INSTRUÇÕES ORAÇÕES PARA A SANTA MISSA ... - Portal La Salle
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PREFÁCIO<br />
A prática do Sacramento da penitência, que ordinariamente é chamado Confissão,<br />
é a ação mais importante da religião porque é dela que depende de maneira particular<br />
a salvação dos que foram infelizes a ponto de cair nos pecados mortais. Por isso é de<br />
máxima conseqüência, não somente expor todas as preparações requeridas, mas também<br />
para não faltar nada do que é necessário para purificar a consciência e libertá-la de todos<br />
os pecados de que está carregada.<br />
Uma das maiores desordens que podem acontecer entre os cristãos é que a maioria<br />
se persuade que somente a confissão seja necessária para obter o perdão dos pecados<br />
no Sacramento da Penitência e que basta confessá-los de qualquer maneira para merecer<br />
receber a absolvição. Não entendem como é difícil ao homem voltar a Deus depois que<br />
se afastou dele por seus desvios em vista da grande inclinação ao pecado que teve, e<br />
quanta disposição a penitência exige para ser verdadeira e segura. Ela nem sequer pode<br />
ser feita devidamente sem muito sofrimento e esforço. Isto faz que o Concílio de Trento<br />
a chame de acordo com os santos Padres de ”Batismo penoso e laborioso”. Este sofrimento<br />
que é preciso impor-se para fazer bem este exercício de religião consiste especialmente<br />
em tomar todo cuidado possível para se preparar bem, para confessar simples,<br />
clara e inteiramente todos os pecados cometidos, dando-se a conhecer ao confessor tais<br />
quais somos. Enfim em satisfazer plenamente quer para com Deus, quer para com o<br />
próximo.<br />
É prática ordinária para os cristãos confessar de tempos em temos seus pecados<br />
ao sacerdote. Alguns o fazem uma vez todos os anos, para observar o Mandamento da<br />
Igreja, talvez, porque seriam considerados como excomungados, se não cumprissem<br />
esse dever. Muitos outros o fazem mais freqüentemente e há mesmo os que se aproximam<br />
muito assiduamente deste Sacramento por princípio de piedade, para adquirir e<br />
conservar a pureza de coração. Mas entre todos os que o recebem há poucos que se preocupam<br />
com se confessar bem e pouquíssimos que o sabem fazer devidamente e a muito<br />
custo se encontram alguns que se confessam de maneira completamente correta. Alguns<br />
vão se confessar sem terem examinado sua consciência ou só depois o terem feito<br />
superficialmente. Outros, por crerem que basta ter procurado bastante escrupulosamente<br />
seus pecados vão contá-los a um confessor como uma aventura que lhes tivesse acontecido,<br />
sem pensar em sentir uma verdadeira contrição. E mesmo que a expressem por<br />
algum ato, somente o fazem de boca sem dar sinal algum de que é suficiente e interior.<br />
Acontece mesmo com freqüência que não mostram ter o mínimo pensamento de mudar<br />
de conduta. Há também pessos que confessam seus pecados como por rotina, quando<br />
declaram quase sempre os mesmos pecados. Não poucos, depois de terem passado um<br />
ano inteiro sem se confessar, o fazem em dois ou três minutos e dizem somente em geral<br />
sete ou oito pecados grandes, que são os que mais impressionaram sua imaginação,<br />
persuadidos com isso de acalmar a sua consciência. Alguns, pelo contrário, ao se confessarem,<br />
dizem tantas palavras que, para declarar cinco ou seis pecados, precisam quartos<br />
de hora e por vezes meias horas inteiras, o que atrapalha muito um confessor que<br />
muitas vezes não pode discernir em tudo o que essas pessoas disseram o que é pecado.<br />
Também isso lhe faz perder muito tempo e é motivo de ele se ver obrigado a despedir<br />
várias pessoas sem se terem confessado. Encontram-se ainda pessoas que pensam que<br />
não é permitido a um confessor diferir ou recusar-lhes a absolvição, quando não estão<br />
em estado de a receber. E outros que parecem querer tomá-lo à parte, se ele mostrar,<br />
mesmo só um pouquinho, que não a pode dar. Vereis também gente que se persuade que<br />
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