em estudo e durante a execução dos trabalhos de amarração por um<br />

rebocador de pavilhão estrangeiro tal, fica excluído <strong>da</strong>s suas funções porque o coorde<strong>na</strong>dor<br />

não está habilitado a coorde<strong>na</strong>r ativi<strong>da</strong>des em território estrangeiro ou supra<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

Quanto PSS, e por exemplo <strong>na</strong> fase de saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> doca seca para o mar e consequente<br />

lastragem do protótipo, a especifici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s operações conjuga<strong>da</strong>s, as dimensões <strong>da</strong>s<br />

estruturas envolvi<strong>da</strong>s implicam a necessi<strong>da</strong>de de utilização de métodos ou modelos de<br />

avaliação de risco igualmente singulares como por exemplo, <strong>uma</strong> análise integra<strong>da</strong> de<br />

riscos de segurança e saúde e ambientais. Este requisito condicio<strong>na</strong> de modo significativo,<br />

a apresentação de soluções preventivas em fase de projeto.<br />

Por fim, e no que respeita à elaboração do dossier de eventuais trabalhos posteriores para<br />

ativi<strong>da</strong>des de manutenção do protótipo, as suas singulari<strong>da</strong>des construtivas determi<strong>na</strong>m<br />

soluções cujos procedimentos de manutenção, envolvem operações que, noutros cenários<br />

seriam rotineiras, mas neste caso, são operações de risco elevado. Mais <strong>uma</strong> vez, o<br />

requisito aponta para a necessi<strong>da</strong>de de adoção de métodos particulares de identificação e<br />

avaliação de riscos.<br />

5.1.3 Complexi<strong>da</strong>de – 3ª Etapa<br />

A título de exemplo, fun<strong>da</strong>mentam-se n<strong>uma</strong> breve resenha de quatro autores que<br />

dedicaram a sua investigação ao tema <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de, os quatro requisitos base <strong>da</strong> DE<br />

92/57/CEE de 24 de Junho.<br />

O parecer prévio n<strong>uma</strong> <strong>perspetiva</strong> de complexi<strong>da</strong>de e porque o quadro jurídico dos parques<br />

eólicos offshore causa impactes diversos no processo de licenciamento, <strong>na</strong> taxa de<br />

desenvolvimento de novos parques eólicos offshore e <strong>na</strong> realização <strong>da</strong>s metas defini<strong>da</strong>s<br />

para a produção de eletrici<strong>da</strong>de a partir de energias renováveis, os limites de consentimento<br />

associados ao seu desenvolvimento devem ser claramente definidos por <strong>uma</strong> comissão de<br />

planeamento de infraestruturas que aju<strong>da</strong>rá a diminuir a incerteza associa<strong>da</strong> à dependência<br />

de decisores locais (Gibson & Howsam, 2010).<br />

No respeitante <strong>aos</strong> coorde<strong>na</strong>dores de segurança e saúde e tal como os mestres gestores de<br />

<strong>projetos</strong> de ambientes <strong>complexos</strong>, desconhecidos e incertos necessitam desenvolver<br />

habili<strong>da</strong>des emocio<strong>na</strong>is, espirituais, capaci<strong>da</strong>des de orientação que induzam a ação criadora<br />

(fazer acontecer) e promovam a reflexão crítica num ambiente de aprendizagem e que por<br />

Domingues, Maria 71


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

isso, a educação para a gestão de <strong>projetos</strong> que envolvem complexi<strong>da</strong>de e para sistemas<br />

a<strong>da</strong>ptativos <strong>complexos</strong> ou sensíveis exige muito mais do que a transferência de saber<br />

através dos métodos tradicio<strong>na</strong>is de ensino/formação (o quê ou o como) (Thomas &<br />

Mengel, 2008).<br />

O plano de segurança e saúde mais concretamente a atual <strong>prevenção</strong> de riscos para a<br />

construção, através dos seus quadros de formulação de políticas, processos e ferramentas<br />

de gestão, não reconhece a maneira pela qual as interações e associações entre os<br />

stakeholders (partes interessa<strong>da</strong>s) e os diversos artefactos não-h<strong>uma</strong>nos são influenciados<br />

pela evolução <strong>da</strong>s decisões do projeto (Lingard et al., 2012).<br />

