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Municípios devem assumir a tributação do ... - Vida Económica

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Nº 1250 / 23 Maio de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€<br />

funDOs EuROPEus<br />

InCEnTIvOs<br />

PEDIDOs aO POPH<br />

aTIngEM<br />

Os sETE MIl<br />

MIlHõEs DE EuROs<br />

“O tempo é de concentrar recursos<br />

e de os aplicar de forma selectiva<br />

em projectos sustentáveis”<br />

- afirma, em entrevista à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”, Rui Fiolhais, gestor<br />

<strong>do</strong> POPH — Programa Operacional<br />

Potencial Humano. Pág. 7<br />

suPlEMEnTO<br />

fRanCHIsIng<br />

angOla COM fORTE<br />

POTEnCIal<br />

PaRa ExPansãO<br />

DE nEgóCIOs<br />

MERCaDOs<br />

CRéDITO às EMPREsas<br />

ManTéM CREsCIMEnTO<br />

A crise financeira internacional<br />

ainda não teve impacto no valor<br />

<strong>do</strong> crédito globalmente concedi<strong>do</strong><br />

às empresas no merca<strong>do</strong><br />

nacional. A procura da “sobrevivência”<br />

através <strong>do</strong> crédito de<br />

curto prazo e para reestruturação<br />

de dívida acaba por ser satisfeita<br />

pelos bancos, mas em condições<br />

mais gravosas para as empresas.<br />

Pág. 40<br />

BES identifica oportunidades<br />

nOROEsTE PEnInsulaR<br />

é aTRaCTIvO PaRa O<br />

InvEsTIMEnTO nas<br />

EnERgIas REnOvávEIs<br />

E TuRIsMO<br />

Pág. 6<br />

9 720972 000037<br />

0 1 2 5 0<br />

Fernan<strong>do</strong> Ruas, presidente da Câmara Municipal de Viseu e da ANMP, defende<br />

<strong>Municípios</strong> <strong>devem</strong><br />

<strong>assumir</strong> a <strong>tributação</strong><br />

<strong>do</strong> património<br />

Autoeuropa<br />

tem produção garantida<br />

até 2010<br />

“Até 2010 temos a produção de automóveis<br />

garantida e estou certo que vamos ter Auroeuropa<br />

em 2030” - afirma à <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

Julius von Ingelheim.<br />

“A chave para sobreviver é a<br />

adaptabilidade”, acrescenta o<br />

director de Recursos Humanos<br />

da Autoeuropa. Consideran<strong>do</strong><br />

a flexibilidade interna<br />

uma estratégia importante<br />

para a empresa, diz, no entanto,<br />

que a tarefa não é fácil, ten<strong>do</strong> em conta<br />

a complexidade da regulamentação laboral e o<br />

funcionamento <strong>do</strong>s tribunais portugueses.<br />

Pág. 23<br />

“Por vezes, o valor patrimonial <strong>do</strong> imóvel ultrapassa o valor de merca<strong>do</strong> e o<br />

preço que foi efectivamente pago, agravan<strong>do</strong> o valor <strong>do</strong> imposto” – afirma<br />

o presidente da Associação Nacional <strong>do</strong>s <strong>Municípios</strong> Portugueses, em<br />

entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

Segun<strong>do</strong> o mesmo responsável, “os critérios de fixação <strong>do</strong> valor<br />

<strong>do</strong>s imóveis segui<strong>do</strong>s pelo IMI não estão correctos”. E<br />

acrescenta: “Os coeficientes de localização foram estabeleci<strong>do</strong>s<br />

pela administração central, sem ter em conta o parecer<br />

<strong>do</strong>s representantes <strong>do</strong> poder local”.<br />

Fernan<strong>do</strong> Ruas duvida que o aumento <strong>do</strong>s impostos municipais<br />

se traduza em aumento equivalente das receitas das<br />

autarquias. E aponta para o caso concreto <strong>do</strong> concelho de<br />

Viseu, onde as receitas de derrama estão ao mesmo nível<br />

de 2001, apesar <strong>do</strong> aumento verifica<strong>do</strong> nas cobranças de<br />

IRC a nível nacional.<br />

Em alternativa ao sistema actual, Fernan<strong>do</strong> Ruas defende<br />

que as autarquias <strong>devem</strong> <strong>assumir</strong> a liquidação e cobrança<br />

<strong>do</strong>s impostos municipais.<br />

Forma<strong>do</strong>res<br />

acusam Governo<br />

de mentir<br />

O Programa Novas Oportunidades,<br />

que financia os CEF, tem<br />

os pagamentos em atraso. Vários<br />

forma<strong>do</strong>res contacta<strong>do</strong>s pela VE<br />

dizem que não recebem salários<br />

desde Março, ao ponto de alguns<br />

não terem dinheiro, neste momento,<br />

sequer para dar de comer<br />

aos filhos. A ministra da Educação<br />

diz que o problema não existe,<br />

já que to<strong>do</strong>s os centros têm o<br />

financiamento aprova<strong>do</strong>.<br />

Os forma<strong>do</strong>res dizem que é<br />

uma mentira <strong>do</strong> Governo. Pág. 12<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

Empresários para a prisão<br />

Ser empresário em Portugal é, segun<strong>do</strong> António<br />

Saraiva, uma actividade perigosa.<br />

As ameaças de penas de prisão sucedem-se,<br />

seja na questão <strong>do</strong>s recibos verdes seja nos<br />

atrasos de pagamento das dívidas. Mas o<br />

que mais indigna o presidente da AIM-<br />

MAP é haver pessoas que rejubilam com<br />

essas ameaças, sobretu<strong>do</strong> quem não sabe<br />

o que é gerir uma empresa, perante uma<br />

legislação laboral rígida e um sistema fiscal<br />

pesa<strong>do</strong>.<br />

“Continua a haver sectores na sociedade<br />

portuguesa que, tolda<strong>do</strong>s<br />

pelo ressentimento ou iludi<strong>do</strong>s<br />

pela ignorância, insistem em<br />

estigmatizá-los como potenciais<br />

malfeitores”, afirma. Pág. 9<br />

DIRECTOR<br />

João Peixoto de Sousa<br />

Pág. 19<br />

PUB


2<br />

ACTUALIDADE<br />

Abertura<br />

Portugueses trabalharam<br />

139 dias para pagar ao Fisco<br />

Que os contribuintes passam metade da vida a trabalhar para pagar<br />

os impostos já não é notícia para ninguém. Mas saber que a actividade<br />

<strong>do</strong>s primeiros 139 dias <strong>do</strong> ano se destina única e exclusivamente<br />

às Finanças assusta qualquer um. O relatório “Dia de Libertação <strong>do</strong>s<br />

Impostos 2008”, da responsabilidade <strong>do</strong> GANEC (Gabinete de Análise<br />

<strong>Económica</strong> da Faculdade de Economia da Universidade Nova de<br />

Lisboa), com o apoio da AIP-CE, confi rma o cenário. Sob a coordenação<br />

<strong>do</strong> professor António Pinto Barbosa, este relatório aponta<br />

o dia 19 de Maio como o “Dia Livre de Impostos”(DLI), ou seja, a<br />

data em que o português médio já terá ganho o rendimento sufi ciente<br />

para cumprir as suas obrigações fi scais (um dia mais tarde <strong>do</strong> que<br />

em 2007).<br />

O objectivo deste relatório é chamar a atenção para o papel da fi scalidade<br />

em matéria de competitividade e de atractividade da economia<br />

portuguesa no contexto da globalização, dan<strong>do</strong>-lhe visibilidade através<br />

de um indica<strong>do</strong>r simples e de fácil compreensão. Segun<strong>do</strong> o responsável<br />

pelo estu<strong>do</strong>, esta estimativa baseia-se na informação relativa à<br />

execução orçamental de 2007 e <strong>do</strong>s<br />

Os portugueses<br />

irão trabalhar<br />

até 17 de Junho<br />

(168 dias) para<br />

pagar a totalidade<br />

<strong>do</strong> Sector Público<br />

EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-<br />

DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de<br />

Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima<br />

Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão;<br />

E-mail redaccao@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e<br />

Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto<br />

- Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: comercial@vidaeconomica.pt; PUBLICIDADE<br />

LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815<br />

415 E-mail publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail assinaturas@vidaeconomica.pt;<br />

IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém<br />

E-mail geral@vasp.pt • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009<br />

EMPRESA<br />

CERTIFICADA<br />

primeiros meses de 2008, bem como<br />

no crescimento da receita fi scal previsto<br />

no Orçamento de Esta<strong>do</strong> para<br />

2008. No entanto, o DLI de 2008<br />

não será muito afecta<strong>do</strong> por medidas<br />

de política fi scal, com excepção <strong>do</strong><br />

efeito negativo sobre a receita <strong>do</strong> IVA<br />

da redução da taxa normal de 21 para<br />

20% que ocorrerá a partir de Julho.<br />

Além desta, há outras medidas com<br />

menor impacto no DLI de 2008, tais<br />

como a diminuição da receita de IRS<br />

por via da actualização das tabelas de retenção na fonte em 2008, ten<strong>do</strong><br />

como contrapartida uma redução <strong>do</strong>s reembolsos líqui<strong>do</strong>s <strong>do</strong> imposto<br />

em 2009, o remanescente <strong>do</strong> efeito da alteração da <strong>tributação</strong> sobre as<br />

vendas e circulação de automóveis introduzidas a partir de Julho de<br />

2007, e, por fi m, a subida da componente específi ca <strong>do</strong> imposto sobre<br />

o tabaco em 11%, terão os seus efeitos.<br />

No que se refere à repartição por tipo de imposto, e a título de exemplo,<br />

um indivíduo trabalhará, em média, quatro dias por ano para<br />

pagar o Imposto de Selo, 21 dias para pagar o IRS e 47 dias para as<br />

Contribuições Sociais. De salientar que um português que não fume<br />

poderá ver o seu DLI reduzi<strong>do</strong> em mais três dias.<br />

Outro indica<strong>do</strong>r incluí<strong>do</strong> neste estu<strong>do</strong> é o DLSP (Dia da Libertação<br />

<strong>do</strong> Sector Público). Este factor procura ter em conta to<strong>do</strong> o tipo de<br />

<strong>tributação</strong>, nomeadamente, aquela que está implicitamente associada<br />

ao défi ce. Segun<strong>do</strong> este indica<strong>do</strong>r, em 2008, os portugueses irão trabalhar<br />

até 17 de Junho (168 dias) para pagar a totalidade <strong>do</strong> Sector<br />

Público, também mais um dia <strong>do</strong> que em 2007. Esta variação deve-se<br />

ao comportamento desfavorável da despesa pública (que representou<br />

mais <strong>do</strong>is dias de trabalho), que mais <strong>do</strong> que compensou a subida da<br />

estimativa <strong>do</strong> PIB nominal (que se traduziu na redução <strong>do</strong> DLSP em<br />

aproximadamente um dia de trabalho).<br />

FÁTIMA FERRÃO<br />

fatimaferrao@vidaeconomica.pt<br />

BREVE<br />

COMISSÃO EUROPEIA PROMOVE FLEXIGURANÇA<br />

A Comissão Europeia lançou uma iniciativa para ajudar a concretizar, a nível<br />

nacional, a Flexigurança, que tem como objectivo a procura <strong>do</strong> equilíbrio entre<br />

a fl exibilidade <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de trabalho e a segurança <strong>do</strong> emprego.<br />

As missões pretendem ir ao encontro <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s,<br />

através de uma série de visitas nacionais durante <strong>do</strong>is meses. A iniciativa<br />

surge na sequência da decisão a<strong>do</strong>ptada pelos Esta<strong>do</strong>s-membros no último<br />

Conselho Informal <strong>do</strong> Emprego de Janeiro passa<strong>do</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s serão<br />

apresenta<strong>do</strong>s em Dezembro próximo.<br />

MEMBRO DA EUROPEAN<br />

BUSINESS PRESS<br />

TIRAGEM CONTROLADA<br />

PELA:<br />

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 21.700<br />

4000 Município (Porto) TAXA PAGA<br />

Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo <strong>do</strong> ICS nº 109 477<br />

QREN<br />

NEGÓCIOS<br />

E EMPRESAS<br />

NEGÓCIOS<br />

E EMPRESAS<br />

Sotheby´s .............................. 14<br />

Alualpha ............................... 16<br />

Ciaferal ................................. 16<br />

M. Rodrigues ......................... 16<br />

LM Perfi s .............................. 16<br />

STA ...................................... 16<br />

Old Mutual ............................ 17<br />

Skandia ................................ 17<br />

Fluxograma ........................... 18<br />

Ramos Catarino ..................... 22<br />

Inditex .................................. 22<br />

DBK ..................................... 22<br />

José de Mello Saúde .............. 22<br />

HPP ..................................... 22<br />

Espírito Santo Saúde ............. 22<br />

Clisa ..................................... 22<br />

Enervento ............................. 25<br />

Sonae ................................... 25<br />

IBM...................................... 26<br />

Ikea...................................... 27<br />

EMPRESAS CITADAS<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

NESTA EDIÇÃO<br />

Pág. 7 Pág. 20<br />

INCENTIVOS PEDIDOS AO POPH<br />

ATINGEM SETE MIL MILHÕES DE EUROS<br />

HUMOR ECONÓMICO<br />

Aguirre Newman Cosmopolita ... 28<br />

Jones Lang LaSalle ................ 28<br />

Portbuilding .......................... 28<br />

Caixanova ............................. 32<br />

Repsol .................................. 32<br />

Deloitte ................................ 32<br />

Converse ............................... 32<br />

CH Consulting ....................... 32<br />

Heylife.................................. 34<br />

Bus Consulting ...................... 35<br />

BES ..................................... 36<br />

Vodafone ............................... 36<br />

CGD ..................................... 39<br />

BIG ...................................... 39<br />

BPI ...................................... 39<br />

BCP ..................................... 44<br />

Peugeot ................................ 46<br />

Mazda .................................. 46<br />

Grupo Salva<strong>do</strong>r Caetano ......... 47<br />

Renault Portugal .................... 47<br />

Pág. 21<br />

O Programa Operacional Potencial Humano (POPH) está a despertar bastante<br />

interesse junto <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res de merca<strong>do</strong>. Esta a perspectiva de Rui<br />

Fiolhais, gestor <strong>do</strong> programa, que garante que a primeira fase já resultou<br />

em mais de 12 mil candidaturas, correspondentes a um montante global de<br />

fi nanciamento solicita<strong>do</strong> na ordem <strong>do</strong>s sete mil milhões de euros.<br />

PME VÃO RECEBER 60% DOS INCENTIVOS<br />

DIRECTOS ÀS EMPRESAS<br />

O Governo assume um compromisso político: durante o actual quadro comunitário<br />

cerca de 60% <strong>do</strong>s incentivos directos vão ter como destino as PME.<br />

A garantia é dada por Rui Baleiras, secretário de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Desenvolvimento<br />

Regional. Mas apela a uma maior cooperação entre as empresas, as instituições<br />

de investigação e os serviços da administração pública.<br />

ASSOCIAÇÕES DE AGRICULTORES PODEM ATENUAR<br />

PRESSÃO EXERCIDA PELAS CADEIAS DE DISTRIBUIÇÃO<br />

O sector agrícola debate-se com problemas graves. No entanto, Paul Dolleman,<br />

presidente de uma das maiores associações de horticultores <strong>do</strong> país,<br />

considera que existem soluções. A criação de associações poderá reduzir<br />

a pressão exercida sobre os preços por parte das grandes cadeias de distribuição<br />

e as culturas têm que ser adequadas aos clientes e às condições<br />

climatéricas.<br />

BREVE<br />

LIQUIDEZ<br />

E “SPREADS”<br />

DE CRÉDITO<br />

NO TOPO DAS<br />

PREOCUPAÇÕES<br />

DA BANCA<br />

A turbulência nos merca<strong>do</strong>s fi -<br />

nanceiros transformou, completamente,<br />

o panorama <strong>do</strong> risco no<br />

sector da banca, de acor<strong>do</strong> com<br />

um relatório da consultora PricewaterhouseCoopers.Continuam<br />

a existir fortes receios que se<br />

verifi que uma recessão global.<br />

O conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> relatório é <strong>do</strong>mina<strong>do</strong><br />

pelas preocupações com as<br />

actuais condições de merca<strong>do</strong>,<br />

especialmente a falta de liquidez<br />

e os problemas nos merca<strong>do</strong>s de<br />

crédito e de deriva<strong>do</strong>s. Dois <strong>do</strong>s<br />

três primeiros – liquidez e “spreads”<br />

de crédito – nunca tinham<br />

apareci<strong>do</strong> no ranking, um sinal<br />

de mudança dramática nos cenários<br />

de risco. O único risco não<br />

fi nanceiro entre as dez principais<br />

preocupações é a perspectiva de<br />

uma reacção regulatória excessiva<br />

por parte das autoridades e<br />

<strong>do</strong>s políticos.


4<br />

actuaLidade<br />

1,5%<br />

Governo<br />

revê em baixa<br />

taxa de crescimento<br />

para este ano<br />

ecOnÓMetRO<br />

Dionísio Pestana<br />

4,1<br />

mil milHÕES DE EUROS<br />

Investimento<br />

estrangeiro<br />

“derrapou”<br />

em 2007<br />

O grupo Pestana continua a sua trajectória de expansão internacional.<br />

Consistente no sector hoteleiro, vai agora dar nova vida a uma<br />

fábrica de chocolate em São Tomé. O nome é conheci<strong>do</strong> de muitos<br />

e até suscita uma certa saudade. As tabletes de chocolate da marca<br />

Favorita vão voltar às casas portuguesas. Um negócio de sucesso<br />

quase garanti<strong>do</strong> à partida.<br />

Carlos tavares<br />

Os prevarica<strong>do</strong>res têm que ser penaliza<strong>do</strong>s. Depois de alguma inércia,<br />

pelo menos aparente, a CMVM começa a dar sinais concretos<br />

que está na disposição de levar o processo <strong>do</strong> BCP até às últimas<br />

consequências. Para já, foi “passada” uma multa de 75 mil euros e<br />

muito está ainda para chegar. Para além de se castigar o incumpri<strong>do</strong>r,<br />

Carlos Tavares quer deixar uma mensagem clara ao merca<strong>do</strong> que<br />

não se pode agir fora da lei e ficar impune.<br />

Manuel Pinho<br />

Notícia, de facto, será quan<strong>do</strong> o ministro da Economia disser algo de<br />

verdadeiramente acerta<strong>do</strong>. Primeiro, mostrou-se preocupa<strong>do</strong> com o<br />

aumento <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>s combustíveis. À 18ª subida desde o início<br />

<strong>do</strong> ano. Será que acredita que os Portugueses acreditam que não sabia<br />

de nada? Depois, desvalorizou, sem qualquer tipo de pruri<strong>do</strong>s, a<br />

forte quebra no investimento directo estrangeiro em Portugal. Quan<strong>do</strong><br />

a maior parte <strong>do</strong>s países da União Europeia captou muito mais<br />

investimento. Algo vai muito mal no reino da Economia.<br />

José sóCrates<br />

O Primeiro-Ministro continua preocupa<strong>do</strong> em desenvolver acções publicitárias<br />

sobre as medidas a<strong>do</strong>ptadas sobre o seu Governo. Melhor<br />

seria que desse atenção ao esta<strong>do</strong> da economia e das finanças públicas.<br />

São cada vez mais consistentes as análises que tempos ainda<br />

mais difíceis estão para chegar. O que prova que muitas das políticas<br />

a<strong>do</strong>ptadas não estão a dar os resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s. Caso não haja<br />

reacção efectiva, o país tornar-se-á ainda mais sombrio. E Sócrates<br />

corre o risco de perder as eleições.<br />

FactOs ReLeVantes<br />

Governo “transMite” cOnFiança<br />

aO sectOR da cOnstRuçãO<br />

O Governo está a tentar transmitir<br />

um sentimento de confiança<br />

ao sector da construção. Foi o<br />

próprio ministro das Obras Públicas,<br />

Transportes e Comunicações,<br />

Mário Lino, que se encarregou<br />

dessa tarefa. Considera que os<br />

dias complica<strong>do</strong>s na indústria<br />

da construção chegaram ao fim e<br />

que os tempos são agora de optimismo.<br />

O governante é de opinião que<br />

o sector deve passar por uma fase<br />

Entretanto, é curioso verificar<br />

que, apesar de a produção ter<br />

evoluí<strong>do</strong> negativamente nos três<br />

primeiros meses, os indica<strong>do</strong>res<br />

de confiança e <strong>do</strong> nível de actividade<br />

reporta<strong>do</strong>s pelos empresários<br />

da construção aumentaram.<br />

Ora, em Abril, o índice de produção<br />

FEPICOP manteve a sua trajectória<br />

de contracção, apresentan<strong>do</strong><br />

uma variação negativa de<br />

quase quatro pontos percentuais,<br />

em termos homólogos. Para este<br />

decréscimo contribuíram as for-<br />

de revitalização, até porque a actividade<br />

é responsável por cerca<br />

de 11% <strong>do</strong> PIB e 12º <strong>do</strong> emprego<br />

nacional. Assim, foi dada a garantia<br />

que o Executivo vai avançar<br />

com os grandes projectos,<br />

que representarão mais riqueza<br />

para o país. Mário Lino chamou<br />

a atenção para os investimentos a<br />

realizar na rede ro<strong>do</strong>viária, nas infra-estruturas<br />

ao nível da rede de<br />

alta velocidade e o novo aeroporto<br />

de Lisboa. Por sua vez, também<br />

eMPresários Mais Confiantes<br />

tes quebras de produção ao nível<br />

<strong>do</strong> segmento residencial, assim<br />

como um abrandamento <strong>do</strong> ritmo<br />

de crescimento no segmento <strong>do</strong>s<br />

edifícios não residenciais priva<strong>do</strong>s<br />

e da engenharia civil.<br />

“O adiamento das decisões<br />

de investimento, quer por parte<br />

<strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res priva<strong>do</strong>s quer<br />

<strong>do</strong>s públicos, em resulta<strong>do</strong> da<br />

evolução decepcionante da economia,<br />

tem conduzi<strong>do</strong> ao abrandamento<br />

<strong>do</strong> ritmo de produção<br />

das empresas, colocan<strong>do</strong> em<br />

ficou a promessa que os prazos<br />

são para cumprir.<br />

Positivo para os empresários <strong>do</strong><br />

sector é o facto de se estar a verificar,<br />

ao nível da concorrência nas<br />

obras públicas, ten<strong>do</strong> em conta a<br />

relação entre o valor das adjudicações<br />

e a base de licitação, uma<br />

melhoria no diferencial. Ou seja,<br />

as margens deixam de estar tão<br />

esmagadas, o que criava situações<br />

bastante complicadas em<br />

termos de preço.<br />

causa a expectativa de retoma<br />

<strong>do</strong> sector da construção, iniciada<br />

em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>”,<br />

explica a federação. No entanto,<br />

há que salientar que o valor <strong>do</strong>s<br />

concursos abertos desde o início<br />

<strong>do</strong> ano aumentou bastante,<br />

geran<strong>do</strong> um potencial de produção<br />

que, a concretizar-se rapidamente,<br />

“poderá provocar um<br />

crescimentop mais intenso da<br />

produção no segmento da engenharia<br />

civil, durante o segun<strong>do</strong><br />

semestre”.<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

tendências<br />

60<br />

milHÕES DE EUROS<br />

Despesa<br />

da Sonae<br />

em tecnologia<br />

invEStimEntO DiREctO EStRAngEiRO cOm fORtE<br />

qUEbRA Em pORtUgAl (mil milhões de euros)<br />

0<br />

2003<br />

Fonte: Banco de Portugal<br />

2004 2005 2006 2007<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

AgRicUltORES nAciOnAiS bEnEficiAm cOm AUmEntO<br />

DOS pREçOS DOS cEREAiS (euros por tonelada)<br />

0<br />

2004<br />

Fonte: Ministério da agricultura<br />

2005 2006 2007<br />

pREçOS AbRAnDAm nA pRODUçãO inDUStRiAl<br />

(variação homóloga, em %)<br />

7<br />

6.5<br />

6<br />

5.5<br />

5<br />

4.5<br />

4<br />

3.5<br />

3<br />

2.5<br />

2<br />

Abril 2007 Abril 2008<br />

Fonte: Banco de Portugal<br />

ReVista de iMPRensa<br />

Financial Times<br />

Bce avisa para riscos da inflação<br />

O Banco Central Europeu tornou a insistir para que seja dada especial<br />

atenção à inflação. Isto para evitar que se verifique um desemprego em<br />

grande volume, tal como aconteceu nos anos setenta. O BCE avisa que<br />

os bancos centrais <strong>devem</strong> resistir às pressões para reduzirem as taxas de<br />

juro, mesmo que as tensões <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s financeiros estejam a descer e o<br />

crescimento económico a abrandar (...).<br />

Evitar a inflação vai impedir que os efeitos se façam novamente sentir nos<br />

merca<strong>do</strong>s, pelo que terá também que haver contenção nos salários. Insiste<br />

o banco que a crise ainda não terminou e que os governos nacionais têm<br />

que estar particularmente atentos aos desafios coloca<strong>do</strong>s pelos aumentos<br />

<strong>do</strong>s preços alimentares e <strong>do</strong>s combustíveis.<br />

expansión<br />

procura de ouro cai para nível mais baixo em cinco anos<br />

A procura mundial de ouro registou uma quebra de 16%, no primeiro<br />

trimestre, para 701 toneladas. O valor mais baixo em cinco anos, em<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> preço recorde de mais de mil dólares a onça. As aquisições<br />

para joalharia e investimento desceram 50% no principal consumi<strong>do</strong>r, a<br />

Índia.<br />

Esta situação ficou a dever-se aos preços muito eleva<strong>do</strong>s, mas a procura<br />

na China e na Rússia tornaram a aumentar nos três primeiros meses, em<br />

15% e 9%, rrespectivamente. O valor mais eleva<strong>do</strong> foi atingi<strong>do</strong> em Março,<br />

quan<strong>do</strong> o crude também alcançou preços recordes (...).


editorial<br />

E os investi<strong>do</strong>res<br />

passam ao largo<br />

Os números são frios e objectivos. Enquanto o investimento<br />

estrangeiro em Portugal diminuiu 50% em 2007,<br />

triplicou em Espanha no mesmo perío<strong>do</strong> e registou aumentos<br />

significativos em to<strong>do</strong>s os países da União Europeia.<br />

Na comparação directa, os 36<br />

mil milhões de euros recebi<strong>do</strong>s<br />

pela Espanha representam nove<br />

vezes os parcos 4,1 mil milhões<br />

investi<strong>do</strong>s em Portugal, fican<strong>do</strong><br />

muito aquém <strong>do</strong> potencial e das<br />

necessidades <strong>do</strong> nosso país.<br />

Uma primeira explicação para<br />

esta quebra tão acentuada pode<br />

estar na distracção <strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res<br />

estrangeiros. Em vez de apro-<br />

João luís de Sousa<br />

Director Adjunto<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 actualidade 5<br />

veitarem as boas oportunidades<br />

que o país oferece, os salários<br />

baixos, o clima ameno, o nosso<br />

sol, a paz social, a segurança, a<br />

estabilidade política, as relações com África, a vocação atlântica<br />

e a cordialidade <strong>do</strong>s portugueses, preferem investir em<br />

regiões onde os custos são mais eleva<strong>do</strong>s e o clima é menos<br />

agradável, por ter mais calor, mais frio, ou mais chuva.<br />

A segunda explicação pode estar na racionalidade da análise<br />

<strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res estrangeiros. Apesar de tu<strong>do</strong> o que o<br />

nosso país tem de bom para oferecer – que os governantes<br />

não se cansam de apregoar – e pondera<strong>do</strong>s os custos <strong>do</strong><br />

contexto, Portugal fica perder em relação aos destinos alternativos<br />

para investimento.<br />

A análise <strong>do</strong>s empresários estrangeiros pode não andar<br />

muito distante <strong>do</strong>s empresários nacionais. Os inquéritos <strong>do</strong><br />

Banco de Portugal revelam que a razão principal da queda<br />

<strong>do</strong> investimento não é a dificuldade de acesso ao crédito<br />

mas sim a falta de condições de rentabilidade sentida pelas<br />

empresas.<br />

A falta de rentabilidade que desmobiliza os investi<strong>do</strong>res<br />

deve-se sobretu<strong>do</strong> aos custos <strong>do</strong> contexto impostos pelo<br />

mau funcionamento <strong>do</strong>s serviços públicos, pelo quadro le-<br />

A falta de rentabilidade que<br />

desmobiliza os investi<strong>do</strong>res deve-se<br />

sobretu<strong>do</strong> aos custos <strong>do</strong> contexto<br />

impostos pelo mau funcionamento<br />

<strong>do</strong>s serviços públicos<br />

gal confuso e de má qualidade e pela pressão fiscal crescente<br />

sobre a actividade produtiva.<br />

Mas, em vez de corrigir os efeitos acumula<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s erros<br />

sucessivos das políticas económicas, os governantes ignoram<br />

e desprezam por completo o problema crucial da falta<br />

de condições de rentabilidade e vão reincidin<strong>do</strong> em más<br />

práticas, que são apresentadas como novas tendências.<br />

A moda actual está na perseguição aos agentes económicos.<br />

O conceito foi inventa<strong>do</strong> pela Administração Fiscal e<br />

tem vin<strong>do</strong> progressivamente a ser alarga<strong>do</strong> a todas as áreas<br />

<strong>do</strong> sector público estatal. Segurança Social, ASAE (uma<br />

nova polícia para as actividades económicas), e agora relações<br />

laborais. A ideia é a mesma: Multiplicar os processos<br />

contra as alegadas infracções, encerrar as unidades “incumpri<strong>do</strong>ras”<br />

e criminalizar de forma crescente a actuação <strong>do</strong>s<br />

priva<strong>do</strong>s.<br />

Apesar de o Esta<strong>do</strong> ser de longe o maior contrata<strong>do</strong>r de<br />

“falsos” recibos verdes, os governantes falam em impor responsabilidade<br />

criminal às empresas que o façam. Não beneficiam<br />

<strong>do</strong> mesmo interesse público…<br />

O zelo é tal que aos inspectores da ASAE são atribuí<strong>do</strong>s<br />

objectivos de produtividade em número de detenções, processos-crime,<br />

estabelecimentos a encerrar e contra-ordenações.<br />

Só que, enquanto os inspectores da ASAE se afadigam a<br />

arranjar detenções, processo-crime e a encerrar estabelecimentos,<br />

e Administração Fiscal se empenha em recuperar o<br />

princípio da prisão por dívidas aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> no século XIX,<br />

os investi<strong>do</strong>res vão passan<strong>do</strong> ao largo.<br />

Possivelmente, voltarão um dia se e quan<strong>do</strong> for feita a<br />

desminagem <strong>do</strong> terreno torna<strong>do</strong> perigoso por conceitos e<br />

práticas absurdas inventa<strong>do</strong>s por governantes e dirigentes<br />

com cultura saloia, ao arrepio <strong>do</strong> que se faz <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> civiliza<strong>do</strong>.<br />

Para já, os governantes vão manten<strong>do</strong> o optimismo e<br />

acreditam que os investi<strong>do</strong>res tornam a acreditar no país.<br />

Mas, tal como dizia Albert Einstein, só por insanidade<br />

se pode pensar que, fazen<strong>do</strong> as coisas da mesma forma, se<br />

conseguem obter resulta<strong>do</strong>s diferentes.<br />

Mato Grosso <strong>do</strong> Sul<br />

procura investi<strong>do</strong>res em Portugal<br />

O governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> brasileiro<br />

de Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, André<br />

Puccinelli, quer que os portugueses<br />

descubram Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, que<br />

considera o melhor lugar para investir<br />

no Brasil. Este desejo foi expresso<br />

durante a recente visita de uma comitiva<br />

de políticos e empresários locais a<br />

Vila Nova de Gaia, enquadrada numa<br />

viagem mais alargada a oito cidades<br />

de Portugal, Espanha e Japão.<br />

Com uma área três vezes maior que<br />

a de Portugal e com 25% <strong>do</strong> seu território<br />

ocupa<strong>do</strong> pela floresta tropical<br />

<strong>do</strong> Pantanal, Património da Humanidade,<br />

o esta<strong>do</strong> de Mato Grosso <strong>do</strong><br />

Sul oferece, segun<strong>do</strong> o seu governa<strong>do</strong>r,<br />

importantes oportunidades na<br />

área agro-alimentar, na produção de<br />

energia e em actividades ligadas ao<br />

ecoturismo e outras actividades turísticas.<br />

Para além destes sectores de actividade,<br />

André Puccinelli destacou<br />

ainda as indústrias da madeira, da<br />

siderurgia, da celulose e da construção,<br />

sobretu<strong>do</strong> ao nível das infra-estruturas<br />

viárias, como possíveis bons<br />

investimentos para os empresários<br />

nacionais. Queremos que os empresários<br />

portugueses descubram o nosso<br />

esta<strong>do</strong> como fonte segura de investimentos,<br />

geração de empregos e lucro<br />

de forma sustentável, afirmou.<br />

O governa<strong>do</strong>r lembrou ainda que<br />

ANJE promove<br />

encontros<br />

de negócios<br />

inova<strong>do</strong>res<br />

A ANJE - Associação<br />

Nacional de Jovens Empresários,<br />

em parceria com<br />

a empresa Big Eventos,<br />

promove no próximo dia<br />

29 de Maio, quinta-feira,<br />

entre as 18h30 e as 21h00,<br />

uma tipologia de encontros<br />

de negócios inova<strong>do</strong>ra<br />

em Portugal: Speed Networking.<br />

Depois <strong>do</strong> sucesso<br />

regista<strong>do</strong> no Núcleo<br />

de Lisboa e Vale <strong>do</strong> Tejo<br />

<strong>do</strong>s Jovens Empresários, a<br />

iniciativa promete agora<br />

marcar a agenda empresarial<br />

<strong>do</strong> Porto, aportan<strong>do</strong><br />

regularmente na sede nacional<br />

da associação (Casa<br />

<strong>do</strong> Farol - Rua Paulo da<br />

Gama).<br />

Neste evento, cada participante<br />

tem a oportunidade<br />

de ter uma reunião individual<br />

de cinco minutos com<br />

os vários empresários presentes,<br />

usufruin<strong>do</strong> assim da<br />

possibilidade de apresentar<br />

os seus negócios e de potenciar<br />

os respectivos serviços<br />

e produtos. Nesta lógica de<br />

funcionamento, cada evento<br />

permite que os empresários<br />

travem conhecimentos<br />

com uma média de 12 a<br />

18 profissionais, número<br />

de contactos que, em condições<br />

normais, pode levar<br />

meses a ser consegui<strong>do</strong>.<br />

As inscrições podem ser<br />

efectuadas através <strong>do</strong> telefone<br />

220108000 ou <strong>do</strong> site<br />

www.speednetworking.<br />

com.pt.<br />

<br />

Mato Grosso <strong>do</strong> Sul oferece uma localização<br />

privilegiada, fazen<strong>do</strong> fronteira<br />

com os esta<strong>do</strong>s de São Paulo,<br />

Minas Gerais e Paraná, mais populosos<br />

e industrializa<strong>do</strong>s, e com a Bolívia<br />

e o Paraguai.<br />

Face a algumas preocupações <strong>do</strong>s<br />

empresários presentes na palestra com<br />

a elevada carga tributária no Brasil, o<br />

governa<strong>do</strong>r relembrou a oferta de incentivos<br />

fiscais pelo prazo de 10 anos.<br />

Nós estamos trocan<strong>do</strong> impostos por<br />

empregos, referiu André Puccinelli.<br />

Para além de Porto, Gaia e Lisboa,<br />

onde terá encontros com empresários<br />

e lideranças locais, André Puccinelli<br />

visitará ainda as cidades de Vigo e<br />

Santiago de Compostela, em Espanha,<br />

e Tóquio, Nagoya e Okinawa,<br />

no Japão, onde participará em encontros<br />

com dirigentes da Toyota,<br />

visitará as instalações locais da Petrobrás<br />

e discursará sobre oportunidades<br />

de investimentos e negócios em<br />

Mato Grosso <strong>do</strong> Sul na VI expoBU-<br />

SINESS, dedicada este ano ao tema<br />

Ano <strong>do</strong> Intercâmbio Japão-Brasil.<br />

Uma missão empresarial portuguesa<br />

foi ainda convidada a visitar o esta<strong>do</strong><br />

de Mato Grosso <strong>do</strong> Sul.<br />

Fernanda Silva Teixeira<br />

NOVIDADE<br />

A Tributação<br />

<strong>do</strong> Patrimóni Património<br />

Colectânea de legislação<br />

fundamental<br />

Inclui os Códigos<br />

<strong>do</strong> IMI, IMT e IS<br />

com notas e remissões<br />

Autores: Carlos Rodrigues,<br />

António Oliveira e Nuno no Miranda<br />

Págs.: 720 (15,5 15,5 x 23 cm cm)<br />

P.V.P.: A 17 (IVA incl.)<br />

Esta obra, agora em 2ª edição, revista e mais completa, contém os três códigos<br />

– CIMI, CIMT e CIS –, actualiza<strong>do</strong>s em 2008 e enriqueci<strong>do</strong>s com notas remissivas<br />

que irão permitir ao utiliza<strong>do</strong>r conhecer relativamente a cada uma das normas outras<br />

que com ela se relacionam e que fornecem, assim, sobre cada facto, os coman<strong>do</strong>s<br />

normativos necessários sobre essa temática.<br />

Inclui legislação complementar avulsa, desenvolvi<strong>do</strong> índice alfabético, remissivo e sistemático.<br />

Pedi<strong>do</strong>s para: <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO<br />

Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: encomendas@vidaeconomica.pt<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

Nome<br />

Morada C. Postal<br />

Nº Contribuinte E-mail<br />

Solicito o envio de exemplar(es) da obra “A “ TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÓNIO<br />

PATRIMÓNIO”.<br />

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A<br />

Debitem A , no meu cartão com o nº<br />

Cód. Seg. emiti<strong>do</strong> em nome de<br />

e váli<strong>do</strong> até / .<br />

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).<br />

ASSINATURA<br />

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6<br />

actualidade<br />

BES identifica oportunidades na Euro-região Galiza-Norte de Portugal<br />

Noroeste Peninsular é atractivo para o investimento<br />

nas energias renováveis e turismo<br />

O seminário contou com a participação de empresários e dirigentes associativos <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> modera<strong>do</strong> por Fernan<strong>do</strong> Ojea,<br />

director <strong>do</strong> diário “Atlântico”.<br />

Os investimentos em curso<br />

nas infra-estruturas de transportes<br />

e logística estão a tornar<br />

a Euro-região Galiza-Norte de<br />

Portugal mais atractiva. Existem<br />

condições favoráveis ao aumento<br />

e diversificação <strong>do</strong>s investimentos,<br />

nomeadamente nos<br />

sectores das energias renováveis<br />

e <strong>do</strong> turismo. As oportunidades<br />

de investimento foram um <strong>do</strong>s<br />

temas em análise no seminário<br />

“Euro-região Norte de Portugal-Galiza:<br />

Eixo de oportunidades”,<br />

organiza<strong>do</strong> pelo BES,<br />

em Viana <strong>do</strong> Castelo, no qual<br />

participaram centena e meia de<br />

empresários <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países.<br />

O debate centrou-se no estu<strong>do</strong><br />

efectua<strong>do</strong> pela BES Research.<br />

Com os investimentos a<br />

decorrer, a Euroregião Galiza-<br />

Norte de Portugal está a tornarse<br />

auto-suficiente na produção<br />

de energia eléctrica.<br />

No <strong>do</strong>mínio das energias renováveis,<br />

o investimento previsto<br />

para a Euroregião ultrapassa<br />

os 3700 milhões de euros<br />

–afirmou Francisco Mendes<br />

Palma, director da BES Research.<br />

Na Galiza, a maior fatia<br />

vai ser concentrada na energia<br />

eólica, enquanto no Norte de<br />

Portugal os investimentos se<br />

repartem entre energia eólica e<br />

o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos<br />

hídricos.<br />

Actualmente, existem seis<br />

projectos de plataformas logísticas<br />

na Euro-região que vão<br />

gerar um investimento de 647<br />

milhões de euros: duas na Galiza<br />

(Vigo e Ferrol) e quatro no<br />

Norte de Portugal (Valença,<br />

Maia, Leixões e Chaves).<br />

O estu<strong>do</strong> da BES Research<br />

destaca a indústria têxtil e <strong>do</strong><br />

vestuário como um <strong>do</strong>s sectores<br />

que mais riqueza geram no teci<strong>do</strong><br />

empresarial da Euro-região.<br />

Entre 2002 e 2007, as <strong>do</strong>rmidas<br />

na Euro-região registaram<br />

um crescimento médio de<br />

5,2%, atingin<strong>do</strong> 12,3 milhões<br />

de <strong>do</strong>rmidas, crescimento que é<br />

superior em 1,2% ao regista<strong>do</strong><br />

no conjunto da Península Ibérica.<br />

“O aproveitamento <strong>do</strong> turismo<br />

de natureza, com vertentes<br />

tão variadas como o spa termal<br />

e o tracking ao ar livre, deve ser<br />

visto como um cartão de visita<br />

único, estimulan<strong>do</strong> a promoção<br />

conjunta de toda a Euro-região,<br />

a par <strong>do</strong>s já conheci<strong>do</strong>s, mas<br />

não exclusivos, “highligths” turísticos<br />

como o Porto, o Douro<br />

ou Santiago de Compostela”<br />

– acrescentou Francisco Mendes<br />

Palma.<br />

Relacionamento<br />

bilateral cada vez mais<br />

especializa<strong>do</strong><br />

“As relações económicas entre<br />

Portugal e Espanha são cada<br />

vez mais ricas e diversificadas”<br />

– considerou Enrique Panés<br />

Calpe, embaixa<strong>do</strong>r de Espanha<br />

em Lisboa.<br />

O diplomata recor<strong>do</strong>u que a<br />

linha de fronteira entre os <strong>do</strong>is<br />

países tem 1200 km, concentran<strong>do</strong><br />

cerca de cinco milhões<br />

de pessoas.<br />

“As relações económicas são<br />

impulsionadas pela sintonia<br />

política que existe entre os <strong>do</strong>is<br />

Governos” – referiu.<br />

O actual modelo das cimeiras<br />

bilaterais facilita a cooperação.<br />

“As cimeiras são quase Conselhos<br />

de Ministros conjuntos.<br />

Na última cimeira em Braga<br />

os <strong>do</strong>is chefes de Governo reuniram-se<br />

com 10 ministros de<br />

cada país e os presidentes das<br />

Comunidades Autónomas”-<br />

disse.<br />

Para o diplomata espanhol, o<br />

BES é um exemplo de capacidade<br />

de iniciativa no relacionamento<br />

bilateral que deveria ser<br />

replica<strong>do</strong> noutras regiões.<br />

A concluir, Enrique Panés<br />

Calpe fez alusão aos “velhos<br />

preconceitos” sobre o dinamismo<br />

excessivo <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

espanhol e salientou que a<br />

economia espanhola é muito<br />

aberta.<br />

“A estratégia de internacionalização <strong>do</strong> Grupo BES assenta<br />

num Triângulo virtuoso, com vértices na Península Ibérica,<br />

América <strong>do</strong> Sul (Brasil) e África (Angola e países limítrofes),<br />

sem descurar o eixo <strong>do</strong> Oriente e merca<strong>do</strong>s maduros (Europa e<br />

América <strong>do</strong> Norte)” – explicou António Souto.<br />

Para o administra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> BES, a Península Ibérica constitui<br />

um espaço económico único, e deve ser o merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>méstico<br />

para as empresas de ambos os países.<br />

O dinamismo das trocas comerciais entre os <strong>do</strong>is países é<br />

evidencia<strong>do</strong> pelo facto de a Espanha ser o principal cliente<br />

e fornece<strong>do</strong>r de Portugal, representan<strong>do</strong> mais de 28% das<br />

exportações portuguesas e mais de 30% das importações portuguesas<br />

de merca<strong>do</strong>rias. A Galiza é a principal Comunidade<br />

Autonómica cliente de Portugal, representan<strong>do</strong> cerca de 22%<br />

de todas as importações espanholas de merca<strong>do</strong>rias vindas de<br />

Portugal.<br />

O apoio ao desenvolvimento das trocas comerciais e <strong>do</strong> investimento<br />

tem si<strong>do</strong> uma prioridade para o BES, que conta<br />

com 27 centros de empresas em Portugal e oito centros de<br />

empresas em Espanha. “Somos o segun<strong>do</strong> maior banco de<br />

empresas, assumin<strong>do</strong> a liderança em algumas áreas de negócios,<br />

como é o caso <strong>do</strong> trade finance” – sublinhou António<br />

Souto.<br />

O seminário organiza<strong>do</strong> pelo BES em Viana <strong>do</strong> Castelo contou<br />

com a participação de mais de uma centena de empresários<br />

e dirigentes associativos <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países. À apresentação<br />

<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da BES Research seguiu-se uma mesa-re<strong>do</strong>nda moderada<br />

por Fernan<strong>do</strong> Ojea, director <strong>do</strong> diário “Atlântico”.<br />

Enrique Santos, presidente da Câmara de Comércio e Indústria<br />

Luso-Espanhola, salientou que as empresas portuguesas<br />

presentes em Espanha já representam 3% <strong>do</strong> PIB, enquanto<br />

as 1220 empresas espanholas em Portugal representam 6%<br />

<strong>do</strong> PIB.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Em Espanha já estão instaladas mais de 400 empresas portuguesas que representam<br />

3% <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> país vizinho, disse Enrique Santos.<br />

“O relacionamento bilateral entre Portugal e Espanha atinge níveis cada vez<br />

maiores de especialização” – afirmou o embaixa<strong>do</strong>r Enrique Panés Calpe.<br />

Península ibéRica deve seR o meRca<strong>do</strong> <strong>do</strong>méstico PaRa as emPResas<br />

PoRtuguesas<br />

“O crescimento económico tem que se fazer a partir <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s externos”<br />

– afirmou António Souto, administra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> BES, na abertura <strong>do</strong><br />

seminário “Euroregião Norte de Portugal-Galiza: Eixo de oportunidades”.<br />

Na Euro-região Galiza-Norte de Portugal o movimento pendular<br />

diário envolve já 10 a 12 mil trabalha<strong>do</strong>res. Como curiosidade,<br />

o presidente da CCILE referiu que cerca de metade<br />

<strong>do</strong>s instrutores de condução da Galiza são portugueses.


