Cristãos pretos no mundo colonial: irmandades de escravos e 77
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manutenção dos três governadores pre<strong>de</strong>cessores a D. Lourenço <strong>de</strong> Almeida, <strong>no</strong>tadamente <strong>no</strong><br />
que concernia a D. Pedro <strong>de</strong> Almeida na contenção da revolta <strong>de</strong> Vila Rica em 1720. Porém,<br />
esses valorosos serviços prestados ao Fi<strong>de</strong>líssimo não asseguraram a Custódio Rebelo, a Félix<br />
<strong>de</strong> Azevedo, a Silvestre Marques e a Manuel Gue<strong>de</strong>s privilégios junto D. Lourenço <strong>de</strong> Almeida.<br />
Em resumo, e a título <strong>de</strong> conclusão, o fato <strong>de</strong> a Coroa não po<strong>de</strong>r prescindir do apoio <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>rosos locais na busca e manutenção <strong>de</strong> sua governabilida<strong>de</strong> não alçava esses mesmos<br />
homens a uma posição tal que, <strong>no</strong> complexo jogo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e negociação inerente ao gover<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />
um rei<strong>no</strong> e <strong>de</strong> suas conquistas, pu<strong>de</strong>ssem gozar <strong>de</strong> isenções e privilégios para agir tal qual suas<br />
vonta<strong>de</strong>s. Havia, sim, um refinado e latente equilíbrio. Equilíbrio esse que estava na base das<br />
relações administrativas e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Por conseguinte, estava na base das “condições da<br />
governabilida<strong>de</strong>” as quais estavam sujeitos aqueles indivíduos envoltos com o gover<strong>no</strong> das<br />
conquistas.<br />
Carlos Leonardo Kelmer Mathias é Doutorando em História Social pela UFRJ<br />
Revista Eletrônica <strong>de</strong> História do Brasil, v. 7 n. 2, jul.-<strong>de</strong>z., 2005<br />
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