O dossier de eventuais trabalhos aponta para a utilização de replicação adequa<strong>da</strong> quando o<br />

objeto <strong>da</strong> mesma é relativamente complexo pois, a investigação tem incidido nos conceitos<br />

de projeto de construção e <strong>na</strong> capaci<strong>da</strong>de de aprendizagem, através <strong>da</strong> replicação e<br />

extensão do trabalho anterior (Ruuska & Brady, 2011).<br />

5.1.4 Gestão de Riscos – 4ª Etapa<br />

De modo similar apresentam-se a seguir os resultados dos estudos de quatro autores que<br />

poderão aju<strong>da</strong>r a compreender os quatro pilares de sustentação <strong>da</strong> DE 92/57/CEE de 24 de<br />

Junho <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> <strong>da</strong> gestão de riscos.<br />

O parecer prévio remete para o processo de licenciamento que, apesar <strong>da</strong> ausência formal<br />

(regulamentar) de valores-limite para o risco é o resultado <strong>da</strong> avaliação do impacte<br />

ambiental e <strong>da</strong> avaliação de riscos dos diversos intervenientes no processo como sejam: o<br />

investidor, o consultor e a autori<strong>da</strong>de competente (Kontic & Gerbec, 2009).<br />

Os coorde<strong>na</strong>dores de segurança e saúde por similitude com os gestores de projeto<br />

enfrentam grandes desafios de melhoria <strong>na</strong> área <strong>da</strong> gestão de pessoas pelo que se propõem,<br />

seis características elementares de liderança <strong>da</strong>s mesmas: compreender as suas<br />

caraterísticas comportamentais, capaci<strong>da</strong>de de as liderar, competência para as influenciar,<br />

adoção de comportamentos autênticos, saber gerir conflitos e possuir consciência cultural<br />

(Fisher, 2011).<br />

O plano de segurança e saúde <strong>na</strong> sua vertente de instrumento de identificação e análise de<br />

riscos tradicio<strong>na</strong>l, não é suficiente para reconhecer a heterogenei<strong>da</strong>de dos critérios de<br />

entra<strong>da</strong> (figurados pela metáfora secular – wildness in wait) de sistemas <strong>complexos</strong> pelo<br />

que, as avaliações de risco devem reconhecer e atender às proprie<strong>da</strong>des sistémicas do risco<br />

bem como ao quadro cynefin, sense making, a fim de identificar e tratar a distinção crucial<br />

entre ordem dirigi<strong>da</strong> (resultante) e ordem não-direcio<strong>na</strong><strong>da</strong> (emergente), em s<strong>uma</strong>, a<br />

avaliação de risco deve ser encara<strong>da</strong> como <strong>uma</strong> prática de conhecimento social (Grøtan et<br />

al., 2011).<br />

O dossier de eventuais trabalhos deve tomar em linha de conta que o quadro de risco é<br />

dinâmico e como tal, as fontes e as consequências dos riscos evoluem e mu<strong>da</strong>m ao longo<br />

72 Discussão dos Resultados


do ciclo de vi<strong>da</strong> do <strong>projetos</strong>, <strong>da</strong>í a necessi<strong>da</strong>de de os monitorizar constantemente, sabendo<br />

que as ações de resposta a riscos que não acompanham as situações de mu<strong>da</strong>nça do projeto<br />

são <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s principais causas de falha <strong>na</strong> gestão de riscos (Kujawski & Angelis, 2009).<br />

5.2 Sistema de Gestão de Riscos para Projetos Complexos<br />

Na mesma linha de pensamento e tendo como base a premissa legal <strong>da</strong> União Europeia –<br />

Diretiva 92/57/CEE do Conselho de 24 de Junho e à semelhança <strong>da</strong> lista não exaustiva (no<br />

seu anexo III) de trabalhos de riscos especiais também se consideram as características de<br />

complexi<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong>.<br />

Assim, pretende-se com este trabalho atualizar e reformular os instrumentos de gestão <strong>da</strong><br />