Rui Fiolhais, gestor <strong>do</strong> programa, afirma que adesão inicial superou expectativas<br />

Incentivos pedi<strong>do</strong>s ao POPH<br />

atingem os sete mil milhões de euros<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – O Programa<br />

Operacional Potencial Humano<br />

(POPH) representa cerca<br />

de 37% <strong>do</strong>s apoios estruturais<br />

a serem distribuí<strong>do</strong>s entre<br />

2007 e 2013. Como está a<br />

decorrer esta primeira fase de<br />

candidaturas?<br />

Rui Fiolhais – No fecho <strong>do</strong> primeiro<br />

ciclo de concursos, diria que<br />

o balanço é claramente positivo.<br />

Foram recebidas mais de 12 mil<br />

candidaturas, correspondentes a um<br />

montante global de financiamento<br />

solicita<strong>do</strong> na ordem <strong>do</strong>s sete mil milhões<br />

de euros. Abrimos concursos<br />

para cerca de 80 tipologias, 35 das<br />

quais nas regiões convergência (Norte,<br />

Centro e Alentejo). A adesão <strong>do</strong>s<br />

opera<strong>do</strong>res superou as expectativas,<br />

sen<strong>do</strong> revela<strong>do</strong>r <strong>do</strong> grande interesse<br />

que o Programa tem vin<strong>do</strong> a despertar<br />

na sociedade portuguesa.<br />

VE – O POPH define-se como<br />

foca<strong>do</strong> nos resulta<strong>do</strong>s e na qualidade<br />

das intervenções. Que<br />

balanço faz <strong>do</strong>s programas an-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 qren 7<br />

“A adesão <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res superou as expectativas, sen<strong>do</strong> revela<strong>do</strong>r <strong>do</strong> grande<br />

interesse que o Programa tem vin<strong>do</strong> a despertar na sociedade portuguesa”<br />

— afirma à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” Rui Fiolhais, gestor <strong>do</strong> Programa Operacional<br />

Potencial Humano (POPH).<br />

O POPH recebeu, na primeira fase de consursos, mais de 12 mil candidaturas,<br />

correspondentes a um montante global de financiamento solicita<strong>do</strong> na ordem<br />

<strong>do</strong>s sete mil milhões de euros.<br />

A prioridade <strong>do</strong> POPH é, em primeira linha, a de “contribuir para superar o<br />

défice de qualificações da população portuguesa, vencen<strong>do</strong> aquela que é uma<br />

das maiores debilidades <strong>do</strong> capital humano nacional” , acrescenta.<br />

teriores e como espera avaliar<br />

os resulta<strong>do</strong>s e a qualidade das<br />

intervenções na fase de apreciação<br />

e de pós-aprovação?<br />

“O tempo é de concentrar recursos e de os aplicar de forma selectiva em projectos sustentáveis”,<br />

afirma Rui Fiolhais.<br />

RF – O balanço da experiência<br />

<strong>do</strong> QCA III (Quadro Comunitário<br />

de Apoio) está bem reflecti<strong>do</strong> no<br />

modelo de governação <strong>do</strong> QREN<br />

(Quadro de Referência Estratégica<br />

Nacional), que valoriza os princípios<br />

da concentração, da selectividade<br />

e da sustentabilidade financeira.<br />

O facto de o POPH concentrar<br />

valências que estavam dispersas por<br />

mais de uma dezena de programas<br />

diz tu<strong>do</strong> sobre as vantagens que se<br />

esperam de uma gestão integrada<br />

<strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s comunitários. O tempo<br />

é de concentrar recursos e de os<br />

aplicar de forma selectiva em projectos<br />

sustentáveis.<br />

A avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s e da<br />

qualidade das intervenções será<br />

feita com base num sistema de<br />

indica<strong>do</strong>res de acompanhamento<br />

e desempenho e em avaliações de<br />

carácter estratégico ou operacional.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, serão sistematica­<br />

mente desenvolvidas, por amostragem,<br />

verificações administrativas<br />

“on desk” e “on spot”, orientadas<br />

para a aferição da qualidade da execução<br />

<strong>do</strong>s projectos.<br />

VE – A taxa de desemprego<br />

nacional tem assumi<strong>do</strong>, nos<br />

últimos tempos, valores eleva<strong>do</strong>s<br />

e constantes. Que medidas<br />

estão previstas neste programa<br />

de combate ao desemprego de<br />

apoio no regresso à vida activa<br />

e da integração <strong>do</strong>s jovens no<br />

merca<strong>do</strong> de trabalho?<br />

RF – O POPH constitui uma<br />

ferramenta financeira de suporte a<br />

políticas públicas orientadas para<br />

esses objectivos. Pela sua importância,<br />

destacaria as tipologias de intervenção<br />

inseridas no Eixo 5 <strong>do</strong> Programa,<br />

que compreende diferentes<br />

instrumentos que visam promover<br />

o nível, a qualidade e a mobilidade<br />

<strong>do</strong> emprego, priva<strong>do</strong> e público, nomeadamente,<br />

através <strong>do</strong> incentivo<br />

ao espírito empresarial, <strong>do</strong> apoio à<br />

integração no merca<strong>do</strong> de trabalho<br />

de desemprega<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> apoio à transição<br />

de jovens para a vida activa e<br />

<strong>do</strong> incentivo à mobilidade. Entre<br />

as medidas previstas sobressaem<br />

os apoios à contratação e à criação<br />

<strong>do</strong> próprio emprego, bem como os<br />

estágios profissionais, incluin<strong>do</strong> o<br />

financiamento <strong>do</strong>s Programas InovJovem<br />

e InovContacto.<br />

VE – Que razões estiveram<br />

por detrás da definição de <strong>do</strong>is<br />

eixos de intervenção dedica<strong>do</strong>s<br />

em exclusividade às regiões de<br />

Lisboa e Algarve, duas das regiões<br />

mais próximas da média<br />

europeia?<br />

RF – A elegibilidade regional<br />

de cada uma das regiões <strong>do</strong> país é<br />

aferida e decidida pela Comissão<br />

Europeia em função <strong>do</strong> critério<br />

PIB “per capita” das regiões nacionais<br />

face à média comunitária. Ora<br />

as regiões de Lisboa e <strong>do</strong> Algarve,<br />

pelos progressos alcança<strong>do</strong>s nos<br />

últimos anos, não reuniram condições<br />

para ser consideradas Regiões<br />

de Convergência. As <strong>do</strong>tações que<br />

lhes foram afectas no âmbito <strong>do</strong><br />

QREN reflectem o facto de as comparticipações<br />

comunitárias serem<br />

mais condicionadas, o que obrigou<br />

a priorizar cuida<strong>do</strong>samente a intervenção<br />

<strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Social Europeu<br />

(FSE) nessas regiões, conjugan<strong>do</strong>,<br />

por um la<strong>do</strong>, a premência e severidade<br />

<strong>do</strong>s fenómenos que se impõe<br />

combater com maior prioridade e,<br />

por outro la<strong>do</strong>, a capacidade <strong>do</strong>s<br />

fun<strong>do</strong>s nacionais, assegurarem a<br />

efectiva execução das medidas de<br />

política pública nesses territórios.<br />

Daí a opção por consagrar <strong>do</strong>is<br />

eixos dedica<strong>do</strong>s a Lisboa e ao Algarve,<br />

integran<strong>do</strong> tipologias de intervenção<br />

nacionais com <strong>do</strong>tações<br />

financeiras naturalmente mais limitadas.<br />

VE – Que tipo de lacunas<br />

existem entre as competências<br />

que as organiza-<br />

ções procuram<br />

no merca<strong>do</strong> e as<br />

que o merca<strong>do</strong><br />

de emprego e<br />

as universidades<br />

têm para lhes<br />

oferecer?<br />

RF – As novas<br />

teorias <strong>do</strong> crescimentodemonstram<br />

que a capacidade<br />

para gerar continuamente<br />

novas competências constitui o factor<br />

mais importante para o sucesso<br />

de uma economia a longo prazo.<br />

O sistema de formação profissional<br />

tem vin<strong>do</strong> a ser <strong>do</strong>mina<strong>do</strong><br />

pela oferta, sem que durante muitos<br />

anos tenha existi<strong>do</strong> uma capacidade<br />

estruturada de a influenciar no que<br />

se refere aos <strong>do</strong>mínios de formação<br />

prioritários e de estabelecer referenciais<br />

de formação certifica<strong>do</strong>s. Tu<strong>do</strong><br />

isto fez com que persistisse um défice<br />

de articulação entre as respostas<br />

formativas e as reais necessidades <strong>do</strong><br />

teci<strong>do</strong> produtivo. A hora é, pois, de<br />

mudança e ela só se torna possível<br />

compreenden<strong>do</strong> a procura e ajustan<strong>do</strong><br />

a produção de qualificações.<br />

Verificações<br />

administrativas<br />

vão aferir<br />

qualidade<br />

de execução<br />

<strong>do</strong>s projectos<br />

VE – Que papéis poderão os<br />

empresários desempenhar no<br />

desenvolvimento da qualificação<br />

profissional <strong>do</strong>s seus trabalha<strong>do</strong>res?<br />

RF – No contexto de uma economia<br />

global cada vez mais baseada<br />

no conhecimento. não há espaço<br />

para estratégias empresariais que<br />

não tirem parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> capital humano. No caso<br />

português, esse fac­<br />

tor é tanto ou mais<br />

crítico quanto sabemos<br />

que os nossos<br />

sectores mais<br />

expostos à concorrência<br />

externa são<br />

muito marca<strong>do</strong>s<br />

pela debilidade<br />

das estruturas de<br />

qualificação <strong>do</strong>s<br />

recursos humanos.<br />

Saben<strong>do</strong> que temos 3,5 milhões de<br />

activos com um nível de escolaridade<br />

abaixo <strong>do</strong> secundário — que<br />

outro caminho nos resta senão travar<br />

um combate pela recuperação<br />

desse défice? Esse combate começa<br />

pelos próprios trabalha<strong>do</strong>res e é<br />

muito anima<strong>do</strong>r saber que mais de<br />

350 mil pessoas já franquearam as<br />

portas <strong>do</strong>s Centros Novas Oportunidades.<br />

Mas se os empresários não<br />

secundarem esse passo, se não forem<br />

os primeiros a incentivar esse<br />

esforço de requalificação, ficaremos<br />

mais longe de podermos contar<br />

com um teci<strong>do</strong> empresarial verdadeiramente<br />

competitivo.<br />

FErnAndA SiLVA TEixEirA<br />

ApostAr nA quAlificAção é investir<br />

nA sustentAbilidAde<br />

VE – na sua opinião, estarão as empresas nacionais, e sobretu<strong>do</strong><br />

a grande massa das PME, conscientes <strong>do</strong> papel que o<br />

capital humano e os valores intangíveis deverão ter no crescimento<br />

económico nacional e das próprias empresas enquanto<br />

verdadeiras fontes de vantagem competitiva?<br />

RF – Tal como referi, não vejo futuro em estratégias empresariais<br />

que desvalorizem o seu capital humano. São as pessoas que abrem e<br />

fecham as portas da mudança. São elas que imaginam soluções e superam<br />

problemas. É na sua energia criativa que as organizações mais<br />

avançadas vão buscar o essencial da sua força. Apostar na sua qualificação<br />

é investir na sustentabilidade das empresas. Porventura há ainda<br />

muita pedagogia a fazer, já que nem todas as organizações assumem<br />

tal postura. Espero, no entanto, que o POPH possa influenciar positivamente<br />

a a<strong>do</strong>pção deste tipo de paradigma que constitui a meu ver<br />

uma inesgotável fonte de competitividade.<br />

VE – Como poderão as organizações atrair e reter os cérebros<br />

nacionais que fogem <strong>do</strong> país por não encontrarem empregos<br />

e desafios que os motivem ou satisfaçam? Quan<strong>do</strong> nos tornaremos<br />

verdadeiros importa<strong>do</strong>res de talento e conhecimento e<br />

exporta<strong>do</strong>res de serviços e produtos?<br />

RF – Os factores que respondem pela retenção de talentos têm dimensões<br />

tangíveis que podem ser melhor geridas por organizações que<br />

disponham de boas políticas de recursos humanos. Julgo que é a este<br />

nível que se joga a captação <strong>do</strong>s melhores efectivos. As grandes empresas<br />

já compreenderam que as bacias de emprego não têm fronteiras<br />

e que há estímulos capazes de atrair e reter os melhores cérebros. Os<br />

poderes públicos podem dar uma mão a esse objectivo tanto no plano<br />

macroeconómico como no desenho de políticas favoráveis à integração<br />

de mão­de­obra qualificada. Mas será sempre no palco empresarial e<br />

da gestão <strong>do</strong>s recursos humanos que se trava o combate pela retenção<br />

<strong>do</strong>s profissionais mais qualifica<strong>do</strong>s. O POPH tem instrumentos que<br />

podem apoiar as empresas nesse combate, como por exemplo a tipologia<br />

de apoio à inserção profissional de <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>s em organizações<br />

com actividades de investigação e desenvolvimento.


8<br />

OPINIÃO<br />

ASAE<br />

Ganhámos a nossa independência.<br />

Sobrevivemos às guerras<br />

com os mouros. Ultrapassámos<br />

Aljubarrota diante <strong>do</strong>s castelhanos. Não<br />

nos consumimos na epopeia das Descobertas.<br />

Estivemos a ponto de desaparecer<br />

no interregno filipino. Mau gra<strong>do</strong> o<br />

desastre da Ponte das Barcas, no Porto,<br />

conseguimos ultrapassar a ameaça napoleónica.<br />

A implantação da República<br />

não nos destruiu. Na I Guerra ficámonos<br />

pelas perdas de La Lys. Conseguimos<br />

imunidade face à pneumónica. Graças à<br />

habilidade de um patife – dizem – qualquer<br />

que an<strong>do</strong>u por aí, escapámos à II<br />

Guerra. O “25 de Abril” esforçou-se<br />

por acabar conosco, mas continuámos.<br />

E nem mesmo José Sócrates conseguiu<br />

– ainda – exterminar-nos. É uma História<br />

de sobrevivência a nossa. Mas há,<br />

em tu<strong>do</strong> isto, algo que me causa engulhos.<br />

Não consigo entender. É que conseguimos<br />

tu<strong>do</strong> isto sem ter uma ASAE<br />

que velasse por nós. É obra! Agora, com<br />

ASAE, é fácil. Nem precisamos de nos<br />

preocupar. Mas tu<strong>do</strong> o que ficou para<br />

trás sem ela é de arregalar os olhos.<br />

Eu acredito que a ASAE não é estúpida.<br />

Como acredito que aquela coisa de<br />

fixar as penali-<br />

dades a provocar<br />

durante o ano se<br />

trata de estu<strong>do</strong><br />

previsional e não<br />

de uma ordem.<br />

Tão-pouco acredito<br />

que a ASAE<br />

seja um submarino<br />

de Bruxelas<br />

a tentar dar cabo<br />

da nossa economia,<br />

para fazer<br />

de nós cria<strong>do</strong>s da<br />

Europa. Aquilo<br />

que pensamos ser<br />

maldade e estupidez<br />

não é senão uma capacidade organizativa<br />

de excelência. E penso que todas<br />

as autoridades deviam ser como a ASAE.<br />

Peão a atravessar fora das passadeiras,<br />

multa. Cidadão a lançar lixo para a rua,<br />

Azuil BArros<br />

Especialista no Crescimento de<br />

Negócios<br />

Partner & Director Geral da<br />

Quantum Portugal<br />

www.QuantumCrescimentoNegocios.com<br />

Um <strong>do</strong>s factores mais importantes<br />

para obter sucesso empresarial reside na<br />

sua auto-estima, independentemente da<br />

sua idade, sexo, aparência ou nível de<br />

formação.<br />

Enquanto empresário, a verdade é<br />

que, diariamente, “vende-se a Si próprio”.<br />

Não vende produtos ou serviços<br />

à sua equipa e às pessoas que se relacionam<br />

consigo. Você vende o “valor” da<br />

pessoa que é. A decisão <strong>do</strong> cliente é baseada<br />

no valor <strong>do</strong> vende<strong>do</strong>r, desta forma<br />

os seus produtos são considera<strong>do</strong>s “os<br />

Se estiver, constantemente,<br />

a olhar para trás, para<br />

ver o que podia ter feito<br />

melhor, deixará de estar<br />

focaliza<strong>do</strong> no futuro<br />

Nós pensamos que a ASAE<br />

anda apenas a meter-se com<br />

os cidadãos em atitudes<br />

inócuas face ao futuro.<br />

Mas não é bem assim. As<br />

dificuldades criadas pela<br />

“civicamente perfeita”<br />

atitude <strong>do</strong>s fiscais asaenanos<br />

farão mossa no futuro<br />

porta de casa fechada durante uma noite.<br />

Cocó de cão aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> na via pública,<br />

seviço cívico durante uma semana.<br />

Automobilista a provocar acidente<br />

na auto-estrada e a paralisar milhares<br />

de concidadãos durante uma hora, sem<br />

carta uma vida inteira. Por mais <strong>do</strong> que<br />

uma hora, isso e ainda prisão perpétua.<br />

Estacionamento em local proibi<strong>do</strong>, envio<br />

<strong>do</strong> veículo para a sucata. Petrogal a<br />

lançar carbonetos na atmosfera, exílio<br />

para Cabo Verde. Comer farturas na romaria,<br />

jejum durante duas semanas. E<br />

por aí adiante. Iam ver como este país<br />

ia ao sítio.<br />

Infelizmente, as restantes autoridades<br />

têm a “estupidez” suficiente para interpretar<br />

as leis e não obedecer cegamente<br />

à letra da Lei. Porque acreditam – santa<br />

ingenuidade! - que as leis são para serem<br />

aplicadas com inteligência. Um exemplo?<br />

A recente lei <strong>do</strong> fumo, aplicada pela<br />

ASAE como se houvesse si<strong>do</strong> feita por<br />

Dracon. Um direito legítimo – o <strong>do</strong>s<br />

não fuma<strong>do</strong>res – torna<strong>do</strong> prioritário<br />

face a outro direito legítimo (pelo menos<br />

enquanto o tabaco não for ilegaliza<strong>do</strong><br />

como a heroína), o <strong>do</strong>s fuma<strong>do</strong>res. Nem<br />

sei como é que a ASAE e a Direcção-Geral<br />

de Saúde ainda<br />

não se lembraram<br />

de proibir que os<br />

restaurantes tenham<br />

porta aberta<br />

para a rua. Afinal,<br />

com a porta<br />

aberta, a poluição<br />

automóvel entra<br />

pela sala adentro<br />

como faca quente<br />

em manteiga<br />

derretida. Valhanos<br />

a inteligência<br />

da ASAE, face à<br />

despu<strong>do</strong>rada tolerância<br />

das restantes<br />

autoridades e tribunais. To<strong>do</strong>s os<br />

dramáticos acontecimentos de que falei<br />

no início desta crónica não nos destruíram.<br />

Com a ASAE talvez isso seja consegui<strong>do</strong>.<br />

Para potenciar tal possibilidade acresce<br />

outra coisa. É que nós pensamos que<br />

a ASAE anda apenas a meter-se com os<br />

cidadãos em atitudes inócuas face ao futuro.<br />

Mas não é bem assim. As dificuldades<br />

criadas pela “civicamente perfeita”<br />

atitude <strong>do</strong>s fiscais asaenanos farão mossa<br />

no futuro. A última de que tomei conhecimento<br />

passa despercebida ao grande<br />

público, aos políticos, às autoridades<br />

supremas, mas terá consequências intoleráveis.<br />

Tem a ver com o Turismo de<br />

Negócios. Uma área de actividade promissora<br />

para Portugal. Designadamente<br />

o <strong>do</strong>s Congressos. E com a comida que<br />

neles é servida. Deixem-me explicar uma<br />

coisa. Um <strong>do</strong>s proveitos importantes<br />

para o país, nes-<br />

se <strong>do</strong>mínio, são<br />

as comidas. Um<br />

congresso de três<br />

dias para mil pessoas<br />

origina um<br />

valor acrescenta<strong>do</strong><br />

– por isso um<br />

PIB – em alimentação<br />

na ordem<br />

<strong>do</strong>s 250.000 euros.<br />

Mas, na organização<br />

de um<br />

Congresso, é uma<br />

das componentes<br />

mais difíceis de<br />

prever. Nunca se<br />

sabe com grande<br />

antecedência quantas pessoas vão comer.<br />

A confirmação é muitas vezes sobre<br />

a hora. No entanto, graças à interpretação<br />

que a ASAE faz da lei, tal não é possível.<br />

Porque a ASAE não permite que<br />

se guardem alimentos já tempera<strong>do</strong>s.<br />

Alimento tempera<strong>do</strong> ou é servi<strong>do</strong> ou vai<br />

para o lixo, manda a ASAE. Donde, a<br />

necessidade de incluir nos orçamentos<br />

uma sobrecarga grande para a possível<br />

alimentação. Algo que se não pode<br />

dizer, num Congresso, a Congressista<br />

que queira comer é que não há comida<br />

para ele. Logo, uma boa parte das nossas<br />

vantagens competitivas na realização<br />

de Congressos, face a destinos alternati-<br />

A. mAgAlhães<br />

pinto<br />

Economista<br />

magpinto@netcabo.pt<br />

http://poliscopio.blogspot.com<br />

vos, vai-se nesta interpretação da Lei. Se<br />

questionarmos a ASAE sobre como resolver<br />

este problema, ela é peremptória:<br />

basta usar equipamento que custa cerca<br />

de 80 000 euros. Isto é, poupa-se no alimento<br />

mas gasta-se no equipamento. E,<br />

todavia, toda a <strong>do</strong>na de casa guarda alimentos<br />

que sobram já tempera<strong>do</strong>s.<br />

Há necessidade imperiosa de colocar<br />

um travão na ASAE antes que seja tarde.<br />

Não está em causa a acção por ela<br />

desempenhada com inteira razão. Todas<br />

as autoridades multam, sancionam. Mas<br />

fazem-no com inteligência. Para vermos<br />

onde podem chegar as consequências<br />

da acção da ASAE, vejamos o caso <strong>do</strong>s<br />

restaurantes chineses. A exposição mediática<br />

dada a<br />

alguns casos em<br />

que havia razões<br />

para as sanções<br />

aplicadas pura<br />

e simplesmente<br />

exterminou esse<br />

negócio em Portugal.<br />

Uma boa<br />

acção conduzida<br />

em termos económicos<br />

com<br />

c o n s e q u ê n c i a s<br />

e x t r e m a m e n t e<br />

perniciosas. E<br />

com consequências<br />

marginais<br />

que acrescentaram<br />

a maldade. É que os cidadãos chineses<br />

foram força<strong>do</strong>s a fechar os seus<br />

restaurantes e lançaram-se em algo onde<br />

a ASAE tem mais dificuldade de actuar<br />

e onde há menos razões para actuar: na<br />

abertura de lojas de comércio de produtos<br />

chineses que prejudicam sobremaneira<br />

o pequeno comércio tradicional<br />

português.<br />

Há necessidade imperiosa de controlar<br />

a ASAE. Ou ela conseguirá aquilo que<br />

nem mouros, nem castelhanos, nem Filipes,<br />

nem os franceses, nem a República,<br />

nem as guerras, nem a pneumónica,<br />

nem o “25 de Abril” nem José Sócrates<br />

conseguiram: dar cabo de nós.<br />

Sr. Empresário, não espere que as coisas se tornem<br />

mais fáceis. Torne-se antes melhor…<br />

melhores”, os “mais baratos”, os “mais<br />

seguros, os “menos seguros”, os “mais<br />

fiáveis”, “os menos fiáveis”. Igualmente,<br />

os indivíduos são avalia<strong>do</strong>s pelos outros<br />

como “vence<strong>do</strong>res” ou “perde<strong>do</strong>res”.<br />

Aquilo que é amplifica-se tão alto que<br />

as outras pessoas ou não querem ou não<br />

conseguem ouvir ou, ao invés, escutam<br />

cuida<strong>do</strong>samente o que tem para dizer.<br />

To<strong>do</strong>s nós a<strong>do</strong>ramos vence<strong>do</strong>res e to<strong>do</strong>s<br />

nós queremos estar perto de vence<strong>do</strong>res<br />

porque “passam” o seu próprio<br />

valor para nós!<br />

A autoconfiança empresarial não nasce,<br />

naturalmente, consigo.<br />

É algo que pode desenvolver.<br />

Muitas vezes, a forma como fomos<br />

educa<strong>do</strong>s na infância afecta-nos mais<br />

tarde, sobretu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> crescemos em<br />

ambientes onde os adultos nos obrigavam<br />

a desempenhar papéis menores e<br />

que, frequentemente, nos faziam questão<br />

de lembrar mais os nossos erros <strong>do</strong><br />

que os nossos sucessos e capacidades.<br />

Para que possa elevar a sua auto-estima<br />

e autoconfiança de forma a que esta<br />

se irradie por toda a equipa, passo-lhe a<br />

citar algumas sugestões:<br />

Não se focalize nos seus fracassos empresariais.<br />

Lembre-se que os falhanços<br />

são situações temporárias e não definitivas,<br />

são situações que fazem parte da<br />

sua curva de aprendizagem e não da sua<br />

pessoa.<br />

Tal como o sucesso, o fracasso faz parte<br />

<strong>do</strong> processo de crescimento da sua empresa<br />

e não constitui um “status”. Não<br />

deixe que os erros o paralisem, corrija-os<br />

e siga em frente.<br />

Não exija perfeição a si próprio. Lembre-se<br />

que os melhores joga<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> (e que são principescamente pagos)<br />

também falham “penalties”.<br />

Se estiver, constantemente, a olhar<br />

para trás para ver o que podia ter feito<br />

melhor, deixará de estar focaliza<strong>do</strong> no<br />

sexta-feira, 23 maio de 2008<br />

Há necessidade imperiosa<br />

de colocar um travão na<br />

ASAE antes que seja tarde.<br />

Não está em causa a acção<br />

por ela desempenhada<br />

com inteira razão. Todas<br />

as autoridades multam,<br />

sancionam. Mas fazem-no<br />

com inteligência<br />

To<strong>do</strong>s nós a<strong>do</strong>ramos<br />

vence<strong>do</strong>res e to<strong>do</strong>s<br />

nós queremos estar perto<br />

de vence<strong>do</strong>res porque<br />

“passam” o seu próprio<br />

valor para nós<br />

seu futuro.<br />

Dirija a sua empresa com um olhar<br />

direcciona<strong>do</strong> para a frente e não para o<br />

“espelho retrovisor”.<br />

Desenvolva a capacidade para ver o<br />

panorama geral, crian<strong>do</strong> diferentes cenários,<br />

mas sempre bem orienta<strong>do</strong>s estrategicamente.<br />

Comece já e faça com que o ano de<br />

2008 seja o MELHOR de sempre para<br />

Si.


Em anteriores artigos publica<strong>do</strong>s<br />

neste espaço tenho frisa<strong>do</strong><br />

a importância de o desenvolvimento<br />

das regiões dispor de uma<br />

linha de orientação estratégica que<br />

tenha si<strong>do</strong> previamente discutida e<br />

validada por to<strong>do</strong>s os parceiros institucionais<br />

desse território e que a<br />

mesma sustente as opções de investimento<br />

e as prioridades de intervenção<br />

de cada uma das esferas decisórias<br />

regionais.<br />

De igual forma, há muito defen<strong>do</strong><br />

que a coesão <strong>do</strong> território nacional e<br />

a capacidade de promover um crescimento<br />

sustenta<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo passa<br />

por ter vários pólos de desenvolvimento<br />

de menor dimensão, que,<br />

por sua vez, agreguem as micro-economias<br />

locais em projectos comuns.<br />

Em tese, são também estas ideias<br />

caras ao actual QREN – Quadro<br />

de Referência Estratégica Nacional,<br />

quan<strong>do</strong> este condiciona a atribuição<br />

de apoios e confere maior prioridade<br />

aos projectos de cariz supramunicipal,<br />

desde que assentes em linhas<br />

estratégicas que constem <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos<br />

elabora<strong>do</strong>s para cada um<br />

<strong>do</strong>s subterritórios.<br />

Foi assim que surgiu o estu<strong>do</strong><br />

“Norte 2015” para o conjunto da<br />

Região Norte e que vêm agora sen<strong>do</strong><br />

trazi<strong>do</strong>s a público os vários estu<strong>do</strong>s<br />

sub-regionais que, também sob patrocínio<br />

da Comissão de Coordenação<br />

e Desenvolvimento Regional <strong>do</strong><br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 opinião 9<br />

Empresários para a prisão?<br />

Não há dúvidas de que é cada vez mais<br />

perigoso ser-se empresário em Portugal.<br />

As notícias que se vão suceden<strong>do</strong><br />

são inequivocamente preocupantes, parecen<strong>do</strong><br />

agora estar na moda acenar-se aos empresários<br />

com ameaças de prisão.<br />

Enquanto empresário e Presidente da Direcção<br />

da AIMMAP – Associação <strong>do</strong>s Industriais<br />

Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins<br />

de Portugal, não resisto a manifestar a minha<br />

perplexidade. E, já agora, a fazer registar a minha<br />

indignação.<br />

Em primeiro lugar, foi o Inspector-geral<br />

<strong>do</strong> Trabalho que veio propor publicamente<br />

a aplicação de penas de prisão para os representantes<br />

<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res que recorram ao<br />

expediente <strong>do</strong>s falsos recibos verdes.<br />

Poucos dias depois, noticiou a comunicação<br />

social que a administração fiscal quer<br />

enviar para a prisão os gestores e empresários<br />

que, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> condena<strong>do</strong>s por crimes fiscais,<br />

estejam a atrasar-se no pagamento das<br />

suas dívidas em tal âmbito.<br />

E, ao que parece, há pessoas que rejubilam<br />

com estas ameaças.<br />

Pessoas que certamente jamais sentiram na<br />

pele as dificuldades com que os pequenos e<br />

médios empresários portugueses se confrontam<br />

diariamente no seu objectivo de criar riqueza<br />

e gerar postos de trabalho.<br />

Pessoas que nunca foram capazes de, por si<br />

sós, gerar riqueza ao país.<br />

Pessoas que jamais foram obrigadas a saber<br />

o que é gerir recursos humanos com a legis-<br />

Vales de Excelência<br />

lação laboral mais rígida da Europa – como<br />

ainda recentemente o reconheceu o Ministro<br />

<strong>do</strong> Trabalho.<br />

Pessoas que não sabem o que é gerir a tesouraria<br />

de uma empresa que tem como deve<strong>do</strong>r<br />

o próprio Esta<strong>do</strong>.<br />

Pessoas que não são sequer capazes de discernir<br />

que, embora possa certamente haver<br />

casos de fuga ao fisco com intuitos criminosos,<br />

na esmaga<strong>do</strong>ra maioria das situações,<br />

o não cumprimento das obrigações fiscais é<br />

mera consequência <strong>do</strong> facto de o negócio ter<br />

corri<strong>do</strong> mal.<br />

Será que o país tem de ficar condiciona<strong>do</strong><br />

pela pequenez <strong>do</strong>s medíocres? E será que tem<br />

de ficar refém da demagogia <strong>do</strong>s ignorantes?<br />

O esta<strong>do</strong> a que as coisas estão a chegar é<br />

verdadeiramente insuportável, sen<strong>do</strong>, aliás,<br />

visível que os pequenos e médios empresários<br />

portugueses estão a ficar verdadeiramente satura<strong>do</strong>s<br />

destes ataques constantes.<br />

São os principais cria<strong>do</strong>res de emprego no<br />

país e são seguramente quem mais riqueza<br />

cria à comunidade.<br />

Porém, continua a haver sectores na sociedade<br />

portuguesa que, ora tolda<strong>do</strong>s pelo<br />

ressentimento ora iludi<strong>do</strong>s pela ignorância,<br />

insistem em estigmatizá-los como potenciais<br />

malfeitores.<br />

A verdade é que, ao assim procederem, os<br />

ignorantes e os ressenti<strong>do</strong>s mais não fazem <strong>do</strong><br />

que disparar sobre os próprios pés.<br />

Não há nenhum modelo de sociedade que<br />

seja capaz de vingar quan<strong>do</strong> uma parte <strong>do</strong>s<br />

Norte (CCDR-N) e <strong>do</strong> Programa<br />

Operacional da Região Norte (ON)<br />

<strong>do</strong> Terceiro Quadro Comunitário<br />

de Apoio, estão a ser elabora<strong>do</strong>s para<br />

as diferentes NUTS-3.<br />

No caso <strong>do</strong> Minho-Lima, coube<br />

ao CEVAL – Conselho Empresarial<br />

<strong>do</strong>s Vales <strong>do</strong> Lima e Minho ser a entidade<br />

promotora <strong>do</strong> Projecto “CID<br />

- Competitividade, Inovação e Desenvolvimento<br />

no Minho-Lima”,<br />

cujo estu<strong>do</strong> final foi também recentemente<br />

apresenta<strong>do</strong>.<br />

Este projecto tinha como grandes<br />

objectivos “a dinamização <strong>do</strong> empreende<strong>do</strong>rismo<br />

na região, a dinamização<br />

da cooperação entre os sectores<br />

de actividade de maior potencial e a<br />

valorização <strong>do</strong>s produtos regionais”.<br />

Para este efeito, o estu<strong>do</strong> baseou-se<br />

em vários <strong>do</strong>cumentos previamente<br />

elabora<strong>do</strong>s o que lhe permitiu orientar<br />

esta análise estratégica prospectiva<br />

para três sectores de actividade em<br />

que se crê que este território tenha<br />

uma competitividade acrescida: o<br />

sector agro-alimentar, a metalomecânica<br />

ligeira e as energias renováveis.<br />

A selecção destes sectores e a<br />

inerente definição das oportunidades<br />

de investimento bem como<br />

das parcerias regionais que as <strong>devem</strong><br />

suportar seguiu a linha de<br />

orientação <strong>do</strong> já referi<strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

Norte 2015, de que esta escolha<br />

para cada território específico de-<br />

Rua <strong>do</strong> Bolhão 221<br />

www.hotel<strong>do</strong>mhenrique.pt<br />

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Ricar<strong>do</strong> Rio<br />

rrio_dmecon@yahoo.com<br />

http://econominho.blogspot.com<br />

veria ser efectuada com base no<br />

seu potencial endógeno.<br />

Neste caso, verificou-se que a Região<br />

<strong>do</strong> Minho-Lima, composta pelos<br />

concelhos de Arcos de Valdevez,<br />

Caminha, Melgaço, Monção, Paredes<br />

de Coura, Ponte da Barca, Ponte<br />

de Lima, Valença, Viana <strong>do</strong> Castelo<br />

e Vila Nova de Cerveira, apresenta<br />

como uma das suas principais maisvalias<br />

a localização contígua, a Sul,<br />

com a Região <strong>do</strong> Cáva<strong>do</strong> e, a Norte,<br />

com a Galiza – Espanha.<br />

De notar que, para muitos <strong>do</strong>s<br />

concelhos referi<strong>do</strong>s, algumas das<br />

principais cidades da Galiza se encontram<br />

mais próximas e acessíveis<br />

<strong>do</strong> que outros concelhos de referência<br />

<strong>do</strong> Norte de Portugal, sen<strong>do</strong> es-<br />

a l é m m a r<br />

R E S T A U R A N T E<br />

seus membros teima em a<strong>do</strong>ptar uma postura<br />

antiempresarial.<br />

Não há nenhuma economia que possa consolidar-se<br />

quan<strong>do</strong> alguns <strong>do</strong>s seus sectores enveredam<br />

por um clima de guerrilha constante<br />

àqueles que empregam a esmaga<strong>do</strong>ra maioria<br />

das pessoas.<br />

E não há nenhum país que seja capaz de<br />

enriquecer e de generalizar o bem-estar <strong>do</strong>s<br />

seus cidadãos num ambiente de crispação<br />

face à iniciativa privada.<br />

Enquanto alguns sectores da nossa sociedade<br />

persistirem em não compreender estas<br />

evidências, dificilmente deixaremos de ser o<br />

país das oportunidades adiadas e <strong>do</strong>s desafios<br />

não assumi<strong>do</strong>s.<br />

A solução para os nossos problemas – os<br />

das empresas e também os <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

– não será seguramente conseguida à custa<br />

de uma crescente criminalização de condutas<br />

que nada têm a ver com a prática de crimes.<br />

E nem sequer poderá ser encontrada neste<br />

ambiente de estigmatização <strong>do</strong>s empresários.<br />

Estou certo em qualquer caso que o actual<br />

Governo não está disponível para <strong>assumir</strong><br />

como suas as propostas absurdas com que<br />

administração fiscal e o Inspector-geral <strong>do</strong><br />

Trabalho nos resolveram brindar.<br />

Ainda assim, é importante que os seus responsáveis<br />

tenham a capacidade de, rapidamente,<br />

travarem os ímpetos verdadeiramente<br />

suicidas a que atrás fiz referência.<br />

A riqueza cria-se – e distribui-se – com<br />

harmonia e consenso. É importante que os<br />

tas fronteiras das mais utilizadas por<br />

veículos ligeiros e por transporte de<br />

pesa<strong>do</strong>s no conjunto <strong>do</strong> País.<br />

Ainda em termos diagnósticos,<br />

este território beneficia de infra-estruturas<br />

como o Porto de Viana ou<br />

um leque alarga<strong>do</strong> de parques empresariais<br />

e centros de investigação e<br />

incubação de empresas, mas ostenta<br />

uma baixa qualificação da população<br />

local face à média <strong>do</strong> País, o que<br />

acaba por se reflectir nos níveis de<br />

produto, produtividade e salários.<br />

Pese embora disponha de um<br />

nível significativo de jovens no conjunto<br />

da população, a verdade é que<br />

há concelhos em que a população<br />

i<strong>do</strong>sa já assume pesos consideráveis,<br />

penalizan<strong>do</strong> a capacidade empreende<strong>do</strong>ra.<br />

Recentemente, num estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong><br />

pela consultora Augusto<br />

Mateus & Associa<strong>do</strong>s sobre a competitividade<br />

das regiões portuguesas,<br />

a região Minho-Lima aparecia como<br />

umas das regiões com um desempenho<br />

mais baixo, com um índice <strong>do</strong><br />

grau de convergência para a União<br />

Europeia em tu<strong>do</strong> semelhante às regiões<br />

<strong>do</strong> interior <strong>do</strong> País.<br />

Daí que o Projecto CID aponte<br />

o caminho para a construção de<br />

verdadeiros Vales de Excelência nas<br />

zonas envolventes <strong>do</strong>s Rios Minho e<br />

Lima. Uma Excelência que, segun<strong>do</strong><br />

este estu<strong>do</strong>, passará por: “Uma<br />

agricultura biológica, com produção<br />

alem-mar@hotel<strong>do</strong>mhenrique.pt<br />

António SARAivA<br />

Presidente da Direcção<br />

da AIMMAP<br />

cidadãos em geral e os governos em particular<br />

tenham sempre presente essa asserção.<br />

O facto de não devermos pactuar com<br />

aqueles que não cumprem as regras a que<br />

estão obriga<strong>do</strong>s – sejam eles empresários,<br />

trabalha<strong>do</strong>res ou membros da administração<br />

pública – não pode significar que os devamos<br />

enviar para a prisão. Não é assim que se desenvolve<br />

a democracia e a paz social.<br />

A este propósito, não posso deixar ainda de<br />

recordar aos menos atentos que quan<strong>do</strong> algumas<br />

empresas incorrem em práticas ilegais, eu<br />

próprio, enquanto empresário, sou um <strong>do</strong>s<br />

primeiros a ser prejudica<strong>do</strong>.<br />

Sou prejudica<strong>do</strong> desde logo pela imagem<br />

negativa que essas condutas provocam à indústria.<br />

Mas sou-o igualmente pelo facto de<br />

tais comportamentos consubstanciarem seguramente<br />

práticas de concorrência desleal.<br />

Com efeito, os empresários cumpri<strong>do</strong>res<br />

– que neste país são claramente a maioria<br />

– também estão fartos <strong>do</strong>s seus concorrentes<br />

que não cumprem as obrigações fiscais, que<br />

não pagam os salários pontualmente, que<br />

pervertem a legislação laboral, que desprezam<br />

o ambiente ou que vendem produtos copia<strong>do</strong>s.<br />

Mas não é por isso que, com excepção de<br />

casos extremos, vamos desatar a pedir a prisão<br />

de to<strong>do</strong>s os incumpri<strong>do</strong>res.<br />

Para que tu<strong>do</strong> funcione melhor, apenas<br />

será preciso que as autoridades inspectivas<br />

cumpram – elas também – as suas obrigações<br />

básicas. Por uma vez, sejamos sensatos.<br />

animal, e com valores regionais; uma<br />

Natureza despoluída; uma produção<br />

e promoção de produtos regionais;<br />

um Turismo centra<strong>do</strong> na Natureza,<br />

gastronomia e etnografia; uma<br />

produção de energia amiga <strong>do</strong> ambiente;<br />

uma eficiência energética nas<br />

empresas; uma gestão de Excelência<br />

nas empresas, em que se promova a<br />

qualidade, as competências pessoais<br />

e profissionais, a produtividade e o<br />

trabalho em rede”.<br />

Como elemento aglutina<strong>do</strong>r,<br />

este projecto avança com a marca<br />

“Minho-Verde”, enquanto imagem<br />

capaz de retratar a identidade da<br />

região, não “apenas os aspectos relaciona<strong>do</strong>s<br />

com o ambiente e a ecologia,<br />

mas essencialmente os aspectos<br />

relaciona<strong>do</strong>s com a Excelência na<br />

gestão, na produtividade e na partilha<br />

de recursos”.<br />

Para a criação desta marca regional<br />

e a sustentação de um pólo de<br />

competitividade nestes ditos Vales<br />

de Excelência, a afirmação <strong>do</strong>s três<br />

sectores selecciona<strong>do</strong>s passará obrigatoriamente<br />

pelo reforço da formação<br />

profissional, pela melhoria da<br />

gestão, pelo aumento da produtividade,<br />

por um melhor ordenamento<br />

<strong>do</strong> território, pela promoção turística,<br />

pelo estímulo à cooperação e pela<br />

clusterização.<br />

Mas, afinal, não é este o caminho<br />

para o desenvolvimento de qualquer<br />

território?


