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revista-pedago - Fama

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primeiramente sugere que o abandono do castigo foi imposição externa motivada por uma nova legislação<br />

e não uma nova compreensão do <strong>pedago</strong>go que efetivamente atua na sala de aula. O professor não pode<br />

castigar pois a lei entende que, neste caso, “ele ta errado”. Por outro lado, ainda segundo o entendimento de<br />

Ventura, a nova situação criou problemas sérios em relação a disciplina “que isso hoje não existe”. Aponta<br />

para uma relação em sala de aula onde o professor é desrespeitado pelo aluno que chega a agredi-lo.<br />

O depoimento de Mamede segue no mesmo sentido:<br />

Na disciplina mudou tudo hoje o aluno tem direito e o professor não pode nada...<br />

...O professor perdeu a autonomia de corrigir o aluno, perdeu a autoridade, a<br />

autonomia não pode fazer mais nada. Então os alunos não são muito bem orienta-<br />

dos. (MAMEDE, 26/04/2007).<br />

A indicação é de que o professor está sem um instrumental adequado para conseguir o que ela<br />

chama de “corrigir o aluno”, pois a falta do recurso do castigo teria tirada a autoridade do professor. Os<br />

depoimentos apontam um conflito em relação às novas propostas pedagógicas que propõe uma ação<br />

diferenciada na educação daquela utilizado no passado, que, mesmo que esteja correta, não foi assimilado<br />

pelos professores o que produz resultados igualmente negativos. A lei que limitou a ação repressiva do<br />

professor também é percebida nos depoimentos como uma imposição de quem não vive a realidade da sala<br />

de aula ou no mínimo, que quem entendimento diverso daquele apontado pelos depoentes.<br />

Ribeiro, no testemunho abaixo aponta para uma possível falta de “gabarito” para o professor conse-<br />

guir resultados melhores:<br />

Aluno tem determinada liberdade, só que ele tem que ter também obrigações né,<br />

que não existe. Então você dá a liberdade não tem como cobrar o que é de obriga-<br />

ção dele então. O que eu tenho notado é justamente isso ai, então e os profissionais<br />

que tem realmente facilidade de comunicação que tenham certo gabarito eles<br />

conseguem manter certa disciplina na sala de aula, mas a maioria num tenham<br />

conseguido não (RIBEIRO, 24/08/2007).<br />

Contudo, não seria somente a falta de gabarito, estaria também havendo uma falta de compreensão<br />

da liberdade que o aluno conquistou e que foi incorporada no sistema escolar. Segundo Ribeiro haveria um<br />

entendimento que ter liberdade seria também a ausência de obrigações. O depoimento a seguir aponta<br />

também uma dificuldade de entendimento do que representa “essa liberdade hoje”:<br />

O que é essa liberdade hoje, o aluno acha que é tudo e não é. Liberdade também<br />

tem regra, tem limites. Eles acham que pode tudo. Ele só quer vantagem, ele só<br />

pensa em direitos ele acha que pode que pode. Mai não é bem assim, ter a liberdade

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