<strong>prevenção</strong> <strong>da</strong> mesma para a fase de conceção, aplica<strong>da</strong> a <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>, tal como<br />

constam <strong>da</strong> tabela 52.<br />

Etapa<br />

Etapa<br />

Tabela 52 – Sistema de Gestão de Riscos para Projetos Complexos<br />

Sistema Atual de Gestão de Riscos <strong>da</strong> Diretiva Estaleiros (92/57/CEE de 24 de Junho)<br />

1ª Parecer Prévio Coorde<strong>na</strong>dor de<br />

Segurança e Saúde<br />

2ª Trabalhos de<br />

ancoragem do protótipo<br />

realizados por um<br />

rebocador de pavilhão<br />

estrangeiro<br />

3ª (Gibson & Howsam,<br />

2010)<br />

4ª (Kontic & Gerbec<br />

2009)<br />

5ª<br />

Parecer Prévio<br />

Licenciamento<br />

Obrigatório<br />

O coorde<strong>na</strong>dor tomará<br />

medi<strong>da</strong>s para que o<br />

acesso ao estaleiro seja<br />

reservado ape<strong>na</strong>s a<br />

pessoas autoriza<strong>da</strong>s<br />

(Thomas & Mengel<br />

2008)<br />

Plano de Segurança e<br />

Saúde<br />

Trabalhos de<br />

transferência <strong>da</strong> doca<br />

seca para o mar e<br />

operações de lastragem<br />

Dossier de Eventuais<br />

Trabalhos Posteriores<br />

Trabalhos posteriores<br />

de manutenção a<br />

efetuar durante o<br />

período de exploração<br />

(Lingard et al. 2012) (Ruuska & Brady<br />

2011)<br />

(Fisher 2011) (Grøtan et al. 2011) (Kujawsky & Angelis<br />

2009)<br />

Sistema de Gestão de Riscos para Projetos Complexos (92/57/CEE de 24 de Junho)<br />

Coorde<strong>na</strong>dor de<br />

Segurança e Saúde<br />

Coorde<strong>na</strong>dor de<br />

Segurança e Saúde de<br />

Projetos Complexos<br />

Plano de Segurança e<br />

Saúde<br />

Análise e Avaliação de<br />

Riscos de Projetos<br />

Complexos<br />

Domingues, Maria 73<br />

Descrição<br />

Protótipo<br />

Descrição<br />

Requisi<br />

tos<br />

Comple<br />

xi<strong>da</strong>de<br />

Gestão de<br />

Riscos<br />

Requisitos<br />

Dossier de Eventuais<br />

Trabalhos Posteriores<br />

Análise e Avaliação de<br />

Riscos de Projetos<br />

Complexos


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Estando o sistema de gestão <strong>da</strong> segurança e saúde <strong>da</strong> DE para estaleiros temporários ou<br />

móveis, alicerçado em quatro pilares fun<strong>da</strong>mentais; os coorde<strong>na</strong>dores de segurança, o<br />

plano de segurança e saúde, o parecer prévio e o dossier de eventuais trabalhos posteriores<br />

este trabalho, propõem-se atuar sobre os mesmos de maneira que seja possível a sua<br />

a<strong>da</strong>ptação a <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

5.2.1 Parecer Prévio de Projetos Complexos<br />

O parecer prévio, tal como é atualmente preceituado pela DE 92/57/CEE de 24 de Junho,<br />

não sendo obrigatório em to<strong>da</strong>s as circunstâncias e seguindo <strong>uma</strong> lógica de planeamento,<br />

configura um licenciamento prévio para as autori<strong>da</strong>des se pronunciarem.<br />

Assim, <strong>na</strong> mesma lógica de planeamento, para estaleiros de <strong>projetos</strong> considerados<br />

<strong>complexos</strong>, fica evidencia<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong>de de complementar os requisitos do parecer<br />

prévio, num entendimento de licenciamento prévio obrigatório (à semelhança do Decreto-<br />