10<br />

intErnaCional<br />

BCE apela à cooperação<br />

entre as entidades monetárias<br />

Para Trichet,<br />

governa<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> BCE, é melhor<br />

gerir a globalização<br />

<strong>do</strong> que travá-la.<br />

O<br />

Banco Central Europeu<br />

defende a necessidade<br />

de garantir a cooperação<br />

continuada entre as entidades<br />

monetárias para controlar o aumento<br />

<strong>do</strong>s preços. Os fortes movimentos<br />

inflacionistas associa<strong>do</strong>s<br />

ao fenómeno da globalização tornam<br />

essencial centrar as atenções<br />

na estabilidade <strong>do</strong>s preços. O<br />

BCE garante que está em condições<br />

de distinguir elementos de<br />

Uma parte das autoridades monetárias internacionais<br />

está a fazer chegar sinais positivos<br />

ao merca<strong>do</strong>, afirman<strong>do</strong> que o pior da crise<br />

financeira já terá si<strong>do</strong> supera<strong>do</strong>. No entanto, uma<br />

outra parte continua a suscitar preocupações entre<br />

os opera<strong>do</strong>res. As contradições da crise financeira<br />

acabam por ter um impacto negativo sobre as economias<br />

nacional. Está na altura de se verificar algum<br />

consenso entre os regula<strong>do</strong>res, no senti<strong>do</strong> da necessária<br />

estabilidade.<br />

A Reserva Federal ou o Banco de Inglaterra foram<br />

duas entidades que apareceram aos opera<strong>do</strong>res económicos<br />

e financeiros com a boa nova que as coisas<br />

estavam a melhorar, ainda que o comportamento<br />

<strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s ainda esteja algo longe da normalidade.<br />

Todavia, menos optimista está o Banco Central<br />

Europeu, que não se cansa de afirmar que muitos<br />

<strong>do</strong>s fundamentais ainda estão longe da estabilidade.<br />

Defende esta instituição que o processo de ajustamento<br />

<strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s ainda vai continuar por mais<br />

algum tempo.<br />

A questão que se coloca é saber quem tem razão<br />

relativamente às análises que apresenta. Apesar de<br />

existirem vozes optimistas, não é menos verdade que<br />

os números mais recentes apresentam preocupações<br />

que <strong>devem</strong> ser tidas em conta. Basta ter em conta<br />

que, nas últimas semanas, alguns <strong>do</strong>s principais<br />

bancos colocaram em prática operações específicas<br />

para garantirem a captação de mais de 35 mil milhões<br />

de euros. Quase um ano após o surgimento<br />

da crise, tornou-se essencial reforçar as estruturas de<br />

capital de capital pouco consistentes, sobretu<strong>do</strong> face<br />

ao actual contexto global.<br />

Por outras palavras, o eleva<strong>do</strong> número deste tipo<br />

de operações e as dificuldades que atravessam os actores<br />

<strong>do</strong> sector financeiro levam a pensar que têm<br />

alguma razão aqueles que afirmam que ainda não foi<br />

ultrapassa<strong>do</strong> o pior da crise. O sector continua a ser<br />

muito afecta<strong>do</strong> para se tirar uma conclusão diferente,<br />

ou seja, mais optimista.<br />

Certezas são a base<br />

<strong>do</strong> desenvolvimento<br />

Acaba por ser inquietante o facto de não haver um<br />

certo consenso sobre esta matéria. O que é, efectivamente,<br />

transmiti<strong>do</strong> ao merca<strong>do</strong> tem mais importância<br />

<strong>do</strong> que muitas vezes se pensa. Mas a realidade é<br />

que autoridades monetárias, especialistas, entidades<br />

volatilidade <strong>do</strong>s preços e os movimentos<br />

temporais na inflação.<br />

Face a este cenário, o apelo da<br />

instituição vai no senti<strong>do</strong> de uma<br />

cooperação contínua entre os<br />

bancos centrais, porque assim as<br />

economias estão mais interligadas<br />

e têm mais impacto sobre os<br />

outros países. Por sua vez, o BCE<br />

considera que as instituições financeiras,<br />

na comunicação <strong>do</strong>s<br />

seus resulta<strong>do</strong>s, <strong>devem</strong> dar toda a<br />

informação, e de mo<strong>do</strong> transparente,<br />

sobre as suas exposições ao<br />

risco, as desvalorizações e as estimativas<br />

sobre o valor <strong>do</strong> registo<br />

para investimentos em produtos<br />

complexos e não líqui<strong>do</strong>s.<br />

Para Trichet, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

BCE, é melhor gerir a globalização<br />

<strong>do</strong> que travá-la. De facto, há<br />

coisas que não se podem evitar,<br />

como o envelhecimento da população,<br />

a evolução constante da tec-<br />

nologia ou o desenvolvimento da<br />

China e da Índia. Aliás, o banco<br />

rejeita a possibilidade de se entrar<br />

num processo proteccionista, face<br />

à globalização. É erra<strong>do</strong> colocar<br />

entraves ao processo de abertura<br />

<strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s internacionais.<br />

É um facto que a economia<br />

mundial, e a sua difícil situação<br />

actual, está a desenvolver uma<br />

série de me<strong>do</strong>s e receios entre<br />

os agentes económicos. Para o<br />

banco central, a situação não é<br />

absolutamente nova e acredita o<br />

seu responsável que existem condições<br />

efectivas para fazer face às<br />

dificuldades, desde que a cooperação<br />

seja uma realidade. Por sua<br />

vez, as empresas, enquanto entidades<br />

individuais, <strong>devem</strong> desenvolver<br />

esforços para avançarem<br />

com a internacionalização ou<br />

aprofundarem ainda mais essa<br />

estratégia.<br />

Agentes de merca<strong>do</strong><br />

dão sinais contraditórios<br />

sobre a crise financeira<br />

financeiras e até analistas estão, com demasiada frequência,<br />

em posições contraditórias.<br />

Este tipo de postura por parte daqueles responsáveis,<br />

não terem uma ideia concreta sobre a situação<br />

em que se encontra a crise, contribui para aumentar<br />

ainda mais as incertezas. Ora, haver certas garantias<br />

e certezas é determinante para que o merca<strong>do</strong> tenha<br />

capacidade para recuperar a confiança e a normalidade.<br />

Ainda que as notícias não sejam as melhores,<br />

mais vale que exista algum consenso entre os<br />

opera<strong>do</strong>res. O pior que pode acontecer é o merca<strong>do</strong><br />

funcionar quase em roda livre.<br />

O sistema financeiro, há que o admitir frontalmente,<br />

está na base de toda a actividade económica.<br />

Só quan<strong>do</strong> houver certezas é que é possível saber<br />

quais os erros cometi<strong>do</strong>s e quais as medidas que são<br />

necessárias para mudar os problemas de contexto.<br />

Tem que se verificar uma profunda reflexão sobre<br />

toda esta matéria. Circunstâncias semelhantes podem<br />

ter novamente lugar, a menos que se saiba quais<br />

as ferramentas a utilizar para o evitar. Afinal, o futuro<br />

é sobretu<strong>do</strong> feito de certezas e de se saber tirar<br />

lições <strong>do</strong>s erros cometi<strong>do</strong>s.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

brEvEs<br />

EConomia alEmã supEra<br />

as mElhorEs ExpECtativas<br />

A economia alemã está a surpreender pela positiva, ao mesmo tempo<br />

que impulsiona o crescimento europeu. O PIB registou um aumento<br />

de 1,5%, o maior crescimento em quase 12 anos. Valor que ficou<br />

muito acima das previsões e que contrasta com o crescimento quase<br />

zero <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />

O bom desempenho da maior economia europeia repõe o papel de<br />

motor <strong>do</strong> continente e está a servir de combustível para a média europeia.<br />

Mas os analistas chamam a atenção que se pode estar perante<br />

uma situação pontual, na medida em que se verificaram condições<br />

excepcionais, como um Inverno ameno que terá ajuda<strong>do</strong> a reactivar o<br />

importante sector da construção. Aliás, tu<strong>do</strong> indica que a confiança<br />

<strong>do</strong>s empresários aponta para que o crescimento da economia germânica<br />

seja bastante inferior no actual trimestre.<br />

O Governo, entretanto, por este mesmo motivo, mantém as suas previsões<br />

de um crescimento de 1,7% para este ano. Nem seqquer reviu<br />

o aumento para o próximo ano, fican<strong>do</strong>-se por apenas 1,2%. Seja<br />

como for, é uma boa notícia, ten<strong>do</strong> em conta que é revela<strong>do</strong>r da solidez<br />

da economia alemã.<br />

mErCa<strong>do</strong> da artE<br />

dá sinais dE abrandamEnto<br />

Ainda que as vendas continuem a atingir resulta<strong>do</strong>s recorde, há<br />

quem comece a falar de sinais de recessão no merca<strong>do</strong> da arte. As<br />

principais leiloeiras, Sotheby´s e Christie´s, estão mais moderadas<br />

nas suas previsões.<br />

É um facto que certas obras continuam a ser colocadas por preços<br />

multimiliários, e assim continuará a ser, independentemente de haver<br />

crise ou não. A arte continua a ser um refúgio importante para os<br />

investi<strong>do</strong>res. O problema é quan<strong>do</strong> começam a surgir menos compra<strong>do</strong>res,<br />

que é o que tem sucedi<strong>do</strong> ultimamente, o que faz com que os<br />

preços sejam esmaga<strong>do</strong>s. Aliás, há mesmo situações em que as obras<br />

acabam por não ser vendidas. É um sinal claro <strong>do</strong> enfraquecimento<br />

deste merca<strong>do</strong> para os muito ricos. Seja como for, bom seria que<br />

to<strong>do</strong>s os restantes sectores de actividade tivessem a mesma sorte<br />

que o merca<strong>do</strong> da arte. Era sinal que a economia estava em óptima<br />

situação.<br />

GEstorEs dE fun<strong>do</strong>s<br />

Estão mais optimistas<br />

Os gestores de fun<strong>do</strong>s estão mais optimistas, de acor<strong>do</strong> com o relatório<br />

<strong>do</strong> banco de investimento Merrill Lynch, relativo ao mês de<br />

Maio. A preocupação com a inflação retornou a primeiro plano, enquanto<br />

se registam melhores perspectivas em termos económicos.<br />

O número de gestores que espera uma recessão no ano que vem baixou<br />

bastante, face ao inquérito anterior, o que representa um sinal<br />

positivo. Os resulta<strong>do</strong>s empresariais é que ainda merecem alguma<br />

preocupação, já que os gestores de fun<strong>do</strong>s acham que as expectativas<br />

<strong>do</strong>s analistas são demasia<strong>do</strong> elevadas. Mas um <strong>do</strong>s aspectos mais<br />

interessantes deste estu<strong>do</strong> tem a ver com os preços <strong>do</strong> petróleo. Os<br />

opera<strong>do</strong>res acham que os preços das merca<strong>do</strong>rias estão sobreavalia<strong>do</strong>s.<br />

Os preços <strong>do</strong> petróleo estarão acima <strong>do</strong>s fundamentais, o mesmo<br />

se passan<strong>do</strong> com o ouro. Mesmo assim, um número considerável<br />

<strong>do</strong>s gestores de fun<strong>do</strong>s considera que os preços vão continuar a subir,<br />

pelo menos nos próximos meses.<br />

holanda ContEsta Comissão<br />

na abErtura <strong>do</strong> mErCa<strong>do</strong> postal<br />

A Holanda continua a revelar-se um entrave à liberalização <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

postal. O Governo daquele país decidiu prorrogar a abertura <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong>, projectada para o início de Julho. O argumento é que existem<br />

incertezas quanto ao papel que terá na Alemanha e condições<br />

laborais a nível interno.<br />

Não se trata <strong>do</strong> primeiro adiamento. O merca<strong>do</strong> deveria ter si<strong>do</strong> liberaliza<strong>do</strong><br />

em Janeiro passa<strong>do</strong>, o que não aconteceu em resulta<strong>do</strong><br />

da introdução <strong>do</strong> salário mínimo para os trabalha<strong>do</strong>res postais na<br />

Alemanha, o que é encara<strong>do</strong> como um factor que impede a concorrência.<br />

A TNT pretendia expandir as suas actividades naquele merca<strong>do</strong>.<br />

O que acontece é que a Holanda está a pressionar a Comissão<br />

Europeia no senti<strong>do</strong> de desobstruir o merca<strong>do</strong> postal, de moda a que<br />

o país também avance para a sua liberalização.<br />

A TNT é a segunda maior empresa postal e logística da Europa,<br />

deten<strong>do</strong> o monopólio das cartas até 50 gramas, um merca<strong>do</strong> que<br />

está avalia<strong>do</strong> em cerca de mil milhões de euros. Ora, não parece<br />

estar na disposição de abrir esse negócio aos concorrentes. O argumento<br />

continua a ser a falta de abertura por parte <strong>do</strong>s restantes<br />

países.


Espaço dedica<strong>do</strong> às Pequenas e Médias Empresas de Portugal<br />

23 de Maio de 2008 | Suplemento Nº135<br />

BARÓMETRO PME*<br />

Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME<br />

Resulta<strong>do</strong>s da semana de 12 a 19 de Maio:<br />

Concorda com o aumento da taxa social única para contratos a<br />

prazo e redução para contratos sem termo?<br />

Sim: 81%<br />

Não: 19%<br />

Sem opinião: 0%<br />

Tema em auscultação até 26 de Maio:<br />

Mediante a actual situação da economia internacional, e em particular<br />

a <strong>do</strong>s EUA, vai haver recessão económica em Portugal?<br />

Participe. Dê o seu contributo em:<br />

www.pmeportugal.pt<br />

*Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos <strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res<br />

on-line <strong>do</strong> Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica.


12<br />

PME<br />

Forma<strong>do</strong>res <strong>do</strong> “Novas Oportunidades”<br />

acusam Governo de mentir<br />

O Programa Novas Oportunidades tem salários em atraso. Governo garante que a situação está a ser resolvida.<br />

Forma<strong>do</strong>res acusam Executivo de mentir.<br />

Os Cursos de Educação e Formação<br />

(CEF) <strong>do</strong> Programa Novas Oportunidades<br />

– bandeira <strong>do</strong> Governo para<br />

aumentar a qualificação profissional – são da<strong>do</strong>s<br />

por forma<strong>do</strong>res com salários em atraso.<br />

A situação é generalizada em escolas públicas<br />

(apesar da maior incidência no Norte) e, nalguns<br />

casos, as situações <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res já se<br />

tornaram “incomportáveis”.<br />

A ministra da Educação, Maria de Lurdes<br />

Rodrigues, afirmou que já “está pronto o diploma”<br />

que permite pôr fim a esta situação.<br />

“Neste momento, os centros já receberam<br />

todas as respostas <strong>do</strong> programa operacional,<br />

to<strong>do</strong>s têm o financiamento aprova<strong>do</strong>, não há<br />

qualquer problema”.<br />

Chamemos-lhe Pedro. O nome é falso por<br />

me<strong>do</strong> de represálias: “Para o ano quero continuar<br />

a trabalhar sem problemas”, refere o forma<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> CEF. A reacção pública <strong>do</strong> Governo<br />

não mu<strong>do</strong>u o cepticismo <strong>do</strong> forma<strong>do</strong>r: “Não<br />

acredito que a situação se vá resolver para já, é<br />

uma utopia”. As explicações que chegaram da<br />

ministra da Educação e <strong>do</strong> ministro <strong>do</strong> Trabalho<br />

e da Segurança Social, Vieira da Silva,<br />

merecem duras críticas. “São os <strong>do</strong>is mentirosos”,<br />

diz revolta<strong>do</strong>. Em declarações aos<br />

jornalistas, à margem de uma visita à Escola<br />

Profissional de Gaia, a ministra referiu ainda<br />

que “a maioria <strong>do</strong>s atrasos no pagamento <strong>do</strong>s<br />

vencimentos vem desde Março”, o que, na sua<br />

opinião, é “perfeitamente aceitável”.<br />

Maria de Lurdes Rodrigues acha “aceitável” atraso nos pagamentos desde Março.<br />

Contacta<strong>do</strong> pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o gestor<br />

<strong>do</strong> Programa Operacional de Potencial<br />

Humano (POPH) – entidade responsável<br />

pelas verbas para o Programa Novas Oportunidades<br />

– não quis prestar declarações, mas,<br />

à imagem da explicação dada posteriormente<br />

por Maria de Lurdes Rodrigues, o gabinete<br />

<strong>do</strong> POPH foi referin<strong>do</strong> que o atraso se devia<br />

à “transição” <strong>do</strong>s financiamentos (antes da<br />

responsabilidade <strong>do</strong> Prodep III).<br />

A situação é cada vez mais complicada, mas<br />

os forma<strong>do</strong>res prometem não parar a luta enquanto<br />

a situação não se resolver. Garantem,<br />

no entanto, não se deixar enganar com as<br />

“desculpas” dadas pelos membros <strong>do</strong> Gover-<br />

no. “Na minha escola disseram-me que, na<br />

melhor das hipóteses, mesmo que o dinheiro<br />

chegasse esta semana, só nos poderiam regularizar<br />

a situação daqui a um mês”. A escola<br />

reagia às declarações <strong>do</strong> assessor da ministra<br />

da educação, Rui Nunes, que garantiu que,<br />

no decorrer desta semana, o dinheiro estaria<br />

na conta <strong>do</strong>s forma<strong>do</strong>res. “É impossivel que<br />

isso aconteça”, afirma Pedro.<br />

Histórias cruzam-se na precariedade<br />

“O pagamento será feito logo que haja disponibilidade<br />

de tesouraria”. A cláusula pode<br />

ler-se num <strong>do</strong>s contratos mostra<strong>do</strong>s à “<strong>Vida</strong><br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

<strong>Económica</strong>” e justifica quaisquer atrasos no<br />

pagamento. Os forma<strong>do</strong>res passam recibos<br />

verdes to<strong>do</strong>s os meses, ainda que não tenham<br />

os pagamentos regulariza<strong>do</strong>s: “Estou<br />

a pagar IVA de dinheiro que ainda não recebi”.<br />

Pedro dá formação há dez anos, mas<br />

nunca esteve numa situação tão complicada.<br />

“Há cinco meses que não entro com dinheiro<br />

em casa; ponderei parar no final de Abril,<br />

só não o fiz pelos alunos”, refere.<br />

Pedro conta “choca<strong>do</strong>” o caso de uma colega,<br />

forma<strong>do</strong>ra numa escola pública há três anos,<br />

que não recebe desde Janeiro. “As despesas vãose<br />

acumulan<strong>do</strong> e os gastos com deslocações e<br />

alimentação estão a tornar-se incomportáveis.<br />

Não posso deixar os meus filhos passar fome”,<br />

contava, deseperada, a forma<strong>do</strong>ra. Os casos<br />

multiplicam-se e as histórias cruzam-se na<br />

precariedade. André (nome fictício mais uma<br />

vez, pelos mesmos motivos) dá formação em<br />

hotelaria. Tenta dar. “Não há talheres, copos,<br />

pratos. Não há dinheiro para nada. Vou levan<strong>do</strong><br />

coisas da minha própria casa”, denuncia o<br />

forma<strong>do</strong>r. Os próprios alunos “não recebem<br />

subsídio de alimentação” e “até uma simples<br />

visita de estu<strong>do</strong> tive que cancelar por falta de<br />

verbas. Não é possível continuar assim”. À<br />

completa desmotivação para trabalhar junta-se<br />

a incapacidade para o fazer. Os forma<strong>do</strong>res vão<br />

sustentan<strong>do</strong> o Programa <strong>do</strong> Governo.<br />

Mariana Pinto<br />

marianapinto@vidaeconomica.pt


12<br />

PME<br />

Forma<strong>do</strong>res <strong>do</strong> “Novas Oportunidades”<br />

acusam Governo de mentir<br />

O Programa Novas Oportunidades tem salários em atraso. Governo garante que a situação está a ser resolvida.<br />

Forma<strong>do</strong>res acusam Executivo de mentir.<br />

Os Cursos de Educação e Formação<br />

(CEF) <strong>do</strong> Programa Novas Oportunidades<br />

– bandeira <strong>do</strong> Governo para<br />

aumentar a qualificação profissional – são da<strong>do</strong>s<br />

por forma<strong>do</strong>res com salários em atraso.<br />

A situação é generalizada em escolas públicas<br />

(apesar da maior incidência no Norte) e, nalguns<br />

casos, as situações <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res já se<br />

tornaram “incomportáveis”.<br />

A ministra da Educação, Maria de Lurdes<br />

Rodrigues, afirmou que já “está pronto o diploma”<br />

que permite pôr fim a esta situação.<br />

“Neste momento, os centros já receberam<br />

todas as respostas <strong>do</strong> programa operacional,<br />

to<strong>do</strong>s têm o financiamento aprova<strong>do</strong>, não há<br />

qualquer problema”.<br />

Chamemos-lhe Pedro. O nome é falso por<br />

me<strong>do</strong> de represálias: “Para o ano quero continuar<br />

a trabalhar sem problemas”, refere o forma<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> CEF. A reacção pública <strong>do</strong> Governo<br />

não mu<strong>do</strong>u o cepticismo <strong>do</strong> forma<strong>do</strong>r: “Não<br />

acredito que a situação se vá resolver para já, é<br />

uma utopia”. As explicações que chegaram da<br />

ministra da Educação e <strong>do</strong> ministro <strong>do</strong> Trabalho<br />

e da Segurança Social, Vieira da Silva,<br />

merecem duras críticas. “São os <strong>do</strong>is mentirosos”,<br />

diz revolta<strong>do</strong>. Em declarações aos<br />

jornalistas, à margem de uma visita à Escola<br />

Profissional de Gaia, a ministra referiu ainda<br />

que “a maioria <strong>do</strong>s atrasos no pagamento <strong>do</strong>s<br />

vencimentos vem desde Março”, o que, na sua<br />

opinião, é “perfeitamente aceitável”.<br />

Maria de Lurdes Rodrigues acha “aceitável” atraso nos pagamentos desde Março.<br />

Contacta<strong>do</strong> pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o gestor<br />

<strong>do</strong> Programa Operacional de Potencial<br />

Humano (POPH) – entidade responsável<br />

pelas verbas para o Programa Novas Oportunidades<br />

– não quis prestar declarações, mas,<br />

à imagem da explicação dada posteriormente<br />

por Maria de Lurdes Rodrigues, o gabinete<br />

<strong>do</strong> POPH foi referin<strong>do</strong> que o atraso se devia<br />

à “transição” <strong>do</strong>s financiamentos (antes da<br />

responsabilidade <strong>do</strong> Prodep III).<br />

A situação é cada vez mais complicada, mas<br />

os forma<strong>do</strong>res prometem não parar a luta enquanto<br />

a situação não se resolver. Garantem,<br />

no entanto, não se deixar enganar com as<br />

“desculpas” dadas pelos membros <strong>do</strong> Gover-<br />

no. “Na minha escola disseram-me que, na<br />

melhor das hipóteses, mesmo que o dinheiro<br />

chegasse esta semana, só nos poderiam regularizar<br />

a situação daqui a um mês”. A escola<br />

reagia às declarações <strong>do</strong> assessor da ministra<br />

da educação, Rui Nunes, que garantiu que,<br />

no decorrer desta semana, o dinheiro estaria<br />

na conta <strong>do</strong>s forma<strong>do</strong>res. “É impossivel que<br />

isso aconteça”, afirma Pedro.<br />

Histórias cruzam-se na precariedade<br />

“O pagamento será feito logo que haja disponibilidade<br />

de tesouraria”. A cláusula pode<br />

ler-se num <strong>do</strong>s contratos mostra<strong>do</strong>s à “<strong>Vida</strong><br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

<strong>Económica</strong>” e justifica quaisquer atrasos no<br />

pagamento. Os forma<strong>do</strong>res passam recibos<br />

verdes to<strong>do</strong>s os meses, ainda que não tenham<br />

os pagamentos regulariza<strong>do</strong>s: “Estou<br />

a pagar IVA de dinheiro que ainda não recebi”.<br />

Pedro dá formação há dez anos, mas<br />

nunca esteve numa situação tão complicada.<br />

“Há cinco meses que não entro com dinheiro<br />

em casa; ponderei parar no final de Abril,<br />

só não o fiz pelos alunos”, refere.<br />

Pedro conta “choca<strong>do</strong>” o caso de uma colega,<br />

forma<strong>do</strong>ra numa escola pública há três anos,<br />

que não recebe desde Janeiro. “As despesas vãose<br />

acumulan<strong>do</strong> e os gastos com deslocações e<br />

alimentação estão a tornar-se incomportáveis.<br />

Não posso deixar os meus filhos passar fome”,<br />

contava, deseperada, a forma<strong>do</strong>ra. Os casos<br />

multiplicam-se e as histórias cruzam-se na<br />

precariedade. André (nome fictício mais uma<br />

vez, pelos mesmos motivos) dá formação em<br />

hotelaria. Tenta dar. “Não há talheres, copos,<br />

pratos. Não há dinheiro para nada. Vou levan<strong>do</strong><br />

coisas da minha própria casa”, denuncia o<br />

forma<strong>do</strong>r. Os próprios alunos “não recebem<br />

subsídio de alimentação” e “até uma simples<br />

visita de estu<strong>do</strong> tive que cancelar por falta de<br />

verbas. Não é possível continuar assim”. À<br />

completa desmotivação para trabalhar junta-se<br />

a incapacidade para o fazer. Os forma<strong>do</strong>res vão<br />

sustentan<strong>do</strong> o Programa <strong>do</strong> Governo.<br />

Mariana Pinto<br />

marianapinto@vidaeconomica.pt


14<br />

negócios e empresas<br />

Alvarinho poderá ser liberaliza<strong>do</strong> na região<br />

<strong>do</strong>s vinhos verdes<br />

A liberalização da denominação<br />

Alvarinho, estenden<strong>do</strong>-a a<br />

toda a região <strong>do</strong>s vinhos verdes,<br />

pode vir a acontecer em breve.<br />

O presidente da Câmara Municipal<br />

de Melgaço, Rui Solheiro,<br />

afirmou ter toma<strong>do</strong> conhecimento<br />

recente, “através de um membro<br />

da Comissão <strong>do</strong>s Vinhos<br />

Verdes, que essa questão estava<br />

em cima da mesa, levantada por<br />

um conjunto de cooperativas e<br />

aramzenistas, que formam uma<br />

tendência maioritária no seio da<br />

CVRVV. Nos últimos dias soube<br />

que a proposta já estava formalizada<br />

e que iria em breve ser discutida<br />

em Conselho Geral”.<br />

A sub-região de Monção, que<br />

inclui os concelhos de Monção<br />

e Melgaço, é a única <strong>do</strong> país autorizada<br />

a produzir vinho da casta<br />

Alvarinho com a denominação<br />

de origem controlada Vinho<br />

Verde. Existe Alvarinho planta<strong>do</strong><br />

no país e mesmo no estrangeiro,<br />

mas os vinhos daí resultantes não<br />

podem utilizar esta designação.<br />

Com este alargamento, referiu<br />

Eduar<strong>do</strong> Nóvoas, presidente da<br />

União de Produtores de Alvarinho<br />

de Melgaço, o que está em<br />

causa “é a potencial perda de qualidade<br />

da própria denominação”.<br />

Como referiu um produtor,<br />

está ainda em causa a própria sustentabilidade<br />

da sub-região, pois<br />

a uva Alvarinho, de menor rentabilidade<br />

produtiva, é paga aos<br />

produtores a valores que rondam<br />

um euro/kg, enquanto a média<br />

das restantes castas autorizadas<br />

na região <strong>do</strong>s vinhos verdes custa<br />

cerca de 0,25 cêntimos/kg.<br />

A decisão final será tomada antes<br />

<strong>do</strong> Verão. Segun<strong>do</strong> Rui Solheiro,<br />

a sub-região irá opor-se a esta<br />

possibilidade “de todas as formas<br />

legais, junto da CVRVV e <strong>do</strong> Ministério<br />

da Agricultura”, como o<br />

fez há cerca de 10 anos atrás.<br />

Marc Barros<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

PUB<br />

Sotheby’s investe<br />

sete milhões<br />

no centro de Lisboa<br />

Depois de ter aberto o seu primeiro<br />

escritório em Portugal no passa<strong>do</strong><br />

mês de Outubro, e de manter a<br />

previsão de inaugurar oito agências<br />

até 2010, a Sotheby’s anunciou esta<br />

semana o seu apoio a um edifício<br />

habitacional de luxo na capital.<br />

O Edifício Barbosa du Bocage representa<br />

um investimento de sete<br />

milhões por parte da Sotheby’s International<br />

Realty. Trata-se de um<br />

empreendimento promovi<strong>do</strong> pelas<br />

Construções IAMT, uma empresa<br />

de promoção imobiliária vocacionada<br />

para o merca<strong>do</strong> de empreendimentos<br />

de luxo, em Lisboa, localiza<strong>do</strong><br />

no na Avenida 5 de Outubro.<br />

“Este edifício alia o requinte e bom<br />

gosto, a um design exclusivo, crian<strong>do</strong><br />

um verdadeiro ‘poema’ à qualidade<br />

de vida”, afirmou Tiago Queiroga,<br />

director-geral da Sotheby’s<br />

International Realty em Portugal,<br />

durante a apresentação <strong>do</strong> projecto<br />

à imprensa. Este edifício é composto<br />

por 11 fogos com tipologias de<br />

T1 a T4, com áreas entre os 67 m2<br />

e os 270 m2, e preços que oscilam<br />

entre os 360 mil euros e um milhão<br />

de euros.<br />

ARAN preocupada<br />

com impacto<br />

<strong>do</strong>s combustíveis<br />

nos pronto-socorros<br />

A escalada <strong>do</strong> preço <strong>do</strong>s combustíveis<br />

– recorde-se que, só este<br />

ano, já aumentaram 15 vezes em<br />

Portugal – “provoca grande preocupação”<br />

à Associação Nacional<br />

<strong>do</strong> Ramo Automóvel (ARAN),<br />

sobretu<strong>do</strong> no que se refere à actividade<br />

de pronto-socorro, “já<br />

que o preço <strong>do</strong> gasóleo representa<br />

quase metade <strong>do</strong>s custos de exploração<br />

das empresas <strong>do</strong> sector”,<br />

segun<strong>do</strong> avança aquela entidade<br />

em comunica<strong>do</strong> de imprensa.<br />

A ARAN, que tem como associa<strong>do</strong>s<br />

60% <strong>do</strong>s reboca<strong>do</strong>res nacionais,<br />

alega que tem “alerta<strong>do</strong><br />

as entidades competentes para<br />

o perigo de muitos reboca<strong>do</strong>res<br />

portugueses” serem obriga<strong>do</strong>s<br />

suspender a actividade por falta<br />

de meios financeiro. “Ora, isso<br />

teria uma grande gravidade para<br />

o país, fruto da importância óbvia<br />

<strong>do</strong> pronto-socorro”, avisa a associação<br />

sectorial.<br />

“O mais grave”, segun<strong>do</strong> a<br />

ARAN, é que a figura <strong>do</strong> gasóleo<br />

profissional só existe para veículos<br />

com mais de 7500 kg, quan<strong>do</strong><br />

as viaturas de pronto-socorro<br />

ficam, na maior parte <strong>do</strong>s casos,<br />

abaixo desse peso. “É, em suma,<br />

essencial que o Governo tenha<br />

em atenção este cenário e promova<br />

uma resolução <strong>do</strong> problema.<br />

Como sempre, a ARAN está disposta<br />

a prestar o melhor auxílio<br />

nesse senti<strong>do</strong>”, conclui a entidade<br />

liderada por António Teixeira<br />

Lopes.


