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ROTEIRO DE FILMES - Charles Guimarães Filho

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antigas, que aumentam a confiança e a coesão da sociedade, e foram<br />

seqüestradas pelos valores materialistas, que nos fazer trocar nossas<br />

porcarias inúteis algumas vezes por ano.<br />

023. INT. IGREJA<br />

CORTA PARA<br />

SERVIDOR<br />

Após o jantar, reuni alguns jovens a iniciamos um bate-papo animado e<br />

proveitoso. Sentei-me no lugar principal, tendo às minhas costas, no<br />

alto da parede, uma foto de Meishu-Sama trajando roupa ocidental.<br />

À minha frente foram colocadas algumas pêras, gentilmente trazidas<br />

pelos membros. A maioria dos jovens participantes ainda não era<br />

membro e a conversa acabou se tornando, a seguir, uma verdadeira<br />

aula sobre a missão e o objetivo da Igreja Messiânica Mundial.<br />

Pouco tempo era decorrido, quando um bêbado abriu bruscamente a<br />

porta a entrou na sala. Tratava-se de um jovem de 25 anos<br />

aproximadamente, com um estupendo porte físico, dando a impressão<br />

de ser um trabalhador braçal. Seu rosto era branco a empalidecido a<br />

seu olhar, fixo. Seu estado não deixava dúvidas: estava totalmente<br />

bêbado. Fitou-me por cima dos óculos a me dizer ironicamente:<br />

- Explique para mim. Tem alguma queixa?<br />

Respondi-lhe então:<br />

- Estamos numa conversa séria. Apareça, por favor, noutra hora,<br />

quando estiver mais sóbrio.<br />

Com dificuldade na fala, como acontece com a maioria dos bêbados,<br />

ele retrucou:<br />

- Qual é ó cara? Eu quero explicações!<br />

Pedi-lhe, então, com voz suave e delicada, que se retirasse do recinto<br />

a fosse para casa. Quanto mais eu pedia, mais ele se mostrava<br />

arrogante, não dando atenção às minhas palavras. Subitamente se<br />

levantou meio desequilibrado a muito enraivecido, ameaçando-me. Em<br />

voz firme, disse-lhe:<br />

- Nada de violências aqui!<br />

Aos berros, ele me retrucou, com o rosto vermelho de raiva:<br />

- Qual é a tua, ó cara?<br />

À medida que ele abria a boca, dava-me a impressão que seus lábios<br />

alcançavam as orelhas. E, numa tentativa de apanhar-me atrás da<br />

mesa, ele abriu os braços em ameaça. Naquele instante, senti como se<br />

fosse ser atacado por um tigre. Quando ele se aproximou de mim,<br />

ficando a menos de um metro, instantaneamente, sem pensar, eu<br />

levantei a mão direita numa atitude de defesa, invocando Meishu-<br />

Sama baixinho, exatamente corno se estivesse ministrando Johrei.<br />

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