Lei n.º 48/2011 que simplifica o regime de acesso e de exercício de diversas ativi<strong>da</strong>des<br />

económicas).<br />

Para obras decorrentes de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> e tal como ficou demonstrado através <strong>da</strong><br />

análise de <strong>da</strong>dos do protótipo em estudo, propõe-se sem prejuízo dos licenciamentos<br />

específicos, <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des abrangi<strong>da</strong>s, que o parecer prévio (modelo apresentado no<br />

Anexo B 1) seja de carácter obrigatório e identifique as diversas enti<strong>da</strong>des envolvi<strong>da</strong>s pelo<br />

que deverá incluir to<strong>da</strong>s as licenças e pareceres respeitantes ao tipo de projeto.<br />

5.2.2 Coorde<strong>na</strong>dor de Segurança e Saúde de Projetos Complexos<br />

Com base no já estabelecido <strong>na</strong> diretiva estaleiros relativo à figura de coorde<strong>na</strong>ção<br />

identificam-se as seguintes características que são objeto de alteração e reformulação:<br />

A coorde<strong>na</strong>ção de segurança e saúde para <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> deverá ser exerci<strong>da</strong><br />

preferencialmente por <strong>uma</strong> “pessoa coletiva” <strong>da</strong>do que, <strong>uma</strong> pessoa singular não<br />

poderá congregar em si to<strong>da</strong>s tarefas de especifici<strong>da</strong>de e abrangência <strong>da</strong> função<br />

coorde<strong>na</strong>ção de segurança e saúde exigi<strong>da</strong>s.<br />

Nestes casos parece mais apropria<strong>da</strong> <strong>uma</strong> equipa de pessoas (dependência de<br />

pessoa coletiva) com tarefas e responsabili<strong>da</strong>des distribuí<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong>des;<br />

Propõem-se que para <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> os coorde<strong>na</strong>dores de segurança possuam<br />

conhecimento e experiência ajusta<strong>da</strong> a esse tipo de <strong>projetos</strong>, que a sua formação<br />

seja especializa<strong>da</strong> e simultaneamente multidiscipli<strong>na</strong>r e global, que se a<strong>da</strong>ptem<br />

facilmente a novos contextos e que tenham um elevado potencial de competências<br />

sociais, que sejam ver<strong>da</strong>deiros gestores de segurança e saúde, dos <strong>projetos</strong> e<br />

sistemas a<strong>da</strong>ptativos <strong>da</strong> nova era <strong>da</strong> incerteza.<br />

74 Discussão dos Resultados


A criação de cursos especialmente a<strong>da</strong>ptados a esta figura de coorde<strong>na</strong>dor de<br />

segurança e saúde deverá ser engloba<strong>da</strong> <strong>na</strong> área <strong>da</strong> gestão de <strong>projetos</strong>.<br />

Deverão também possuir formação complementar em práticas de<br />

salvamento/socorro e técnicas de sobrevivência <strong>uma</strong> vez que os locais onde<br />

exercerão as suas funções serão de elevado risco e por vezes os meios de<br />

salvamento não chegarão a tempo de efetuar um auxílio eficaz pelo que essa<br />

capaci<strong>da</strong>de deverá ser prevista;<br />

No contexto <strong>da</strong>s funções e responsabili<strong>da</strong>des e partindo <strong>da</strong> descrição já estabeleci<strong>da</strong><br />

são atribuí<strong>da</strong>s <strong>aos</strong> coorde<strong>na</strong>dores as funções de “coorde<strong>na</strong>r a aplicação dos<br />

princípios gerais de <strong>prevenção</strong> em matéria de segurança e saúde e de elaboração de<br />

documentação (plano de segurança e saúde e dossier a<strong>da</strong>ptado às características <strong>da</strong><br />

obra)”.<br />

Então, para <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> afigura-se necessário o reforço de competências no<br />

domínio <strong>da</strong> gestão de <strong>projetos</strong>.<br />

A complexi<strong>da</strong>de traduz-se também em diversi<strong>da</strong>de de intervenientes.<br />

Sendo a coorde<strong>na</strong>ção <strong>uma</strong> competência transversal, decorre <strong>na</strong> óbvia aptidão do<br />

gestor i.e. não será suficiente coorde<strong>na</strong>r, mas igualmente possuir a capaci<strong>da</strong>de de<br />

toma<strong>da</strong> de decisão <strong>na</strong> aplicação dos princípios <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong>.<br />