sexta-feira, 23 Maio de 2008 pme 15<br />

Notas sobre CoNtratos públiCos<br />

Advogada<br />

Empresas condenadas pela Autoridade<br />

da Concorrência e a impossibilidade de participarem<br />

em procedimentos de formação de contratos<br />

O Novo Código <strong>do</strong>s Contratos Públicos<br />

(Decreto-Lei nº18/2008, 29 de Janeiro), que<br />

sistematiza todas as matérias relacionadas<br />

com a contratação pública e entra em vigor<br />

em finais <strong>do</strong> mês de Julho <strong>do</strong> corrente ano,<br />

introduz, nas suas disposições complementares,<br />

uma alteração ao Regime Jurídico da<br />

Concorrência (Lei nº 18/2003, de 11 de Junho,<br />

com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei<br />

n.º 219/2006, de 11 de Fevereiro).<br />

A este respeito, a Autoridade da Concorrência<br />

vai passar a ter (a partir de Julho) a<br />

possibilidade de poder privar os concorrentes<br />

de participarem em procedimentos de formação<br />

de contratos, desde que se verifiquem<br />

determinadas circunstâncias.<br />

Trata-se de uma inovação que se enquadra<br />

no espírito que está subjacente ao Código e<br />

que se traduz na prossecução de maior transparência,<br />

rigor e efectiva concorrência em<br />

matéria de contratação pública.<br />

É sabi<strong>do</strong> que o regime jurídico supra<br />

menciona<strong>do</strong> engloba todas as actividades<br />

económicas exercidas no merca<strong>do</strong> nacional,<br />

abrangen<strong>do</strong> tanto os sector priva<strong>do</strong> como o<br />

público e cooperativo, sejam estas relativas a<br />

um exercício regular ou, pelo contrário, ocasional.<br />

Tal regime é aplicável às práticas restritivas<br />

da concorrência e às operações de concentração<br />

de empresas que ocorram em Portugal<br />

ou que aqui tenham ou possam ter efeitos.<br />

Nesse contexto, são expressamente proibidas<br />

determinadas práticas, designadamente<br />

“os acor<strong>do</strong>s entre empresas, as decisões de<br />

associações de empresas e as práticas concertadas<br />

entre empresas, qualquer que seja a forma<br />

que revistam, que tenham por objecto ou<br />

como efeito impedir, falsear ou restringir de<br />

forma sensível a concorrência no to<strong>do</strong> ou em<br />

parte <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional, nomeadamente<br />

os que se traduzam em:<br />

a) Fixar, de forma directa ou indirecta, os<br />

preços de compra ou de venda ou interferir<br />

na sua determinação pelo livre jogo <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>,<br />

induzin<strong>do</strong>, artificialmente, quer a sua<br />

alta quer a sua baixa;<br />

b) Fixar, de forma directa ou indirecta,<br />

outras condições de transacção efectuadas no<br />

mesmo ou em diferentes estádios <strong>do</strong> processo<br />

económico;<br />

c) Limitar ou controlar a produção, a distribuição,<br />

o desenvolvimento técnico ou os<br />

investimentos;<br />

d) Repartir os merca<strong>do</strong>s ou as fontes de<br />

abastecimento;<br />

e) Aplicar, de forma sistemática ou ocasional,<br />

condições discriminatórias de preço ou<br />

outras relativamente a prestações equivalentes;<br />

f) Recusar, directa ou indirectamente, a<br />

compra ou venda de bens e a prestação de<br />

serviços;<br />

g) Subordinar a celebração de contratos à<br />

aceitação de obrigações suplementares que,<br />

pela sua natureza ou segun<strong>do</strong> os usos comerciais,<br />

não tenham ligação com o objecto desses<br />

contratos”.<br />

Tais práticas são nulas, salvo quan<strong>do</strong> sejam<br />

devidamente justificadas (por exemplo:<br />

contribuam para a melhoria da produção de<br />

bens ou serviços; para a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

técnico, etc) e se verifiquem certos<br />

requisitos cumulativos, tais como a reserva<br />

aos utiliza<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s bens e serviços de uma<br />

parte equitativa <strong>do</strong> benefício resultante; não<br />

sejam impostas às empresas visadas quaisquer<br />

restrições que não sejam indispensáveis para<br />

atingir esses objectivo.<br />

Ora, de acor<strong>do</strong> com o indica<strong>do</strong> e sem prejuízo<br />

da responsabilidade criminal e das medidas<br />

administrativas aplicáveis, as infracções<br />

à Lei da Concorrência constituem contra-ordenação<br />

punível com coima, nos termos <strong>do</strong><br />

disposto no artigo 42º e seguintes.<br />

O que se destaca na alteração agora introduzida<br />

pelo Código <strong>do</strong>s Contratos Públicos<br />

(no seu artigo 6º) é precisamente a possibilidade<br />

de a Autoridade da Concorrência aplicar<br />

uma nova sanção acessória aos infractores.<br />

Assim, sempre que a gravidade da infracção<br />

o justifique, a Autoridade da Concorrência<br />

determina a aplicação, em simultâneo<br />

com a coima, da sanção acessória da “Privação<br />

<strong>do</strong> direito de participar em procedimentos<br />

de formação de contratos cujo objecto<br />

AnA MEdEiros<br />

abranja prestações típicas <strong>do</strong>s contratos de<br />

empreitada, de concessão de obras públicas,<br />

de concessão de serviços públicos, de locação<br />

ou aquisição de bens móveis e de aquisição<br />

de serviços ou ainda em procedimentos destina<strong>do</strong>s<br />

à atribuição de licenças ou alvarás,<br />

desde que a prática que constitui contra-ordenação<br />

punível com coima se tenha verifica<strong>do</strong><br />

durante ou por causa <strong>do</strong> procedimento<br />

relevante.”<br />

E, assim, passa a existir aquela sanção acessória,<br />

a par da anterior possibilidade prevista<br />

no artigo 45º – publicação no Diário da República<br />

e num jornal nacional da condenação<br />

proferida no âmbito de um processo instaura<strong>do</strong><br />

ao abrigo da Lei da Concorrência.<br />

Por fim, cabe referir que a duração desta<br />

nova sanção acessória pode ir até <strong>do</strong>is anos,<br />

a contar da decisão condenatória, o que se<br />

revela bastante penoso para empresas que<br />

queiram operar no merca<strong>do</strong> da contratação<br />

pública. Pois, na verdade, o efeito desta sanção<br />

acessória acaba por ser verdadeiramente<br />

dissuasor para os infractores que deixam de<br />

poder participar, por via disso, nos procedimentos<br />

de formação de contratos, designadamente<br />

de se apresentarem como concorrentes<br />

em concursos, com to<strong>do</strong>s os inconvenientes<br />

que tal situação lhes acarretará.<br />

ana.medeiros@mac.com<br />

Gabinete de Advoga<strong>do</strong>s<br />

AntonioVilar&Associa<strong>do</strong>s


16<br />

pmE<br />

Fabricantes portugueses de janelas<br />

aumentam presença em Espanha<br />

A VETECO, organizada pela<br />

IFEMA, é o maior certame da Europa<br />

dedica<strong>do</strong> monograficamente<br />

ao sector da construção e posicionase<br />

como uma plataforma comercial<br />

de lançamento de novidades.<br />

Ocupan<strong>do</strong> uma área total de<br />

cerca de 56 mil metros quadra<strong>do</strong>s<br />

e contan<strong>do</strong> com a participação de<br />

cerca de seis centenas de empresas,<br />

a edição deste ano decorreu, mais<br />

uma vez e como vem já sen<strong>do</strong> hábito,<br />

num contexto de eleva<strong>do</strong> nível<br />

de competitividade. Na verdade, e<br />

apesar da crise instalada no sector<br />

da construção, este subsector tem<br />

sabi<strong>do</strong> enfrentar este contratempo<br />

através de uma constante procura<br />

de múltiplas inovações, <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

de novas áreas de<br />

negócio, como a reabilitação, e a<br />

melhoria <strong>do</strong>s padrões de construção,<br />

sobretu<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> em conta as<br />

novas regras estabelecidas no Código<br />

Técnico da Edificação.<br />

Inseri<strong>do</strong> neste contexto, o certame<br />

assume-se assim como uma<br />

referência <strong>do</strong> sector e uma privilegiada<br />

plataforma de promoção<br />

e divulgação a um público-alvo<br />

constituí<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong>, por arquitectos,<br />

decora<strong>do</strong>res, promotores<br />

imobiliários e, na generalidade, a<br />

Empresas portuguesas<br />

com sal<strong>do</strong> positivo<br />

A VETECO – Salão Internacional<br />

das Janelas, Fachadas e<br />

Divisórias Envidraçadas voltou<br />

a ser, mais uma vez, o cenário<br />

privilegia<strong>do</strong> para a apresentação<br />

das mais recentes inovações por<br />

parte das empresas expositoras.<br />

Na verdade, a opinião partilhada<br />

de to<strong>do</strong>s os presentes é que este<br />

certame é um das melhores montras<br />

e uma plataforma singular de<br />

lançamentos comerciais.<br />

Por estas e por outras razões,<br />

sete empresas portuguesas estiveram<br />

presentes em mais uma<br />

edição desta feira internacional,<br />

procuran<strong>do</strong> dar visibilidade a<br />

este sector nacional e afirmar-se<br />

no merca<strong>do</strong> internacional apresentan<strong>do</strong><br />

os seus produtos e mais<br />

recentes inovações.<br />

Pela quarta vez no maior salão<br />

da Europa <strong>do</strong> sector, a Alualpha<br />

tem por objectivo concorrer directamente<br />

no competitivo merca<strong>do</strong><br />

internacional das ferragens,<br />

procuran<strong>do</strong> espreitar neste certame<br />

uma nova oportunidade de<br />

crescimento e de “conquista de<br />

credibilidade”.<br />

Para Carlos Antunes, administra<strong>do</strong>r<br />

desta empresa com sede<br />

no concelho de Sintra, e que está<br />

presente em mais de dezena e<br />

meia de países, o percurso de participação<br />

da empresa na VETE-<br />

CO permitiu, ao longo <strong>do</strong> tempo,<br />

angariar diversos clientes, em<br />

especial de países fora da União<br />

Europeia.<br />

empresários liga<strong>do</strong>s à área da construção.<br />

Por to<strong>do</strong>s estes motivos, estiveram<br />

também presentes em Madrid,<br />

sete empresas nacionais, que permitiram<br />

a Portugal ser o segun<strong>do</strong><br />

país estrangeiro mais representa<strong>do</strong>,<br />

logo a seguir à Itália. Alualpha, SA,<br />

Ciaferal – Centro Industrial Alumínio<br />

e Ferragens Lda., M. Rodrigues<br />

SA, Beltiga Lda., LM Perfis,<br />

STA Sociedade Transforma<strong>do</strong>ra de<br />

Alumínios (Sobinco-Sofis) e GNS,<br />

Lda. constituíram a presença nacional<br />

na VETECO. Para todas<br />

elas, os seus objectivos principais<br />

foram o crescimento no merca<strong>do</strong><br />

internacional e a apresentação das<br />

Já para Nuno Gonçalves, director<br />

comercial da Ciaferal<br />

– Centro Industrial Alumínio<br />

e Ferragens, Lda., o principal<br />

objectivo de participação nesta<br />

feira é, também, “a expansão internacional”.<br />

Como justificação,<br />

Nuno Gonçalves salientou o<br />

“número de visitantes não-europeus<br />

e a visibilidade internacional<br />

deste certame”.<br />

Amílcar Santos, administra<strong>do</strong>r<br />

da M. Rodrigues, S.A., salientou<br />

o facto de esta feira ser de “participação<br />

exclusiva a profissionais”<br />

e não para o público em geral.<br />

“Nascemos com a Concreta, no<br />

entanto esta passou a ser uma verdadeira<br />

feira da ladra”, concluiu.<br />

Reforçan<strong>do</strong> esta ideia, Nuno<br />

Sousa, comercial da empresa LM<br />

Perfis, salientou também a saturação<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional como<br />

fundamentação para este salto e<br />

respectiva participação.<br />

Referida também por muitos<br />

<strong>do</strong>s participantes e para a STA<br />

Sociedade Transforma<strong>do</strong>ra de<br />

Alumínios (Sobinco-Sofis), na<br />

voz de Rosa Madureira, “a especificidade<br />

desta feira é uma vantagem”,<br />

relativamente aos certames<br />

que ocorrem em território<br />

nacional.<br />

Em conclusão, a opinião <strong>do</strong>minante<br />

é de que “a participação<br />

neste certame tem um sal<strong>do</strong> positivo<br />

e deverá ser para continuar”.<br />

FErnAnDA SIlVA TEIxEIrA,<br />

em Madrid, a convite da IFEMA<br />

mais recentes inovações neste segmento<br />

de negócio.<br />

Código Técnico da Edificação<br />

em debate<br />

Paralelamente à realização <strong>do</strong><br />

certame, decorreu, no âmbito das<br />

jornadas profissionais da ASEFAVE<br />

(Associação Espanhola de Fabricantes<br />

de Fachadas Ligeiras e Janelas),<br />

uma conferência sobre o impacto da<br />

nova legislação, a Lei da Edificação<br />

e o Código Técnico da Edificação<br />

(CTE), e as exigências que esta encerra,<br />

para este sector, ao nível da<br />

qualidade.<br />

Na sua generalidade, a aplicação<br />

Feira de Madrid aposta na internacionalização<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – A VETECO<br />

– Salão Internacional das Janelas,<br />

Fachadas, e Divisórias Envidraçadas<br />

vai na sua 11ª edição.<br />

A que se deve este enorme sucesso?<br />

Santiago Quiroga – Na minha<br />

opinião, e de toda a equipa, o<br />

sucesso deve-se sobretu<strong>do</strong> à especificidade<br />

desta feira. Neste caso,<br />

falamos de janelas, portas, vidro,<br />

<strong>do</strong>bradiças, isolamento acústico e<br />

térmico portas corta-fogo, bocas de<br />

incêndios, e outros, ou seja, é um<br />

merca<strong>do</strong> muito específico. É direcciona<strong>do</strong><br />

para os fabricantes, em<br />

que o merca<strong>do</strong> espanhol é conheci<strong>do</strong>.<br />

Ao longo destes quatro dias<br />

podemos encontrar aqui as marcas<br />

e empresas mais importantes, sobretu<strong>do</strong><br />

ligadas à construção, que é<br />

um <strong>do</strong>s pilares da nossa economia.<br />

Também ajuda esta feira ser bienal,<br />

pois o esforço financeiro é grande,<br />

mas a lotação esgota-se.<br />

VE – Estão representadas na<br />

Feira de Madrid 784 empresas,<br />

através de 562 expositores di-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

A participação portuguesa na 11ª edição da VETECO – Salão Internacional das Janelas, Fachadas, e<br />

Divisórias Envidraçadas, o mais importante evento <strong>do</strong> sector a nível europeu, contou com um conjunto<br />

de sete empresas nacionais que apresentaram o melhor daquilo que se faz em Portugal neste sector.<br />

Organiza<strong>do</strong> pela IFEMA – Feira Internacional de Madrid, a edição deste ano deste evento bienal, que teve<br />

lugar entre 6 e 9 de Maio, ficou, mais uma vez, marcada pelo eleva<strong>do</strong> nível de competitividade desta<br />

indústria, reflecti<strong>do</strong> nas múltiplas inovações e novas áreas de negócio apresentadas.<br />

<strong>do</strong> CTE abrange to<strong>do</strong> o sector da<br />

construção, pretenden<strong>do</strong> assegurar<br />

ao compra<strong>do</strong>r a qualidade da<br />

construção final e funcionar como<br />

um catalisa<strong>do</strong>r para elevar a qualidade<br />

<strong>do</strong>s produtos empregues<br />

quer na construção quer na reabilitação.<br />

Na verdade, a aplicação rigorosa<br />

de princípios, regras e normas<br />

tendentes a fomentar a utilização<br />

racional de energia e a aplicação,<br />

nos edifícios, de novas tecnologias<br />

são fundamentais para diminuir o<br />

consumo de energia a nível global.<br />

Assim, se aspectos como a qualidade<br />

<strong>do</strong> betão e <strong>do</strong>s metais e vidros<br />

utiliza<strong>do</strong>s nas portas e janelas são<br />

importantes, não menos decisivos<br />

são pormenores como as ferragens<br />

que auxiliam ao eficaz isolamento<br />

das divisões, como as simples <strong>do</strong>bradiças<br />

ou os fechos para portas<br />

de correr.<br />

No âmbito da feira, decorreu<br />

também o Fórum de Arquitectura,<br />

encontro nacional espanhol de<br />

arquitectos, profissionais da construção<br />

e empresas ligadas à nova<br />

geração de construção em altura.<br />

Apresenta<strong>do</strong> como a grande novidade<br />

desta edição da feira, este encontro<br />

foi organiza<strong>do</strong> pelo Grupo<br />

A IFEMA – Feira de Madrid acolhe e celebra no seu<br />

espaço mais de 80 certames por ano. Este espaço,<br />

com cerca de 1,3 milhões de metros quadra<strong>do</strong>s, recebe<br />

42 mil expositores e 4,5 milhões de visitantes<br />

por ano. Estes números mostram o porquê de IFEMA<br />

ser considerada líder nacional espanhola e uma referência<br />

para o sector internacional das feiras. Santiago<br />

Quiroga, director da IFEMA, falou com a “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” e explicou-nos o porquê destes valores.<br />

rectos, sen<strong>do</strong> 72 estrangeiros,<br />

<strong>do</strong>s quais 7 são portugueses.<br />

O que origina uma participação<br />

tão elevada de expositores?<br />

SQ – Espanha é o segun<strong>do</strong><br />

maior produtor de janelas da Europa.<br />

Temos muito que mostrar a<br />

nível tecnológico pois de ano para<br />

ano aperfeiçoamo-nos. Somos e<br />

queremos cada vez mais ser competitivos<br />

e para isso temo-nos que<br />

nos “mostrar”.<br />

VE – Em média, ten<strong>do</strong> em<br />

conta anos anteriores, quantos<br />

visitantes passam pela IFEMA?<br />

SQ – Pelo que sabemos, cerca<br />

de 40 mil visitantes, fora os empresários,<br />

mas esperamos que este<br />

número aumente este ano.<br />

VE – Quais os principais objectivos<br />

desta feira VETECO?<br />

SQ – Sobretu<strong>do</strong> a divulgação e a<br />

promoção da qualidade <strong>do</strong> sector<br />

das janelas e impulsionar o sector<br />

da construção.<br />

VE – Qual é o volume de negó-<br />

FErnAnDA SIlVA TEIxEIrA<br />

em Madrid a convite da IFEMA<br />

Via e comissaria<strong>do</strong> pelos arquitectos<br />

Félix Arranz e Carlos Câmara.<br />

Dominique Perault, arquitecto<br />

francês, procedeu à inauguração de<br />

um encontro que possibilitou uma<br />

análise, em perspectiva, a construções<br />

em altura na Argentina, China,<br />

Emira<strong>do</strong>s Árabes Uni<strong>do</strong>s, Holanda<br />

e, em alguns casos particulares, em<br />

Espanha, em Madrid e Barcelona, e<br />

se constituiu como um palco privilegia<strong>do</strong><br />

para a troca de experiências<br />

na concepção e construção de uma<br />

arquitectura verticalizada.<br />

Ainda no âmbito das jornadas da<br />

ASEFAVE e da AENOR (Associação<br />

Espanhola de Normalização e<br />

Certificação), e relacionadas com a<br />

aplicação <strong>do</strong> novo CTE, foram entregues<br />

os VIII Prémios VETECO<br />

ASEFAVE, galardões que visam<br />

estimular a qualidade <strong>do</strong>s produtos<br />

destina<strong>do</strong>s à construção.<br />

Assim, foram atribuí<strong>do</strong>s os prémios<br />

para melhor janela, ao edifício<br />

“114 Habitações VPT” em Fuenlabrada,<br />

Madrid; para a melhor fachada<br />

ligeira, ao “Centro de Artes da<br />

Corunha”; para o melhor projecto de<br />

fim de carreira, ao “Hotel em Quatro<br />

Caminhos”; e para o produto mais<br />

inova<strong>do</strong>r, o produto “Guilhotina”<br />

da empresa Vitrocsa Ibérica.<br />

Santiago Quiroga, director da IFEMA<br />

cios alcança<strong>do</strong>s com esta exposição<br />

por parte <strong>do</strong>s expositores?<br />

SQ – Ao certo, não sabemos,<br />

mas é boa, aqui fazem-se bons contactos,<br />

partilham-se ideias, o que<br />

sabemos é que o número de expositores<br />

não pára de crescer, e quem<br />

expõe uma vez, 97% das vezes regressa<br />

e aumenta o espaço <strong>do</strong> seu<br />

stand, a lista de espera não pára de<br />

crescer.<br />

VE – Projectos futuros para a<br />

IFEMA?<br />

SQ – Sem dúvida que é internacionalizarmo-nos<br />

mais e mais e<br />

crescer em metros quadra<strong>do</strong>s, não<br />

temos espaço, o pedi<strong>do</strong> já foi feito,<br />

agora é aguardar, e apostar em qualidade<br />

e competitividade.<br />

FErnAnDA SIlVA TEIxEIrA,<br />

em Madrid, a convite da IFEMA


Fun<strong>do</strong>s sob gestão aumentaram em 18%<br />

Old Mutual com resulta<strong>do</strong>s positivos<br />

A Old Mutual, grupo financeiro<br />

que integra a Skandia, registou<br />

em 2007 um crescimento<br />

de 18% nos fun<strong>do</strong>s sob gestão<br />

face ao ano de 2006, avalia<strong>do</strong>s<br />

em mais de 350 mil milhões de<br />

euros. No mesmo perío<strong>do</strong> o lucro<br />

operacional ajusta<strong>do</strong> cresceu<br />

11%, para mais de <strong>do</strong>is mil milhões<br />

de euros.<br />

O cash flow líqui<strong>do</strong> de clientes<br />

aumentou 5%, para 29,5 mil<br />

milhões de Euros.<br />

“Em 2007 centrámos a nossa<br />

atenção na gestão das sinergias,<br />

resolven<strong>do</strong> questões mais antigas,<br />

crian<strong>do</strong> e expandin<strong>do</strong> as nossas<br />

capacidades através <strong>do</strong> nosso<br />

portefólio internacional. Estou<br />

satisfeito pelo bom desempenho<br />

que tivemos durante este perío<strong>do</strong><br />

de investimento, apesar das dificuldades.<br />

Particularmente satisfatório<br />

foi o registo continua<strong>do</strong><br />

de um excelente desempenho<br />

de investimento, que estimulou<br />

o crescimento na liquidez <strong>do</strong>s<br />

clientes e, ultimamente, <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s<br />

sob gestão”, afirma Jim Sutcliffe,<br />

presidente da Comissão<br />

Executiva da Old Mutual<br />

Os fun<strong>do</strong>s sob gestão cresceram<br />

especialmente nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s (61%), segui<strong>do</strong>s da<br />

Europa (22%), África <strong>do</strong> Sul<br />

(15%) e resto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (2%)<br />

para um total de 350 mil mi-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 pme 17<br />

José Pereira Dias, director-geral da Skandia Link em Portugal.<br />

lhões de euros. O valor sob gestão<br />

<strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s de investimento<br />

portugueses é de 61,126 mil milhões<br />

de euros.<br />

Para os resulta<strong>do</strong>s na Europa<br />

muito contribuiu a Skandia, a<br />

segura<strong>do</strong>ra sueca adquirida em<br />

2006 e que é a opera<strong>do</strong>ra europeia<br />

da Old Mutual. Com a<br />

Skandia, a Old Mutual alargou<br />

a sua presença na Europa e adquiriu<br />

potencial para desen-<br />

volver um franchise forte. O<br />

modelo de negócio da Skandia<br />

está centra<strong>do</strong> em três elementos<br />

principais: gestão de distribuição,<br />

produtos e investimentos,<br />

em três áreas geográficas – Reino<br />

Uni<strong>do</strong> e Offshore, Europa e<br />

América Latina, Nórdicos.<br />

Juntos, a Old Mutual e a<br />

Skandia formaram uma combinação<br />

no merca<strong>do</strong> de poupanças<br />

da Europa, através de redes<br />

Jim Sutcliffe, presidente da Comissão Executiva da Old Mutual.<br />

de distribuição, lideran<strong>do</strong> em<br />

produtos e optimizan<strong>do</strong> sistemas<br />

e serviços. O grupo é financeiramente<br />

robusto, com forte<br />

potencial de crescimento e risco<br />

dissemina<strong>do</strong>.<br />

Desde 1 de Janeiro de 2008,<br />

as operações da Skandia em Portugal,<br />

Espanha e França fundiram-se<br />

na Skandia Link.<br />

A Old Mutual opera em 33<br />

países de quatro continentes.<br />

Conferência CCDR-LVT<br />

e Ordem <strong>do</strong>s Economistas<br />

Regiões <strong>devem</strong><br />

a<strong>do</strong>ptar a inovação<br />

Os modelos das regiões <strong>do</strong> século<br />

XXI pouco ou nada <strong>devem</strong> ter a ver<br />

com os paradigmas vigentes durante as<br />

últimas décadas. Esta é uma das principais<br />

conclusões da investiga<strong>do</strong>ra basca,<br />

Elvira Uyarra, que falou recentemente<br />

sobre Desenvolvimento e Inovação<br />

Tecnológica, na terceira conferência <strong>do</strong><br />

Ciclo “Desenvolvimento Regional em<br />

Contexto de Globalização”, organiza<strong>do</strong><br />

pela CCDR-LVT e pela Ordem <strong>do</strong>s<br />

Economistas.<br />

Elvira identifica a Estratégia de Lisboa<br />

como um marco importante no<br />

reforço e na dinamização das regiões<br />

enquanto actores <strong>do</strong> sistema internacional.<br />

Outros <strong>do</strong>s grandes desafios para as<br />

regiões está relaciona<strong>do</strong> com o processo<br />

de globalização e com a forma de<br />

como aquelas acompanham a competitividade<br />

à escala internacional.<br />

Assim, Uyarra considera que as regiões<br />

<strong>devem</strong> ser cada vez mais actores<br />

relevantes e estratégicos no sistema<br />

internacional.<br />

Para isso acontecer, as administrações<br />

regionais têm que optar, entre outras<br />

coisas, por políticas de inovação. No<br />

entanto, este é um exercício que está<br />

cada vez mais complexo e que, para<br />

ser eficaz, tem de conjugar da melhor<br />

forma diferentes vectores, tais como o<br />

território, os serviços administrativos,<br />

as redes de inovação e as instituições.<br />

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18<br />

PME<br />

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS<br />

INVESTIMENTO DE MICRO-<br />

-EMPRESA COMERCIAL<br />

Somos sócios-gerentes de uma empresa comercial, com<br />

5 trabalha<strong>do</strong>res, que se dedica à venda de gás de garrafa<br />

há cerca de 2 anos e está situada no distrito de Braga. Presentemente,<br />

encontramo-nos a desenvolver uma actividade<br />

secundária de instalação de redes de gás.<br />

Para modernizar a empresa necessitamos de investir 220<br />

000J, sen<strong>do</strong> 120 000J na área comercial e 100 000J na<br />

área da instalação de gás.<br />

Podemos candidatar-nos ao QREN?<br />

RESPOSTA<br />

O QREN apoia projectos na área comercial (CAE Rev. 2-<br />

50,51 e 52), mas não apoia projectos na área da instalação<br />

de gás (construção civil, CAE Rev. 2- 45).<br />

Assim, só poderão candidatar ao QREN o investimento<br />

referente à área comercial. Se houver investimentos corpóreos,<br />

só poderão concorrer ao Sistema de Incentivos à Inovação.<br />

No entanto, entre outras condições de acesso, a despesa<br />

elegível mínima exigida é de 150 000J, pelo que o projecto<br />

comercial também fi ca excluí<strong>do</strong> <strong>do</strong> QREN.<br />

Porém, em 15/5/2008, foi publica<strong>do</strong> um despacho que<br />

abre a 3ª fase de candidaturas ao MODCOM (Sistema de<br />

Incentivos a Projectos de Modernização <strong>do</strong> Comércio) por<br />

45 dias úteis, ou seja, de 15/5 a 18/7/2008.<br />

Podem-se candidatar micro e pequenas comerciais (CAE<br />

45, 46 e 47 da Rev. 3) à Acção A – Projectos autónomos de<br />

modernização comercial, Tipologia b) Projectos individuais<br />

de empresas comerciais que visem aumentar a competitividade<br />

empresarial.<br />

São consideradas as seguintes despesas elegíveis:<br />

• Realização de obras na fachada ou no interior;<br />

• Aquisição ou alteração de tol<strong>do</strong>s e reclamos exteriores;<br />

• Aquisição de equipamentos de exposição;<br />

• Aquisição de máquinas e equipamentos, incluin<strong>do</strong><br />

hardware e software;<br />

• Acções de marketing no ponto de venda;<br />

• Elaboração de estu<strong>do</strong>s e projectos;<br />

• Intervenção de TOC ou ROC.<br />

Não são comparticipadas as seguintes despesas: construção<br />

ou aquisição de instalações; terrenos; trespasses; equipamentos<br />

em esta<strong>do</strong> de uso; veículos automóveis; mobiliário;<br />

publicidade; custos internos; fun<strong>do</strong> de maneio e IVA.<br />

As condições de acesso <strong>do</strong> promotor e <strong>do</strong> projecto são<br />

as normais, sen<strong>do</strong> de realçar as seguintes:<br />

- Autonomia fi nanceira pré-projecto de 0,20;<br />

- Financiamento <strong>do</strong> projecto por capitais próprios -<br />

20%;<br />

- Prazo de execução <strong>do</strong> investimento – 12 meses;<br />

- Investimento elegível mínimo de 15 000J.<br />

O incentivo fi nanceiro a conceder assume a natureza<br />

de incentivo não reembolsável, correspondente a 35% das<br />

despesas elegíveis, não poden<strong>do</strong> ultrapassar o total de 35<br />

000J por projecto, haven<strong>do</strong> alguns limites máximos por<br />

rubrica.<br />

Os projectos serão avalia<strong>do</strong>s com base nos seguintes<br />

critérios: grau de abrangência <strong>do</strong> projecto; criação de postos<br />

de trabalho e rentabilidade bruta das vendas no ano anterior<br />

à candidatura.<br />

Finalmente, a <strong>do</strong>tação orçamental para a 3ª fase <strong>do</strong> MOD-<br />

COM é de 20 000 000J, caben<strong>do</strong> ao Norte 5 900 000 J.<br />

Colaboração:<br />

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A Fluxograma, fornece<strong>do</strong>ra de<br />

mobiliário de escritório, quer reforçar<br />

a sua presença no merca<strong>do</strong><br />

angolano, onde tem opera<strong>do</strong><br />

nos últimos oito anos a partir de<br />

Portugal, acreditan<strong>do</strong> que chegou<br />

a altura de ter a sua própria<br />

loja em Luanda.<br />

Uma parceria local e recursos<br />

humanos igualmente locais são a<br />

estratégia para o sucesso <strong>do</strong> negócio.<br />

“Sentimos que o merca<strong>do</strong><br />

angolano quer trabalhar cada<br />

vez mais com empresas que tenham<br />

uma presença local e nós<br />

já deveríamos ter aberto esta loja<br />

antes”, reconhece Marta Correia,<br />

presidente <strong>do</strong> conselho de<br />

administração da Fluxograma.<br />

“Já perdemos certamente alguns<br />

negócios por não termos um espaço<br />

próprio em Angola, mas sabemos<br />

que o merca<strong>do</strong> angolano<br />

tem um risco eleva<strong>do</strong> e queremos<br />

estar lá presentes com confi ança,<br />

por isso vamos abrir esta loja só<br />

agora, com grande segurança”,<br />

acrescenta Marta Correia.<br />

Os negócios da Fluxograma<br />

com o merca<strong>do</strong> angolano começaram<br />

logo no fi nal de 1999.<br />

A empresa foi responsável pela<br />

imagem das agências de uma<br />

segura<strong>do</strong>ra local, a quem entregaram<br />

o projecto chave-na-mão,<br />

que incluía a imagem das agências,<br />

o mobiliário e a divisão <strong>do</strong>s<br />

espaços.<br />

Seguiram-se outros trabalha<strong>do</strong>s<br />

consegui<strong>do</strong>s através de contactos<br />

estabeleci<strong>do</strong>s em Portugal,<br />

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sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Fluxograma<br />

abre portas<br />

em Angola<br />

A Fluxograma vai abrir a primeira loja em<br />

Angola, depois de oito anos de negócios<br />

manti<strong>do</strong>s naquele merca<strong>do</strong> a partir<br />

de Lisboa. As exportações para África<br />

representam já 25% da facturação da<br />

Fluxograma e o seu peso deverá duplicar até<br />

ao fi m de 2009.<br />

A Fluxograma está a ultimar os preparativos<br />

para abrir ainda este mês o seu primeiro<br />

espaço físico em Angola.<br />

muitos deles com empresas portuguesas<br />

que também davam os<br />

primeiros passos em Angola.<br />

Aposta em projectos<br />

integra<strong>do</strong>s<br />

Escritórios, restauração e hotelaria<br />

constituem os segmentosalvo<br />

deste investimento. “Queremos<br />

entrar lá com projectos<br />

integra<strong>do</strong>s. Não funcionamos<br />

com stocks. Não queremos vender<br />

as secretárias e as cadeiras nas<br />

lojas. Como há muita construção<br />

em curso e em planeamento,<br />

temos de entrar nos projectos na<br />

altura certa.<br />

Nos hotéis, por exemplo, estamos<br />

aptos a fazer tu<strong>do</strong> o que há<br />

lá dentro, desde os quartos aos<br />

escritórios, ao bar e ao restaurante”,<br />

explicita Marta Correia.<br />

É aqui que o estabelecimento de<br />

parcerias com empresas locais se<br />

torna crucial, assegura a mesma<br />

responsável. “O parceiro local<br />

conhece melhor o merca<strong>do</strong>, tem<br />

os seus contactos, os seus conhecimentos<br />

e é, sem dúvida, uma<br />

grande ajuda”, constata. “Esperamos<br />

conseguir fazer mais prospecção<br />

de negócios localmente<br />

com a loja aberta, até porque<br />

vamos também investir mais na<br />

divulgação da marca”, assegura<br />

a responsável máxima da Fluxograma,<br />

que aposta em grande<br />

nas exportações para potenciar<br />

o negócio. “Quan<strong>do</strong> em Portugal<br />

o crescimento não tem si<strong>do</strong><br />

muito signifi cativo, Angola tem<br />

si<strong>do</strong> a hipótese de crescermos e<br />

evoluirmos, acompanhan<strong>do</strong> o<br />

crescimento <strong>do</strong> próprio merca<strong>do</strong><br />

angolano”, refere Marta Correia.<br />

As vendas para Angola representam<br />

já 15% da facturação da<br />

Fluxograma, a que se juntam<br />

10% provenientes de Moçambique.<br />

São estes 25% da facturação<br />

oriunda de África que Marta<br />

Correia quer ver duplicar até ao<br />

fi nal <strong>do</strong> próximo ano. “Angola<br />

e Moçambique deverão passar a<br />

representar 50% da nossa facturação<br />

até ao fi nal de 2009”, confi<br />

rma.<br />

Em Moçambique, a Fluxograma<br />

abriu portas já no ano<br />

passa<strong>do</strong>, com 500 metros quadra<strong>do</strong>s<br />

de exposição no centro<br />

de Maputo. “Entrámos no merca<strong>do</strong><br />

moçambicano antes de se<br />

começar a falar tanto dele, mas<br />

surgiu a possibilidade de estabelecer<br />

uma sociedade com uma<br />

empresa local de decoração e<br />

começámos logo a produzir projectos<br />

chave-na-mão”, recorda<br />

a presidente da empresa. Agora<br />

segue-se a exploração de novos<br />

negócios nas províncias moçambicanas.<br />

“Queremos reforçar a<br />

nossa presença em Moçambique<br />

através da revenda ou através de<br />

loja que queiram ter produtos<br />

exclusivos da Fluxograma”, revela<br />

Marta Correia.<br />

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<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Considera que as autarquias podem<br />

contribuir mais para o crescimento <strong>do</strong> país?<br />

Fernan<strong>do</strong> Ruas – As autarquias têm democratiza<strong>do</strong> o<br />

investimento. Se não fosse o investimento pela via das autarquias,<br />

havia zonas <strong>do</strong> país que tinham uma ausência<br />

total de investimento. O PIDDAC, anualmente, deixa de<br />

fora mais de metade <strong>do</strong>s municípios. Mas são as autarquias<br />

que dão investimento a todas as partes <strong>do</strong> país. Temos<br />

consciência que houve algum replica<strong>do</strong> <strong>do</strong>s investimentos,<br />

que se explica pela forma como estavam definidas<br />

as orientações <strong>do</strong>s quadros comunitários.<br />

Temos apenas 12% da despesa pública e somos responsáveis<br />

por cerca de 55% <strong>do</strong> investimento público, o que<br />

significa que nas autarquias o investimento é reprodutivo.<br />

Quan<strong>do</strong> se diz que as autarquias aumentam as suas<br />

despesas com pessoal, eu digo ainda bem. É sinal que<br />

se puseram os equipamentos à disposição <strong>do</strong>s munícipes.<br />

Uma boa parte das infra-estruturas estão concluídas,<br />

aquilo que urge fazer é a sua manutenção. Diria que temos<br />

um importante papel social. Os representantes <strong>do</strong><br />

poder local <strong>devem</strong> aproveitar esta cultura de proximidade<br />

para fazerem melhor.<br />

VE – Se as autarquias tiverem competências<br />

acrescidas, não são necessárias outras alterações<br />

de fun<strong>do</strong>, nomeadamente a regionalização?<br />

FR – Sou um adepto da regionalização e não acho que<br />

as coisas sejam incompatíveis. Pode-se regionalizar e ao<br />

mesmo tempo ir transferin<strong>do</strong> competências para as autarquias.<br />

Infelizmente, vemos as coisas cada vez<br />

mais centralizadas. Um exemplo disso é o<br />

QREN.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 ASSOCIATIVISMO<br />

19<br />

“Estamos em desacor<strong>do</strong> com o cálculo <strong>do</strong> valor patrimonial”, afirma<br />

Fernan<strong>do</strong> Ruas.<br />

VE – Discorda <strong>do</strong> quadro legal que<br />

está a ser monta<strong>do</strong> à volta <strong>do</strong> QREN?<br />

FR – Os municípios foram conquistan<strong>do</strong><br />

espaço. Mas o <strong>do</strong>cumento é altamente<br />

centralista e temo-nos confronta<strong>do</strong> com<br />

esse aspecto negativo. Há um retrocesso<br />

no papel <strong>do</strong>s municípios que foram os<br />

principais executores <strong>do</strong>s quadros comunitários de apoio.<br />

Aliás, na primeira versão nem havia a palavra município.<br />

Fizemos um trabalho longo de pressão e conseguimos ter<br />

VE – Acha que os municípios podem contribuir<br />

para a redução e racionalização <strong>do</strong> número de<br />

funcionários públicos?<br />

FR – É natural que a administração central, que tem<br />

um sistema consolida<strong>do</strong>, possa diminuir os seus funcionários,<br />

informatizan<strong>do</strong> os serviços, por exemplo. Mas<br />

os municípios estão a ter cada vez mais infra-estruturas.<br />

Não se pode ver o problema da mesma forma, em relação<br />

à administração central, que pode reduzir, aumentan<strong>do</strong> a<br />

eficiência da máquina, e os municípios, que vão abrin<strong>do</strong><br />

novos equipamentos. Desde que estou em Viseu abrimos<br />

o Multiusos, um centro cultural, novos campos desportivos,<br />

a biblioteca. Logo é preciso ter mais pessoas.<br />

VE – É verdade que os municípios têm agrava<strong>do</strong><br />

a dívida pública?<br />

O endividamento<br />

das autarquias<br />

está perfeitamente<br />

controla<strong>do</strong><br />

Fernan<strong>do</strong> Ruas, presidente da ANMP, considera<br />

IMI sobrevaloriza os imóveis<br />

e agrava imposto<br />

Os critérios de fixação <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s imóveis segui<strong>do</strong>s pelo IMI não estão correctos<br />

– afirma Fernan<strong>do</strong> Ruas. “Por vezes, o valor fiscal ultrapassa o valor de merca<strong>do</strong><br />

e o preço que foi efectivamente pago, agravan<strong>do</strong> o valor <strong>do</strong> imposto” – explica o<br />

presidente da Associação Nacional <strong>do</strong>s <strong>Municípios</strong> Portugueses em entrevista à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”.<br />

Apesar de os municípios serem os beneficiários <strong>do</strong> IMI, os coeficientes de localização<br />

foram estabeleci<strong>do</strong>s pela administração central sem ter em conta o parecer <strong>do</strong>s<br />

representantes <strong>do</strong> poder local.<br />

Fernan<strong>do</strong> Ruas também receia que o aumento <strong>do</strong>s impostos municipais não se<br />

traduza em aumento equivalente das receitas das autarquias. A Administração<br />

Fiscal não presta contas nem faculta informação aos municípios. O único termo de<br />

comparação é a receita <strong>do</strong>s anos anteriores. No caso concreto <strong>do</strong> concelho de Viseu,<br />

as receitas de derrama estão ao nível de 2001, apesar <strong>do</strong> aumento verifica<strong>do</strong> nas<br />

cobranças de IRC.<br />

alguns representantes, mas a situação ainda não está de<br />

mo<strong>do</strong> agradar-nos. As decisões podiam ser mais descentralizadas.<br />

VE – Houve mudanças significativas na <strong>tributação</strong><br />

<strong>do</strong> património e na <strong>tributação</strong> <strong>do</strong>s automóveis,<br />

que são receitas camarárias. O aumento destes<br />

impostos assegura um melhor financiamento das<br />

autarquias?<br />

FR – Sou um forte crítico da forma<br />

como está a ser executada a <strong>tributação</strong><br />

<strong>do</strong> património. Recebemos um imposto<br />

local mas as autarquias têm muito pouco<br />

poder de decisão nesse <strong>do</strong>mínio. No<br />

cálculo de valor <strong>do</strong> imposto há duas variáveis<br />

importantes: o valor patrimonial<br />

que é calcula<strong>do</strong> por uma fórmula que a<br />

administração central decidiu e os chama<strong>do</strong>s<br />

coeficientes de localização. Se é<br />

um imposto local, os municípios deviam<br />

ter um grau de autonomia muito maior<br />

na sua determinação. Esses coeficientes<br />

foram estabeleci<strong>do</strong>s por técnicos nomea<strong>do</strong>s pela Administração<br />

Central sem qualquer parecer ou envolvimento<br />

<strong>do</strong>s municípios.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, ninguém entende o cálculo <strong>do</strong> valor<br />

patrimonial. É uma fórmula estática. Estamos em desacor<strong>do</strong><br />

sobre a forma como este valor é calcula<strong>do</strong>. Tenho<br />

exemplos de imóveis cujo valor fiscal é superior ao preço<br />

pago na realidade. Eu comprovo mas não<br />

tenho forma de corrigir esta situação.<br />

A não ser, como dizem alguns teóricos,<br />

baixan<strong>do</strong> a taxa. Mas isso não é a resposta.<br />

Seria corrigir um mal com outro<br />

mal. A Administração Fiscal devia ter<br />

mais cuida<strong>do</strong> na forma como avalia o<br />

valor patrimonial. Nós não queremos subidas<br />

a qualquer preço. Queremos pôr a<br />

administração local ao serviço <strong>do</strong> planeamento<br />

e não conseguimos. As autarquias<br />

deveriam ter autonomia para fazer a avaliação<br />

concreta <strong>do</strong>s prédios, assim como para determinar<br />

os coeficientes de localização. Se eu acho que determinada<br />

zona é mais importante <strong>do</strong> que outra, devo ajustar o coefi-<br />

FR – Agora está perfeitamente defini<strong>do</strong> onde é que<br />

os municípios podem contrair endividamento. O nosso<br />

problema é outro. Achamos que há limites ao endividamento<br />

que não têm nenhuma razão de ser. O endividamento<br />

das autarquias está perfeitamente<br />

controla<strong>do</strong>.<br />

VE – Está de acor<strong>do</strong> em concentrar<br />

um volume tão grande<br />

de investimento no TGV e no<br />

aeroporto de Lisboa?<br />

FR – Ninguém tira legitimidade<br />

ao Governo de poder fazer esses<br />

investimentos. Mas gostaria de um<br />

país mais equilibra<strong>do</strong>, com investimentos<br />

mais distribuí<strong>do</strong>s. Aquilo<br />

As autarquias<br />

deveriam ter<br />

autonomia para<br />

fazer a avaliação<br />

concreta <strong>do</strong>s<br />

prédios<br />

INVESTIMENTO PÚBLICO DEVERIA SER MAIS EQUILIBRADO<br />

ciente de localização. Pelo menos, as propostas das autarquias<br />

deveriam ser aceites pela Administração Fiscal.<br />

VE – Com o aumento <strong>do</strong>s impostos municipais,<br />

as autarquias dispõem de melhores condições de<br />

financiamento?<br />

FR – Não há garantia que o aumento <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s impostos<br />

pagos pelas pessoas corresponda a um aumento<br />

equivalente das receitas das autarquias.<br />

Não temos nenhuma capacidade de con-<br />

trolo <strong>do</strong>s nossos impostos. As autarquias<br />

recebem aquilo que a administração central<br />

lhes manda. Não há qualquer informação.<br />

O único termo de comparação<br />

é a receita obtida nos anos anteriores.<br />

No caso da derrama, as receitas actuais<br />

<strong>do</strong> concelho de Viseu estão ao nível de<br />

2001.<br />

Como não existe esse controlo, acho<br />

que é altura de os municípios <strong>assumir</strong>em<br />

essa responsabilidade, passan<strong>do</strong> a cobrar<br />

directamente os impostos municipais.<br />

VE – A cobrança de impostos está dentro das<br />

competências que estão previstas transferir para as<br />

autarquias?<br />

FR – Há quatro áreas fundamentais: a educação, a acção<br />

social, a saúde e o ambiente e ordenamento território.<br />

VE – Com essas transferências, há condições para<br />

haver mais contribuição <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong> nos serviços<br />

presta<strong>do</strong>s pela administração local?<br />

FR - Acho que pode haver. Por exemplo, na educação,<br />

as autarquias chamam para si uma grande responsabilidade,<br />

assumin<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o pessoal não <strong>do</strong>cente <strong>do</strong>s estabelecimentos<br />

de ensino. No caso concreto de Viseu, vai representar<br />

cerca de 400 funcionários, ou seja, um acréscimo<br />

de 40% no quadro de pessoal da câmara. Mas isso não<br />

deve ser impeditivo de fazermos o que é o melhor para as<br />

populações. Neste momento, em Lisboa, alguém sabe o<br />

que se passa numa escola <strong>do</strong> interior?<br />

Se pela via da descentralização de competências eu<br />

achar que a minha população é beneficiada, não hesito<br />

em dizer que sim.<br />

que se gastou em estu<strong>do</strong>s para o aeroporto se calhar é<br />

tanto como vão ter os municípios da Região Centro no<br />

sector estratégico. Claro que isto gera mais desequilíbrios<br />

e assimetrias.


