INSTRUÇÕES ORAÇÕES PARA A SANTA MISSA ... - Portal La Salle
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Não se pode ver o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo na Eucaristia. O que se vê,<br />
o que se toca e o que se saboreia são apenas as aparências do pão e do vinho. Contudo<br />
come-se verdadeiramente o Corpo de Jesus Cristo e assim que as aparências do pão se<br />
corrompem no estômago, Jesus Cristo cessa de estar presente em nós de corpo, ainda<br />
que permaneça por sua graça tanto tempo que nos abstemos de ofender a Deus mortalmente.<br />
Dos fins da Instrução sobre o Sacramento da Eucaristia<br />
e da obrigação de o receber<br />
Quando Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia teve somente em vista<br />
procurar o bem espiritual de nossas almas. A primeira intenção que teve foi dar-nos e<br />
deixar-nos para todo sempre, como ele mesmo afirmou, alguns sinais sensíveis de seu<br />
grande amor para conosco. com efeito, podia ele mostrar-nos melhor isso, do que dando<br />
seu Corpo para comer e seu Sangue a beber? Ficamos-lhe devendo muito por nos ter<br />
dado tão grande honra.<br />
Outra intenção que Jesus Cristo teve ao instituir este Sacramento foi dar-nos um<br />
meio fácil para nos lembrar de sua paixão e morte, para que, tendo muitas vezes em<br />
nosso espírito a recordação de seus benefícios, fôssemos fortemente excitados a não cair<br />
no pecado e fazer penitência pelos que cometemos.<br />
Como ele colocou seu Corpo neste Sacramento sob as espécies de pão e seu<br />
Sangue sob as espécies de vinho, ele no-lo deu particularmente para servir de alimento<br />
para nossas almas. É por isso que não nos podemos dispensar de o receber, porque nossas<br />
almas como nossos corpos têm necessidade de se alimentar para viver bem. É o que<br />
faz que na Igreja sempre se considerou a recepção do Corpo de Jesus Cristo na Eucaristia<br />
como um exercício de religião e uma ação obrigatória; e porque se chama esta ação<br />
com o nome de comunhão, termo de que São Lucas se serve nos Atos dos Apóstolos.<br />
Porque nesta ação os cristãos manifestam a união que têm juntos ao comerem o mesmo<br />
pão e que se unem também intimamente a Jesus Cristo ao receberem seu sagrado Corpo<br />
sob as espécies ou aparências do pão.<br />
Na Igreja primitiva, os cristãos comungavam muitas vezes. Nos Atos dos Apóstolos<br />
até se diz que os primeiros discípulos o faziam todos os dias. E foi o costume universal<br />
durante vários séculos que todos os fiéis comungassem em todas as Missas a que<br />
assistiam, como consta de um Decreto atribuído ao papa S. Anacleto, que todos comungavam<br />
depois da Consagração, se não queriam ser expulsos da Igreja, porque assim o<br />
prescreveram e tal é a prática da Igreja romana. Contudo nisto não há um mandamento<br />
positivo da Igreja que obrigasse a comungar; aliás o fervor dos fiéis era tão grande que<br />
não tinham necessidade que se lhes mandasse cumprirem esse dever.<br />
As coisas não ficaram assim no correr do tempo, pois os cristãos se relaxaram<br />
muito, por isso vários Concílios foram obrigados a ordenar que se comungasse ao menos<br />
três vezes por ano, pela Páscoa, por Pentecostes e no Natal. E como estes mandamentos<br />
não foram cumpridos exatamente, o Concílio do <strong>La</strong>trão celebrado em 1215 se<br />
contentou com obrigar os fiéis a comungar ao menos uma vez por ano no tempo pascal,<br />
sob pena de pecado mortal, e este mandamento foi posteriormente renovado e confirmado<br />
pelo Concílio de Trento.<br />
Para satisfazer essa obrigação, imposta aos fiéis pela Igreja, é preciso que todos<br />
comunguem em sua Paróquia e estejam em estado de graça. Pois não se cumpre o dever<br />
da Comunhão pascal por uma Comunhão indigna, que a Igreja e Jesus Cristo mesmo só<br />
podem considerar com horror.<br />
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