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3. O Penedo do Lexim: Uma leitura paleoambiental - Câmara ...

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Os problemas<br />

“A utilização ‘clássica’ de uma delimitação de um território<br />

teórico com um raio de 5 km resulta aqui apenas num dispositivo de<br />

análise da área envolvente, não pretenden<strong>do</strong> naturalmente revestir-se de<br />

valor interpretativo” (Gonçalves et al, 1996, p. 37). Foi precisamente esta,<br />

uma das linhas que mais influenciou a nossa investigação. Não quisemos<br />

interpretar o sítio arqueológico. Quisemos enriquecer o seu estu<strong>do</strong>.<br />

Um <strong>do</strong>s problemas iniciais deste trabalho, incidiu justamente na<br />

definição da área a ser coberta sob o ponto de vista de levantamento e<br />

recolha de da<strong>do</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong>, ao longo deste trabalho, falámos de área envolvente<br />

quisémo-nos referir ao espaço utiliza<strong>do</strong> quotidianamente pelo Homem<br />

que habitou o <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>. Isto é, à área teoricamente explorada<br />

pelos indivíduos locais que asseguravam a manutenção <strong>do</strong>s recursos<br />

básicos diários da comunidade – pesca, caça, recolha de matéria-prima<br />

local, agricultura, etc.<br />

Não quisemos, de mo<strong>do</strong> algum, abordar áreas de maior extensão,<br />

até porque, e aqui surgia outro <strong>do</strong>s problemas que pudemos constatar, o<br />

espaço que os habitantes <strong>do</strong> <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong> <strong>do</strong> 5.º milénio BP<br />

utilizariam, num plano mais alarga<strong>do</strong> de trocas e intercomunicações<br />

regionais, passaria muito para além <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> actual concelho de<br />

Mafra. Nem o tempo nem os recursos de que dispusemos foram<br />

suficientes para tal interpretação, nem o objectivo desta investigação<br />

almejava tal <strong>leitura</strong>.<br />

Se tomarmos o exemplo da Área de Influência proposta por Ana<br />

Catarina Sousa (1998) para o <strong>Pene<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Lexim</strong>, concluímos que o espaço<br />

utiliza<strong>do</strong> pelos antigos habitantes <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong> seria muito mais<br />

abrangente <strong>do</strong> que aquele por nós apelida<strong>do</strong> de área envolvente. Ao definir<br />

uma área de análise de ± 20km 2 , tencionou-se interpretar os locais teórica<br />

e provavelmente mais imediatos, que assegurassem os recursos básicos<br />

diários, e nunca os locais que abrangessem as trajectórias de exploração<br />

de recursos mais específicos (busca de matéria-prima inexistente como o<br />

sílex ou o anfiblito), e/ou trocas comerciais extra-regionais e extracomunitárias.<br />

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