20<br />

NeGóCios & empresas<br />

Rui Baleiras, secretário de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Desenvolvimento Regional, fala desta meta como um compromisso político<br />

PME vão receber 60%<br />

<strong>do</strong>s incentivos directos às empresas<br />

O QREN beneficia, sobretu<strong>do</strong>, as grandes<br />

empresas, uma crítica que é, muitas vezes,<br />

apresentada pelas PME.<br />

Rui Baleiras, secretário de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Desenvolvimento Regional, em entrevista<br />

à VE, diz que esta observação tem alguma<br />

justiça e, por contraponto, fala de um<br />

compromisso político. Este é muito claro:<br />

no decorrer deste quadro comunitário,<br />

60% <strong>do</strong>s incentivos directos às empresas<br />

vão ter um final: as pequenas e médias empresas.<br />

Mas é caso para dizer que as prioridades<br />

<strong>do</strong> Governo não ficam por aqui. Os nossos<br />

responsáveis políticos querem ver as empresas,<br />

instituições de investigação e desenvolvimento<br />

e serviços da administração a cooperarem<br />

mais entre si. Para tal criaram as chamadas<br />

estratégias de eficiência colectiva.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Recentemente, em<br />

Braga, referiu que 60% <strong>do</strong> investimento<br />

global será canaliza<strong>do</strong> para a valorização<br />

das PME. Isto faz parte <strong>do</strong> tal envelope<br />

que já referiu, nesta entrevista,<br />

e que visa estabelecer uma ponte entre<br />

este tipo de empresas e os centros de<br />

conhecimento?<br />

Rui Baleiras – Esse é um <strong>do</strong>s instrumentos<br />

para cumprir esse objectivo.<br />

VE – É que, muitas vezes, as PME<br />

queixam-se <strong>do</strong> facto de o QREN, e isto<br />

também se estende aos anteriores quadros<br />

comunitários, apenas apoiar as<br />

grandes empresas. O que tem a dizer<br />

sobre isso?<br />

RB – Deixe-me dizer que há alguma justiça<br />

nessas observações, sen<strong>do</strong> que a orientação<br />

política que existe vai no senti<strong>do</strong> da<br />

sua inversão. De qualquer forma, olhemos<br />

para aquilo que está para trás, tomemos<br />

como referência o Programa de Incentivos<br />

à Modernização da Economia (PRIME).<br />

Ora, o PRIME no QCA III canalizou,<br />

apenas, cerca de 50% <strong>do</strong>s recursos comunitários<br />

para as PME.<br />

Nós escrevemos e, isso está escrito, nos<br />

Programas Operacionais Factores de Competitividade,<br />

PO Regionais, que existe o<br />

seguinte objectivo: o de, ao longo deste<br />

quadro e até o final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de aprovações,<br />

em 2013, canalizar para as PME,<br />

pelo menos, 60% <strong>do</strong>s incentivos directos<br />

a empresas. E isso é um compromisso político<br />

que está escrito e é para cumprir. E<br />

é uma diferença significativa — são, pelo<br />

menos, mais 20%.<br />

Governo quer fomentar<br />

a cooperação através<br />

das estratégias<br />

de eficiência colectiva<br />

VE – O objectivo será modernizá-las<br />

ou também potenciar o aumento da sua<br />

dimensão, até porque, deste mo<strong>do</strong>, seria<br />

mais fácil a este tipo de empresas<br />

a sua internacionalização? Isto faz senti<strong>do</strong>?<br />

RB – Faz senti<strong>do</strong> nós procurarmos ultrapassar<br />

as limitações que a dimensão da<br />

nossa economia coloca à competição no<br />

plano global.<br />

A economia portuguesa tem a dimensão<br />

que tem, nunca terá a dimensão da eco-<br />

nomia alemã ou da norte-americana. Mas,<br />

agora, economias de uma dimensão idêntica<br />

à nossa, com por exemplo, a belga ou holandesa,<br />

terão que ser inteligentes e procurar<br />

soluções institucionais que repliquem os<br />

resulta<strong>do</strong>s, em termos de massa crítica, que<br />

as economias grandes conseguem de forma<br />

natural. Como é que deve ser feito?<br />

Através da cooperação. Nós, portugueses,<br />

temos um grande defeito colectivo,<br />

o egoísmo, não cooperamos. É assim no<br />

mun<strong>do</strong> empresarial, é assim no mun<strong>do</strong><br />

público, é assim nas organizações, é assim<br />

na sociedade. Agora não nos podemos<br />

conformar com esta realidade. O<br />

Esta<strong>do</strong>, as autoridades nacionais que se<br />

conformarem com este defeito colectivo<br />

não estão a cumprir as suas obrigações<br />

sociais. Razão pela qual procurámos, no<br />

âmbito <strong>do</strong> QREN, criar um conjunto de<br />

mecanismos que sejam capazes de incitar<br />

à mudança de comportamento por parte<br />

<strong>do</strong>s actores <strong>do</strong> desenvolvimento, nomeadamente<br />

as empresas.<br />

E é por isso que vamos<br />

criar um conjunto de estímulos<br />

às chamadas estratégias<br />

de eficiência colectiva.<br />

Estas são iniciativas das empresas,<br />

das instituições de<br />

investigação e desenvolvimento,<br />

alguns casos também<br />

de municípios e serviços da<br />

administração, os quais decidem,<br />

em conjunto, provar<br />

que o to<strong>do</strong> vale mais <strong>do</strong> que<br />

a soma das partes. Estamos, na verdade, a<br />

falar de organizações que, ancoradas num<br />

projecto estratégico comum que as une,<br />

procuram desenvolver projectos de investimento,<br />

mas de forma integrada. O retorno<br />

priva<strong>do</strong> para o promotor e o retorno para<br />

a sociedade…<br />

VE – Isso enquadra<strong>do</strong> em que sistema<br />

de incentivos?<br />

RB – Já vou explicar. O retorno, como<br />

estava a dizer, deverá ser maior, na medida<br />

em que estamos perante um investimento<br />

individual que faz parte de um casco, de<br />

outros projectos que o complementam.<br />

Há assim um retorno público, um retorno<br />

social e também priva<strong>do</strong> desse projecto<br />

individual.<br />

Posto isto, devo dizer que o QREN vai<br />

estimular quatro tipo de estratégias de efi-<br />

“Em relação a este programa, não é ainda tempo para falar em atrasos no reembolso de despesas”, revela Rui Baleiras, secretário de<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Desenvolvimento Regional, a respeito <strong>do</strong> PO Temático Potencial Humano.<br />

ciência colectiva: os pólos de competitividade<br />

e tecnologia, os “clusters”, as acções<br />

de reabilitação e desenvolvimento urbano<br />

e ainda o programa de valorização económica<br />

de recursos endógenos. Este último<br />

vira<strong>do</strong> para o fomento da competitividade<br />

em espaços de baixa densidade populacional<br />

e baixa densidade económica.<br />

Trata-se de um desafio extremamente<br />

ambicioso e que, por isso, beneficiará de<br />

apoios de to<strong>do</strong>s os programas operacionais<br />

e não apenas <strong>do</strong> FEDER. E também<br />

de to<strong>do</strong>s os fun<strong>do</strong>s estruturais, como é o<br />

caso <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Social Europeu (FSE) e,<br />

nos casos em que fizer senti<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong><br />

nos territórios de baixa densidade, o Fun<strong>do</strong><br />

Europeu de Desenvolvimento Rural<br />

(FEADER), sen<strong>do</strong> também importante o<br />

Fun<strong>do</strong> Europeu das Pescas.<br />

VE – Em relação ao Programa Operacional<br />

Temático Potencial Humano,<br />

fala-se também de atrasos, com os promotores<br />

a queixaram-se de estarem a<br />

passar por dificuldades<br />

“Vamos criar<br />

um conjunto<br />

de estímulos<br />

às chamadas<br />

estratégias de<br />

eficiência colectiva”<br />

por não receberem as<br />

verbas que lhes são<br />

destinadas. Que comentários<br />

tem a fazer<br />

sobre o assunto?<br />

RB – Vamos lá ver:<br />

em relação a este programa,<br />

não é ainda tempo<br />

para falar em atrasos no<br />

reembolso de despesas.<br />

Poderá estar a falar de<br />

algumas situações que terão ocorri<strong>do</strong> ainda<br />

com candidaturas apoiadas pelo QCA<br />

III e no âmbito da área da formação profissional.<br />

Para que uma despesa seja reembolsada<br />

por parte <strong>do</strong> programa operacional é necessário<br />

que ela, digamos, esteja, regular. O<br />

que acontece muitas vezes é que há necessidade<br />

de o promotor fazer demonstração<br />

de que a acção de formação decorreu de<br />

acor<strong>do</strong> com o que foi apresenta<strong>do</strong> na candidatura.<br />

Acontece, porém, que, por vezes,<br />

há alterações e há necessidade de troca de<br />

contactos entre a autoridade de gestão <strong>do</strong><br />

PO relevante e o promotor. E isso pode<br />

originar uma maior demora no processamento<br />

das verbas. Agora não há nenhuma<br />

insuficiência financeira por parte <strong>do</strong>s programas<br />

operacionais <strong>do</strong> QCA III que impeça<br />

o pagamento aos promotores.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Norte e Centro <strong>do</strong> país<br />

com o maior número<br />

de projectos aprova<strong>do</strong>s<br />

VE – Há alguma região que se destaque<br />

pelo número de candidaturas?<br />

RB – Cingin<strong>do</strong> esta análise, unicamente,<br />

às candidaturas de empresas e associações<br />

empresariais com projecção regional, eu diria<br />

que o número de projectos selecciona<strong>do</strong>s,<br />

ou seja, que estão aprova<strong>do</strong>s, representam,<br />

no Norte, 37% <strong>do</strong> total nacional. O<br />

Centro surge com 43%, Lisboa com 2%, o<br />

Alentejo com 10% e o Algarve com 2%.<br />

VE – O Norte e o Centro são, por isso,<br />

os protagonistas?<br />

RB – O Norte e o Centro têm a fatia de<br />

leão, exactamente, no que diz respeito ao<br />

número de projectos aprova<strong>do</strong>s.<br />

VE – Que factores é que têm conduzi<strong>do</strong><br />

à não aprovação <strong>do</strong>s projectos nesta<br />

primeira fase de abertura <strong>do</strong>s concursos?<br />

O que é que fica de fora?<br />

RB – Numa primeira fase, as autoridades<br />

de gestão analisam a elegibilidade da<br />

despesa e há alguns projectos, digamos,<br />

que não chegam sequer a ser avalia<strong>do</strong>s de<br />

acor<strong>do</strong> com os critérios de selecção, porque<br />

não são elegíveis. Os promotores querem<br />

realizar um projecto de investimento que<br />

não se encaixa nas regras <strong>do</strong> QREN. Não<br />

estamos a falar da maioria, mas sim de 5%,<br />

10%, 15% das candidaturas que recebemos<br />

nestes primeiros concursos.<br />

Depois, a grande maioria, é, como disse,<br />

avaliada de acor<strong>do</strong> com os critérios que são<br />

públicos. Estes, como já se sabe, não são os<br />

mesmos para todas as tipologias, variam.<br />

Posto isto, os projectos recebem uma classificação<br />

a que se segue uma avaliação de<br />

mérito absoluto. O que é que isto significa?<br />

Esta avaliação determina que não vão ser<br />

apoia<strong>do</strong>s, mesmo que existam verbas <strong>do</strong><br />

FEDER disponíveis para o efeito, aqueles<br />

que receberem uma nota igual ou inferior<br />

a <strong>do</strong>is pontos.<br />

Algo que define, desde logo, uma exclusão.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, só os projectos com nota<br />

superior a <strong>do</strong>is é que serão ordena<strong>do</strong>s por<br />

ordem decrescente, e isto, como referi, para<br />

efeitos da avaliação <strong>do</strong> mérito relativo.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica


O novo quadro comunitário aparece com um ano de atraso, o que<br />

dificultou o investimento agrícola, lamenta Paul Dolleman.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Têm surgi<strong>do</strong> muitas queixas<br />

quanto à pressão que é exercida sobre os produtores<br />

agrícolas por parte das cadeias de distribuição.<br />

Há solução para inverter este esta<strong>do</strong> de<br />

coisas?<br />

Paul Dolleman – De facto, verifica-se essa tendência.<br />

No entanto, existem formas de contornar<br />

ou minimizar o seu impacto, que<br />

passa pela formação de associações que<br />

representam um conjunto de produtores<br />

segmenta<strong>do</strong>s por culturas ou regiões. O<br />

papel das associações pode ser significativo<br />

na conquista de melhores condições de<br />

negociação junto das cadeias de distribuição,<br />

conseguin<strong>do</strong>, através de uma oferta<br />

alargada, conquistar contrapartidas que os<br />

produtores isoladamente não serão capazes<br />

de atingir.<br />

VE – Considera que o poder político tem conduzi<strong>do</strong><br />

uma estratégia adequada para a actividade<br />

agrícola?<br />

PD – Na realidade, não existe uma política agrícola<br />

nacional, mas uma política agrícola comum europeia.<br />

Foi, finalmente, posto em vigor o novo quadro comunitário,<br />

o qual surge com um atraso de um ano, o que<br />

dificultou o investimento. Todavia, apresenta medidas<br />

que beneficiam certos sectores, como o da horticultura,<br />

e incentivam boas práticas agrícolas. As medidas promovem<br />

fileiras estratégicas e a integração de processos<br />

verticais de produção, o que é benéfico para a produção<br />

Há não muito tempo atrás,<br />

havia um país onde o merca<strong>do</strong><br />

negro reinava sem controlo,<br />

a evasão fiscal era um orgulho<br />

que se declarava sem pu<strong>do</strong>r e a<br />

higiene alimentar não chegava a<br />

ser sequer uma miragem, porque<br />

a população nem se dava conta,<br />

na falta da mesma. Era um país<br />

onde os que pagavam impostos<br />

eram excepções tristes e os que<br />

pagavam para comprar músicas<br />

ou filmes legalmente eram con-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 negóCios e empresas 21<br />

Os tiranos contra-ASAE<br />

Urge parar com<br />

os tiranos <strong>do</strong>s<br />

proveitos próprios,<br />

com os eternamente<br />

incomoda<strong>do</strong>s<br />

Os agricultores<br />

<strong>devem</strong> evitar<br />

competir nas<br />

“commodities”<br />

de larga escala<br />

sidera<strong>do</strong>s antiqua<strong>do</strong>s. Nesse país,<br />

delega<strong>do</strong>s de saúde limitavam-se<br />

a visitar ocasionalmente o pico<br />

<strong>do</strong> icebergue <strong>do</strong> comércio de<br />

restauração, sem estratégia nem<br />

coerência, não cumprin<strong>do</strong> para a<br />

evolução da segurança alimentar<br />

e da saúde <strong>do</strong>s respectivos clientes.<br />

Um dia, chegaram a esse país<br />

entidades e autoridades que decidiram<br />

acabar com esse esta<strong>do</strong><br />

de coisas. Iniciaram então – com<br />

algum aparato, diga-se – campanhas<br />

de controlo aperta<strong>do</strong>, coerente<br />

e seguin<strong>do</strong> uma estratégia<br />

nacional não discriminada e coerente.<br />

Na segurança alimentar,<br />

na inspecção económica e no<br />

controlo fiscal. Dotan<strong>do</strong>-se de<br />

melhores ferramentas e sobretu<strong>do</strong><br />

de procedimentos adequa<strong>do</strong>s,<br />

iniciaram uma difícil batalha,<br />

Paul Dolleman, presidente de associação de horticultores, aconselha<br />

Associações de agricultores<br />

podem atenuar pressão exercida<br />

pelas cadeias de distribuição<br />

O sector agrícola debate-se com problemas graves. Mas existem soluções, desde<br />

que se saiba tirar parti<strong>do</strong> das oportunidades. Os produtores podem atenuar o<br />

“esmagamento” a que estão sujeitos pelas cadeias de distribuição, por via da<br />

formação de associações. Por outro la<strong>do</strong>, Portugal deverá apostar em culturas que<br />

mais se adaptem ao seu clima. O novo quadro comunitário apresenta medidas<br />

que beneficiam determina<strong>do</strong>s sectores, adiantou Paul Dolleman, presidente<br />

da Associação de Horticultores <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este Alentejano, em entrevista à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”.<br />

nacional. Devemos tirar parti<strong>do</strong> desta situação, olhar<br />

para o quadro comunitário como uma oportunidade<br />

para se acrescentar valor ao sector e procurar concentrar<br />

internamente to<strong>do</strong> o processo produtivo das fileiras<br />

estratégicas, desde o momento da produção até à distribuição<br />

interna e externa.<br />

VE – Perante tal cenário, como <strong>devem</strong> os agricultores<br />

reagir?<br />

PD – Devemos, a longo prazo, tirar parti<strong>do</strong> da nossa<br />

localização geográfica e apostar em culturas que mais se<br />

adaptem ao nosso clima, como os hortícolas,<br />

os olivais para produção de azeite,<br />

vinhas, entre outros, sem procurar competir<br />

com produtos agrícolas provenientes<br />

de outras regiões. São factores que<br />

podem reverter a favor da agricultura nacional<br />

e poderão diferenciar Portugal de<br />

outros países produtores e exporta<strong>do</strong>res.<br />

Os agricultores <strong>devem</strong> dedicar-se a culturas<br />

de valor acrescenta<strong>do</strong> e evitarem competir<br />

nas “commodities” de larga escala.<br />

Nessa área, as vantagens competitivas recaem<br />

a favor <strong>do</strong>s espanhóis.<br />

Custos excessivos nos factores de produção<br />

VE – Como se explica que os factores de produção<br />

tenham custos tão eleva<strong>do</strong>s no nosso país,<br />

sobretu<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> em conta a Espanha?<br />

PD – Basta pensar nos custos <strong>do</strong>s combustíveis, na factura<br />

energética, nos apoios estatais, na distribuição <strong>do</strong>s<br />

fun<strong>do</strong>s europeus, na força das associações ou na aplicação<br />

das leis. Basta fazer uma paralelo entre as duas realidades.<br />

O custo <strong>do</strong> gasóleo é superior em Portugal, assim como<br />

a factura energética. Por sua vez, os impostos cobra<strong>do</strong>s<br />

cujos resulta<strong>do</strong>s não tardaram a<br />

aparecer.<br />

Não demorou muito para que<br />

os incomoda<strong>do</strong>s desta situação<br />

criassem um autêntico lobby<br />

contra as entidades de inspecção,<br />

acusan<strong>do</strong>-as de desgoverno,<br />

abuso de autoridade, excesso de<br />

zelo, exagero e ainda mais graves<br />

situações. Ganhan<strong>do</strong> novo fôlego<br />

à medida que os “prejudica<strong>do</strong>s”<br />

pelas autoridades de inspecção<br />

económica se agrupavam em pelotões,<br />

um parti<strong>do</strong> político chegou<br />

mesmo a encabeçar a luta<br />

– ao estilo sindicato de minorias<br />

– inician<strong>do</strong> críticas sem fim às acções<br />

da Autoridade de Segurança<br />

Alimentar e <strong>Económica</strong>, que nesse<br />

país denominavam abreviadamente<br />

de ASAE, ignoran<strong>do</strong> os<br />

evidentes resulta<strong>do</strong>s de melhoria<br />

de segurança alimentar, e portan-<br />

em território nacional são mais pesa<strong>do</strong>s que os aplica<strong>do</strong>s<br />

em Espanha. Os agricultores espanhóis contam com mais<br />

apoios e incentivos estatais, quer ao nível financeiro quer<br />

ao nível da promoção levada a cabo por órgãos e associações<br />

públicos e priva<strong>do</strong>s, no senti<strong>do</strong> de dar a conhecer o<br />

potencial agrícola e produtos produzi<strong>do</strong>s naquele país junto<br />

de outros merca<strong>do</strong>s. Aliás, os espanhóis são exímios a<br />

promoverem os seus produtos no exterior.<br />

VE – Face ao disparar <strong>do</strong>s preços agrícolas,<br />

como caracteriza a actual situação <strong>do</strong> sector a<br />

nível nacional?<br />

PD – Em termos globais, pode-se afirmar que estamos<br />

num momento de alta. Os preços de produtos como o<br />

trigo, o milho ou o arroz vão reverter significativamente<br />

a favor de alguns produtores. Todavia, acredito que se<br />

trata de uma situação que, no médio prazo, tenderá a estabilizar.<br />

Uma coisa é certa, a actividade agrícola existirá<br />

sempre, não me parece que os merca<strong>do</strong>s e os consumi<strong>do</strong>res<br />

consigam sobreviver sem os produtos que resultam<br />

desta prática. Considero mesmo que o sector está<br />

numa importante evolução aos mais varia<strong>do</strong>s níveis.<br />

VE – Mas alguém sofrerá as consequências <strong>do</strong>s<br />

aumentos <strong>do</strong>s preços...<br />

PD – Estou convicto que a crise vai afectar directamente<br />

a bolsa <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res e, de alguma forma,<br />

vá alterar a composição habitual <strong>do</strong> seu cabaz de compras.<br />

O consumi<strong>do</strong>r vai acabar por preterir determina<strong>do</strong>s<br />

produtos agrícolas de preços eleva<strong>do</strong>s, a favor de<br />

outros que não faziam parte <strong>do</strong> seu cabaz. Atenden<strong>do</strong><br />

a que representam um encargo menor no orçamento e<br />

em termos nutricionais, não haverá grandes diferenças,<br />

acabam por ser mais ou menos compensatórios.<br />

Pedro BarBosa<br />

Director <strong>do</strong> Parque nascente<br />

e Docente no IPAM<br />

pbarbosa@gmail.com<br />

to, de saúde populacional, sempre<br />

com alguma excepção de suposto<br />

excesso de zelo na mão.<br />

Quem conhecia em detalhe esse<br />

país antes e depois das acções <strong>do</strong>s<br />

órgãos de inspecção e controlo das<br />

áreas referidas, tem consciência que<br />

muito mu<strong>do</strong>u, e foi para melhor. É<br />

nesse senti<strong>do</strong> que urge parar com<br />

os tiranos <strong>do</strong>s proveitos próprios,<br />

com os eternamente incomoda<strong>do</strong>s<br />

com organismos que genuinamente<br />

se preocupem com a qualidade<br />

de vida <strong>do</strong>s cidadãos e regulação<br />

<strong>do</strong>s sistemas económicos nos formatos<br />

e sistemas legisla<strong>do</strong>s.<br />

Corre-se hoje o risco de perder<br />

o terreno ganho pela acção da<br />

ASAE, sobretu<strong>do</strong> entran<strong>do</strong> em<br />

perío<strong>do</strong>s eleitorais, onde a acção<br />

firme <strong>do</strong> Governo tende a ser<br />

mais rara. É que se na segurança<br />

alimentar os progressos foram<br />

GuilHErME Osswald<br />

guilherme@vidaeconomica.pt<br />

enormes – faltan<strong>do</strong> apenas legislação<br />

de excepção que permita<br />

melhoria de eficácia na gestão de<br />

excepções –, na inspecção económica<br />

há ainda muitíssimo a fazer<br />

em defesa de um merca<strong>do</strong> livre e<br />

justo não adultera<strong>do</strong> pelas fugas<br />

de uns e as piratarias de outros.<br />

É por isso que alguém tem de dizer<br />

basta aos que querem travar a<br />

ASAE, a DCGI e as demais entidades<br />

que lutam por um Portugal<br />

mais evoluí<strong>do</strong>.<br />

Na inspecção<br />

económica há ainda<br />

muitíssimo a fazer<br />

em defesa de um<br />

merca<strong>do</strong> livre e justo


22<br />

negócios e empresas<br />

Exportações caem<br />

no sector eléctrico<br />

e electrónico<br />

As empresas <strong>do</strong> sector eléctrico e electrónico<br />

começam a ressentir-se <strong>do</strong> contexto internacional<br />

de crise. De facto, no último trimestre <strong>do</strong><br />

ano passa<strong>do</strong>, a exportação registou uma quebra<br />

acentuada. A descida homóloga foi de dez pontos<br />

percentuais, o que surpreendeu, pela negativa, os<br />

empresários.<br />

O resulta<strong>do</strong> global acabou por ser positivo, mas<br />

inferior às expectativas. A Associação<br />

Portuguesa das Empresas<br />

<strong>do</strong> Sector Eléctrico e Electrónico<br />

(ANIMEE) tinha previsto um<br />

aumento da exportação entre os<br />

6% e 8%, no que foi um reflexo<br />

níti<strong>do</strong> <strong>do</strong> abrandamento da<br />

economia norte-americana. Para<br />

o presente exercício persistem<br />

muitas incertezas, isto é, muito<br />

dependerá <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

internacional. Para já, as perspectivas<br />

não são as melhores, in-<br />

clusivamente para o merca<strong>do</strong> interno eléctrico e<br />

electrónico.<br />

De notar que na importação a tónica se manteve<br />

negativa ao longo de to<strong>do</strong> o ano. Foi essencialmente<br />

o segmento das tecnologias da informação e da<br />

electrónica o mais afecta<strong>do</strong>. Como é determinante<br />

nos resulta<strong>do</strong>s globais, o facto de os restantes<br />

sectores terem apresenta<strong>do</strong> um comportamento<br />

positivo não foi suficiente. A taxa de cobertura da<br />

importação pela exportação acabou por subir para<br />

71%, contra os 66% <strong>do</strong> ano anterior. A melhoria<br />

deveu-se mais à quebra das importações <strong>do</strong> que<br />

ao crescimento da actividade exporta<strong>do</strong>ra, ainda<br />

segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s daquela associação.<br />

De salientar ainda que a União Europeia tem<br />

perdi<strong>do</strong> peso nas exportações,<br />

passan<strong>do</strong> a representar 55% da<br />

exportação total, contra 59% no<br />

exercício precedente. Sobretu<strong>do</strong><br />

as exportações para a Alemanha<br />

continuam a apresentar uma descida<br />

considerável. Em contrapartida,<br />

o Sudeste Asiático tem obti<strong>do</strong><br />

quota, com especial destaque<br />

para Singapura.<br />

Relativamente às importações,<br />

a União Europeia continua sólida<br />

na liderança <strong>do</strong>s fornecimentos a<br />

Portugal. Perto de 90% provém dessa região. Mas<br />

o sudeste asiático está a ganhar peso, sen<strong>do</strong> que<br />

a China já se posiciona como o sexto merca<strong>do</strong><br />

fornece<strong>do</strong>r de equipamento eléctrico e electrónico.<br />

A Alemanha, no que respeita ao merca<strong>do</strong><br />

nacional, até reforçou a sua liderança enquanto<br />

fornece<strong>do</strong>r deste tipo de equipamento.<br />

Gigantes da moda “exportam”<br />

massa crítica nacional<br />

para o mun<strong>do</strong><br />

ANIVEC promoVE símbolos<br />

dE CoNsErVAção dE têxtEIs<br />

A Associação Nacional das<br />

indústrias de Vestuário e Confecção<br />

(ANIVEC/APIV) passou<br />

a ter a responsabilidade de<br />

promover em Portugal a implementação<br />

<strong>do</strong>s símbolos de conservação<br />

de têxteis, de conceder<br />

o direito de reprodução e utilização<br />

<strong>do</strong>s mesmos, bem como<br />

controlar a sua utilização.<br />

Esta tarefa decorre <strong>do</strong> facto de<br />

aquela associação representar o<br />

Ginetex, a associação interna-<br />

Os gigantes da moda europeus, como são os casos<br />

da Inditex e da H&M, estão a dar cartas num<br />

negócio cada vez mais complica<strong>do</strong> e competitivo.<br />

A receita é aproveitar a massa crítica obtida nos<br />

seus competitivos merca<strong>do</strong>s de origem para depois<br />

reforçarem a sua estratégia de presença global.<br />

A realidade é que, pelos mais varia<strong>do</strong>s motivos,<br />

se torna cada vez mais difícil vender moda na Europa.<br />

Mas aquelas duas empresas estão a tornar-se<br />

cada vez mais os líderes sem contestação no retalho<br />

de moda mundial, explica um trabalho publica<strong>do</strong><br />

no Portugal Têxtil. Ambas têm consolida<strong>do</strong> a<br />

sua presença por via <strong>do</strong> conceito da moda “Cheap<br />

& chic”, conceito inova<strong>do</strong>r que está a ser rapidamente<br />

exporta<strong>do</strong> para os mais varia<strong>do</strong>s pontos <strong>do</strong><br />

globo. No entanto, há que não esquecer um “pormenor”<br />

muito importante. As empresas europeias<br />

<strong>do</strong> sector tiveram que desenvolver esforços consideráveis<br />

de reestruturação e adaptação. O sucesso<br />

de algumas poderá representar um estímulo para<br />

que outras empresas enveredem por um caminho<br />

idêntico.<br />

O ambiente competitivo deste sector sempre se<br />

caracterizou por uma elevada agressividade, sensibilidade<br />

<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res aos ciclos económicos<br />

e uma regionalização considerável <strong>do</strong>s sucesso das<br />

marcas.<br />

O que nem sempre é fácil é replicar o sucesso<br />

nos merca<strong>do</strong>s internacionais. Ora, aquelas duas<br />

empresas tiveram uma expansão sustentada e natural.<br />

A Inditex já detém mais de 3700 lojas, deven<strong>do</strong><br />

ser abertas mais de meio milhar ao longo<br />

<strong>do</strong> ano. A H&M, no ano passa<strong>do</strong>, abriu 193 espaços,<br />

possuin<strong>do</strong> agora mais de 1500 lojas.<br />

cional para a etiquetagem de<br />

conservação de têxteis. O Ginetex<br />

conta com a participação de<br />

15 países. O último país a aderir<br />

foi o Brasil, facto que interpreta<strong>do</strong><br />

como muito positivo, da<strong>do</strong> o<br />

desenvolvimento da fileira têxtil<br />

na região. Quanto à associação<br />

nacional, é perita em várias subcomissões<br />

e grupos de trabalho<br />

da Organização de Normalização<br />

Internacional e <strong>do</strong> Comité<br />

Europeu de Nornalização.<br />

EmprEsAs<br />

dE CoNstrução<br />

Estão optImIstAs<br />

Os empresários da construção<br />

estão optimistas. Isto apesar<br />

de o sector ter regista<strong>do</strong>,<br />

no primeiro trimestre, uma<br />

quebra de 1,9% em termos<br />

de produção. A descida ficou<br />

a dever-se sobretu<strong>do</strong> aos<br />

segmentos da habitação e <strong>do</strong>s<br />

edifícios não residenciais.<br />

No entanto, a produção da<br />

engenharia civil aumentou<br />

mais de 4%, face a igual perío<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, facto<br />

que explica a maior confiança<br />

revelada pelos empresários<br />

quanto à evolução futura da<br />

sua actividade, de acor<strong>do</strong> com<br />

a Federação Portuguesa da<br />

Construção e Obras Públicas<br />

(Fepicop).<br />

Os anúncios sucessivos de<br />

grandes obras públicas também<br />

contribuíram para o<br />

sentimento de optimismo por<br />

parte das empresas de construção.<br />

Além disso, a concorrência,<br />

medida pelo valor<br />

das adjudicações e a base de<br />

licitação, voltou a revelar uma<br />

melhoria.<br />

Clínicas privadas continuam a revelar desempenho muito positivo<br />

A actividade das empresas<br />

gestoras de clínicas privadas<br />

tem regista<strong>do</strong> um desempenho<br />

notável nos últimos anos. Sobretu<strong>do</strong><br />

potenciada pela crescente<br />

penetração <strong>do</strong>s seguros<br />

de saúde.<br />

No ano passa<strong>do</strong>, a facturação<br />

ascendeu a 690 milhões de euros,<br />

mais 8% <strong>do</strong> que no exercício<br />

anterior, de acor<strong>do</strong> com um<br />

estu<strong>do</strong> da DBK.<br />

Tu<strong>do</strong> indica que a tendência<br />

é para a manutenção de crescimento<br />

<strong>do</strong> sector, quer no mer-<br />

Recessão<br />

norte--americana<br />

reflecte-se<br />

nas vendas externas<br />

de materias<br />

eléctrico<br />

e electrónico<br />

ca<strong>do</strong> das clínicas privadas, quer<br />

no <strong>do</strong>s seguros de saúde. De<br />

facto, as companhias de seguros<br />

vão continuar a revelar, no<br />

curto e médio prazos, uma actividade<br />

intensa no que respeita<br />

ao lançamento de novos produtos,<br />

no âmbito da sua estratégia<br />

de captação de novos clientes<br />

e reforço da diferenciação. No<br />

merca<strong>do</strong> das clínicas privadas<br />

prevêem-se investimentos crescentes<br />

nas áreas <strong>do</strong> marketing,<br />

<strong>do</strong>s equipamentos e das soluções<br />

tecnológicas. Os objectivos<br />

passam por impulsionar a qualidade<br />

<strong>do</strong>s serviços e fortalecer<br />

a imagem das clínicas.<br />

Destaque ainda para a tendência<br />

de diversificação <strong>do</strong>s<br />

principais opera<strong>do</strong>res, como<br />

são os casos da procura de<br />

oportunidades de negócio nos<br />

merca<strong>do</strong>s externos e o aproveitamento<br />

de sinergias com o sector<br />

de serviços assistenciais para<br />

a terceira idade.<br />

Também o estabelecimento<br />

de acor<strong>do</strong>s com o sector público<br />

representa uma outra opor-<br />

sexta-feira, 23 maio de 2008<br />

rAmos CAtArINo rEVê fACturAção<br />

Em AltA<br />

A Ramos Catarino, empresa<br />

de construção e obras públicas,<br />

reviu em alta as previsões <strong>do</strong><br />

início <strong>do</strong> ano. A fasquia subiu<br />

para um volume de negócios de<br />

60 milhões de euros, na sequência<br />

<strong>do</strong> crescimento de cerca de<br />

80%, face aos resulta<strong>do</strong>s de<br />

Abril <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>.<br />

A empresa <strong>do</strong> grupo Catarino,<br />

no seguimento <strong>do</strong> bom desempenho,<br />

vai abrir a sua delegação<br />

de Vilamoura, a segunda<br />

depois de Lisboa. A nova filial<br />

tem a ver com a intensificação<br />

<strong>do</strong> volume de empreendimentos<br />

conquista<strong>do</strong>s na região algravia.<br />

A Ramos Catarino acaba, entre-<br />

tunidade de crescimento, com<br />

enfoque para a participação das<br />

clínicas privadas nos programas<br />

de redução das listas de espera<br />

e da gestão privada de centros<br />

hospitalares públicos.<br />

Entretanto, a estrutura da<br />

oferta no merca<strong>do</strong> das clínicas<br />

privadas denota uma forte concentração.<br />

Os cincos primeiros opera<strong>do</strong>res<br />

– José de Mello Saúde,<br />

Grupo Espírito Santo Saúde,<br />

HPP, Grupo Português de Saúde<br />

e Clisa – detinham, no ano<br />

tanto, de concluir a construção<br />

<strong>do</strong> Tivoli Marinotel, estan<strong>do</strong> a<br />

iniciar agora outros projectos<br />

bastante importantes.<br />

A conquista de merca<strong>do</strong> fica<br />

a dever-se ao facto de a empresa<br />

se ter especializa<strong>do</strong> em determinadas<br />

áreas da fileira da construção,<br />

o que lhe possibilita<br />

responder a desafios bastante<br />

existentes ao nível técnico, desde<br />

as obras públicas até aos edifícios<br />

residenciais, passan<strong>do</strong> pelas<br />

recuperações de exteriores. A<br />

diversificação da actividade tem<br />

contribuí<strong>do</strong>, em grande medida,<br />

para fazer face às dificuldades<br />

no sector da construção.<br />

passa<strong>do</strong>, cerca de 80% da quota<br />

de merca<strong>do</strong>.<br />

No merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s seguros de<br />

saúde operam 22 entidades,<br />

também com uma forte concentração<br />

em torno das grandes<br />

companhias. Fidelidade Mundial,<br />

Ocidental, império bonança,<br />

Victoria e Allianz representavam<br />

cerca de 74% da quota<br />

total, no ano passa<strong>do</strong>. Existem<br />

cerca de 40 clínicas privadas,<br />

as quais somam mais de 2200<br />

camas. Respeitam a serviços exclusivamente<br />

pagos.


