3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...
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também elas pouco inclinadas, e, à excepção de um ou outro valeiro que<br />
possa ter o fun<strong>do</strong> de vale em [V], nunca impossibilitam a passagem<br />
pedestre para margens opostas.<br />
Os interflúvios, por sua vez, e embora possuam nos seus topos<br />
alguma planimetria, são ligeiramente convexos. Esta característica é<br />
assegurada pelas vertentes pouco inclinadas que se desenvolvem de uma<br />
maneira suave e gradual até à sua base, apresentan<strong>do</strong> de um mo<strong>do</strong> geral<br />
um perfil que alterna entre o rectilíneo-côncavo e o côncavo-rectinlíneo.<br />
<strong>3.</strong><strong>3.</strong> Interpretações paisagísticas e territoriais<br />
A Ribeira de Cheleiros [...] é uma horrível linha da água [...] A sua utilidade em<br />
irrigação é anedótica, a benfeitoria que provoca aos terrenos é mínima [...].<br />
<strong>3.</strong><strong>3.</strong>1. Utilização pré-histórica <strong>do</strong>s solos e <strong>do</strong> território<br />
(Gonçalves, 1998, in Sousa, 1998, p. 4)<br />
Apesar de ser complica<strong>do</strong> definir um espaço natural de há 5000<br />
anos atrás para a zona de Mafra, e mais concretamente para a zona<br />
envolvente <strong>do</strong> PL, o que podemos afirmar é que esse espaço não possuiria<br />
certamente uma morfologia muito diferente da actual. E embora a<br />
dispersão e distribuição fluvial actual naquele espaço geomorfológico não<br />
seja também ela muito diferente da altura, se pensarmos que já tínhamos<br />
passa<strong>do</strong> pela máxima transgressão flandriana e que o nível médio <strong>do</strong> mar<br />
teria fica<strong>do</strong> aproximadamente estável (Daveau, 1980), a situação climática<br />
não terá sofri<strong>do</strong> grandes alterações, embora “[...] o espaço da Península de<br />
Lisboa no <strong>3.</strong>º milénio [tenha si<strong>do</strong>] provavelmente marca<strong>do</strong> por um clima<br />
mais húmi<strong>do</strong> e mais quente que o actual [...]” (Sousa, 1998, p. 39).<br />
Mas porque razão podemos nós afirmar que a morfologia desta<br />
região não terá si<strong>do</strong> muito diferente da actual? O que podemos constatar,<br />
como veremos de seguida, é que não encontrámos razões que indiciassem<br />
o contrário. “No entanto, a paisagem de Portugal [e consequentemente da<br />
região da Península de Lisboa] transformou-se, sem dúvida, muito<br />
nalguns milhares de anos pela intervenção humana se ter torna<strong>do</strong> cada<br />
vez mais profunda e generalizada. (Daveau, 1980, p. 18).<br />
Assim, terá si<strong>do</strong> a cobertura vegetal modificada pela acção<br />
humana, e não esqueçamos que já estávamos perante comunidades que<br />
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