18.04.2013 Views

3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...

3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...

3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Sem querer enveredar por caminhos de estu<strong>do</strong> extrapaisagísticos,<br />

devemos, porém, concordar com os autores que afirmam<br />

que o <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong> não há-de ter si<strong>do</strong> habita<strong>do</strong> por uma razão<br />

meramente casual. A escolha ponderada <strong>do</strong> sítio eleva<strong>do</strong>, terá<br />

necessáriamente pesa<strong>do</strong> na decisão...<br />

...Houve certamente uma razão estratégica de opção de<br />

implantação, mesmo que o motivo tenha si<strong>do</strong> força<strong>do</strong> por factores<br />

exógenos mais fortes que aqueles puramente opcionais.<br />

5. A questão <strong>do</strong>s recursos naturais disponíveis<br />

Outra das nossas preocupações residiu na inventariação <strong>do</strong>s<br />

principais focos de matérias-primas que sabemos terem si<strong>do</strong> utilizadas no<br />

sítio <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>, devi<strong>do</strong> às referências nos relatórios<br />

arqueológicos e às publicações <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s interpretativos <strong>do</strong> sítio.<br />

As matérias-primas encontradas no sítio arqueológico <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Lexim</strong> que eram normalmente utilizadas para o fabrico de artefactos e<br />

utensílios (o sílex e o quartzo, o anfibolito, a fibrolite, etc.), não se<br />

inseriram nesta pesquisa, uma vez que sabemos que não são de origem<br />

local. “ O carácter exógeno desta matéria-prima, e o valor funcional <strong>do</strong>s<br />

artefactos fabrica<strong>do</strong>s sobre esta, tem si<strong>do</strong> uma das mais óbvias provas das<br />

importantes trocas supra-regionais entre a Península de Lisboa e o<br />

Alentejo” (Sousa, 1998, p. 75). Por outro la<strong>do</strong>, embora o chert possa ter<br />

origem regional, nenhuma destas matérias-primas pode ser encontrada<br />

na área envolvente <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>, num plano local, portanto 11 .<br />

Procurámos, isso sim, registar as fontes de material rochoso<br />

diferente <strong>do</strong> basalto que compõe o <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>, que foram<br />

utilizadas na complementarização <strong>do</strong>s suportes construtivos de<br />

estruturas (o calcário com rudistas conheci<strong>do</strong> como “Lioz”) e na utilização<br />

de suportes de apoio aos hábitos quotidianos de alimentação (<strong>do</strong>rmente<br />

de micro-conglomera<strong>do</strong>).<br />

Assim, registámos <strong>do</strong>is locais de afloramento daquelas matériasprimas<br />

que procurávamos. O micro-conglomera<strong>do</strong> constatámos que<br />

aflorava ± a 3,5 km <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>, e o calcário <strong>do</strong> Lioz aflorava<br />

justamente na vertente sul <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong> (ver anexos – Localização <strong>do</strong>s<br />

afloramentos de matéria-prima).<br />

11 Segun<strong>do</strong> João Zilhão, as jazidas de Sílex na Extremadura Portuguesa mais próximas <strong>do</strong><br />

<strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong> são as de Caixeiros e Campolide (Zilhão, 1995). No entanto, recentes<br />

prospecções levadas a cabo por Aubry e por Shokler, detectaram diversos outros locais de<br />

afloramento na região de Lisboa e Rio Maior.<br />

377

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!