Director de Recursos Humanos da Autoeuropa em entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

“Vamos ter Autoeuropa<br />

em 2030”<br />

“Claro que poderia sempre criticar algumas coisas”, mas, no geral, o pacote de medidas<br />

apresenta<strong>do</strong> pelo Governo para rever o Código <strong>do</strong> Trabalho é “muito bom”. A opinião<br />

foi manifestada à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” pelo director de recursos humanos da Autoeuropa,<br />

Julius von Ingelheim, à margem de uma palestra, na Faculdade de Engenharia <strong>do</strong> Porto,<br />

sobre “Estratégia e Planeamento de Recursos Humanos numa Empresa Multinacional”.<br />

Ciente <strong>do</strong>s bons resulta<strong>do</strong>s da fábrica em 2007 (produziu 93 609 veículos, contra 81 835<br />

em 2006), Julius von Ingelheim concede que o futuro da multinacional está garanti<strong>do</strong><br />

até 2010, poden<strong>do</strong> chegar a 2030. “A chave para sobreviver é a adaptabilidade”.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Como olha para as<br />

propostas recentemente apresentadas<br />

pelo Governo para a revisão <strong>do</strong> Código<br />

<strong>do</strong> Trabalho?<br />

Julius von Ingelheim – Para mim há<br />

muitas coisas positivas nesta proposta <strong>do</strong><br />

Governo, principalmente a ideia de consenso,<br />

de criar consensos entre as partes,<br />

que é muito importante. Uma outra palavra-chave<br />

é a adaptabilidade. Essa é a<br />

moldura da proposta apresentada. Além<br />

de que os diferentes pontos apresenta<strong>do</strong>s<br />

são muito positivos, especialmente a flexibilidade<br />

em relação aos horários de trabalho,<br />

quanto ao horário diário, semanal<br />

e anual, porque é importante assegurar<br />

diferentes necessidades durante a semana,<br />

em cada mês e durante o ano de trabalho.<br />

VE – O Código <strong>do</strong> Trabalho é a lei geral<br />

laboral <strong>do</strong> país, mas a Autoeuropa<br />

tem um acor<strong>do</strong> de empresa próprio. As<br />

mudanças no Código <strong>do</strong> Trabalho influenciam<br />

a vossa empresa? O acor<strong>do</strong><br />

de empresa não é suficiente?<br />

JvI – Nós criámos uma moldura laboral<br />

própria para poder estar no merca<strong>do</strong><br />

e muitas das soluções que são agora propostas<br />

para o Código <strong>do</strong> Trabalho nós já as<br />

praticamos na Autoeuropa.<br />

VE – Os bancos de horas, por exemplo?<br />

JvI – Sim, sim, o banco de horas. Já<br />

praticamos. E é algo de muito importante,<br />

que permite reduzir o perío<strong>do</strong> de trabalho<br />

anual, dan<strong>do</strong> flexibilidade, que é o que está<br />

na base <strong>do</strong> sucesso de muito produtos finais.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, há o pagamento das<br />

horas suplementares, que para nós é um<br />

problema [a empresa paga aos trabalha<strong>do</strong>res,<br />

pelo trabalho presta<strong>do</strong> ao <strong>do</strong>mingo,<br />

por exemplo, mais 200% em relação à<br />

hora normal e, após a 8ª hora de trabalho<br />

nesse dia, mais 800%, para além de 100%<br />

de descanso compensatório. O Código <strong>do</strong><br />

Trabalho apenas prevê o pagamento de<br />

100%, também com 100% de descanso<br />

compensatório].<br />

541 milhões investi<strong>do</strong>s até 2010<br />

Em 2007, a fábrica de Palmela da Autoeuropa<br />

produziu 93 609 veículos (uma média<br />

de 30 veículos por trabalha<strong>do</strong>r) contra<br />

81835 em 2006, revelou director de recursos<br />

humanos da empresa, Julius von Ingelheim,<br />

numa recente palestra na Faculdade de Engenharia<br />

<strong>do</strong> Porto (FEUP).<br />

E, na sequência da decisão da casa-mãe de<br />

produzir integralmente em Portugal o novo<br />

Wolkswagen Sciroco, a fábrica de Palmela,<br />

que tem capacidade de produção instalada<br />

para 172 mil automóveis/ano, vai receber<br />

um investimento, no perío<strong>do</strong> entre 2008 e<br />

2010, de 541 milhões de euros. “É o maior<br />

investimento de sempre” nesta fábrica, disse<br />

Julius von Ingelheim aos presentes, maioritariamente<br />

alunos <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> em<br />

Gestão e Engenharia Industrial da FEUP.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 negócios e empresas<br />

23<br />

VE – As horas extra são um custo adicional<br />

para a Autoeuropa?<br />

JvI – Sim, são um custo. E com o banco<br />

de horas podemos balançar com as novas<br />

necessidades [de produção] semanais<br />

e anuais. É que os pagamentos adicionais<br />

de horas e de tempo compensatório, que<br />

também remuneramos em dinheiro, são<br />

um problema. A nossa proposta agora é<br />

que, em vez de pagar esse tem-<br />

po compensatório em dinheiro,<br />

possamos pagá-lo em tempo livre.<br />

VE – É fácil negociar com os<br />

trabalha<strong>do</strong>res e com os sindicatos<br />

na Autoeuropa?<br />

JvI – Não é fácil. Veja que o objectivo<br />

mais importante <strong>do</strong> Governo é criar consenso<br />

à volta das realidades para criar uma<br />

forma de adaptabilidade. Esse é o objectivo<br />

mais importante de todas as negociações:<br />

é que todas as pessoas compreendam por<br />

que é que se faz uma mudança. Nós, na<br />

Autoeuropa, tivemos esse problema, porque<br />

as pessoas não compreendiam por que<br />

é que era preciso cortar nos pagamentos<br />

adicionais. E quan<strong>do</strong> nós explicámos a<br />

situação e os objectivos, eles perceberam,<br />

confiaram e aceitaram a mudança, porque<br />

era para criar mais crescimento.<br />

VE – Que expectativas é que tem em<br />

relação à revisão <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> Trabalho?<br />

JvI – A revisão <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> Trabalho<br />

é um pacote. O Governo e o ministro <strong>do</strong><br />

Trabalho apresentaram um pacote de coisas<br />

diferentes, mas, no geral, é um pacote<br />

muito positivo. Claro que poderia sempre<br />

criticar algumas coisas, mas no seu conjunto<br />

o pacote das propostas apresentadas é<br />

muito bom.<br />

VE – Qual é a proposta mais positiva<br />

que destaca?<br />

JvI – Para mim é a criação <strong>do</strong> banco de<br />

horas.<br />

VE – E quanto aos despedimentos?<br />

Como é que vê as propostas <strong>do</strong> Governo<br />

O director de recursos humanos da multinacional<br />

revelou ainda que a empresa, que<br />

emprega cerca de 2990 trabalha<strong>do</strong>res e onde<br />

a taxa de absentismo é “mínima” (1,3%),<br />

pretende recrutar até mais 2 mil colabora<strong>do</strong>res<br />

até 2010, como forma de corresponder<br />

ao aumento da actividade decorrente <strong>do</strong> produção<br />

<strong>do</strong> novo modelo.<br />

Questiona<strong>do</strong> pelos alunos da FEUP sobre<br />

uma possível deslocalização para a Ásia ou a<br />

Europa de Leste, Julius von Ingelheim declinou,<br />

lembran<strong>do</strong> que os factores de localização<br />

da unidade em Portugal (os custos com<br />

a energia, os impostos, a economia, a localização<br />

geográfica, os recursos humanos, a<br />

legislação laboral, etc) estão no “meio termo”<br />

entre a realidade alemã e a de certos países<br />

asiáticos ou da Europa de Leste.<br />

30<br />

veículos/ano/<br />

trabalha<strong>do</strong>r<br />

em matéria de despedimentos? Disse<br />

aqui na palestra que a lei laboral portuguesa<br />

é “um desastre”…<br />

JvI – Para nós, a flexibilidade interna é<br />

a coisa mais importante. E em Portugal a<br />

lei transfere poucas coisas para os contratos<br />

colectivos, é uma lei muito estática. Nós<br />

valorizamos muito a flexibilidade funcional,<br />

o poder fazer hoje umas funções num<br />

posto de trabalho e amanhã po-<br />

der fazer outras. E não é fácil<br />

fazer estas mudanças internas<br />

e, por isso, recorrer ao despedimento<br />

é uma forma, por vezes,<br />

de ter essa flexibilidade. Para nós,<br />

hoje é possível fazer alguns despedimentos,<br />

embora a lei tenha aspectos<br />

jurídicos mais orienta<strong>do</strong>s para proteger os<br />

trabalha<strong>do</strong>res e não tanto para perceber a<br />

realidade das empresas. E quan<strong>do</strong> nós fazemos<br />

um despedimento – e fazemos muito<br />

poucos – os processos para os tribunais são<br />

“Para nós a flexibilidade interna é a coisa mais importante”, explicou Julius<br />

von Ingelheim à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

muito complexos. É por isso que a proposta<br />

<strong>do</strong> Governo de simplificação <strong>do</strong>s processos<br />

disciplinares também é muito importante,<br />

porque acelera to<strong>do</strong> o processo.<br />

VE – Qual é o futuro da Autoeuropa?<br />

Como vai ser após 2010?<br />

JvI – Depois de um ano de 2007 muito<br />

positivo, no geral, nós, na Autoeuropa,<br />

lutamos dia a dia. Em 2005 tínhamos uma<br />

fábrica com balanço negativo, em 2006<br />

tivemos um ano muito bom, assim como<br />

em 2007. Em <strong>do</strong>is anos fizemos mudanças<br />

radicais e fizemos negócios com muita<br />

rapidez. Até 2010 temos produção de<br />

automóveis garantida. Eu sou uma pessoa<br />

muito positiva. Estou certo de que vamos<br />

ter Autoeuropa em 2020, 2030. Aquilo<br />

que lhe digo é que a chave para sobreviver<br />

é a adaptabilidade.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica<br />

PUB


24<br />

negócios e empresas<br />

A taxa de retorno <strong>do</strong> imobiliário<br />

e o (des)investimento nacional<br />

Uma notícia de hoje levou-me a<br />

recordar um relatório que redigi<br />

em 24 de Maio de 2005 para<br />

informação a prestar a Sª Exª o Secretario<br />

de Esta<strong>do</strong> da Administração Interna,<br />

Dr. Eduar<strong>do</strong> Cabrita, pela Associação<br />

Lisbonense de Proprietários, no âmbito<br />

e sequência das consultas aos “parceiros<br />

sociais”, consultas essas feitas por aquele<br />

membro <strong>do</strong> Governo na fase preparatória<br />

<strong>do</strong> que viria a ser o NRAU,<br />

Tive nele ocasião de então emitir a opinião<br />

de que deveria ser da ordem <strong>do</strong>s 7%<br />

a 9% a taxa de retorno regular a obter<br />

para os investimentos que se objectivavam<br />

com a elaboração daquele diploma,<br />

dadas as condições de amortização, conservação,<br />

gestão, etc, mas também de risco<br />

que lhe são inerentes, em comparação<br />

com outras possíveis aplicações “concorrentes”<br />

neste e noutros merca<strong>do</strong>s.<br />

Isto para que fosse possível criar atracção<br />

em capitais de qualquer origem para<br />

investimento imobiliário necessário, não<br />

só para a enorme tarefa de reabilitação<br />

<strong>do</strong> património degrada<strong>do</strong> como para a<br />

própria manutenção no merca<strong>do</strong> de arrendamento<br />

com um<br />

suficientemente grande<br />

volume de capitais já<br />

aplica<strong>do</strong>s nos imóveis<br />

correspondentes. Fi-lo,<br />

aliás, sem grande convicção<br />

que tal pudesse<br />

influir sensivelmente<br />

no resulta<strong>do</strong> da decisão<br />

governamental, mas<br />

por simples “descargo<br />

de consciência”.<br />

Não sem alguma surpresa<br />

– não tanto pela<br />

incoincidência mas pela desproporção relativamente<br />

às minhas conjecturas – pude<br />

verificar depois que a taxa a<strong>do</strong>ptada na<br />

Lei em causa tinha si<strong>do</strong> de tão somente<br />

4%, mas ainda mais porque esta taxa deveria<br />

aplicar-se, não ao valor de merca<strong>do</strong><br />

da habitação em causa mas ao correspondente<br />

valor tributário, calcula<strong>do</strong> através<br />

de uma formulação que envolvia valores<br />

variáveis <strong>do</strong>s factores condicionantes (e<br />

ainda redutores daquele valor tribtário)<br />

tais como antiguidade, conservação, localização,<br />

etc.<br />

Iríamos continuar a ser a tal “ilha”, e<br />

por isso depois publiquei um artigo intitula<strong>do</strong><br />

“Valha-nos Deus!...”<br />

Ora já eu então escrevera:<br />

“A utilização de capitais numa deter-<br />

minada aplicação (ou a sua distribuição<br />

por diversas aplicações) corresponde hoje<br />

à ‘procura’ de um merca<strong>do</strong> de oportunidades<br />

de investimento — livre quanto a<br />

acesso, altamente concorrencial quanto<br />

essas oportunidades, e de âmbito verdadeiramente<br />

mundial — em que o objectivo<br />

final é a maximização <strong>do</strong> rendimento<br />

por parte de um grande volume de capitais,<br />

internacionalmente ‘volantes’”…<br />

“Não há – sobretu<strong>do</strong> hoje – forma de<br />

‘obrigar’ o investi<strong>do</strong>r, por via administrativa,<br />

a fazer uma tal utilização de capitais<br />

(ou de bens equivalentes) numa aplicação<br />

conducente a uma taxa de retorno menor.<br />

A consequência de qualquer medida<br />

nesse senti<strong>do</strong> será:<br />

- a fuga desses deseja<strong>do</strong>s capitais relativamente<br />

a essas aplicações, para outras<br />

mais interessantes, em conformidade com<br />

esse parâmetro;<br />

- a redução da oferta <strong>do</strong>s bens que resultem<br />

desse tipo de investimento;<br />

- a subida <strong>do</strong>s preços correspondentes<br />

no respectivo merca<strong>do</strong>, mesmo em igualdade<br />

de condições de procura…”<br />

De facto o grande factor<br />

de transformação da<br />

economia mundial já<br />

então tinha começa<strong>do</strong><br />

a ser o desenvolvimento<br />

das “economias emergentes”,<br />

principalmente<br />

no Sueste Asiático, onde<br />

a China, a Índia, a In<strong>do</strong>nésia<br />

e o Paquistão,<br />

que só por si representam<br />

mais de 50% da<br />

população <strong>do</strong> Globo,<br />

têm regista<strong>do</strong> taxas de<br />

expansão entre os 6% e os 10%.<br />

Como, sempre e em qualquer lugar,<br />

essa tendência abrange também aquelas<br />

camadas da população cujos rendimentos<br />

já ultrapassaram suficientemente o nível<br />

da subsistência, gera-se, pelo menos entre<br />

estas, uma acumulação de riqueza que<br />

passa a constituir excedentes financeiros,<br />

neste caso com dimensões talvez nunca<br />

vistas.<br />

Estes, por sua vez, não são deixa<strong>do</strong>s<br />

eternamente em depósitos à ordem sem<br />

rendimentos, buscan<strong>do</strong> em qualquer parte<br />

aplicações, em primeiro lugar com o<br />

mínimo de risco, depois sem perigo de<br />

desvalorização, e em terceiro lugar com<br />

algum rendimento, se for viável, e, nesse<br />

caso, o mais eleva<strong>do</strong> possível<br />

Para a grande maioria <strong>do</strong>s não “inicia<strong>do</strong>s”<br />

nos jogos das Bolsas, é o imobiliário<br />

a solução mais prática e “concreta”, normalmente<br />

com rendimento e valorização<br />

regulares, sobretu<strong>do</strong> nos países de economias<br />

mais desenvolvidas e conhecidas por<br />

proporcionarem protecção legal a esses<br />

investimentos, embora os capitais e eles<br />

acorram passan<strong>do</strong> pelos mais varia<strong>do</strong>s caminhos….<br />

Por outro la<strong>do</strong>, normalmente em qualquer<br />

país, e sobretu<strong>do</strong> nessa altura, nem<br />

era proporcionalmente significativo o volume<br />

total de imobiliário imediatamente<br />

disponível para venda<br />

nem a “produção” de<br />

imobiliário novo podia<br />

(nem poderá nunca<br />

sê-lo, passan<strong>do</strong> pela<br />

obtenção de terrenos,<br />

elaboração de projectos<br />

licenciamentos…<br />

etc) fazer-se subitamente<br />

crescer,como<br />

pode suceder com a<br />

produção de bens móveis.<br />

Pelo simples mecanismo<br />

<strong>do</strong> “quem dá<br />

mais..” a que se chama<br />

“lei da oferta e da procura”, os preços<br />

imobiliários subiram ao mesmo tempo<br />

em mais de 20 países de to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>,<br />

desde os EUA à Austrália, de Singapura a<br />

Inglaterra, da África <strong>do</strong> Sul a Dubai ou a<br />

Espanha, como, por “varinha de condão”<br />

e independentemente uns <strong>do</strong>s outros,<br />

como o vêm mostran<strong>do</strong>, creio que desde<br />

há mais de seis anos, as estatísticas <strong>do</strong><br />

“The Economist” – bem se provan<strong>do</strong> que<br />

tal subida não era fruto da”especulação”<br />

ou de quaisquer outras circunstancias locais<br />

e ocasionais.<br />

A valorização imobiliária atingiu, em<br />

médias nacionais e em muitos desses países,<br />

mais de 20% por ano, tal era o volume<br />

de capitais que surgia subitamente<br />

como “procura” imobiliária neles, por tal<br />

forma que, por exemplo, em 2005, em<br />

Espanha, apesar de o ritmo da construção<br />

ter aumenta<strong>do</strong> de 12%, o preço das<br />

habitações aumentou de outros 12% na<br />

média nacional (30% em Valência…) e<br />

traduzin<strong>do</strong>-se em conjunto, mas por si<br />

só, num aumento de cerca de 3% no rendimento<br />

nacional.<br />

De facto, em mensagem que recebi há<br />

poucos dias de um congénere espanhol –<br />

lamentan<strong>do</strong>-se quanto a orientações tão<br />

desfavoráveis recentemente surgidas no<br />

seu merca<strong>do</strong> –, ele recordava-me que:<br />

“…até tão recentemente como há <strong>do</strong>is<br />

anos, a aquisição de propriedades aqui<br />

correspondia a cerca de 20% <strong>do</strong> IDE (investimento<br />

directo estrangeiro) e a um<br />

forte sustentáculo da construção e <strong>do</strong><br />

emprego com esta relaciona<strong>do</strong>…”.<br />

Foi por coincidência nessa altura que<br />

vieram a publico referencias às mais recentes<br />

estatísticas da Eurostat (gabinete<br />

estatístico comunitário) relativamente aos<br />

27 países comunitários, segun<strong>do</strong> as quais,<br />

no ano passa<strong>do</strong>, o IDE (investimento directo<br />

estrangeiro) em<br />

Portugal se reduziu da<br />

seguinte maneira:<br />

– <strong>do</strong>s outros países<br />

da União, de 6,4 para<br />

2,8 mil milhões de euros<br />

(- 56%)<br />

– <strong>do</strong>s países extracomunitários,<br />

de 2,7<br />

para 1,7 mil milhões<br />

de Euros (-37%),<br />

acrescentan<strong>do</strong>-se:<br />

“A forte tendência<br />

de queda <strong>do</strong> investimento<br />

estrangeiro no<br />

nosso país contrasta<br />

com o aumento <strong>do</strong> IDE verifica<strong>do</strong> no<br />

conjunto <strong>do</strong>s 27 esta<strong>do</strong>s-membros da<br />

União Europeia” (+ 89%).<br />

Paralelamente ao acima exposto e como<br />

eu receava no meu relatório antes referi<strong>do</strong>,<br />

não foi só relativamente à entrada de<br />

capitais no país que a situação se alterou.<br />

Realmente, em paralelo com um invulgar<br />

anúncio feito público por uma importante<br />

media<strong>do</strong>ra local, de “sal<strong>do</strong>s” de<br />

muitos milhares de fogos “abaixo <strong>do</strong>s preços<br />

de merca<strong>do</strong>”, tivemos notícia que o<br />

Governo português tinha si<strong>do</strong> condena<strong>do</strong><br />

no tribunal comunitário por cobrança<br />

indevida de “imposto sobre mais-valias”<br />

a investi<strong>do</strong>res nacionais que teriam aplica<strong>do</strong><br />

nos outros países comunitários capitais<br />

obti<strong>do</strong>s da venda de propriedades<br />

aqui.<br />

Tal prova o segun<strong>do</strong> aspecto <strong>do</strong>s meus<br />

receios: o desinvestimento em imobilário<br />

aqui, para idêntica aplicação <strong>do</strong>s capitais<br />

resultantes noutros países membros.<br />

Claro que essa tendência regressiva <strong>do</strong><br />

investimento não pode passar sem consequências<br />

para o desemprego e para expansão<br />

económica.<br />

Mas pelo menos conseguiu-se travar o<br />

aumento das rendas com os tais 4%...<br />

HPP Saúde investe 57,5 milhões no Hospital da Boavista<br />

Nova unidade hospitalar tem 160 camas, 36 gabinetes de consultas, sete salas de bloco operatório e uma unidade de cuida<strong>do</strong>s<br />

intensivos, poden<strong>do</strong> realizar 17 mil cirurgias por ano, 50 mil diárias de internamento e mais de 340 mil consultas<br />

A HPP Saúde, a empresa <strong>do</strong><br />

sector da saúde <strong>do</strong> universo Caixa<br />

Geral de Depósitos, apresentou<br />

recentemente o Hospital da<br />

Boavista, no Porto, que representou<br />

um investimento global de<br />

57,5 milhões de euros. Esta nova<br />

unidade hospitalar aguarda apenas<br />

pela licença de utilização por<br />

parte da Câmara <strong>do</strong> Porto para<br />

começar a operar, disse António<br />

Mal<strong>do</strong>na<strong>do</strong> Gonelha, presidente<br />

<strong>do</strong> Conselho de Administração<br />

da HPP Saúde, aos jornalistas<br />

durante a apresentação.<br />

A nova unidade pretende “pri-<br />

Tendência regressiva<br />

<strong>do</strong> investimento<br />

não pode passar sem<br />

consequências para o<br />

desemprego e para a<br />

expansão económica<br />

vilegiar modelos de organização<br />

flexíveis, alia<strong>do</strong>s a eleva<strong>do</strong>s níveis<br />

tecnológicos e a uma infra-estrutura<br />

funcional”. “Não há luxos<br />

aqui”, disse o administra<strong>do</strong>r da<br />

empresa José Manuel Boquinhas,<br />

aquan<strong>do</strong> da visita ao hospital.<br />

O hospital trabalhará com cerca<br />

de 850 colabora<strong>do</strong>res, entre<br />

eles cerca de 300 serão médicos<br />

(“entre 40 e 50” em regime de<br />

exclusividade), cerca de 250 enfermeiros,<br />

130 auxiliares e 50 técnicos<br />

de saúde.<br />

Recorde-se que a HPP Saúde é<br />

um <strong>do</strong>s maiores grupos <strong>do</strong> sector<br />

priva<strong>do</strong> da saúde em Portugal,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o escolhi<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong><br />

na parceria público-priva<strong>do</strong><br />

(PPP) para a construção e exploração<br />

<strong>do</strong> hospital de Cascais.<br />

“Temos um contrato de exploração<br />

<strong>do</strong> hospital garanti<strong>do</strong> por 10<br />

anos, que se renova por perío<strong>do</strong>s<br />

de mais 10, mas estamos convenci<strong>do</strong>s<br />

que, ven<strong>do</strong> a nossa forma<br />

de trabalhar, ao fim <strong>do</strong>s primeiros<br />

10 anos renovaremos o contrato<br />

de gestão”, disse Mal<strong>do</strong>na<strong>do</strong> Gonelha.<br />

Quanto aos restantes concursos<br />

para os novos hospitais em parce-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

ria com o Esta<strong>do</strong>, a HPP Saúde,<br />

que já gastou 5 milhões de euros<br />

nas PPP, não deverá voltar a<br />

concorrer, “porque agora os concursos<br />

são só para a construção<br />

<strong>do</strong> hospital”, excluin<strong>do</strong> a gestão<br />

clínica.<br />

A HPP Saúde, que é detida a<br />

75% pela Caixa Seguros (Grupo<br />

CGD) e a 25% pela USP Hospitales,<br />

está ainda integrada numa<br />

rede ibérica, contan<strong>do</strong> com mais<br />

de 40 unidades e 5 mil profissionais<br />

em Portugal e Espanha.<br />

Em Portugal, a HPP Saúde detém<br />

seis hospitais (Hospital <strong>do</strong>s<br />

MANuel JoAquiM<br />

MoNteiro de<br />

BArroS<br />

Consultor imobiliário<br />

- CRE<br />

A utilização de capitais<br />

numa determinada<br />

aplicação corresponde<br />

hoje à “procura”<br />

de um merca<strong>do</strong> de<br />

oportunidades de<br />

investimento<br />

Clérigos, da Boavista, da Misericórdia<br />

de Sangalhos, <strong>do</strong>s Lusíadas,<br />

em Lisboa, São Gonçalo de<br />

Lagos e Santa Maria de Faro) e o<br />

Hospital de Cascais, cuja construção<br />

vai iniciar-se em regime de<br />

parceria público-privada.<br />

Em Espanha, o grupo conta<br />

com 13 hospitais (Barcelona,<br />

Madrid, La Coruña, Marbella,<br />

Murcia, Palma de Maiorca, Santa<br />

Cruz de Tenerife, Sevilha, Torrevieja<br />

e Vitória), 10 centros ambulatórios<br />

e 12 policlínicas.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt


Ócio & Negócios<br />

Capitalismo<br />

Ah, o capitalismo!!. Na sua concepção<br />

original bem se poderia traduzir com<br />

este exemplo. Eu tenho duas vacas, ven<strong>do</strong><br />

uma e compro um boi. Eles multiplicam-se,<br />

a economia cresce. Ven<strong>do</strong> a<br />

manada, fico rico e reformo-me.<br />

Bem, mas há sempre versões nacionais<br />

para este paradigma. Por exemplo, no capitalismo<br />

americano: vende-se uma vaca<br />

e força-se a outra a produzir o leite de<br />

quatro. E depois ficamos admira<strong>do</strong>s por<br />

ela morrer.<br />

A versão japonesa: eles redesenham<br />

as duas vacas para que tenham um décimo<br />

<strong>do</strong> tamanho e produzam 20 vezes<br />

mais. Depois criam desenhinhos de Vaquimon<br />

que vendem para o mun<strong>do</strong> inteiro.<br />

Na Holanda, as duas vacas vivem<br />

sócrates sueco<br />

É a política, claro. Paços de Ferreira, na<br />

Suécia. José Sócrates estará para a semana,<br />

dia 30, em Paços de Ferreira para inaugurar<br />

a unidade da Ikea. E poderá fazer mais uma<br />

declaração optimista e inflamada. É que o<br />

grupo sueco investiu mais <strong>do</strong> que estava<br />

previsto e poderá encarar uma segunda fase<br />

de expansão. Pelo menos, já reservou terrenos<br />

para isso<br />

A fábrica carregou o primeiro camião de<br />

“board on frame”, duas placas unidas por<br />

estruturas alveolares de cartão, no último<br />

dia de Fevereiro. Este primeiro marco traduz<br />

um ligeiro atraso em relação ao cronograma<br />

inicial, mas a grande novidade é que<br />

o grupo sueco antecipou em <strong>do</strong>is anos a<br />

conclusão <strong>do</strong> seu projecto fabril.<br />

O plano de investimentos, que era suposto<br />

ser fasea<strong>do</strong> até 2010, termina já este<br />

Verão. É uma espécie de três em um. Em<br />

vez da abertura de uma linha por ano, a<br />

o QUE sE DiZ<br />

Couto <strong>do</strong>s Santos, cônsul da Rússia,<br />

empresário da construção civil, entre outras<br />

actividades, vai deixar a Associação<br />

O Pestana Palace Hotel recebeu, recentemente,<br />

os Reis da Suécia, em visita<br />

oficial a Portugal.<br />

Durante a estadia, os reis ofereceram<br />

um jantar de retribuição ao Presidente<br />

da República e seus convida<strong>do</strong>s na sala<br />

Ajuda, para o qual também foi convida<strong>do</strong><br />

António Casanova, director-geral <strong>do</strong><br />

Hotel.<br />

O jantar, servi<strong>do</strong> na porcelana e pratas<br />

oficiais da Casa Real Sueca, foi confecciona<strong>do</strong><br />

pelo cozinheiro priva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s reis.<br />

A confecção da sobremesa ficou a cargo<br />

<strong>do</strong> Pestana Palace Hotel.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 25<br />

transfErência<br />

rEis & PrEsiDEntEs<br />

em união de facto, não gostam de bois,<br />

e tu<strong>do</strong> bem. No capitalismo alemão, as<br />

duas vacas produzem leite regularmente,<br />

segun<strong>do</strong> padrões de quantidade e horário<br />

previamente estabeleci<strong>do</strong>, de forma<br />

precisa e lucrativa. Mas o que o alemão<br />

queria era criar porcos. No capitalismo<br />

russo, ao contar as duas vacas, eles dão<br />

conta de que são cinco.<br />

Contam de novo, dá 20. Aí, páram de<br />

contar e abrem outra garrafa de vodka.<br />

Na Suíça, o <strong>do</strong>no tem não duas, mas 50<br />

vacas. Mas nenhuma é dele, cobra por<br />

guardar as vacas <strong>do</strong>s outros. E, finalmente,<br />

a versão luso-brasileira. Nós temos<br />

duas vacas, financiadas pelo Fun<strong>do</strong> Social<br />

Europeu no caso português, mas reclamamos<br />

porque o rebanho não cresce.<br />

Ikea procederá a uma inauguração única.<br />

As outras duas fábricas destinam-se ao<br />

fabrico de portas de cozinha e mobiliário<br />

mps – “multipurpose storage”, uma espécie<br />

de «board on frame»<br />

folhea<strong>do</strong>.<br />

Com esta antecipação,<br />

cresce a convicção<br />

de que o grupo poderá<br />

avançar, em breve, para<br />

uma segunda fase de investimento<br />

e aproximarse<br />

<strong>do</strong>s mil empregos directos.<br />

A Ikea ficou <strong>do</strong>na de<br />

37 hectares e não <strong>do</strong>s 28<br />

que foram anuncia<strong>do</strong>s. O<br />

projecto actual ocupará<br />

apenas um terço da área<br />

disponível, Mas uma decisão<br />

sobre novos investi-<br />

Empresarial de Portugal. Mas permanece<br />

no universo Ludgero Marques, o empresário<br />

que o contratou para a AEP, <strong>do</strong><br />

qual se tornou o braço direito durante 15<br />

anos.<br />

Couto parece que vai transferir-se para<br />

a área de energias <strong>do</strong>s sócios que fundaram<br />

a Enervento (Ludgero e Vieira de<br />

Castro), entretanto vendida a um grupo<br />

Imatosgil, de Lisboa. Sem espaço para se<br />

manter na nova administração da AEP,<br />

apesar de ter si<strong>do</strong> convida<strong>do</strong>, Couto prefere<br />

fechar um ciclo.<br />

José António Barros contava com ele<br />

para gerir a Exponor. Mas a saída permite<br />

acabar de vez com as especulações<br />

sobre o seu salário e mor<strong>do</strong>mias de que<br />

desfrutaria.<br />

Entre os diversos serviços <strong>do</strong> Pestana<br />

Palace Hotel, os reis Gustavo e Sílvia da<br />

Suécia desfrutaram <strong>do</strong> Magic Garden<br />

Spa, espaço onde a Rainha Sílvia relaxou<br />

e usufruiu de massagens realizadas pela<br />

técnica Teresa Car<strong>do</strong>so.<br />

mentos só depois de o grupo sueco avaliar<br />

com rigor o desempenho <strong>do</strong> novo complexo<br />

e a evolução da procura europeia <strong>do</strong>s<br />

seus produtos.<br />

A Associação Nacional de Farmácias<br />

(ANF) vai avançar no próximo mês, com<br />

a construção <strong>do</strong> seu pólo logístico no Porto,<br />

que custará de 30 milhões<br />

de euros. O braço imobiliário<br />

da ANF estará a preparar um<br />

novo pólo também em Lisboa,<br />

num investimento de 20<br />

milhões de euros. No caso <strong>do</strong><br />

Porto, o projecto é de Ginestal<br />

Macha<strong>do</strong>.<br />

A ANF concentra as actividades<br />

ate agora dispersas<br />

por quatro locais da cidade e<br />

instalará uma extensão <strong>do</strong> seu<br />

núcleo museológico. O efeito<br />

<strong>do</strong> investimento no emprego<br />

Apesar de o presidente da Sonae SGPS<br />

ser o filho, Belmiro de Azeve<strong>do</strong> não hesita<br />

em intervir directamente nos<br />

negócios quan<strong>do</strong> o desempenho<br />

não lhe agrada. Conta-se que o<br />

engenheiro estará preocupa<strong>do</strong><br />

com os gastos excessivos em marketing<br />

e promoções da Sonae.<br />

com, sem que os efeitos nos resulta<strong>do</strong>s<br />

se façam sentir. E terá transmiti<strong>do</strong><br />

isso mesmo ao presidente<br />

da Sonae.com, Ângelo Paupério,<br />

um gestor por quem tem especial<br />

carinho. O 11º mandamento da<br />

Pólo logístico<br />

BElmiro PrEssiona<br />

fabulástico<br />

Notável neologismo este que a<br />

equipa de Ócio & Negócio partilha<br />

com os leitores.<br />

Quem se dedicar a folhear os “best<br />

sellers” recentes da literatura portuguesa<br />

como os romances de Fátima<br />

Lopes e afins repara que os vinhos são<br />

sempre fabulosos, os jantares fantásticos,<br />

seja lá o que isso for. Faz lembrar,<br />

no jornalismo, os clichés <strong>do</strong> “violento<br />

incêndio”, “dia fatídico” ou “crime<br />

horren<strong>do</strong>”. Nos adjectivos, fabuloso<br />

e fantástico tornaram-se verdadeiramente<br />

horríveis, insuportáveis mesmo<br />

se ditos com a pronúncia típica<br />

<strong>do</strong> eixo Lisboa-Cascais.<br />

Aqui fica então a sugestão para to<strong>do</strong>s<br />

os candidatos a escritores “ligt”:<br />

poupem nas palavras, fundam os adjectivos.<br />

Fabulástico é fabuloso e fantástico.<br />

Então, vá.<br />

da Invicta será relevante. A ANF calcula<br />

que passará <strong>do</strong>s actuais 400 para 700 funcionários.<br />

Sonae bem poderá passar a ser “o homem<br />

Sonae nunca se reforma”.


26<br />

tecnologIas de InfoRMação<br />

Robert Hoey, vice-presidente da IBM.<br />

Há já algum tempo que as grandes empresas das<br />

Tecnologias da Informação estão de olhos postos nos<br />

pequenos e médios clientes. Até porque longe vão os<br />

tempos em que apenas as grandes empresas tinham exigentes<br />

necessidades de computação. Hoje, um pequeno<br />

e médio negócio vive das suas tecnologias de informação.<br />

As comunicações assentam sobre TI, já não funcionamos<br />

sem mail, temos os nossos fornece<strong>do</strong>res e clientes<br />

liga<strong>do</strong>s por intranet, a nossa informação é cada mais<br />

digital… Ou seja, para fazer negócio precisamos que o<br />

nosso departamento de sistemas de informação esteja<br />

tão bem estrutura<strong>do</strong> como a contabilidade ou a área<br />

comercial. Queremos disponibilidade nos nossos sistemas<br />

e, mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>, queremos segurança. E, por<br />

isso, longe vão os tempos em que os “mainframes” eram<br />

exclusivamente das grandes organizações. Pelo menos é<br />

o que a IBM defende.<br />

Robert Hoey, vice-presidente mundial para as vendas<br />

de sistemas empresariais da IBM, garantiu, em entrevista<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, que as pequenas e médias<br />

estruturas são muito importantes para a Big Blue. O<br />

responsável admite haver muitas empresas que pensam,<br />

e até compreensivelmente, que os “mainframe” são exclusivamente<br />

para as grandes organizações e que só essas<br />

têm capacidade para albergar estes equipamentos.<br />

Mas isso não é verdade, garante Hoey, avançan<strong>do</strong> que<br />

há muitas pequenas “start-ups” que adquirem “mainframes”.<br />

A razão para que isso aconteça, defende, é que a<br />

própria economia <strong>do</strong>s “mainframe” mu<strong>do</strong>u. E mu<strong>do</strong>u<br />

de tal forma que hoje um “mainframe” pode ser adquiri<strong>do</strong><br />

por 100 mil dólares, cerca de 65 mil euros. “Temos<br />

empresas mais pequenas, com 15 servi<strong>do</strong>res Intel,<br />

que estão a substitui-los por um único “mainnframe”.<br />

E fazem isto porque a economia lhes permite suportar<br />

o “mainframe” com menos pessoas. O que eu acho particularmente<br />

interessante é o merca<strong>do</strong> estar a crescer na<br />

Rússia, na Índia, na China e no Brasil, países que têm<br />

um grande número de start-ups”.<br />

IBM à conquista das PMe<br />

Mas em Portugal, qual é a realidade? Apenas a banca,<br />

seguros, telecomunicações e grandes empresas usam<br />

“mainframes” ou já não é bem assim, até porque as<br />

nossas pequenas empresas terão mais de micro <strong>do</strong> que<br />

propriamente de pequenas? Hoey admite que, quan<strong>do</strong><br />

RecuRsos à la caRte<br />

Recentemente a Big Blue lançou<br />

o seu “mainframe”, com o nome<br />

de Z10. Uma das características<br />

salientadas por Robert Hoey é o<br />

facto de terem imputa<strong>do</strong> a esta<br />

nova plataforma a capacidade<br />

“on demand”, ou seja, a pedi<strong>do</strong>.<br />

“Esta característica é muito importante<br />

porque há muitos clientes<br />

que não conseguem prever<br />

que recursos vão precisar usar da<br />

máquina. Vamos pegar no exemplo<br />

de uma bolsa de valores. Tem<br />

a abertura e tem o fecho.<br />

É óbvio que preocupa sobejamente<br />

os responsáveis a even-<br />

consideram o merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s “mainframe”, verificamos<br />

que cerca de metade é vendida a instituições financeiras:<br />

bancos, segura<strong>do</strong>ras e bolsas de valores. “E muitas destas<br />

empresas são efectivamente muito grandes. É óbvio que<br />

a IBM cresce muito no denomina<strong>do</strong> ‘high end market’,<br />

mas o que queremos fazer é tra-<br />

zer os “mainframe” para empresas<br />

mais pequenas. Há cinco anos,<br />

o mainframe mais barato custaria<br />

cerca um milhão de dólares.<br />

Hoje, podemos ter um “mainframe”,<br />

entrada de gama por 100<br />

mil dólares”. Ou seja, é claro objectivo<br />

da IBM aumentar o número<br />

de mainframe no merca<strong>do</strong> de<br />

entrada. Queremos que uma empresa<br />

que tenha de 15 a 100 servi<strong>do</strong>res<br />

Intel, ao invés de gerirem 15<br />

ou 100 caixas, opte por trocar por<br />

um pequeno “mainframe”. Porque<br />

muitas destas empresas pensam<br />

que os “mainframes” não são para<br />

elas. Por isso, países como Portugal,<br />

que não têm os grandes bancos,<br />

segura<strong>do</strong>ras, lojas de retalho ou instituições médicas,<br />

são para a IBM um merca<strong>do</strong> em crescimento”.<br />

Mas será difícil passar esta mensagem quan<strong>do</strong> está já<br />

enraiza<strong>do</strong> que os “mainframes” são para as grandes estruturas?<br />

O vice-presidente diz que sim, que não é propriamente<br />

fácil. “As pessoas pensam que os “mainframes” são<br />

caros e para as grandes empresas ,pelo que isto vai requer<br />

algum trabalho de nossa parte”.<br />

“Mainframes” não são apenas<br />

para as grandes empresas<br />

Aliás, Hoey diz que mudar esta ideia é um <strong>do</strong>s desafios<br />

que a IBM tem pela frente. “Queremos que os clientes<br />

dediquem algum tempo a tentar perceber a nova economia<br />

desta plataforma. Temos muita gente que nos últimos<br />

20 anos pensa que os “mainframes” são apenas para<br />

as grandes empresas e por isso queremos que essa mensagem<br />

deixe de passar”.<br />

Hoje, quan<strong>do</strong> uma empresa vos compra algum produto<br />

ou serviço, qual é a primeira questão que coloca a uma<br />

empresa como a IBM? Será o retorno <strong>do</strong> investimento?<br />

tualidade de terem insuficiente<br />

capacidade para lidar com as<br />

transacções. Por isso, necessitam<br />

de ambientes altamente escaláveis<br />

para que não tenham de<br />

comprar demasiada capacidade<br />

que não sabem se um dia irão<br />

usar, mas, por outro la<strong>do</strong>, também<br />

não deixem nunca de ter a<br />

capacidade necessária para as<br />

suas operações. De uma forma<br />

simplista, o que é possível fazer<br />

é ter capacidade a pedi<strong>do</strong>.<br />

Sempre que houver um pico de<br />

acessos, nós instantaneamente<br />

fornecemos”.<br />

Robert Hoey, vice-presidente da IBM, em entrevista<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

PME portuguesas<br />

cativam IBM<br />

Nunca o departamento de sistemas de informação foi tão vital para as empresas.<br />

E não só para as grandes organizações. Também as pequenas e médias estruturas<br />

empresariais têm hoje o seu negócio assente sobre as Tecnologias de Informação.<br />

Querem disponibilidade nos seus sistemas e, mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>, querem segurança.<br />

E, por isso, longe vão os tempos em que os “mainframes” eram exclusivamente das<br />

grandes organizações. Pelo menos é o que a IBM defende. A economia destas grandes<br />

plataformas tem vin<strong>do</strong> a mudar de tal forma que se antes era necessário um milhão de<br />

dólares para adquirir esta plataforma, hoje com 100 mil dólares já podemos ter um de<br />

entrada de gama.<br />

“Queremos que os clientes<br />

dediquem algum tempo<br />

a tentar perceber a nova<br />

economia desta plataforma.<br />

Temos muita gente que nos<br />

últimos 20 anos pensa que<br />

os mainframe são apenas<br />

para as grandes empresas e<br />

por isso queremos que essa<br />

mensagem deixe de passar”<br />

O Total Cost of Ownership? Robert Hoey afiança que<br />

actualmente olham para o Total Cost of Ownership onde<br />

precisamente o “mainframe” começa a ser apelativo”, diz.<br />

Hoey revela que um cliente médio gasta metade <strong>do</strong> seu<br />

orçamento de Tecnologias de Informação em pessoas, em<br />

recursos humanos. O objectivo<br />

da IBM, nomeadamente com os<br />

“mainframes”, é conseguir fazer<br />

com que os clientes reduzam a<br />

necessidade de mão-de-obra e número<br />

de pessoas necessárias para<br />

operar a máquina, tornan<strong>do</strong> as TI<br />

mais atractivas financeiramente.<br />

“Quan<strong>do</strong> falo nos clientes de entrada<br />

de gama, que têm entre 15<br />

e 100 máquinas Intel, provavelmente<br />

têm uma equipa entre 10<br />

e 20 pessoas. O que é interessante<br />

é que a razão pela qual estes clientes<br />

vão comprar um “mainframe”<br />

é saberem que podem duplicar a<br />

empresa em termos de tamanho,<br />

podem duplicar a sua capacidade<br />

de computação sem ter de contratar<br />

mais nenhum recurso humano para o departamento de<br />

Tecnologia de Informação. O que é muito interessante”.<br />

empresários mais exigentes com as tI<br />

Hoje, os empresários estão mais exigentes no seu departamento<br />

de TI. Mesmo se estivermos a falar de uma pequena<br />

e média empresa que já começa a interessar-se por temas<br />

como consolidação e virtualização. “Depois, estão ainda<br />

mais interessa<strong>do</strong>s em aumentar a segurança, e o “mainframe”<br />

é a plataforma mais segura, por isso é que os bancos e<br />

as segura<strong>do</strong>ras a usam. A terceira questão é que as empresas<br />

estão cada vez mais empenhadas no tema energia e arrefecimento.<br />

Querem ser amigas <strong>do</strong> ambiente e a verdade é que<br />

desenhamos o “mainframe” por forma a usar menos 80%”.<br />

Ou seja, a IBM não defende que a plataforma, “mainframe”<br />

seja sempre a mais barata para todas as situações, para<br />

to<strong>do</strong>s os panoramas. “O que penso é que os clientes <strong>devem</strong><br />

olhar para os factos. Sobretu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> estamos a falar de<br />

clientes que precisam de alta disponibilidade e segurança”.<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt


