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Cristãos pretos no mundo colonial: irmandades de escravos e 77

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DE VOLTA ÀS “CONDIÇÕES DA GOVERNABILIDADE”, NA BUSCA DE<br />

UM EQUILÍBRIO: NOTAS ACERCA DA SOCIEDADE MINEIRA NA<br />

PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII<br />

Resumo:<br />

Esse artigo busca avançar na discussão acerca<br />

das condições da governabilida<strong>de</strong> as quais<br />

estavam sujeitos tanto governadores <strong>de</strong><br />

capitanias, como po<strong>de</strong>rosos locais. Preten<strong>de</strong>-se<br />

<strong>de</strong>monstrar a necessida<strong>de</strong>, por parte <strong>de</strong>sses<br />

po<strong>de</strong>rosos, <strong>de</strong> rever suas estratégias <strong>de</strong> ação<br />

frente à mudança <strong>de</strong> um dado governador<br />

ressaltando, <strong>de</strong>ssa forma, um certo limite ao<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sses homens <strong>de</strong>fronte a tais<br />

representantes régios.<br />

Palavras-chave: Governabilida<strong>de</strong>, Estratégia,<br />

Negociação.<br />

AS BASES DAS “CONDIÇÕES DA GOVERNABILIDADE” 1<br />

Carlos Leonardo Kelmer Mathias<br />

Abstract:<br />

This study tries to make progress in the discussion<br />

about the conditions of governance, which were<br />

related to both the gover<strong>no</strong>rs in charge of the<br />

province and the local “powerful men”. It intends to<br />

<strong>de</strong>monstrate the necessity of reviewing the<br />

strategies of action of these “powerful men”<br />

regarding the change of a gover<strong>no</strong>r. Thereby, this<br />

study emphasizes some limit concerning the power<br />

of these men with regard to royal representatives.<br />

Key words: Governance, Strategy, Negotiation.<br />

“O po<strong>de</strong>r não se exerce <strong>no</strong> vazio. E também não se exerce por magia. A acção política requer a<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios. Des<strong>de</strong> logo, <strong>de</strong> meios financeiros. Mas também <strong>de</strong> meios huma<strong>no</strong>s.<br />

Em termos tais que o impacto <strong>de</strong> um projecto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r se po<strong>de</strong> medir <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> da<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturas humanas que o levem a cabo” 2 .<br />

Do acima exposto, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se a indispensabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, ao me<strong>no</strong>s, dois pontos <strong>no</strong><br />

exercício do po<strong>de</strong>r, quais sejam, “meios financeiros” e “meios huma<strong>no</strong>s”, sendo que para um<br />

“projecto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r” ser levado ao fim e ao cabo fazia-se primordiais almas humanas<br />

empreen<strong>de</strong>doras. Em outras palavras, um governador não teria como adquirir e manter sua<br />

governabilida<strong>de</strong> sem sustentação financeira e sem corpos huma<strong>no</strong>s sobre os quais apoiar-se.<br />

Creio ter sido o elemento huma<strong>no</strong> ainda mais imprescindível do que o financeiro, pois<br />

recorrentemente os vassalos <strong>de</strong> Sua Majesta<strong>de</strong> colocavam a seu serviço suas fazendas, cabedais<br />

e negros armados. Sem esses homens, que por sinal constituíam-se, efetivamente, em súditos do<br />

Rei – ou seja, era <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>les disponibilizar seus recursos a serviço <strong>de</strong> El-Rei – a Coroa não teria<br />

como se sustentar enquanto Coroa. Decorre daí a negociação então estabelecida entre ambas às<br />

partes.<br />

1 O presente artigo é uma versão modificada <strong>de</strong> um texto por mim apresentado <strong>no</strong> congresso internacional O espaço<br />

Atlântico <strong>de</strong> Antigo Regime: po<strong>de</strong>res e socieda<strong>de</strong>s, ocorrido em <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2005 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, Portugal.<br />

Revista Eletrônica <strong>de</strong> História do Brasil, v. 7 n. 2, jul.-<strong>de</strong>z., 2005<br />

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