3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...
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de uma área envolvente <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong> (± 20 km 2 ) e interpretação<br />
desses mesmos da<strong>do</strong>s: É possível definir um território pertinente ao sítio?<br />
A paisagem actual é a mesma que houve durante a ocupação <strong>do</strong> sítio, ou<br />
ter-se-á altera<strong>do</strong>? Qual é a proveniência das matérias-primas utilizadas no<br />
<strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>? Terá ti<strong>do</strong>, a implantação deste sítio arqueológico, uma<br />
consciencialização intrínseca de estratégia de fixação (localização,<br />
visibilidade, recursos hídricos, fontes de matéria-prima...)? Terá, o <strong>Pene<strong>do</strong></strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>, enquanto sítio de habitat, ofereci<strong>do</strong> qualidades de implantação<br />
suficientemente estáveis para o homem?<br />
2. Meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> Trabalho<br />
A abordagem geoarqueológica como chave para o conhecimento da<br />
arqueologia territorial <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong><br />
2.1. Geoarqueologia<br />
É desde os anos 70 <strong>do</strong> século XX que o termo Geoarqueologia tem<br />
si<strong>do</strong> recorrentemente utiliza<strong>do</strong>. Embora a carga semântica da palavra<br />
tenha vin<strong>do</strong> a alargar os seus conteú<strong>do</strong>s científicos (recentes aplicações<br />
interdisciplinares entre neotectónica e arqueologia e avanços nos estu<strong>do</strong>s<br />
micromorfológicos <strong>do</strong>s solos arqueológicos; etc.), a Geoarqueologia,<br />
tratan<strong>do</strong> da interligação entre as Ciências da Terra e a Arqueologia e<br />
complementan<strong>do</strong> as interpretações históricas com “geo-da<strong>do</strong>s” e “geodefinições”,<br />
procura compreender as “interacções existentes entre os<br />
grupos humanos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> e o ambiente à sua volta” (Angelucci, 2004:<br />
p. 36). Mas não nos preocupemos com a definição da disciplina, até<br />
porque o seu conteú<strong>do</strong> não é assim tão linear como o acima proposto.<br />
Acrescentan<strong>do</strong>, porém, nunca é demais ressalvar que a definição<br />
inequívoca e consensual de Geoarqueologia não existe, nem é aplicável – ou<br />
não funcionassem as inúmeras Ciências geológicas como a Petrologia, a<br />
Sedimentologia, a Estratigrafia, etc., como argumentos independentes nas<br />
diferentes possibilidades da interpretação geoarqueológica. Por outras, e<br />
finais, palavras, tentar univocamente definir geoarqueologia como<br />
ciência, seria o mesmo que englobar os diferentes tempos arqueológicos<br />
num só conceito.<br />
Nesta conformidade, acresce-nos apenas dizer que esta ciência<br />
(inter/multi-disciplinar) se cinge ao intervalo de tempo referente à<br />
presença <strong>do</strong> Homem na Terra (Angelucci, 2004).<br />
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