Gestão de Pessoas/ Recursos Humanos - IEFP
Gestão de Pessoas/ Recursos Humanos - IEFP
Gestão de Pessoas/ Recursos Humanos - IEFP
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Por: Maria Helena Lopes − Professora Associada do ISCTE-IUL; Investigadora do DINAMIA; Membro do Conselho Editorial da Dirigir<br />
Ilustrações: Manuel Libreiro<br />
revista dirigir 11<br />
Os <strong>de</strong>safi os do envelhecimento<br />
da população activa<br />
Preparar-se para gerir trabalhadores em vias <strong>de</strong> envelhecimento<br />
constitui um dos maiores <strong>de</strong>safi os que a gestão<br />
dos recursos humanos nas organizações tem <strong>de</strong> enfrentar.<br />
O fenómeno do envelhecimento <strong>de</strong>mográfi co atinge todos os<br />
países. O problema coloca-se <strong>de</strong> forma mais urgente nos países<br />
<strong>de</strong>senvolvidos e na China, mas atingirá todos os países em vias<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento por volta <strong>de</strong> meados do presente século. As<br />
causas do fenómeno são sobejamente conhecidas: por um lado,<br />
o aumento da esperança média <strong>de</strong> vida provoca o crescimento<br />
das camadas <strong>de</strong> população mais velhas e, por outro lado, a diminuição<br />
da taxa <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> provoca uma redução do número <strong>de</strong><br />
jovens. No caso <strong>de</strong> Portugal, segundo as projecções do INE, em<br />
2060 a proporção <strong>de</strong> jovens (menos <strong>de</strong> 15 anos) reduzir-se-á<br />
dos actuais 15% para 11,9% da população, enquanto a proporção<br />
das pessoas com mais <strong>de</strong> 65 anos passará <strong>de</strong> 17,4% para 32,3%<br />
da população total. Estas tendências são praticamente irreversíveis<br />
e os fl uxos migratórios são somente uma solução <strong>de</strong> curto<br />
prazo que não altera, <strong>de</strong> forma substancial, este processo.<br />
Os termos do problema<br />
O envelhecimento da população total signifi ca, obviamente, que<br />
a população activa também irá envelhecer e a um ritmo bastante<br />
acelerado.<br />
Quadro 1<br />
População activa em Portugal por grupos etários (%)<br />
Menos <strong>de</strong> 25<br />
anos<br />
25-34<br />
anos<br />
35-44<br />
anos<br />
45-54<br />
anos<br />
55-64<br />
anos<br />
Mais <strong>de</strong> 65<br />
anos<br />
Total<br />
1983 24 23,1 19,8 14,5 10,8 4,7 100<br />
1993 16,2 23,8 25,1 19,8 11,2 3,9 100<br />
2003 11,3 26,5 24,8 20,2 11,1 5,8 100<br />
2009 8,4 25,9 25,7 22,0 12,3 5,7 100<br />
Fonte: INE, Inquérito ao Emprego<br />
<strong>de</strong>staque<br />
Como se po<strong>de</strong> observar no Quadro 1, <strong>de</strong> 1983 a 2009 a proporção<br />
dos trabalhadores com menos <strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong>sceu <strong>de</strong> 24% para<br />
8,4%, enquanto a proporção dos trabalhadores com mais <strong>de</strong> 45<br />
anos passou <strong>de</strong> 33% para 40%. Simultaneamente, verifi cou-se<br />
uma tendência para a saída precoce do mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />
Além disso, em 2009, pela primeira vez em Portugal, a população<br />
com mais <strong>de</strong> 55 anos representou mais <strong>de</strong> 10% do total dos<br />
<strong>de</strong>sempregados, o que indicia a existência <strong>de</strong> um fenómeno <strong>de</strong><br />
exclusão dos trabalhadores <strong>de</strong>sta faixa etária.<br />
As razões para a saída precoce do mercado <strong>de</strong> trabalho são diversas.<br />
As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reforma antecipada e <strong>de</strong> pré-reforma foram<br />
aproveitadas pelos trabalhadores para <strong>de</strong>ixarem empregos<br />
que há muito já não os satisfaziam. Portanto, reformar-se correspon<strong>de</strong><br />
na maioria das situações a uma vonta<strong>de</strong> pessoal dos<br />
próprios trabalhadores. Mas nem sempre é assim. Muitas saídas<br />
<strong>de</strong>vem-se igualmente à forma como tem evoluído a <strong>Gestão</strong> dos