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20 | SINDIPOSTO | Dezembro/2012<br />

Fraudes<br />

Prejuízo ao desenvolvimento<br />

do setor de combustíveis<br />

Irregularidades geram uma interpretação distorcida na opinião pública<br />

de que todo o setor é conivente e se benefi cia dessas práticas.<br />

Devido à grande competitividade,<br />

o setor de combustíveis vive<br />

historicamente uma situação de autofagia<br />

em que empresários inescrupulosos<br />

lançam mão de artimanhas<br />

para aumentar seus lucros, ou pelo<br />

menos mantê-los mesmo oferecendo<br />

preços muito abaixo da concorrência,<br />

o que é comumente denominado<br />

de concorrência predatória.<br />

A sonegação de impostos e a<br />

adulteração estão entre as práticas<br />

irregulares mais comuns no setor.<br />

De acordo com dados do Sindicato<br />

Nacional das Empresas Distribuidoras<br />

de Combustíveis e de<br />

Lubrifi cantes (Sindicom), o setor de<br />

combustíveis é responsável por uma<br />

arrecadação de impostos em torno<br />

de R$ 73 bilhões anuais. O montante<br />

é bastante signifi cativo, mas estimativas<br />

do próprio Sindicom apontam<br />

evasão de impostos da ordem de R$<br />

3,3 bilhões anuais provocada pelos<br />

elevados índices de sonegação e<br />

adulteração, o que equivale a algo<br />

próximo de 5% do total de impostos<br />

recolhidos no setor.<br />

No campo da fraude fi scal, as<br />

mais comuns são o não pagamen-<br />

to de PIS e Cofi ns e o pagamento<br />

apenas parcial do ICMS. Já em termos<br />

de adulteração, a mais usual<br />

é a mistura de etanol na gasolina<br />

acima das especifi cações legais. A<br />

lei fi xa em 20% a mistura de etanol<br />

anidro à gasolina, mas muitas<br />

empresas aumentam esse percentual<br />

visando elevar a rentabilidade<br />

do negócio.<br />

De acordo com especialistas<br />

do setor, a maior difi culdade no<br />

combate às fraudes está na fi scalização.<br />

O mercado de combustíveis<br />

cresceu muito no Brasil, mas a fi scalização<br />

não acompanhou esse<br />

crescimento. Um número reduzido<br />

de fi scais da Agência Nacional de<br />

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis<br />

(ANP) são responsáveis<br />

por fi scalizar mais de 30 mil postos<br />

revendedores em todo o país.<br />

Além desses estabelecimentos,<br />

eles verifi cam ainda o uso de combustíveis<br />

em usinas, aeroportos e<br />

outros segmentos de comercialização<br />

e consumo.<br />

Se essas práticas já são danosas<br />

aos consumidores e à sociedade, já<br />

que não recolhendo os impostos<br />

adequadamente o empresário está<br />

gerando prejuízo aos cofres públicos<br />

e, por sua vez, aos cidadãos,<br />

elas revertem contra o próprio setor.<br />

Isso porque, em um cenário de<br />

concorrência predatória, as empresas<br />

reduzem suas margens de lucro<br />

para tentar manter as vendas e, fazendo<br />

isso, perdem a capacidade<br />

de investimento no negócio.<br />

Além disso, essas irregularidades<br />

geram uma interpretação<br />

distorcida na opinião pública de<br />

que todo o setor é conivente e se<br />

benefi cia dessas práticas, difi cultando<br />

o relacionamento e a fi delização<br />

do cliente.

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