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TCC Marcia Nasciimento ok - PROEJA - RS

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Capitulo V<br />

Tipos de Narrativa<br />

Gufã<br />

Na língua kaingang existe a palavra kãmén, que pode ser<br />

traduzida por “contar, dar noticias, explicar”. Kãmén vem da palavra<br />

kãme, que significa “história” (a ser contada). Por exemplo: “Pĩ<br />

Kãme” (História do Fogo). A palavra kãme é caractrística do gênero<br />

narrativo. Toda narrativa é finalizada com a presença dessa palavra,<br />

em frases como: “Hãvẽ ser, Pĩ Kãme ti” (esta é, então, a História do<br />

Fogo).<br />

Na cultura kaingang, conseguimos identificar, até então, três<br />

tipos de narrativas. Primeiro temos as denominadas gufã, que quer<br />

dizer ancestral. São narrativas que contam as origens, nos tempos<br />

ancestrais, e relatam fatos de tempos mais antigos. Dentro do gênero<br />

gufã, temos também as fábulas.<br />

Temos também as narrativas chamadas Ti si kãme, que são as<br />

histórias antigas e verdadeiras. Um outro gênero, que corresponde às<br />

narrativas engraçadas – inventadas, mentiras –, é conhecido como<br />

vẽnh ó’.<br />

Distinguimos um jeito especifico de contar os gufã. Sempre há<br />

um ou mais interlocutores que, a cada episódio contado, responde(m)<br />

ao narrador. As narrativas que relatam tempos ancestrais geralmente<br />

iniciam-se com essa expressão: “Gufã vỹ nĩg tĩ!” (Havia um<br />

ancestral). Em seguida, o interlocutor responde, falando “e’” como se<br />

estivesse dizendo “sim, conte-me mais”. Assim, se segue por toda a<br />

narrativa.<br />

Veja, a seguir, o trecho que fala dos primeiros contatos com os<br />

fóg (brancos).<br />

Gufã vỹ nĩg tĩ!

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