3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...
3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...
3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
e perilitoral de Portugal central – em particular das regiões da<br />
Estremadura Portuguesa, de parte da Beira litoral e da Península de<br />
Setúbal – são de origem litoral, e ter-se-ão formada em perío<strong>do</strong>s pós-<br />
Hercínicos, depositan<strong>do</strong>-se posteriormente na Bacia Mesozóica<br />
Lusitaniana – bacia marinha resultante da abertura e das primeiras fases<br />
de expansão <strong>do</strong> que viria a ser o actual Oceano Atlântico (Angelucci, 2005).<br />
Progressivamente transforma<strong>do</strong>s e deforma<strong>do</strong>s pelas distintas<br />
fases de orogenia <strong>do</strong> ciclo Alpino, os materiais foram cobrir<br />
estratigraficamente o “soco cristalino” que constitui o sector central da<br />
Península Ibérica (Ribeiro et al., 1979; Manuppella et al., 1985; Ramalho et<br />
al., 1993).<br />
A acção conjunta entre a fase de activação de famílias de diáclases<br />
com orientação variável, da deformação frágil e dúctil durante a<br />
Orogénese Alpina, fenómenos de diapirismo e também actividade<br />
vulcânica durante o Cenozóico e o Quaternário, configuraram a actual<br />
morfologia da região e explicam a razão de existência das serras<br />
moderadamente deformadas ou tabulares que caracterizam esta região<br />
(Angelucci, 2005).<br />
À situação geodinâmica complexa desta região, acrescentam-se<br />
os fenómenos de magmatismo mesozóicos <strong>do</strong> Maciço Eruptivo de Sintra<br />
e meso-cenozóicos <strong>do</strong> Complexo Vulcânico de Lisboa. O Maciço Eruptivo<br />
de Sintra é um complexo intrusivo que penetrou os calcários margosos e<br />
calcários <strong>do</strong> Jurássico Superior e Cretácico e que é constituí<strong>do</strong> por um<br />
núcleo sienítico envolvi<strong>do</strong> por um anel granítico e um outro gabrodiorítico<br />
descontínuo (Ramalho et al., 1993). Por outro la<strong>do</strong>, O Complexo<br />
Vulcânico de Lisboa (antigamente denomina<strong>do</strong> “Complexo Vulcânico de<br />
Lisboa-Mafra”) formou-se durante o Cretácico Superior (na Idade/Andar<br />
<strong>do</strong> Senoniano), e a sua génese relaciona-se com o conjunto de fenómenos<br />
geológicos que caracterizaram esta região nas fases finais <strong>do</strong> Mesozóico e<br />
no início <strong>do</strong> Terciário, mais concretamente com as manifestações<br />
eruptivas que deram origem ao Maciço Eruptivo de Sintra, com uma série<br />
de fenómenos associa<strong>do</strong>s de metamorfismo de contacto nas rochas<br />
encaixantes e com a geração de vulcanismo de uma intrincada rede<br />
filoniana. Esta última é principalmente representada, na região de Mafra,<br />
por materiais de composição basáltica e <strong>do</strong>lerítica, com presença<br />
ocasional de traquitos e traqui-basaltos (Ribero & Ramalho, 1997;<br />
Angelucci, 2005).<br />
365