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TCC Marcia Nasciimento ok - PROEJA - RS

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Capítulo VIII<br />

Rituais Fúnebres<br />

Os rituais fúnebres são parecido com os ritos de proteção do espírito.<br />

Há quase um século, pesquisadores já observaram esse ritual.Veja<br />

nos registros Henrich Maniser.<br />

Muito cedo, ao despertar, começa a ressoar numa cabana qualquer<br />

um gemido ritual que perdura, frequentemente por muitas horas. O<br />

significado desse gemido é invariável, podendo ser traduzido pelas<br />

seguintes palavras: “Evoquemos a lembrança (ou, bem, “eu me<br />

lembro”) de tal ou qual parente morto, em tal época” (às vezes, já<br />

decorreu um ano ou dois de sua morte!). Esse gemido, por sua vez,<br />

lembra aos outros índios o destino de seus parentes mortos e seus<br />

choros se fazem ouvir, simultaneamente, em diversas partes.<br />

Finalmente eles são interrompidos por uma ocupação qualquer (...).<br />

À tardinha, ao crepúsculo, e também durante a sesta no ardente<br />

calor após o meio dia, os gemidos em lembrança dos mortos<br />

recomeçam. Mesmo no meio da noite acorda-se com os sons<br />

familiares de uma voz esganiçada que arrasta sempre a mesma nota<br />

lúgubre. O índio cobre sua cabeça com sua coberta enquanto emite<br />

esse gemido ritual. São, sobretudo, as mulheres que gemem; os<br />

homens, bem mais raramente. (MANISER 2006)<br />

Ainda hoje existem esses rituais, os choros e gemidos rituais,<br />

mesmo de uma forma mais discreta.<br />

É evidente a diferença de um velório kaingang e o velório de<br />

não-índio, e até mesmo os dos indianos (mestiços que vivem na<br />

comunidade, não falantes do kaingang), que já são mais “discretos”<br />

em suas lamentações. Num velório kaingang, é bem notável a

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