Quarta loja será na<br />

Margem Sul<br />

Apresenta<strong>do</strong> o projecto da terceira loja em Portugal<br />

A localização da nova loja foi<br />

decidida na passada terça-feira,<br />

13 de Maio. E, segun<strong>do</strong> António<br />

Macha<strong>do</strong>, as razões para esta<br />

escolha <strong>devem</strong>-se, sobretu<strong>do</strong>, «à<br />

centralidade <strong>do</strong> concelho de Loures<br />

em relação à área metropolitana<br />

de Lisboa, à sua proximidade<br />

com o aeroporto da Portela, assim<br />

como as excelentes acessibilidades<br />

oferecidas», como são o<br />

caso da A1, A8, CRIL, CREL,<br />

IC22 e IC16. De acor<strong>do</strong> com a<br />

informação avançada durante a<br />

apresentação ofi cial <strong>do</strong> projecto, a<br />

15 de Maio, será também criada<br />

uma nova saída <strong>do</strong> túnel <strong>do</strong> Grilo<br />

para este empreendimento, uma<br />

obra que está já a ser negociada<br />

entre a marca sueca e as Estradas<br />

de Portugal.<br />

Cita<strong>do</strong> pela Agência Lusa, o di-<br />

Lisbon Prime index<br />

rector de expansão da IKEA em<br />

Portugal, negou “qualquer motivação<br />

fi scal para esta escolha”,<br />

realçan<strong>do</strong> que “os critérios principais<br />

para as escolhas da IKEA são<br />

as acessibilidades e a visibilidade,<br />

critérios que Loures apresentava”.<br />

Este responsável adiantou ainda<br />

que “está em estu<strong>do</strong> a abertura de<br />

uma quarta loja na Grande Lisboa,<br />

que irá situar-se na Margem<br />

Sul”, embora se tenha escusa<strong>do</strong> a<br />

dar mais pormenores.<br />

Centro comercial junta-se<br />

à loja de Matosinhos<br />

Recentemente, a Inter IKEA<br />

Centre Group, subsidiária <strong>do</strong> grupo<br />

IKEA, apresentou o primeiro<br />

centro comercial que irá desenvolver<br />

na Península Ibérica. Tra-<br />

Imobiliário<br />

ta-se da unidade de Matosinhos,<br />

ligada à loja IKEA já existente,<br />

num projecto que representa um<br />

investimento de 170 milhões de<br />

euros. Este será, aliás, o maior<br />

centro comercial <strong>do</strong> grupo IKEA<br />

na Europa, ao contar com uma<br />

67 500 m² de Área Bruta Locável<br />

(ABL), <strong>do</strong>s quais 95% estão já coloca<strong>do</strong>s,<br />

e a que se juntam os cerca<br />

de 35.000 m² da loja IKEA, já<br />

em funcionamento.<br />

Assim, no total, o complexo<br />

IKEA oferecerá uma área comercial<br />

que rondará os 100 000 m².<br />

“O conceito inova<strong>do</strong>r <strong>do</strong> projecto<br />

refere-se à integração da loja<br />

IKEA no centro comercial, tornan<strong>do</strong>-se<br />

assim mais uma loja<br />

<strong>do</strong> centro, como todas as outras,<br />

apesar de ser a âncora mais importante<br />

<strong>do</strong> projecto”, informou<br />

Vasco Santos, o director <strong>do</strong> novo<br />

centro, aquan<strong>do</strong> da apresentação<br />

<strong>do</strong> complexo. O projecto contempla<br />

a criação de 110 postos<br />

de trabalho directos e 2.800 indirectos.<br />

Com uma área de infl uência<br />

de 2,8 milhões de pessoas a 45<br />

minutos de distância, o centro<br />

comercial IICG de Matosinhos<br />

prevê atingir os 15 milhões de<br />

visitantes no primeiro ano de<br />

actividade. Com abertura pre-<br />

vista para o último trimestre de<br />

2008, este centro comercial contará<br />

com uma oferta comercial de<br />

200 lojas, das quais 14 são lojasâncora,<br />

destacan<strong>do</strong>-se marcas de<br />

empresas como FNAC, Auchan,<br />

Rádio Popular, Lusomun<strong>do</strong>, Inditex,<br />

H&M, Sfera, ou Sportzone,<br />

para além da própria loja<br />

IKEA. O espaço terá <strong>do</strong>is pisos,<br />

4000 m² de área de restauração,<br />

com 30 restaurantes, e 5100 lugares<br />

de estacionamento.<br />

Corre<strong>do</strong>r Mirafl ores-Porto Salvo regista rendas médias acima <strong>do</strong>s 12 J/m2<br />

O Lisbon Prime Index registou, no primeiro trimestre de 2008,<br />

vinte negócios no corre<strong>do</strong>r Mirafl ores – Porto Salvo, totalizan<strong>do</strong><br />

mais de 5 mil m2, em edifícios usa<strong>do</strong>s. Com mais negócios <strong>do</strong><br />

que a ocupação em escritórios novos, em termos de área ocupada é<br />

ligeiramente inferior, permitin<strong>do</strong> concluir que as áreas médias <strong>do</strong>s<br />

escritórios negocia<strong>do</strong>s das primeiras ocupações são superiores às<br />

áreas médias <strong>do</strong>s escritórios usa<strong>do</strong>s, nesta zona.<br />

Os sectores de actividade mais activos na zona Oeste foram<br />

os “Outros serviços”, classifi cação residual, que engloba as actividades<br />

não tradicionais fi ca muito à frente <strong>do</strong>s “Consultores e<br />

Advoga<strong>do</strong>s”,que foi a segunda que mais transacções proporcionou<br />

Proibida<br />

a reprodução<br />

<strong>do</strong><br />

LISBON<br />

PRIME INDEX<br />

nesta região, mas com pequenas áreas médias ocupadas. Destacamse<br />

nesta zona as farmacêuticas, que ocupam o terceiro lugar das<br />

actividades mais activas e o segun<strong>do</strong> lugar em termos de área ocupada.<br />

Em termos de valores de arrendamento, o valor pratica<strong>do</strong> nesta<br />

zona, à semelhança <strong>do</strong> quarto trimestre de 2007, situou-se acima<br />

<strong>do</strong>s 12 J/m2, principalmente pelo contributo da subida verifi ca<strong>do</strong><br />

no valor médio de transacção <strong>do</strong>s escritórios usa<strong>do</strong>s. Continuan<strong>do</strong><br />

também a tendência verifi cada no quarto trimestre <strong>do</strong> ano transacto,<br />

esta zona <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de escritórios assistiu, por esta via, a uma<br />

redução <strong>do</strong> prémio entre novo e usa<strong>do</strong>.<br />

IKEA Loures abre<br />

em 2010<br />

IKEA vai investir 70 milhões de euros em Loures<br />

JAN<br />

MAR<br />

MAI<br />

JUL<br />

SET<br />

2005<br />

2005<br />

2005<br />

2005<br />

2005<br />

Índice Confidencial Imobiliário (2005=100)<br />

Taxa de variação média <strong>do</strong>s últimos 12 meses<br />

NOV<br />

JAN<br />

MAR<br />

MAI<br />

JUL<br />

2005<br />

2006<br />

2006<br />

2006<br />

2006<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 27<br />

A IKEA apresentou ofi cialmente o projecto da sua terceira loja em Portugal,<br />

que irá situar-se no concelho de Loures, mais concretamente em Frielas.<br />

Representa um investimento previsto na ordem <strong>do</strong>s 70 milhões de euros, “terá<br />

uma superfície de 38 000 m² e proporcionará 480 novos postos de trabalho<br />

directos”, revelou o director de expansão da IKEA em Portugal, António<br />

Macha<strong>do</strong>, durante a apresentação ofi cial <strong>do</strong> projecto. Tem abertura prevista para<br />

2010, e contará ainda com 2500 lugares de estacionamento.<br />

Conheça a nova<br />

Confidencial Imobiliário<br />

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28<br />

imobiliário<br />

Empreendimento turístico<br />

da Cavandela com investimento<br />

de 600 milhões<br />

A Cavandela – Sociedade Imobiliária,<br />

que integra o grupo internacional<br />

de investimentos imobiliários<br />

E3 Property, apresentou o<br />

projecto de um mega-empreen-<br />

dimento turístico e empresarial<br />

avalia<strong>do</strong> em 600 milhões de euros,<br />

que vai ocupar uma área total<br />

de 606 hectares na freguesia de<br />

Aguirre Newman Cosmopolita fecha trimestre<br />

com lucros de 1,6 milhões de euros<br />

A Aguirre Newman Cosmopolita<br />

registou lucros de 1,6 milhões<br />

de euros no primeiro trimestre<br />

deste ano, e com um aumento<br />

de 360% face a igual perío<strong>do</strong> de<br />

2007. No perío<strong>do</strong> em análise,<br />

destaque para a boa performance<br />

<strong>do</strong> segmento de escritórios, “com<br />

perspectivas promissoras de crescimento<br />

no decorrer <strong>do</strong> ano corrente”,<br />

informou a consultora, em<br />

comunica<strong>do</strong>. O departamento de<br />

Arrendamento urbano<br />

O NRAU (Novo Regime <strong>do</strong><br />

Arrendamento Urbano) dispõe<br />

que o arrendatário deve usar,<br />

efectivamente, o imóvel arrenda<strong>do</strong><br />

para o fim contrata<strong>do</strong>, não<br />

poden<strong>do</strong> deixar de o utilizar por<br />

mais de um ano.<br />

Em consequência da violação<br />

deste dever <strong>do</strong> inquilino, mais<br />

prevê o NRAU, entre outras causas<br />

de resolução <strong>do</strong> contrato de<br />

arrendamento, o não uso <strong>do</strong> loca<strong>do</strong><br />

por mais de um ano, ressalvadas<br />

as situações que a própria lei<br />

excepciona para o efeito.<br />

Castro Verde.<br />

Cerca de 565 hectares serão<br />

consagra<strong>do</strong>s à componente turística,<br />

que prevê o desenvolvimento<br />

de um hotel de cinco estrelas<br />

com 360 camas e de um aparthotel<br />

de quatro estrelas, com 200<br />

camas. Dele fará parte também<br />

uma componente turístico-resi-<br />

investimento colaborou, para o<br />

fecho <strong>do</strong> primeiro trimestre, com<br />

cerca de 30% da facturação, com<br />

operações que representam mais<br />

de 36 milhões de euros de investimentos<br />

imobiliários e “deals”<br />

em negociação de mais de 81 milhões<br />

de euros.<br />

Carlos Moedas, CEO da empresa,<br />

refere que, “apesar da turbulência<br />

internacional, o merca<strong>do</strong><br />

português continua muito activo<br />

Isto porque, nos termos da lei,<br />

é lícito ao arrendatário não usar<br />

o loca<strong>do</strong> em caso de força maior<br />

ou <strong>do</strong>ença, se a ausência, que não<br />

perdure por mais de <strong>do</strong>is anos, se<br />

dever ao cumprimento de deveres<br />

militares ou profissionais, <strong>do</strong> próprio,<br />

<strong>do</strong> cônjuge ou de quem viva<br />

com o arrendatário em união de<br />

facto. De acor<strong>do</strong> com o disposto<br />

na lei, é, ainda, lícito ao arrendatário<br />

não utilizar o loca<strong>do</strong> se a<br />

utilização for mantida por quem,<br />

ten<strong>do</strong> direito de o usar, já o fizesse<br />

há mais de um ano.<br />

Pelo exposto se verifica que<br />

o que releva para um eventual<br />

despejo é o facto de o imóvel<br />

arrenda<strong>do</strong> não ter si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong><br />

durante mais de um ano e não<br />

qualquer questão formal sem reflexos<br />

na factualidade inerente á<br />

utilização.<br />

O que acontece no caso da cessação<br />

da actividade para efeitos de<br />

IVA é que, se ela se baseia na inexistência<br />

de actividade comercial,<br />

tal facto pode levar a pressupor<br />

que o loca<strong>do</strong> não terá si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong><br />

por mais de um ano, para<br />

o fim a que foi contratualmente<br />

destina<strong>do</strong>.<br />

Isto porque, ainda que a lei<br />

ressalve da obrigatoriedade de<br />

utilização <strong>do</strong> loca<strong>do</strong> os casos de<br />

força maior, será difícil enquadrar<br />

a execução de obras por um tão<br />

longo perío<strong>do</strong> de tempo no referi<strong>do</strong><br />

conceito, da<strong>do</strong> que as características<br />

que habitualmente a ele<br />

se associam são a inevitabilidade<br />

e a imprevisibilidade, que nesse<br />

caso dificilmente se verificarão.<br />

Sen<strong>do</strong> assim, é com base no<br />

não uso que o senhorio poderá<br />

Legal & Imobiliário<br />

Resolução <strong>do</strong> contrato por cessação da actividade<br />

“Sou sócio-gerente de um estabelecimento que se dedica à<br />

actividade de café/snack bar e similares, o estabelecimento<br />

funciona num imóvel arrenda<strong>do</strong> com contrato celebra<strong>do</strong><br />

há mais de 15 anos. As rendas são pagas regularmente.<br />

Em 2006/2007 não teve actividade por motivos relaciona<strong>do</strong>s<br />

com obras e respectivos atrasos, por esse motivo pondera-se<br />

a possibilidade de cessar a actividade, mas, apenas em<br />

sede de IVA, para dessa forma podermos beneficiar da isenção<br />

<strong>do</strong> pagamento de IRC de 2007 e respectivos pagamentos<br />

por conta de 2008. Há a expectativa de, a qualquer momento,<br />

iniciar-se novamente a actividade em sede de IVA.<br />

A questão que preten<strong>do</strong> ver esclarecida é a de saber se há qualquer<br />

meio legal de o senhorio rescindir o respectivo contrato de<br />

arrendamento, apenas por se ter cessa<strong>do</strong> a actividade em sede<br />

de IVA.”<br />

dencial apoiada em nove aldeamentos<br />

com 600 apartamentos,<br />

700 casas em banda, 150 casas<br />

unifamiliares individuais e 110<br />

casas unifamiliares geminadas.<br />

Terá também um campo de golfe<br />

com 36 buracos, além de outros<br />

equipamentos desportivos, courts<br />

de ténis, complexo de piscinas e<br />

circuitos de manutenção.<br />

Junto ao empreendimento turístico<br />

vai ser instala<strong>do</strong> um parque<br />

empresarial com 42 lotes de terreno<br />

que ocupará uma área com 38<br />

hectares para instalar projectos<br />

associa<strong>do</strong>s às tecnologias ambientais<br />

e agro-alimentares, que pode<br />

vir a criar mais 1500 postos de<br />

trabalho.<br />

O empreendimento poderá gerar<br />

cerca de 2250 novos postos de<br />

trabalho, 500 <strong>do</strong>s quais associa<strong>do</strong>s<br />

à hotelaria, 750 indirectos e<br />

outros 1000 induzi<strong>do</strong>s.<br />

e interessante para o investimento<br />

imobiliário”, continuan<strong>do</strong> a<br />

dar sinais positivos nos negócios,<br />

ten<strong>do</strong> em conta o panorama <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> imobiliário internacional<br />

e apesar <strong>do</strong> abrandamento<br />

<strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res.<br />

Estes são os primeiros resulta<strong>do</strong>s<br />

apresenta<strong>do</strong>s pela empresa<br />

que resultou da fusão entre a<br />

Aguirre Newman e a Cosmopolita.<br />

MARIA DOS ANJOS<br />

GUERRA<br />

Advogada<br />

marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt<br />

O que releva para um<br />

eventual despejo é<br />

o facto de o imóvel<br />

arrenda<strong>do</strong> não ter si<strong>do</strong><br />

utiliza<strong>do</strong> durante mais<br />

de um ano. O direito de<br />

resolver o contrato deve<br />

ser efectiva<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong><br />

prazo de um ano<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Absorção de escritórios<br />

ascendeu aos 34 162 m²<br />

no primeiro trimestre<br />

A absorção de espaço de escritórios<br />

no merca<strong>do</strong> de Lisboa ascendeu<br />

aos 34 162 m² no primeiro<br />

trimestre de 2008, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />

contabilizadas 86 operações. Estes<br />

da<strong>do</strong>s foram divulga<strong>do</strong>s pela<br />

Jones Lang LaSalle, que concluiu<br />

que, em comparação com o primeiro<br />

trimestre <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>,<br />

esta performance traduz um decréscimo<br />

no nível de transacções<br />

na ordem <strong>do</strong>s 28%.<br />

No perío<strong>do</strong> em análise, os escritórios<br />

novos foram os mais procura<strong>do</strong>s,<br />

totalizan<strong>do</strong> 17 462 m²<br />

da área transaccionada. Entre os<br />

principais negócios, a consultora<br />

destaca a colocação <strong>do</strong> Instituto<br />

de Seguros de Portugal em 5364<br />

m² no Edifício Via República, e<br />

a instalação <strong>do</strong> BNP Paribas em<br />

4.200 m² no Arts Business Center.<br />

Em termos da dimensão das<br />

áreas, cerca de 72% das operações<br />

verificadas englobam escritórios<br />

até 300 m², enquanto os espaços<br />

entre os 300 e os 800 m² foram<br />

eleitos para 17% das operações<br />

concretizadas.<br />

Portbuilding investe 50 milhões<br />

em novo con<strong>do</strong>mínio de luxo<br />

em Lisboa<br />

A Portbuilding, resultante<br />

da joint venture entre o grupo<br />

FDO e a Salema Quintela<br />

SGPS, vai investir cerca de 50<br />

milhões de euros no seu segun<strong>do</strong><br />

projecto imobiliário. Após<br />

ter investi<strong>do</strong> 45 milhões de euros<br />

no empreendimento Infante<br />

à Lapa, a empresa deverá iniciar<br />

ainda este ano a construção de<br />

um novo con<strong>do</strong>mínio residencial<br />

em Lisboa.<br />

O administra<strong>do</strong>r da empresa,<br />

Gustavo Quintela, anunciou<br />

que este projecto contará<br />

com uma área de construção de<br />

cerca de 30 000 m² e destinarse-á<br />

ao segmento alto da população,<br />

à semelhança <strong>do</strong> que<br />

aconteceu no Infante à Lapa,<br />

que deve ficar pronto durante<br />

o Verão. “Estamos a trabalhar<br />

para dar continuidade ao tra-<br />

balho que foi desenvolvi<strong>do</strong> em<br />

Lisboa. Já está identifica<strong>do</strong> o<br />

terreno que queremos adquirir”,<br />

explicou.<br />

A empresa conta apresentar o<br />

projecto ao merca<strong>do</strong> ainda este<br />

ano, que, de acor<strong>do</strong> com o responsável,<br />

irá requalificar um espaço<br />

de Lisboa que actualmente<br />

se encontra degrada<strong>do</strong>. Para<br />

a aquisição <strong>do</strong> terreno apenas<br />

“falta acertar pormenores em relação<br />

às condições de pagamento”.<br />

Uma vez iniciada a construção,<br />

deverá ficar concluí<strong>do</strong> num<br />

prazo de <strong>do</strong>is anos e meio.<br />

Quanto à colocação <strong>do</strong>s<br />

apartamentos no merca<strong>do</strong>, o<br />

responsável explicou que “provavelmente<br />

será uma comercialização<br />

exclusiva da Portbuilding,<br />

como foi o Infante à<br />

Lapa”.<br />

instaurar acção de despejo e não<br />

propriamente na cessação da actividade<br />

declarada para efeitos de<br />

IVA, ainda que possa usar a cessação<br />

da actividade comunicada às<br />

finanças para provar que o loca<strong>do</strong><br />

não foi usa<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong><br />

de tempo relativo á cessação da<br />

actividade declarada.<br />

O direito que poderá, nesse<br />

caso, assistir ao senhorio de resolver<br />

o contrato de arrendamento<br />

com base em incumprimento <strong>do</strong><br />

arrendatário, contu<strong>do</strong>, deve ser<br />

efectiva<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> prazo de um<br />

ano a contar <strong>do</strong> conhecimento<br />

<strong>do</strong> facto que lhe serve de fundamento,<br />

sob pena de caducidade.<br />

Para o efeito convém ter em conta<br />

que, quan<strong>do</strong> se trate de facto<br />

continua<strong>do</strong> ou dura<strong>do</strong>uro, como<br />

é o caso <strong>do</strong> não uso <strong>do</strong> loca<strong>do</strong>,<br />

o prazo não se completa antes de<br />

decorri<strong>do</strong> um ano após a sua cessação.


A distribuição de dividen<strong>do</strong>s na empresa familiar (II de III)<br />

Jesus e Francisco Negreira del Rio.<br />

Professores da Escuela de Negocios Caixanova<br />

A matriz <strong>do</strong> accionista que construímos a semana passada<br />

configura quatro possibilidades na altura de avaliar<br />

os proprietários da empresa. Vejamos:<br />

- Accionista exigente com a gestão. Estamos perante<br />

uma pessoa envolvida no projecto e com um elevadas capacidades<br />

de direcção. Será um accionista exigente com<br />

a gestão, mas ao mesmo tempo poderemos contar com<br />

ele nos momentos difíceis. A exigência de qualidade na<br />

gestão não significa que não esteja orienta<strong>do</strong> face aos<br />

resulta<strong>do</strong>s e à liquidez, mas apenas que este accionista<br />

não se orientará pelo curto-prazo e saberá adaptar as<br />

suas expectativas de liquidez às necessidades <strong>do</strong>s fluxos<br />

da empresa, mas será muito exigente com a equipa de<br />

direcção.<br />

- Accionista exigente com os resulta<strong>do</strong>s. Também o denominamos<br />

de “accionista fun<strong>do</strong> de investimento”, já que<br />

estamos perante uma pessoa formada, capaz de interpre-<br />

Consultório da empresa familiar<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 empresas familiares 29<br />

Pretendemos redigir um pacto de compra de acções entre os irmãos para que, caso<br />

algum de nós pretenda em algum momento aban<strong>do</strong>nar a empresa, o possa fazer de uma<br />

forma organizada e para que os restantes mantenham uma parte proporcional à que agora<br />

detêm. Estamos a colocar a hipótese de que a venda possa ser reversível se num prazo de<br />

cinco anos o familiar pretender regressar. Será viável?<br />

Efectivamente, é bastante aconselhável que a empresa familiar se antecipe a<br />

possíveis expectativas de liquidez por parte <strong>do</strong>s accionistas (principalmente os<br />

minoritários) e que se definam as políticas com as quais se vai enfrentar este tipo<br />

de exigências. É aconselhável que se chegue a um acor<strong>do</strong> sobre o ou os méto<strong>do</strong>s de<br />

avaliação que serão utiliza<strong>do</strong>s e quem será responsável pela execução da avaliação<br />

(externos, empresa auditora actual, etc.)<br />

Numa perspectiva operativa, a questão de dispor na empresa de um fun<strong>do</strong><br />

remanescente que permitisse realizar a operação como autocarteira é alvo de<br />

críticas, por significar uma imobilização de recursos; de qualquer forma, deve ser o<br />

conselho de administração (referenda<strong>do</strong> pela Junta Geral de Accionistas) a avaliar a<br />

oportunidade.<br />

O que sim é mais discutível é a opção que coloca, e como exemplo <strong>do</strong>u-lhe uma<br />

caso no qual a situação se pode virar contra vocês e prejudicar irremediavelmente<br />

a relação entre os sócios. O que aconteceria se um familiar decidisse vender numa<br />

fase “má” ou numa situação crítica para a empresa e pretendesse voltar a entrar num<br />

altura em que as coisas melhorassem? Ainda que o preço fosse diferente e reflectisse<br />

ambas as realidades, o certo é que a manobra daria, sem dúvida, lugar a percepções<br />

muito negativas entre to<strong>do</strong>s os afecta<strong>do</strong>s. Qual o objectivo desta proposta? Permita-<br />

-me demonstrar o meu cepticismo relativamente à mesma.<br />

Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares<br />

e elaboração de Protocolos Familiares<br />

tar adequadamente os resulta<strong>do</strong>s da empresa, mas com<br />

um baixo nível de envolvimento; isto é, para ele, as suas<br />

acções são como qualquer outro investimento: analisa-o<br />

de forma asséptica. Se os resulta<strong>do</strong>s acompanham, fantástico;<br />

mas a verdade é que para ele o seu dinheiro tem um<br />

importante custo de oportunidade.<br />

- Accionista exigente com a liquidez. Será um sócio<br />

exigente relativamente às suas expectativas de retorno<br />

líqui<strong>do</strong> de dividen<strong>do</strong>s de forma sustentada no tempo,<br />

ainda que em algumas ocasiões a situação da empresa<br />

não o aconselhe ou que a estratégia prevista exija importantes<br />

reinvestimentos de capital. Caso tenha um importante<br />

volume de acções, a sua influência na gestão<br />

Envie-nos as suas questões para<br />

consultorio@efconsulting.es<br />

BES valoriza economia social<br />

O Banco Espírito Santo quer tornar-se o<br />

banco português de referência na chamada<br />

economia social, anuncian<strong>do</strong> o reforço de<br />

iniciativas neste pilar <strong>do</strong> seu posicionamento,<br />

anunciou Joaquim Góes, administra<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> banco, numa conferência organizada<br />

para dar a conhecer os projectos e as necessidades<br />

de instituições que se dedicam<br />

a apoio solidário. De acor<strong>do</strong> com Joaquim<br />

Góes, o apoio social e cultural à comunidade<br />

ocupa já no posicionamento <strong>do</strong> banco<br />

um espaço paralelo ao pilar económico e ao<br />

pilar ambiental, que o BES promove com<br />

igual intensidade.<br />

A prestação de serviços, enquanto entidade<br />

bancária, e os apoio directos às instituições<br />

com quem celebra protocolos de<br />

colaboração tem constituí<strong>do</strong> as formas de<br />

pôr em prática a economia social, revela<br />

Joaquim Góes. O BES tem já um departamento<br />

especializa<strong>do</strong> nesta matéria para<br />

lidar com os vários projectos e só em 2007<br />

foram contabiliza<strong>do</strong>s quase quatro milhões<br />

de euros em <strong>do</strong>nativos concedi<strong>do</strong>s a diversas<br />

instituições. “A economia social tem uma<br />

dimensão relevante e vai acentuar-se cada<br />

vez mais. O posicionamento na economia<br />

social é, por isso, um eixo estratégico <strong>do</strong><br />

BES”, confirma o administra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> banco,<br />

que estabeleceu já protocolos de cooperação<br />

com a Confederação Nacional das Instituições<br />

de Solidariedade (CNIS) e com a<br />

União das Misericórdias. ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt<br />

JuNhO<br />

www.efconsulting.es<br />

Santiago Compostela – Valencia – Porto<br />

efconsulting@efconsulting.es<br />

poderá ser determinante para a empresa ao vincular em<br />

excesso a obtenção de liquidez pessoal, em detrimento<br />

<strong>do</strong> projecto.<br />

- Accionista acomoda<strong>do</strong>. Estamos perante um accionista<br />

“dócil” devi<strong>do</strong> ao seu eleva<strong>do</strong> grau de envolvimento emocional<br />

com a empresa, normalmente resultante seja de<br />

um forte vínculo familiar (“a empresa fundada pelo meu<br />

avó e desenvolvida pelo meu pai…”), ou porque à frente<br />

da gestão se encontra uma pessoa com muita influência<br />

sobre ele (normalmente um familiar próximo), ou porque<br />

estamos perante uma pessoa com um eleva<strong>do</strong> sentimento<br />

de família, para a qual a empresa é uma fonte de união e<br />

isso converte-a numa peça fundamental que é necessário<br />

estimar.<br />

Como utilizar a matriz na tomada de decisões?<br />

A tarefa de posicionar os diferentes membros de uma<br />

junta de accionistas num <strong>do</strong>s quadrantes da matriz tem<br />

uma importante componente de subjectividade, assim,<br />

temos de tentar ser o mais rigorosos possível e <strong>devem</strong>os<br />

fazê-lo pensan<strong>do</strong> na realidade (não no que gostaríamos<br />

que esta fosse ou no que deveria ser).<br />

Depois de efectuar o mesmo processo para to<strong>do</strong>s os accionistas,<br />

temos de assinalar as percentagens de capital<br />

detidas por cada um deles no quadrante correspondente,<br />

asseguran<strong>do</strong>-nos de que os 100% <strong>do</strong> capital social estão<br />

representa<strong>do</strong>s na matriz. O mesmo será feito para a geração<br />

seguinte e confrontam-se os <strong>do</strong>is gráficos; com esta<br />

comparação de perfis procuramos detectar movimento de<br />

fun<strong>do</strong> e tendências. É algo semelhantes a uma análise genética<br />

que nos mostra as possibilidades de no futuro sofrer<br />

de alguma <strong>do</strong>ença.<br />

Esta semana convidamo-lo a reflectir sobre o seu caso<br />

em particular e na próxima semana veremos como tentar<br />

converter este exercício de reflexão em acções concretas e<br />

benéficas quer para a empresa quer para a família.<br />

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Mail: formacao@vidaeconomica.pt


30<br />

A partir de Setembro<br />

entram em funcionamento<br />

mais 30 juízos tributários<br />

Ministério das Finanças garante<br />

Actual regime<br />

<strong>do</strong> sigilo bancário<br />

não vai sofrer<br />

alterações<br />

O<br />

Ministério das Finanças<br />

não pretende alterar o<br />

actual regime <strong>do</strong> sigilo<br />

bancário, consideran<strong>do</strong> que o<br />

mesmo é equilibra<strong>do</strong>, pelo que<br />

não há razões válidas para proceder<br />

a eventuais modificações.<br />

Esta posição surge na sequência<br />

de uma notícia que dava como<br />

certa uma quebra de sigilo bancário<br />

limita<strong>do</strong>, facto que retiraria<br />

poder ao fisco.<br />

Outros aspectos merecem considerações<br />

pertinentes por parte<br />

<strong>do</strong> Ministério das Finanças. Desde<br />

logo, o facto de o anteprojecto<br />

ainda não estar finaliza<strong>do</strong>. Os trabalhos<br />

foram inicia<strong>do</strong>s há cerca de<br />

um ano e em causa está a harmonização<br />

<strong>do</strong> Código de Processo<br />

Tributário com o Código de Processo<br />

Administrativo, no âmbito<br />

da simplificação administrativa.<br />

Quanto aos prazos de decisão,<br />

adianta o ministério de Teixeira<br />

<strong>do</strong>s Santos, uma eventual modificação<br />

caberá num movimento<br />

amplo de alteração <strong>do</strong> enquadramento<br />

orgânico <strong>do</strong>s tribunais tributários,<br />

“visan<strong>do</strong> a redução <strong>do</strong>s<br />

prazos de decisão <strong>do</strong>s mesmos”.<br />

AGENDA FISCAL<br />

MAIO<br />

Até ao dia 20<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescenta<strong>do</strong><br />

Pequenos Retalhistas - Entrega pelos retalhistas<br />

sujeitos ao regime de <strong>tributação</strong><br />

previsto no art.º 60º <strong>do</strong> CIVA da guia<br />

modelo 1073 ou da guia modelo 1074,<br />

consoante haja ou não imposto a pagar.<br />

• IRC - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas colectivas<br />

– Entrega das importâncias retidas no mês<br />

de Abril sobre os rendimentos sujeitos a retenção<br />

na fonte de IRC.<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas singulares<br />

– Entrega, pelas entidades obrigadas a<br />

efectuar retenção, <strong>do</strong> imposto deduzi<strong>do</strong> em<br />

Abril pela aplicação das taxas liberatórias<br />

previstas no artº 71º <strong>do</strong> CIRS.<br />

– Entrega, pelas entidades que disponham<br />

ou devam dispor de contabilidade organizada,<br />

das importâncias deduzidas em Abril<br />

sobre rendimentos de capitais e prediais e<br />

rendimentos de propriedade intelectual ou<br />

industrial e prestações de serviços (Categoria<br />

B).<br />

− Entrega <strong>do</strong> imposto deduzi<strong>do</strong> em Abril<br />

sobre os rendimentos <strong>do</strong> trabalho depen-<br />

Ou seja, os trabalhos não estão<br />

ainda concluí<strong>do</strong>s e não foram sequer<br />

coloca<strong>do</strong>s à consideração de<br />

qualquer elemento político. Daí<br />

a estranheza de a notícia <strong>do</strong> teor<br />

referi<strong>do</strong> ter vin<strong>do</strong> a público, por<br />

parte <strong>do</strong> fisco.<br />

Faz notar que a partir de Setembro<br />

entram em funcionamento<br />

mais 30 juízos tributários e sete<br />

juízos liquidatários. “Prevê-se a<br />

redução significativa das pendências<br />

judiciais, sen<strong>do</strong> que os antigos<br />

processos não prescreverão,<br />

já que a legislação a esse respeito<br />

o impede, ainda mais quan<strong>do</strong> os<br />

mesmos serão alvo de um processo<br />

de apreciação nos cita<strong>do</strong>s juízos<br />

liquidatários.”<br />

Finalmente, quanto à arbitragem,<br />

garante o Ministério das<br />

Finanças que os seus moldes continuam<br />

a ser estuda<strong>do</strong>s, admitin<strong>do</strong>-se<br />

a mesma em princípio, mas<br />

como instância judicial própria,<br />

com possibilidade de recurso para<br />

os tribunais comuns e para matérias<br />

não indisponíveis. “Nunca se<br />

situarão, como é óbvio e de bom<br />

senso, nas sedes de organizações<br />

empresariais.”<br />

Fiscalidade<br />

dente e de pensões, com excepção das de<br />

alimentos<br />

• Imposto de Selo<br />

− Entrega, por meio de guia, nas tesourarias<br />

da Fazenda Pública, <strong>do</strong> imposto<br />

cobra<strong>do</strong> em Abril pelas entidades a quem<br />

incumbe essa obrigação.<br />

Até ao dia 25<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas singulares<br />

− Entrega da declaração modelo 3, por via<br />

electronica, com anexos, pelos sujeitos<br />

passivos com rendimentos das Categoria A<br />

(trabalho dependente), B (empresariais e<br />

profissionais), E (capitais), F (prediais), G<br />

(mais valias) e H (pensões).<br />

Até ao dia 30<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas singulares<br />

– Entrega da declaração Modelo 17, por<br />

transmissão electrónica de da<strong>do</strong>s, pelas<br />

instituições depositárias de Dívida Pública<br />

– não residentes – operações de que tenha<br />

resulta<strong>do</strong> reembolso antecipa<strong>do</strong> de imposto.<br />

– Entrega da declaração Modelo 18, por<br />

transmissão electrónica de da<strong>do</strong>s, pelas<br />

Governo<br />

preocupa<strong>do</strong><br />

com preços<br />

<strong>do</strong>s combustíveis<br />

O Governo parece estar na disposição<br />

de agir face ao aumento<br />

<strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>s combustíveis. A<br />

realidade é que as pressões sobre o<br />

Executivo estão a intensificar-se.<br />

A situação tornou-se quase insustentável<br />

para muitas empresas e a<br />

maioria <strong>do</strong>s particulares. Sobretu<strong>do</strong>,<br />

não há explicações concretas<br />

sobre o que se está a passar. A<br />

taxa fiscal sobre os combustíveis é<br />

considerada excessiva.<br />

O ministro da Economia, Manuel<br />

Pinho, veio a público dizer<br />

que aguarda o estu<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> à<br />

Autoridade da Concorrência<br />

para ter a certeza que não são<br />

factores excepcionais a empolar<br />

os preços <strong>do</strong>s combustíveis. O<br />

próprio admite que a situação<br />

é muito preocupante, ten<strong>do</strong> em<br />

conta o impacto sobre as famílias<br />

e as empresas <strong>do</strong>s mais diversos<br />

sectores de actividade. Ainda<br />

que continue a afirmar que o<br />

Governo não tem intervenção<br />

nos preços, sen<strong>do</strong> da responsabilidade<br />

das petrolíferas, é sabi<strong>do</strong><br />

que, sempre que há um agravamento,<br />

o Esta<strong>do</strong> capta mais receita<br />

fiscal.<br />

Relativamente ao estu<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong><br />

à AdC, Manuel Pinho afirma<br />

que serão analisa<strong>do</strong>s os factores<br />

que podem estar a limitar a concorrência<br />

no sector e, assim, levar<br />

a um aumento artificial <strong>do</strong>s<br />

preços.<br />

PRÁTICA FISCAL<br />

Soc. transparência fiscal/sócio-gerente<br />

Sou TOC de uma sociedade unipessoal<br />

em que a actividade da<br />

sua sócia-gerente é medicina,<br />

formação profissional e auditoria,<br />

tu<strong>do</strong> isto na área da medicina.<br />

Gostaria de saber se é uma sociedade<br />

de transparência fiscal,<br />

já que a mesma pessoa é também<br />

trabalha<strong>do</strong>ra por conta de<br />

outrem como médica, requisitada<br />

ao Esta<strong>do</strong>, num hospital S.A.<br />

Gostaria de saber também se há<br />

alguma incompatibilidade entre<br />

a profissão que exerce no hospital<br />

e a situação de sócia-gerente<br />

tanto nesta sociedade como noutras<br />

com objecto social totalmente<br />

diferente?<br />

Resposta <strong>do</strong> Assessor Fiscal<br />

Consideram-se sociedade de pro-<br />

entidades emitentes de vales de refeição.<br />

• IRC<br />

– Entrega, por transmissão electrónica de<br />

da<strong>do</strong>s, da declaração periódica de rendimentos<br />

modelo 22, pelas entidades sujeitas<br />

a IRC, cujo perío<strong>do</strong> de <strong>tributação</strong> seja<br />

coincidente com o ano civil. Dentro <strong>do</strong><br />

mesmo prazo deve ser efectua<strong>do</strong> o pagamento<br />

<strong>do</strong> IRC devi<strong>do</strong>.<br />

Novas regras já em vigor<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

PLANEAmENTo FISCAL AbuSIvo<br />

A taxa fiscal<br />

sobre os combustíveis<br />

é considerada excessiva<br />

fissionais as sociedades constituídas<br />

para o exercício de uma actividade<br />

profissional especificamente<br />

prevista na lista de actividades a<br />

que alude o artigo 151.º <strong>do</strong> Código<br />

<strong>do</strong> IRS, na qual to<strong>do</strong>s os sócios<br />

pessoas singulares sejam profissionais<br />

dessa actividade.<br />

Ora, no caso exposto, a sociedade<br />

não se mostra constituída apenas<br />

para o exercício de uma das actividades<br />

médicas especificamente<br />

previstas na lista a que alude artigo<br />

151.º <strong>do</strong> CIRS, abrangen<strong>do</strong><br />

outras actividades – formação<br />

profissional e auditoria – ainda<br />

que na área da medicina, não caben<strong>do</strong>,<br />

por isso, no conceito de<br />

sociedade de profissionais previsto<br />

na alínea a) <strong>do</strong> n.º 4 <strong>do</strong> artigo<br />

6.º <strong>do</strong> CIRC.<br />

Subcapitalização – art. 61º <strong>do</strong> CIRC<br />

Temos 3 empresas <strong>do</strong> mesmo grupo:<br />

A, B e C. A e C são residentes<br />

em Portugal, B é residente em<br />

Espanha. A foi vendida a B e esta<br />

é a empresa-mãe de A e C. Ten<strong>do</strong><br />

A contas correntes caucionadas e<br />

empréstimos em dívida com a banca,<br />

se B não residente quiser emprestar<br />

o dinheiro a A para a conta<br />

corrente caucionada e empréstimo<br />

bancários, pode B deduzir esses<br />

custos em termos de IRC?<br />

E se for C a emprestar a A, sen<strong>do</strong><br />

ambas residentes? Qual o enquadramento<br />

em termos de IRC desta<br />

situação?<br />

Resposta <strong>do</strong> Assessor Fiscal<br />

Os juros de suprimentos e outras<br />

formas de remuneração de suprimentos<br />

e empréstimos feitos<br />

pelos sócios à sociedade não são<br />

considera<strong>do</strong>s como custos para<br />

efeitos fiscais, na parte em que<br />

excedam o valor correspondente<br />

à taxa de referência Euribor a 12<br />

meses <strong>do</strong> dia da constituição da<br />

dívida acrescida de 1,5 pontos<br />

percentuais, nos termos da alínea<br />

j) <strong>do</strong> n.º 1 <strong>do</strong> art.º 42.º <strong>do</strong><br />

CIRC e Portaria n.º 184/2002,<br />

de 4/3.<br />

Informação elaborada pela APOTEC -<br />

Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade<br />

geral@apotec.pt<br />

• Imposto Único de Circulação<br />

– Liquidação, por transmissão electrónica<br />

de da<strong>do</strong>s, e pagamento <strong>do</strong> Imposto Único<br />

de Circulação – IUC, relativo aos veículos<br />

cujo aniversário da matricula ocorra<br />

no presente mês (substitui os anteriores<br />

Imposto Municipal sobre Veículos e os<br />

Impostos de Circulação e Camionagem).<br />

As pessoas singulares poderão solicitar a<br />

liquidação em qualquer Serviço de Finanças.<br />

Entrou em vigor no passa<strong>do</strong> dia 15 de Maio o regime, aprova<strong>do</strong> pelo Decreto-Lei nº<br />

29/2008, de 25.2, que veio estabelecer os deveres de comunicação à administração<br />

fiscal sobre esquemas ou actuações de planeamento fiscal.<br />

Assim, qualquer instituição de crédito, os ROC, os advoga<strong>do</strong>s, os solicita<strong>do</strong>res, bem<br />

como os técnicos oficiais de contas e outras entidades com serviços de contabilidade,<br />

que prestem assistência à realização de um «esquema» ou realizem qualquer «qctuação»<br />

que possam conduzir à obtenção de vantagens fiscais para os seus clientes que<br />

estes não alcançariam sem a utilização <strong>do</strong> esquema ou a actuação <strong>devem</strong> comunicar<br />

tais situações ao Director-Geral <strong>do</strong>s Impostos.<br />

Esta comunicação deve ser feita através de declaração de modelo aprova<strong>do</strong> pela Portaria<br />

nº 364-A/2008, de 14.5, estan<strong>do</strong> estabelecidas coimas que podem atingir J 100<br />

000 a aplicar às entidade que não efectuem as referidas comunicações.


