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revista-pedago - Fama

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experiência local, em compreender as práticas efetivas da educação que se deram na Escola Estadual Nossa<br />

Senhora de Lourdes, Iturama/MG, como estas atenderam as determinações das políticas de educação, de<br />

que forma a comunidade analisa seus resultados e quais sentidos lhes atribui.<br />

O depoimento oral foi aqui largamente utilizado como recurso de investigação. No total, foram<br />

colhidos vinte e sete depoimento distribuídos entre alunos, professores e servidores da educação com o<br />

foco voltado aos períodos das décadas de 1950/60 e outro da década de 1990/2007. No caso dos nossos<br />

sujeitos de pesquisa, as narrativas são entendidas como expressão das experiências vividas nos vários<br />

tempos, especialmente as relacionadas com a escola e a compreensão que estes têm dos processos de<br />

ensino. Também será exercitada a percepção do lugar do ent<strong>revista</strong>dor que intervém e interpreta<br />

(PORTELLI, 1997).<br />

Adotar a experiência vivida pelos sujeitos sociais como referência principal de pesquisa, cujos dados<br />

são base deste artigo, está vinculada à compreensão de que essa ajuda a entender as visões de mundo e as<br />

ações dos sujeitos, que se fazem no cotidiano. A experiência é gerada na vida material, com valores culturais<br />

vividos dentro de um mesmo vínculo, onde não se separam o pensamento e a cultura material<br />

(LOWENTAHL, 1998). As experiências são experimentadas de formas diversas, porque como afirma<br />

Thompson, os sujeitos “... experimentam sua experiência como sentimento e lidam com esses sentimentos<br />

na cultura, como normas, obrigações familiares e de parentesco, e reciprocidades, como valores ou (através<br />

das formas mais elaboradas) na arte ou nas convicções religiosas” (THOMPSON, 1981).<br />

O método de pesquisa aplicado compreende a realidade dentro de uma lógica dialética que se<br />

transforma na ação de forças objetivas e subjetivas e onde a sucessão de fases é parte integrante de um<br />

processo histórico, por sua vez, resultado do confronto de “unidade dos contrários” (DEMO, 1995).<br />

Pode-se sintetizar o objetivo da pesquisa e deste artigo como uma discussão das experiências vividas<br />

por diferentes sujeitos que passaram pela escola onde cumpriram papel de alunos, professores, diretores<br />

ou colaboradores, para analisar e interpretar a ação educativa desempenhada pela escola ao longo de seu<br />

tempo e as mudanças que nela ocorreram especialmente nas propostas pedagógicas, da sua relação com a<br />

comunidade, visto que estas são elaboradas distantes das realidades locais.<br />

Iniciamos o desenvolvimento desta reflexão pelo grau de realização que a atividade educacional<br />

promove entre os profissionais desta área. As diversas profissões promovem graus de satisfação diferentes<br />

àqueles que se dedicam ao trabalho. Normalmente os professores expressam graus elevados de realização<br />

com os resultados obtidos na execução de suas tarefas. Uma das possibilidades desta ocorrência está<br />

vinculada à análise dos teóricos do trabalho (MARX, 1984) que entendem que os sujeitos quando se apropri-<br />

am do resultado do seu labor ou pelo menos conseguem identificar com clareza o que produzem isto gera<br />

um grau maior de satisfação, pois percebem ali a sua realização enquanto planejadores da atividade, da sua<br />

execução e o produto é percebido como fruto de seu trabalho, neste caso, o resultado é o nível de desenvol-<br />

vimento alcançado por seu alunos através das ações propostas e desenvolvidas pelo professor. O mesmo<br />

sentimento de satisfação é dominante entre os alunos sempre que estes dominam uma habilidade ou<br />

conhecimento. Nos estudos sobre a história da educação de Iturama isto é percebido em diferentes tempos<br />

mesmo com a aplicação de métodos de ensino diferenciados.<br />

[...] quando a gente não sabia uma matéria, i você queria sabê... I não tinha pra onde<br />

perguntá, só quando chegava à sala de aula, que a gente ficava feliz, que a gente<br />

fazia a pergunta para professor i ele respondia na altura que você queria. (OLIVEIRA,

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