O efeito <strong>da</strong> globalização <strong>na</strong> gestão dos <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> introduz inevitavelmente<br />

questões de carácter sociocultural <strong>na</strong>s equipas de trabalho. Não sendo trivial essa<br />

característica nos gestores técnicos (coorde<strong>na</strong>dores tradicio<strong>na</strong>is), as competências de<br />

inteligência emocio<strong>na</strong>l afiguram-se essenciais.<br />

5.2.3 PSS e Análise, Avaliação e Controlo de Riscos de Projetos Complexos<br />

No quadro atual <strong>da</strong> diretiva estaleiros o PSS conforma a indicação <strong>da</strong>s regras aplicáveis ao<br />

estaleiro nomea<strong>da</strong>mente os documentos de gestão <strong>da</strong> segurança e saúde no trabalho para a<br />

identificação, análise e avaliação de riscos.<br />

Não obstante, as medi<strong>da</strong>s específicas de gestão do risco tor<strong>na</strong>-se manifesto o reforço <strong>da</strong>s<br />

metodologias de <strong>prevenção</strong> do mesmo para <strong>projetos</strong> e sistemas <strong>complexos</strong> <strong>uma</strong> vez que em<br />

termos de sistema de gestão <strong>da</strong> segurança e saúde no trabalho são muito mais exigentes no<br />

que diz respeito ao conhecimento dos riscos que lhe estão associados.<br />

Deste modo, o plano de segurança e saúde deverá <strong>da</strong>r especial atenção <strong>aos</strong> riscos<br />

decorrentes <strong>da</strong>s características de complexi<strong>da</strong>de bem como <strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> integra<strong>da</strong> dos<br />

mesmos, pelo que se propõe a aplicação de métodos de análise e avaliação e controlo de<br />

riscos igualmente exigentes, a<strong>da</strong>ptados, integradores e com capaci<strong>da</strong>de de simulação <strong>da</strong>s<br />

situações reais.<br />

Domingues, Maria 75


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Neste sentido, apresenta-se <strong>uma</strong> lista de métodos de identificação, análise e avaliação de<br />

riscos que não sendo exaustiva contém aqueles que apresentam características a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s a<br />

cenários específicos.<br />

Diagramas de blocos funcio<strong>na</strong>is – os diagramas de blocos funcio<strong>na</strong>is são<br />

semelhantes a um diagrama de influência ou a <strong>uma</strong> rede de crenças.<br />

Estes diagramas genéricos podem ser transformados em diagramas de blocos<br />

funcio<strong>na</strong>is específicos <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de que, juntamente com as árvores de eventos<br />

equivalentes serão usados para delinear as várias sequências de acidentes com<br />

consequências de lesão ou morte (Papazoglou & Ale, 2007);<br />

Método integrado <strong>da</strong> árvore de falhas, fatores h<strong>uma</strong>nos e organizacio<strong>na</strong>is – dá<br />

origem a um método chamado análise recursiva de operacio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de integra<strong>da</strong> que<br />

se baseia <strong>na</strong>s análises de fiabili<strong>da</strong>de h<strong>uma</strong><strong>na</strong> e <strong>na</strong>s árvores de falhas (Colombo &<br />

Demichela, 2008);<br />

Análise Prelimi<strong>na</strong>r de Riscos (APR) – é <strong>uma</strong> análise inicial “qualitativa”,<br />

desenvolvi<strong>da</strong> <strong>na</strong> fase de projeto para qualquer processo, produto ou sistema, tendo<br />

especial importância <strong>na</strong> investigação de novos sistemas de eleva<strong>da</strong> inovação e/ou<br />

pouco conhecidos, ou seja, quando a experiência acerca dos riscos é deficiente.<br />

Estudo de Perigos e Operabili<strong>da</strong>de (HAZOP) – é um método adequado e<br />

abrangente para a indústria de processos principalmente quando se está diante de<br />

novas tecnologias ou fábricas complexas (Oliveira & Qualharini, 2009).<br />

Metodologia integra<strong>da</strong> de avaliação de impactes ambientais e de riscos de<br />

segurança e higiene ocupacio<strong>na</strong>is – o modelo semi-quantitativo de metodologia<br />

simples, mas com um carácter planeado e sistemático, visa a determi<strong>na</strong>ção<br />

simultânea dos impactes ambientais e dos riscos relacio<strong>na</strong>dos com a segurança<br />

ocupacio<strong>na</strong>l, pretendendo ser um elemento facilitador no tratamento dessas<br />

temáticas no seio <strong>da</strong>s organizações (Artilheiro, 2009);<br />

Ações de resposta a riscos – tipicamente os <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> envolvem<br />

consequências eleva<strong>da</strong>s e as ações que não acompanham a situação de mu<strong>da</strong>nça do<br />

projeto são <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s principais causas de falhas <strong>na</strong> gestão de riscos (Kujawski &<br />

Angelis, 2009).<br />

Processo <strong>da</strong> rede de análise difusa – foi desenvolvido para identificar tipos de risco<br />

e as suas causas. Uma análise dos efeitos juntamente com os modos de falha<br />

permite avaliar o nível de risco e as suas causas baseando-se n<strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> de<br />

inferência difusa (Liu & Tsai, 2012).<br />

Atualização Bayesia<strong>na</strong> – tem um papel importante <strong>na</strong>s análises de risco, pela<br />

integração sistemática do conhecimento prévio e <strong>da</strong>s observações. A enfase <strong>na</strong>s<br />

incertezas em vez de em probabili<strong>da</strong>des estáticas, são as orientações <strong>da</strong>s pesquisas<br />

de segurança, <strong>da</strong> engenharia de resiliência e <strong>da</strong>s organizações de eleva<strong>da</strong><br />

fiabili<strong>da</strong>de.<br />

76 Discussão dos Resultados


A sua utilização também pressupõe estabili<strong>da</strong>de do modelo i.e. populações de<br />

uni<strong>da</strong>des similares (conjunto infinito de variáveis aleatórias mutuáveis) (Aven,<br />

2010)<br />

Sem prejuízo <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de obrigar outros métodos de avaliação de riscos específicos,<br />

aqui não abor<strong>da</strong>dos, fica no entanto, consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> a noção <strong>da</strong> importância estruturante <strong>da</strong><br />

metodologia de riscos como componente integrante <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> decisão.<br />

5.2.4 Dossier de Eventuais Trabalhos Posteriores para Projetos Complexos<br />

O dossier de eventuais trabalhos posteriores atualmente e de acordo com a DE deve incluir<br />

todos os elementos úteis em matéria de segurança e de saúde a ter em conta em ocasio<strong>na</strong>is<br />

trabalhos futuros.<br />

O conceito de complexi<strong>da</strong>de encerra muitas vezes a noção de inovação. Essa característica<br />

inusita<strong>da</strong> pode acarretar alg<strong>uma</strong> indefinição relativamente à fase de usufruto,<br />

nomea<strong>da</strong>mente operações de manutenção.<br />

Tal fator de incerteza deve encontrar reforço <strong>na</strong> fase de projeto refletindo no dossier de<br />

eventuais trabalhos futuros um acréscimo de informação em geral, e em particular em<br />

relação <strong>aos</strong> riscos ocupacio<strong>na</strong>is.<br />

Na sequência do já explicitado, o DETP deve conter:<br />

Elementos mais detalhados e sistematizados;<br />

Métodos de identificação, análise, avaliação e controlo de riscos utilizados durante<br />

a fase de projeto e de construção como indicativos de métodos a ter em atenção ou<br />

a adotar.<br />

Um sistema de gestão não se esgota <strong>na</strong> análise parcial <strong>da</strong>s partes. Como tal, devem ser<br />

engloba<strong>da</strong>s no mesmo a interdependência e a relação entre as diversas e heterogéneas<br />

componentes do sistema.<br />

No mesmo sentido de um dos pensadores <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de pela citação do princípio <strong>da</strong><br />

emergência diz que o todo é superior à soma <strong>da</strong>s partes que é o que evidencia o fenómeno<br />

<strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des emergentes (exemplos: ligas metálicas, que têm proprie<strong>da</strong>des que não<br />

existiam em ca<strong>da</strong> um de seus componentes isola<strong>da</strong>mente; ou quando um grupo se reúne<br />

para discutir um determi<strong>na</strong>do assunto ou problema, do diálogo que se estabelece cost<strong>uma</strong>m<br />

surgir ideias novas, que antes não haviam ocorrido <strong>aos</strong> participantes). Diz também que o<br />

princípio <strong>da</strong> imposição revela que o todo é inferior à soma de suas partes e que tal significa<br />

que as quali<strong>da</strong>des ou proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s partes, quando considera<strong>da</strong>s separa<strong>da</strong>mente, diluemse<br />

no sistema, tor<strong>na</strong>m-se assim, latentes e virtualiza<strong>da</strong>s (exemplo: um coral, por maiores<br />

que sejam as potenciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> voz de um ou de vários de seus participantes, eles têm de<br />

restringi-las ao que a totali<strong>da</strong>de exige) (Mariotti, 2000).<br />

Domingues, Maria 77


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

Pensamento Linear Cartesiano:<br />

Pensamento Sistémico:<br />

Pensamento Complexo:<br />

Produção Planeamento Contabili<strong>da</strong>de<br />

Contabili<strong>da</strong>de<br />

Planeamento<br />

Produção<br />

Produção Planeamento Contabili<strong>da</strong>de<br />

Figura 12 – Representação Esquemática do Pensamento Complexo<br />

Fonte: A<strong>da</strong>ptado de Mariotti, Humberto (2010)<br />

Contabili<strong>da</strong>de Produção<br />

Planeamento<br />

78 Discussão dos Resultados


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

6 CONCLUSÕES<br />

N<strong>uma</strong> fase fi<strong>na</strong>l deste trabalho importa salientar que o sistema de gestão de riscos proposto<br />

compreende quatro vetores fun<strong>da</strong>mentais: (i) o parecer prévio obrigatório que reconheça as<br />

diversas enti<strong>da</strong>des envolvi<strong>da</strong>s; (ii) as competências <strong>da</strong> função coorde<strong>na</strong>ção de segurança e<br />

saúde que serão extensivas ao cargo de gestor de projeto; (iii) o plano de segurança e saúde<br />

que deverá ser característico de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> pelo que se propõe a aplicação de<br />

métodos rigorosos, de análise, avaliação e controlo de riscos, apropriados, integradores e<br />

previsio<strong>na</strong>is de cenários reais, e (iv) o dossier de eventuais trabalhos posteriores que deve<br />

ser sistematizado e detalhado o suficiente (incluindo o histórico de análise de riscos) para<br />

<strong>uma</strong> futura <strong>prevenção</strong> eficaz.<br />

Na mesma linha de pensamento, para este trabalho podem-se apresentar três conclusões<br />

fun<strong>da</strong>mentais.<br />

Num primeiro momento e <strong>na</strong> <strong>perspetiva</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> através <strong>da</strong> análise dos<br />

documentos de projeto do protótipo foi possível identificar, sistematizar e criar <strong>uma</strong><br />

estrutura de classificação de <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

Na segun<strong>da</strong> etapa e decorrente <strong>da</strong> primeira ficou evidencia<strong>da</strong> a exequibili<strong>da</strong>de de aplicação<br />

<strong>da</strong> estrutura de classificação ao estudo do protótipo no âmbito de aplicação <strong>da</strong> diretiva<br />

estaleiros 92/57/CEE de 24 de Junho;<br />

Por último e n<strong>uma</strong> terceira fase foi viável propor um sistema de gestão <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> de<br />

riscos profissio<strong>na</strong>is (em projeto) específico e a<strong>da</strong>ptado a <strong>projetos</strong> de construção <strong>complexos</strong>.<br />

N<strong>uma</strong> lógica de estudo de caso, o projeto objeto de análise <strong>na</strong> presente investigação<br />

comporta particulari<strong>da</strong>des de engenharia que o tor<strong>na</strong>m n<strong>uma</strong> interface única perante o<br />

conceito de complexi<strong>da</strong>de. No entanto, tal adequabili<strong>da</strong>de revela-se redutora no contexto<br />

do estudo de <strong>projetos</strong> desig<strong>na</strong>dos de <strong>complexos</strong>. Assim, a estrutura de classificação<br />

almeja<strong>da</strong> não deve ser entendi<strong>da</strong> como específica de <strong>projetos</strong> de energia eólica offshore. Os<br />

<strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> abarcam <strong>uma</strong> gama muito ampla e heterogénea de <strong>projetos</strong> (estações<br />

espaciais, androides, mega<strong>projetos</strong>, centrais nucleares, etc.).<br />

Importa salientar que as metodologias utiliza<strong>da</strong>s no contexto <strong>da</strong>s limitações temporais<br />

foram as que se apresentaram como mais ajusta<strong>da</strong>s. No que concerne à revisão<br />

bibliográfica, o carácter contemporâneo por um lado, e a extensão temática por outro,<br />

implicam um trabalho exaustivo e metódico do estado <strong>da</strong> arte relativo à complexi<strong>da</strong>de. No<br />

aspeto referente ao trabalho de campo, i.e. à observação participa<strong>da</strong>, esteve limita<strong>da</strong> <strong>aos</strong><br />

recursos disponíveis nomea<strong>da</strong>mente, à dispersão territorial bem como às questões de<br />

acessibili<strong>da</strong>de.<br />

Um outro aspeto ain<strong>da</strong>, alusivo às condições metodológicas prende-se com as questões <strong>da</strong><br />

confidenciali<strong>da</strong>de documental do projeto <strong>uma</strong> vez que é completamente inovador e se trata<br />

simultaneamente de <strong>uma</strong> transferência de tecnologia.<br />

Domingues, Maria 79


Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacio<strong>na</strong>is<br />

E, em jeito de encerramento, deve-se fazer notar que alg<strong>uma</strong>s <strong>da</strong>s premissas de sustentação<br />

<strong>da</strong> diretiva estaleiros são sobretudo de <strong>na</strong>tureza social, deriva<strong>da</strong>s de um registo de eleva<strong>da</strong><br />

sinistrali<strong>da</strong>de setorial. Como a DE encerra em si própria um tipo de sistema de gestão,<br />

neste moldes os <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong> também devem acarretar <strong>uma</strong> solução consubstancia<strong>da</strong><br />

num sistema de gestão com <strong>uma</strong> forte base de preocupação com a segurança e saúde dos<br />

trabalhadores e terceiros.<br />

Apresentou-se <strong>uma</strong> primeira proposta que tem implícito no seu seio, o imperativo de<br />

responder à complexi<strong>da</strong>de sem omitir a preocupação de retribuir com eficácia à gestão dos<br />

riscos profissio<strong>na</strong>is.<br />

Figura 13 – Assemblagem Torre-Plataforma do Protótipo<br />

80 Conclusões


Uma Abor<strong>da</strong>gem <strong>aos</strong> Projetos Complexos <strong>na</strong> Perspetiva <strong>da</strong> Prevenção<br />

7 PERSPECTIVAS FUTURAS<br />

Um tema tão extenso como a <strong>prevenção</strong> em <strong>projetos</strong> <strong>complexos</strong>, não fica de maneira<br />

nenh<strong>uma</strong>, esgotado nesta Dissertação. São várias as <strong>perspetiva</strong>s que se podem apontar para<br />

o futuro e que vão desde: (i) o desenvolvimento e vali<strong>da</strong>ção mais aprimora<strong>da</strong> do sistema de<br />

gestão de riscos apresentado i.e. a sua implementação; (ii) à proposta de novos sistemas de<br />

gestão independentes <strong>da</strong> DE e apropriados também para outros tipos de <strong>projetos</strong>; até (iii)<br />

um modelo de avaliação de riscos mais a<strong>da</strong>ptado… formulação de um novo modelo de<br />

análise de riscos especialmente a<strong>da</strong>ptado à complexi<strong>da</strong>de dos <strong>projetos</strong> de construção e/ou<br />

outro tipo de <strong>projetos</strong>.<br />

Figura 14 – Perspetiva de Terra e do Protótipo no Mar<br />

Domingues, Maria 81


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