No meio empresarial os clientes<br />

<strong>devem</strong> estar no topo das necessidades<br />

e exigências das empresas.<br />

Actualmente, existe uma elevada competitividade<br />

entre empresas, de mo<strong>do</strong> a<br />

manter os seus clientes actuais satisfeitos<br />

e angariar novos clientes.<br />

Numa fase inicial, e para tentar angariar<br />

potenciais clientes, as empresas<br />

publicitam os seus produtos, efectuan<strong>do</strong><br />

muitas vezes ofertas <strong>do</strong>s mesmos. Na<br />

fase seguinte, a maturidade da empresa,<br />

para os clientes fideliza<strong>do</strong>s, as ofertas<br />

consideram-se como uma forma de reconhecimento<br />

para que o cliente fique<br />

satisfeito.<br />

Posto isto, constata-se que o departamento<br />

de marketing de uma empresa é<br />

fulcral nos dias de hoje. No entanto, a<br />

parte financeira e contabilística não poderá<br />

ser descurada, até porque as formas<br />

de negócio estão sempre em constante<br />

alteração e a matéria fiscal terá que<br />

acompanhar essas «novas tendências.»<br />

O presente artigo tem como objectivo<br />

explanar o conceito das ofertas efectuadas<br />

por empresas, em matéria fiscal, nomeadamente<br />

em sede de IVA.<br />

O IVA (imposto sobre o valor acrescenta<strong>do</strong>)<br />

incide sobre as transmissões de<br />

bens e as prestações de serviços efectuadas<br />

no território nacional, a título onero-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 fiscalidade 31<br />

Ofertas em sede de IVA<br />

so, por um sujeito passivo agin<strong>do</strong> como<br />

tal, sobre as importações de bens e sobre<br />

as operações intracomunitárias efectuadas<br />

no território nacional, tal como são<br />

definidas e reguladas no Regime <strong>do</strong> IVA<br />

nas Transacções Intracomunitárias (nº 1<br />

<strong>do</strong> art. 1º <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> IVA).<br />

Não obstante os conceitos <strong>do</strong>s termos<br />

utiliza<strong>do</strong>s, o Código <strong>do</strong> IVA vem definir,<br />

no seu art. 3º, o que se consideram<br />

transmissões de bens (além de outras<br />

definições) para efeitos de aplicação das<br />

suas normas. Inclui-se neste conceito,<br />

nomeadamente, a transmissão gratuita<br />

de bens, quan<strong>do</strong> tenha havi<strong>do</strong> dedução<br />

total ou parcial <strong>do</strong> imposto suporta<strong>do</strong><br />

aquan<strong>do</strong> da aquisição ou produção.<br />

Nesta medida, a Administração Fiscal,<br />

emitiu em 1989, a Circular nº 19,<br />

de forma a esclarecer qual o montante<br />

limite das ofertas de pequeno valor, de<br />

mo<strong>do</strong> a não se considerar uma transmissão<br />

de bens, sujeita a <strong>tributação</strong> em sede<br />

de IVA. Esse montante não poderia ultrapassar<br />

unitariamente o valor de 14,96<br />

euros (3 000$00), IVA excluí<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong>-se<br />

ainda, em termos globais,<br />

que o valor anual de tais ofertas não<br />

poderia exceder cinco por mil <strong>do</strong> volume<br />

de negócios, com referência ao ano<br />

anterior, sem qualquer limite em termos<br />

de valores absolutos.<br />

Era referi<strong>do</strong> que, no caso de a oferta<br />

ser constituída por um conjunto de<br />

bens, o valor de 14,96 euros, aplicava-se<br />

ao conjunto <strong>do</strong>s bens e não a cada bem<br />

de per si.<br />

Este valor, não ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> actualiza<strong>do</strong><br />

ao longo <strong>do</strong>s anos, deixava aquém as expectativas<br />

das empresas, e de alguma forma<br />

prejudicava as relações comerciais.<br />

Recentemente, numa decisão proferida<br />

pelo Supremo Tribunal Administrativo<br />

considerou material e organicamente<br />

inconstitucional a criação por Circular<br />

da DGCI de um limite máximo, calcula<strong>do</strong><br />

em função <strong>do</strong> volume de negócios<br />

<strong>do</strong> ano anterior, para “ofertas de pequeno<br />

valor” referidas na segunda parte da<br />

alínea f )” <strong>do</strong> nº 3 <strong>do</strong> art. 3º <strong>do</strong> Código<br />

<strong>do</strong> IVA.<br />

Em resulta<strong>do</strong> da referida sentença,<br />

assistimos à publicação da Lei nº 67-<br />

A/2007, de 31 de Dezembro – OE para<br />

2008, que definiu um novo valor unitário<br />

para as ofertas que se efectuam<br />

no âmbito comercial, deixan<strong>do</strong>, assim,<br />

de fazer senti<strong>do</strong> a aplicação da Circular<br />

nº 19/89, de 18 de Dezembro, CIVA -<br />

Ofertas e amostras, no que respeita ao<br />

limite.<br />

Assim, a partir de 1 de Janeiro de 2008,<br />

não há <strong>tributação</strong> em IVA das ofertas<br />

desde que o valor unitário <strong>do</strong> bem seja<br />

Contas & Impostos<br />

Reavaliação <strong>do</strong> activo imobiliza<strong>do</strong> atenua<br />

efeitos da inflação sobre o valor <strong>do</strong>s bens<br />

A administração fiscal permite, periodicamente, reavaliações <strong>do</strong>s<br />

activos imobiliza<strong>do</strong>s para efeitos fiscais.<br />

Uma empresa possui um edifício industrial<br />

com um valor contabilístico<br />

líqui<strong>do</strong> de <strong>do</strong>is milhões de euros. Em<br />

2006, as finanças atribuíram a esse<br />

edifício, para efeitos de IMI, um valor<br />

patrimonial tributável de quatro<br />

milhões e 500 mil euros. Pode a<br />

empresa reavaliar esse edifício para<br />

o valor de quatro milhões e 500 mil<br />

euros com base na avaliação feita<br />

pelas finanças? Essa reavaliação é<br />

livre ou trata-se de uma reavaliação<br />

fiscal, uma vez que o fisco efectuou<br />

essa avaliação com base na legislação<br />

fiscal e, consequentemente, as<br />

reintegrações a praticar pela empresa<br />

relativas ao acréscimo resultante da<br />

reavaliação de <strong>do</strong>is milhões e 500 mil<br />

euros seriam aceites fiscalmente?<br />

A reavaliação <strong>do</strong> activo imobiliza<strong>do</strong><br />

tem como objectivo atenuar os efeitos<br />

da inflação sobre o valor <strong>do</strong>s bens<br />

e, consequentemente, sobre as amortizações<br />

efectuadas, que em perío<strong>do</strong>s de<br />

grande inflação dificulta o reequipamento<br />

da empresa em bens de capital<br />

técnico e provoca uma <strong>tributação</strong> mais<br />

acentuada.<br />

A administração fiscal, à semelhança<br />

<strong>do</strong> que acontece em vários países, reconhecen<strong>do</strong><br />

esse fenómeno, permite periodicamente<br />

reavaliações <strong>do</strong>s activos imobiliza<strong>do</strong>s<br />

para efeitos fiscais.<br />

O último diploma que permitiu a reavaliação<br />

de bens <strong>do</strong> activo imobiliza<strong>do</strong><br />

foi o Decreto-Lei nº 31/98, de 11 de<br />

Fevereiro.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, mesmo que a própria<br />

administração fiscal actualize o valor<br />

patrimonial <strong>do</strong>s imóveis existentes em<br />

território nacional, não se poderá considerar<br />

que esta actualização possa vir a<br />

ser considerada uma reavaliação aceite<br />

fiscalmente, pois não existe um diploma<br />

específico.<br />

Assim, caso o contribuinte efectue uma<br />

reavaliação <strong>do</strong> seu imóvel, com base no<br />

valor patrimonial tributário actual, esta<br />

é considerada como uma reavaliação livre<br />

e não legal.<br />

Sen<strong>do</strong> considerada uma reavaliação<br />

livre, o acréscimo das amortizações resultante<br />

dessa reavaliação não será considera<strong>do</strong><br />

como custo fiscal.<br />

As reavaliações, quer as previstas fiscalmente<br />

quer as designadas reavaliações<br />

livres, <strong>devem</strong> obedecer aos procedimentos<br />

e tratamento contabilístico explicita<strong>do</strong>s<br />

na Directriz Contabilística nº 16, de<br />

11 de Janeiro de 1995.<br />

Aconselhamos, sobretu<strong>do</strong>, a leitura <strong>do</strong><br />

ponto 2.3 da citada Directriz quanto à<br />

forma de se proceder à determinação <strong>do</strong><br />

justo valor <strong>do</strong> imóvel para efeitos de reavaliação.<br />

O acréscimo resultante da correcção<br />

monetária deve movimentar-se numa<br />

subconta específica no âmbito da conta<br />

56 - Reservas de reavaliação. Esta subconta<br />

poderá <strong>assumir</strong> a designação de<br />

“Outros excedentes”.<br />

Assim, pela movimentação a débito<br />

da conta 42 - Imobilizações corpóreas,<br />

referente ao acréscimo <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> bem,<br />

deve creditar-se a subconta 56.X - Reser-<br />

vas de reavaliação - Outros excedentes.<br />

Pelo acréscimo de valor referente às<br />

amortizações já realizadas e registadas<br />

na conta 48 - Amortizações acumuladas<br />

deve proceder-se ao débito da subconta<br />

acima citada.<br />

À medida que se procede às amortizações<br />

deve efectuar-se a transferência<br />

da conta de excedentes para a conta<br />

59 - Resulta<strong>do</strong>s transita<strong>do</strong>s. O valor a<br />

transferir será da<strong>do</strong> pela diferença entre<br />

a amortização baseada na quantia reavaliada<br />

<strong>do</strong> imobiliza<strong>do</strong> e a amortização<br />

baseada no custo original<br />

<strong>do</strong> mesmo. No<br />

caso de bens totalmente<br />

amortiza<strong>do</strong>s, o valor<br />

a transferir para conta<br />

59 será o valor da nova<br />

amortização respeitante<br />

ao aumento da vida<br />

útil <strong>do</strong> bem (vida útil<br />

adicional).<br />

Também se o bem<br />

for vendi<strong>do</strong>, o excedente<br />

deve ser transferi<strong>do</strong><br />

para a conta 59<br />

- Resulta<strong>do</strong>s transita<strong>do</strong>s<br />

na sua totalidade.<br />

De referir que, em caso de venda <strong>do</strong>s<br />

bens reavalia<strong>do</strong>s, não é considera<strong>do</strong> no<br />

cálculo das mais-valias fiscais o valor de<br />

aquisição reavalia<strong>do</strong>, mas sim o valor de<br />

aquisição antes de reavaliação, como poderá<br />

constatar pela consulta aos artigos<br />

42º e 43º <strong>do</strong> CIRC.<br />

De salientar que o excedente obti<strong>do</strong><br />

e regista<strong>do</strong> na conta 56.X – Reservas<br />

de reavaliação – Outros excedentes não<br />

pode ser utiliza<strong>do</strong> para aumento de capital<br />

ou cobertura de prejuízos, só rela-<br />

tivamente aos valores transferi<strong>do</strong>s para<br />

a conta de resulta<strong>do</strong>s transita<strong>do</strong>s é que<br />

poderá haver utilização para aumento de<br />

capital ou cobertura de prejuízos.<br />

Concluímos que as reservas resultantes<br />

da reavaliação de elementos <strong>do</strong> activo<br />

imobiliza<strong>do</strong>, quer esta resulte ou<br />

não de diploma de carácter fiscal, nunca<br />

são, aquan<strong>do</strong> da respectiva constituição,<br />

tributadas em sede de IRC, porquanto<br />

configuram meras expectativas – maisvalias<br />

potenciais – e, por conseguinte,<br />

estão excluídas da concorrência para a<br />

formação <strong>do</strong> lucro tributável, conforme<br />

expressamente resulta <strong>do</strong> disposto na<br />

alínea b) <strong>do</strong> artigo 21º <strong>do</strong> Código <strong>do</strong><br />

IRC.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, quer numa situação<br />

quer na outra, a <strong>tributação</strong> em IRC só<br />

virá a ocorrer aquan<strong>do</strong> da transmissão<br />

onerosa <strong>do</strong>s bens reavalia<strong>do</strong>s, ou seja, no<br />

momento em que se realizem as mais-<br />

-valias.<br />

(InforMação Elaborada PEla CâMara <strong>do</strong>s<br />

TéCnICos ofICIaIs dE ConTas)<br />

Felícia Reis TeixeiRa<br />

Consultora da Câmara <strong>do</strong>s<br />

Técnicos Oficiais de Contas<br />

igual ou inferior a 50 euros e cujo valor<br />

global anual não exceda cinco por mil<br />

<strong>do</strong> volume de negócios <strong>do</strong> sujeito passivo<br />

no ano civil anterior, ainda que se tenha<br />

procedi<strong>do</strong> à dedução <strong>do</strong> respectivo<br />

imposto suporta<strong>do</strong> a montante. (nº 7 <strong>do</strong><br />

art. 3º <strong>do</strong> CIVA).<br />

Passaram, assim, a estar consagra<strong>do</strong><br />

na Lei, e não apenas num entendimento<br />

administrativo, os limites aplicáveis às<br />

ofertas, o que obviamente traz mais segurança<br />

jurídica aos sujeitos passivos.<br />

Ainda assim, ressalva-se que o legisla<strong>do</strong>r<br />

não faz qualquer referência no novo<br />

disposto, ao valor a considerar quan<strong>do</strong><br />

a oferta é composta por um conjunto<br />

de bens. Fica a questão: como é que o<br />

limite de 50 euros é aplicável às ofertas<br />

compostas por vários itens? Teremos que<br />

aguardar por um eventual entendimento<br />

por parte da administração fiscal, de<br />

mo<strong>do</strong> a esclarecer a dúvida.<br />

Não obstante toda a sociedade (teci<strong>do</strong><br />

empresarial) ter esta<strong>do</strong> à espera durante<br />

18 anos por esta actualização, será que o<br />

novo limite defini<strong>do</strong> é enquadrável nos<br />

vários sectores de actividade da economia<br />

portuguesa? Uma coisa é certa: o<br />

novo limite poder-se-á considerar um<br />

montante mais razoável.<br />

(1) Nº de Processo 01180/06, de 21/03/2007


32<br />

EM foCo<br />

Caixanova<br />

abre candidaturas<br />

para MBA<br />

A partir <strong>do</strong> próximo dia 26 de Maio<br />

vai ser da<strong>do</strong> início à primeira fase de<br />

entrevistas para candidaturas à quinta<br />

edição <strong>do</strong> ieMBA da Escuela de Negocios<br />

Caixanova. A participação nesta<br />

selecção não implica qualquer custo,<br />

bastan<strong>do</strong> confirmar a presença (smota@caixanova.com).<br />

O local das entrevistas<br />

é nas instalações da Caixanova<br />

no Porto, na Av. Marechal Gomes da<br />

Costa.<br />

O início <strong>do</strong> International Executive<br />

MBA in Business Strategy é em Setembro,<br />

com final agenda<strong>do</strong> para Novembro<br />

de 2009, decorren<strong>do</strong> às sextas e aos<br />

sába<strong>do</strong>s. Os candidatos deverão posuir<br />

licenciatura, terem <strong>do</strong>is anos de experiência<br />

directiva ou cinco de técnico. A<br />

maioria das aulas vai ter lugar na cidade<br />

<strong>do</strong> Porto. Uma parte vai ainda decorrer<br />

em Vigo e incluirá ainda a frequência<br />

de algumas aulas nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />

em Georgetown.<br />

Portugal é merca<strong>do</strong><br />

prioritário<br />

para a Repsol<br />

Portugal posiciona-se como um <strong>do</strong>s<br />

merca<strong>do</strong>s prioritários para a petrolífera<br />

espanhola Repsol. O investimento, para<br />

os próximos quatro anos, ascende a cerca<br />

de mil milhões de euros, num plano<br />

que integra o projecto de 850 milhões<br />

de expansão da unidade de produção e<br />

refinação da Petroquímica de Sines.<br />

As intenções de reforço da presença<br />

no merca<strong>do</strong> nacional prendem-se com<br />

o facto de a petrolífera ter consolida<strong>do</strong><br />

o crescimento, no ano passa<strong>do</strong>, com<br />

uma facturação de 2,6 mil milhões<br />

de euros, quase mais 15% <strong>do</strong> que em<br />

igual perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano anterior. O resulta<strong>do</strong><br />

líqui<strong>do</strong> cifrou-se em cerca de 76,3<br />

milhões de euros. A empresa espanhola<br />

contava com 440 estações de serviços,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s investimentos de<br />

20 milhões de euros. A sua quota de<br />

merca<strong>do</strong> já é superior a 20% no abastecimento<br />

de combustíveis em Portugal.<br />

O objectivo é terminar este exercício<br />

com 450 estações de serviço.<br />

O negócio em Portugal insere-se<br />

numa aposta mais ampla da Repsol ao<br />

nível <strong>do</strong> seu investimento, que deverá<br />

totalizar perto de 33 mil milhões de<br />

euros até 2012, <strong>do</strong>s quais dez mil milhões<br />

são destina<strong>do</strong>s à Península Ibérica.<br />

Portugal está, assim, entre os dez<br />

merca<strong>do</strong>s prioritários da petrolífera.<br />

Gasóleo mais barato<br />

em Espanha<br />

A Confederação <strong>do</strong>s Agricultores de<br />

Portugal (CAP) está contra aquilo que<br />

diz ser uma “escalada de preços no gasóleo”,<br />

que “não se justifica”, pois que<br />

só está a ser feita através <strong>do</strong> aumento<br />

das receitas de impostos, por parte <strong>do</strong><br />

Governo, e através <strong>do</strong> “crescimento <strong>do</strong>s<br />

lucros das empresas petrolíferas”. Uma<br />

situação que está também a contribuir<br />

para o “agravamento <strong>do</strong> preço <strong>do</strong>s bens<br />

alimentares”.<br />

Num comunica<strong>do</strong> divulga<strong>do</strong> a semana<br />

passada, a CAP explica, através<br />

de uma comparação <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong> gasóleo<br />

realizada com Espanha no dia 15<br />

de Maio, que o agricultor daquele país<br />

“paga menos 14 cêntimos por litro <strong>do</strong><br />

que o agricultor português”.<br />

Segun<strong>do</strong> a CAP, “ao longo <strong>do</strong>s últimos<br />

<strong>do</strong>is meses, e perante a mesma<br />

conjuntura internacional, o preço<br />

por litro deste combustível aumentou<br />

0,055 euros em Portugal, contra uma<br />

descida de 0,039 euros em Espanha”.<br />

Cria<strong>do</strong> Plano de Ordenamento<br />

<strong>do</strong> Parque Natural <strong>do</strong> Litoral Norte<br />

O<br />

Governo criou, através de resolução como parque natural”; “corresponder aos im-<br />

de Conselho de Ministros, o Plano perativos de conservação <strong>do</strong>s habitats naturais<br />

de Ordenamento <strong>do</strong> Parque Natural da fauna e flora selvagens protegidas”; “fixar<br />

<strong>do</strong> Litoral Norte (POPNLN),<br />

o qual estabelece os regimes de<br />

salvaguarda de recursos e valores<br />

naturais e fixa os usos e o<br />

regime de gestão a observar na<br />

sua área de intervenção.<br />

Em nota enviada às redacções,<br />

o Governo afirma pretender, deste mo<strong>do</strong>,<br />

“garantir a conservação da natureza e da biodiversidade,<br />

a manutenção e a valorização da<br />

paisagem, a melhoria da qualidade de vida e o<br />

desenvolvimento económico das populações”.<br />

Enquanto plano especial de ordenamento <strong>do</strong><br />

território, o Plano de Ordenamento <strong>do</strong> PNLN<br />

visa “assegurar uma correcta estratégia de conservação<br />

e gestão que permita a concretização<br />

<strong>do</strong>s objectivos que presidiram à classificação<br />

os usos e o regime de gestão<br />

compatíveis com a protecção e<br />

a valorização <strong>do</strong>s recursos naturais<br />

e o desenvolvimento das<br />

actividades humanas em presença,<br />

ten<strong>do</strong> em conta os instrumentos<br />

de gestão territorial<br />

convergentes na área protegida” e “determinar,<br />

atenden<strong>do</strong> aos valores em causa, os estatutos<br />

de protecção adequa<strong>do</strong>s às diferentes áreas,<br />

bem como definir as respectivas prioridades de<br />

intervenção”.<br />

Com a aprovação deste plano de ordenamento<br />

fica também regulamenta<strong>do</strong> o Parque<br />

Marinho <strong>do</strong> Litoral Norte um contributo para<br />

o estabelecimento de uma rede de áreas marinhas<br />

protegidas no continente.<br />

INOV – Mundus apoia realização<br />

de estágios profissionalizantes<br />

O<br />

Governo criou, no âmbito <strong>do</strong> programa<br />

INOV – Jovens Quadros, uma medida<br />

específica destinada a apoiar jovens<br />

qualifica<strong>do</strong>s na realização de estágios profissionalizantes.<br />

Em sede de Conselho de Ministros,<br />

foi aprovada a resolução que procede à primeira<br />

alteração da Resolução <strong>do</strong> Conselho de Ministros<br />

n.º 63/2008, de 7 de Abril, com a criação<br />

de uma nova medida no âmbito <strong>do</strong> programa<br />

INOV, designa<strong>do</strong> INOV – Mundus.<br />

Esta resolução vem aprovar, no âmbito <strong>do</strong><br />

programa INOV – Jovens Quadros, a criação<br />

de uma medida específica para a área da co-<br />

Estatutos<br />

de protecção<br />

adequa<strong>do</strong>s<br />

às diferentes áreas<br />

operação para o desenvolvimento, designada<br />

INOV-Mundus.<br />

Esta medida visa, ao longo <strong>do</strong>s próximos três<br />

anos, abranger 250 jovens qualifica<strong>do</strong>s, mediante<br />

a realização de estágios profissionalizantes,<br />

essencialmente de carácter internacional, a<br />

efectuar junto de entidades públicas ou privadas<br />

e organizações nacionais ou internacionais,<br />

cuja área de actuação reporte à cooperação para<br />

o desenvolvimento.<br />

Sublinhe-se que, para além desta medida específica,<br />

estão já em vigor os programas INOV<br />

Jovem e INOV Contacto.<br />

Deloitte e Vieira de Almeida & Associa<strong>do</strong>s<br />

debatem “outsourcing”<br />

A<br />

consultora Deloitte e a Vieira de Almeida<br />

& Associa<strong>do</strong>s (VdA) realizaram<br />

sessão informativa subordinada ao tema<br />

“Outsourcing: o caminho para um projecto de<br />

sucesso”, onde foram analisa<strong>do</strong>s e ilustra<strong>do</strong>s,<br />

com exemplos concretos, aspectos críticos de<br />

casa fase de um projecto de outsourcing.<br />

Foi apresenta<strong>do</strong>, por Felicia Trewin, da Deloitte<br />

UK, um estu<strong>do</strong> que conclui que as empresas<br />

têm falta de estratégias de “outsourcing”<br />

adaptadas aos seus objectivos de negócio e que,<br />

apesar <strong>do</strong>s bons resulta<strong>do</strong>s que se podem obter,<br />

o potencial está ainda pouco explora<strong>do</strong>.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Fernan<strong>do</strong> Resina, sócio da VdA, referiu que<br />

o sucesso <strong>do</strong> projecto depende muito da negociação<br />

<strong>do</strong> contrato, que deverá, entre outras<br />

matérias relevantes, identificar claramente os<br />

serviços e custos, de forma a não frustrar as expectativas.<br />

Horácio Negrão, sócio da Deloitte,<br />

abor<strong>do</strong>u quais as condições para o sucesso de<br />

um projecto de “outsourcing” e referiu que os<br />

benefícios e os riscos são reais. De acor<strong>do</strong> com<br />

um inquérito realiza<strong>do</strong>, muitos <strong>do</strong>s benefícios<br />

que motivam o recurso ao “outsourcing” não<br />

são atingi<strong>do</strong>s devi<strong>do</strong> a falhas no planeamento e<br />

na gestão da transição.<br />

BIC-Minho apresenta<br />

investimentos para<br />

a internacionalização<br />

Estão disponíveis vários fun<strong>do</strong>s de<br />

investimento em Portugal e na Galiza<br />

para os processos de internacionalização<br />

das empresas de ambas as regiões,<br />

fez saber a BIC-Minho – Oficina de<br />

Inovação. Não falta dinheiro para que<br />

as relações entre a Galiza e o Minho se<br />

tornem mais activas.<br />

Para além <strong>do</strong>s sistemas de incentivos<br />

proporciona<strong>do</strong>s pelo QREN, também<br />

a InovCapital tem um conjunto de<br />

fun<strong>do</strong>s de capital de risco destina<strong>do</strong><br />

a apoiar a internacionalização <strong>do</strong>s<br />

empresários <strong>do</strong> Norte de Portugal na<br />

Galiza. Estes fun<strong>do</strong>s de investimento<br />

destinam-se aos projectos empresariais<br />

em fase de desenvolvimento e expansão,<br />

à criação de empresas de base<br />

tecnológica e à criação de pequenas<br />

empresas que respondam a negócios<br />

emergentes.<br />

Converse celebra<br />

centenário<br />

A marca de calça<strong>do</strong> norte-americana<br />

Converse celebra o seu centenário. A<br />

responsável pela criação de modelos tão<br />

célebres como as All Star tem esta<strong>do</strong>, ao<br />

longo <strong>do</strong>s anos, em constante renovação.<br />

Desde os campos de basquetebol<br />

até às bandas de garagem e aos estúdios<br />

de arte, a Converse vai comemorar o<br />

seu centenário como uma das marcas<br />

ícone mais cobiçadas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Desde<br />

a invenção da sapatilha desportiva<br />

All Star em 1917, passan<strong>do</strong> pelas equipas<br />

afro-americanas que percorriam as<br />

zonas rurais nos anos 20 e 30 e pelo<br />

nascimento da NBA e <strong>do</strong> rock and roll,<br />

até à cultura pop de hoje em dia, muitos<br />

daqueles que perturbaram o “status<br />

quo” e mudaram a história calçaram<br />

Converse.<br />

CH Consulting<br />

entra na incuba<strong>do</strong>ra<br />

D. Dinis<br />

O grupo CH Business Consulting<br />

passou a deter uma participação no<br />

capital social da Incuba<strong>do</strong>ra D. Dinis<br />

– Associação para a Promoção <strong>do</strong><br />

Empreende<strong>do</strong>rismo, Inovação e Novas<br />

Tecnologias, localizada em Leiria. Uma<br />

estratégia que vai conduzir a CH a garantir<br />

participações em diversas entidades<br />

em vários pontos <strong>do</strong> país. Deste<br />

mo<strong>do</strong>, é reforçada a presença nacional<br />

da consultora e a sua ligação aos agentes<br />

económicos regionais. O edifício de<br />

incubação, num investimento de 1,3<br />

milhões de euros, deverá estar concluí<strong>do</strong><br />

no próximo mês.


Economistas ama<strong>do</strong>res<br />

de pintura<br />

Com a participação de 16 expositores<br />

e num total de 71 obras,<br />

decorre até ao dia 26 a II Exposição<br />

de Pintura “Economistas Ama<strong>do</strong>res<br />

de Pintura”, numa iniciativa da<br />

Delegação Regional <strong>do</strong> Norte da<br />

Ordem <strong>do</strong>s Economistas. A exposição<br />

tem lugar no centro de cultura<br />

e congressos da Secção Regional<br />

Norte da Ordem <strong>do</strong>s Médicos.<br />

Sobretu<strong>do</strong>, trata-se de conhecer alguns<br />

economistas fora <strong>do</strong> seu local<br />

de trabalho, o que não deixa de ser<br />

surpreendente.<br />

Porto de recreio<br />

e praia de Sines<br />

ganham bandeira azul<br />

O porto de recreio e a praia<br />

Vasco da Gama, sob jurisdição da<br />

Administração <strong>do</strong> Porto de Sines,<br />

obtiveram a bandeira azul para a<br />

próxima época balnear. O porto<br />

de recreio passou por melhorias<br />

técnicas e infra-estruturais, onde<br />

foi aplica<strong>do</strong> o novo código de conduta<br />

ambiental.<br />

ABOTA realiza<br />

conferência<br />

sobre sistemas jurídicos<br />

internacionais<br />

A American Board of Trial Advocates<br />

(ABOTA), uma das maiores<br />

associações de juristas norte-americanas,<br />

levou a cabo a sua convenção<br />

internacional em Lisboa. O<br />

gabinete de advoga<strong>do</strong>s Miranda e<br />

Associa<strong>do</strong>s apoiou a iniciativa, que<br />

reuniu advoga<strong>do</strong>s e juízes norteamericanos<br />

e portugueses, para<br />

além de vários ora<strong>do</strong>res de reconheci<strong>do</strong><br />

prestígio nacional e internacional,<br />

incluin<strong>do</strong> magistra<strong>do</strong>s<br />

judiciais da Letónia. O debate teve<br />

início com uma sessão plenária<br />

onde foi discuti<strong>do</strong> o tema “Os Sistemas<br />

Jurídicos Português, Letão e<br />

Americano: Relações entre Juízes,<br />

Advoga<strong>do</strong>s e Respectivas Organizações<br />

Profissionais”.<br />

Obra <strong>do</strong> Frei Gil<br />

precisa de 250 mil<br />

euros para concluir<br />

lar destina<strong>do</strong> a jovens<br />

carencia<strong>do</strong>s<br />

Mais um pouco de esforço e<br />

consegue-se finalizar a Casa de<br />

Ramalde, um projecto da Obra<br />

<strong>do</strong> Frei Gil. É disto que nos dão<br />

conta os seus promotores – estamos<br />

a falar de um lar destina<strong>do</strong><br />

ao acolhimento e educação de 35<br />

crianças e jovens carencia<strong>do</strong>s, já<br />

em construção, no Porto, desde<br />

2004 – ao afirmarem que ainda<br />

faltam 250 mil euros para concluir<br />

esta empreitada. “Espero que se<br />

multiplique por 25, pelo menos,<br />

o gesto solidário da SPGM”, destaca<br />

o presidente desta IPSS, Diógenes<br />

<strong>Vida</strong>l, numa altura em que<br />

se visitavam as obras desta Casa e,<br />

ao mesmo tempo, se assinalava a<br />

entrega <strong>do</strong> <strong>do</strong>nativo da SPGM no<br />

valor de 10 mil euros. E o apelo <strong>do</strong><br />

presidente da Obra <strong>do</strong> Frei Gil fica<br />

feito: “Estamos empenha<strong>do</strong>s em<br />

inaugurar a casa, em Setembro, e se<br />

a sociedade civil e as empresas <strong>do</strong><br />

Norte continuarem a ajudar-nos<br />

como até aqui, essa meta não será<br />

impossível de atingir”.<br />

sexta-feria, 23 Maio de 2008 em foco 33<br />

António Vilar & Associa<strong>do</strong>s ganha<br />

concurso de estação para o TGV<br />

O escritório de advoga<strong>do</strong>s António<br />

Vilar & Associa<strong>do</strong>s ganhou<br />

o concurso público para planeamento<br />

e construção da estação internacional<br />

Elvas-Badajoz. O escritório<br />

vai dar o necessário apoio<br />

jurídico ao projecto em questão,<br />

no contexto da li-<br />

nha de alta velocidade<br />

entre Madrid<br />

e Lisboa.<br />

O seu parceiro,<br />

Steer Davies Gleave<br />

Espanha vai<br />

ficar responsável<br />

pelo planeamento<br />

em matéria de engenharia<br />

de construção.<br />

O projecto<br />

visa a elaboração de um estu<strong>do</strong><br />

que defina as possibilidades de<br />

negócio e financiamento desta<br />

estação internacional de passageiros<br />

e merca<strong>do</strong>rias entre Elvas<br />

OutsOurcing & BPO<br />

3 de Junho<br />

centro cultural de Belém, Lisboa<br />

PatrOcinaDOres<br />

DIAmonD<br />

PLATInum KeynoTe<br />

GoLD +<br />

SILveR<br />

meDIA PARTneR<br />

inscreVa-se JÁ!<br />

O estu<strong>do</strong> define<br />

as possibilidades<br />

de negócio e<br />

financiamento<br />

desta estação<br />

internacional<br />

e Badajoz, no senti<strong>do</strong> de apoiar<br />

o processo de decisão para a<br />

eleição da solução mais vantajosa<br />

aos níveis económico e legal.<br />

Os estu<strong>do</strong>s a elaborar deverão<br />

ter em conta as tendências<br />

de merca<strong>do</strong>, as questões legais<br />

e normativas vi-<br />

gentes em ambos<br />

os países e o âmbito<br />

comunitário,<br />

no qual já se vive<br />

uma situação de<br />

progressiva liberalização<br />

<strong>do</strong> transporte<br />

ferroviário<br />

de passageiros e<br />

merca<strong>do</strong>rias. Para<br />

o gabinete de advoga<strong>do</strong>s<br />

António Vilar & Associa<strong>do</strong>s,<br />

trata-se de um passo<br />

importante, face à necessidade<br />

de encontrar novos tipos de negócios.<br />

PLATInum<br />

KeynOte sPeaKers<br />

Para informações favor entrar em contacto com IDC Portugal Av. António Serpa, 36 6º 1050-027 Lisboa Tel.: 21 796 5487 Fax.: 21 796 5476<br />

portugal@idc.com www.idc.com/portugal<br />

José Fernandes, Partner responsável<br />

pela área de outsourcing & BPo em<br />

Portugal, accenture<br />

Laura Converso, Research manager,<br />

iDc european services research<br />

Fernan<strong>do</strong> Gómez de Calatrava,<br />

Director de Consultoria BPo,<br />

eDs eMea<br />

PrÓXiMOs eVentOs<br />

egovernment & eHealth<br />

24 e 25 de Junho de 2008<br />

CCB, Lisboa<br />

Virtualização & sOa<br />

1 e 2 de Julho de 2008<br />

CCB, Lisboa


34<br />

telecomunicações<br />

Aníbal Nogueira, presidente da Heylife, fala <strong>do</strong> telemóvel como a plataforma de maior<br />

desenvolvimento<br />

A produção de conteú<strong>do</strong>s<br />

em português: um merca<strong>do</strong><br />

ainda pouco concorrencial<br />

O que há a dizer sobre a produção de conteú<strong>do</strong>s, em Portugal? A Heylife, uma empresa<br />

da área, cujo presidente, Aníbal Nogueira, entrevistámos, há algum tempo atrás, está,<br />

como seria de esperar, satisfeito com o merca<strong>do</strong> e fala de um crescente interesse por parte<br />

das empresas, das grandes marcas, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se fala <strong>do</strong> veículo telemóvel, da<br />

plataforma móvel.<br />

O sector em si, esse, é que continua pouco desenvolvi<strong>do</strong>. Haverá, diz Aníbal Nogueira,<br />

de uma forma consistente, uma ou duas empresas a trabalhar na área.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – A Heylife dedica-se a uma actividade<br />

relativamente recente, a produção de conteú<strong>do</strong>s.<br />

Eu pergunto: o merca<strong>do</strong> já está receptivo a<br />

este tipo de soluções? Como é que surgiu o projecto,<br />

qual tem si<strong>do</strong> a sua evolução?<br />

Aníbal Nogueira – Bom, a Heylife surgiu para desenvolver<br />

soluções interactivas. O nosso conceito passa<br />

por desenvolver mecânicas, um software que se possa<br />

aplicar aos mais diversos suportes. O que quer que<br />

venhamos a desenvolver – aplicações informáticas ou<br />

conteú<strong>do</strong>s —, terá sempre esse destino. Trabalhamos<br />

a pensar no utiliza<strong>do</strong>r que acede à web ou que tem o<br />

telemóvel na sua mão.<br />

VE – Começou-se, desde logo em 2000, com a<br />

bolha da internet, a falar-se destas empresas de<br />

conteú<strong>do</strong>s. Mas, agora, sim, é que começam a surgir<br />

os primeiros projectos e dar-se a sua evolução?<br />

AN – Bom, devo dizer que, ao nível da internet,<br />

os conteú<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> sempre viáveis.<br />

Acontece é que quanto maior é a largura<br />

de banda, maior também será a penetração<br />

da internet e, por consequência, a<br />

rentabilização <strong>do</strong>s negócios assentes em<br />

conteú<strong>do</strong>s. Não nos podemos esquecer<br />

que, hoje, há mais gente a aceder à internet,<br />

o acesso é mais rápi<strong>do</strong>, há outros<br />

recursos, existin<strong>do</strong> também um acompanhamento<br />

por parte das máquinas, os<br />

computa<strong>do</strong>res pessoais, os ecrãs. Tu<strong>do</strong><br />

isso se conjuga para que as experiências<br />

sejam mais interessantes.<br />

Por parte das empresas, o que se nota<br />

é que existe também um maior interesse em investir<br />

nestas áreas. A razão é simples: estas conseguem produzir<br />

produtos finais mais interessantes e obter, assim,<br />

um retorno mais eleva<strong>do</strong>. O móvel, por exemplo, é<br />

uma área em crescimento e que permite, como to<strong>do</strong>s<br />

sabemos, não só enviar imagens, vídeos mas também<br />

o descarregamento para o próprio telemóvel de aplicações<br />

com conteú<strong>do</strong>s, com ligações a sites. Isto também<br />

acontece, porque temos, hoje, novos terminais, com<br />

mais recursos, com mais capacidade, mais memória. Os<br />

próprios custos de ligação são mais baixos, o mesmo<br />

se passan<strong>do</strong> com as mensagens escritas e, até mesmo,<br />

com as mensagens multimédia. Ora, tu<strong>do</strong> isto permite,<br />

potencia a comunicação, leva a que as marcas comecem<br />

a olhar para este meio como uma forma de comunicar<br />

com o consumi<strong>do</strong>r, de chegar junto dele, de criar interactividade.<br />

VE – Mas estamos ainda a falar de um nicho de<br />

merca<strong>do</strong> das grandes empresas ou as PME optam<br />

cada vez mais por este tipo de soluções para chegar<br />

aos consumi<strong>do</strong>res?<br />

AN – Ainda é um merca<strong>do</strong> das principais marcas.<br />

Estas querem investir num conceito, digamos assim,<br />

de 360º graus, ou seja, num conceito que lhes permita<br />

estar, onde estão os consumi<strong>do</strong>res.<br />

VE – E as mensagens estão, sobretu<strong>do</strong> ligadas<br />

à área <strong>do</strong> marketing, da publicidade ou já existe<br />

outro tipo de serviços que optam por estas possibilidades?<br />

AN – Não, já há algum tempo que a área financeira,<br />

Heylife com os<br />

olhos postos nos<br />

merca<strong>do</strong>s da<br />

África <strong>do</strong> Sul,<br />

Brasil e Grã-<br />

Bretanha<br />

por exemplo, recorre às mensagens escritas para prestar<br />

serviços de alerta, serviços informativos, de consulta de<br />

sal<strong>do</strong>. Isso já existe há algum tempo.<br />

Temos, de facto, <strong>do</strong>is tipos de serviços: um meramente<br />

liga<strong>do</strong> à comunicação, ao qual podem, por vezes,<br />

juntar-se os passatempos, acções que tentem envolver<br />

o consumi<strong>do</strong>r com a marca e um outro, mais liga<strong>do</strong> ao<br />

business to business (B2B). Este também em crescimento,<br />

já que as empresas necessitam de comunicar<br />

entre si, de comunicar com os seus vende<strong>do</strong>res.<br />

VE – O consumi<strong>do</strong>r final continua, no entanto, a<br />

ser mais importante?<br />

AN – Sim, o cliente final continua a ser mais importante.<br />

VE – Qual pensa que poderá ser, e até no vosso<br />

caso, a plataforma de maior desenvolvimento nos<br />

próximos tempos?<br />

AN – Nós acreditamos que vai ser,<br />

sem dúvida, o telemóvel. O desenvol-<br />

vimento destes equipamentos vai, necessariamente,<br />

exigir por parte quer <strong>do</strong>s<br />

fabricantes quer <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res ou <strong>do</strong>s<br />

fornece<strong>do</strong>res de conteú<strong>do</strong>s um esforço<br />

contínuo. E isto para que esta seja uma<br />

área cada vez mais interessante, apetecível.<br />

A televisão digital, essa, vai também<br />

criar alguns modelos novos. Vamos,<br />

com certeza, assistir a novidades nessa<br />

área. A internet vai também continuar a<br />

sua progressão ainda que não me parece<br />

que venham a surgir daí grandes novidades. Vamos assistir,<br />

algo que vai depender das marcas, ao surgimento<br />

de novos produtos, de conceitos de sites mais arroja<strong>do</strong>s,<br />

acções, mecânicas mais arrojadas.<br />

VE – Mas também as grandes novidades nessa<br />

área não surgem, em Portugal, mas sim em merca<strong>do</strong>s<br />

como os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Talvez por causa de<br />

uma maior propensão para a inovação?<br />

AN – É uma questão de escala. Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />

quan<strong>do</strong> pensamos num projecto e o lançamos, o pior<br />

que nos pode acontecer, mesmo se este correr mal, é<br />

chegarmos ao final com 100 ou 150 mil utiliza<strong>do</strong>res.<br />

Já, em Portugal, com o mesmo número de pessoas, o<br />

projecto será, de certeza, um sucesso.<br />

Como tal, falta-nos, de facto, escala para a sustentação<br />

de algumas ideias. Estamos a falar de algo que<br />

é sempre medi<strong>do</strong> em proporção <strong>do</strong> investimento realiza<strong>do</strong>.<br />

Nós temos competências, temos visão. Nós<br />

temos capacidade, pensamos e idealizamos conceitos,<br />

sen<strong>do</strong> que a dificuldade está em os materializar, até<br />

porque, depois, falta o investimento. E, como já referi,<br />

o investimento é sempre medi<strong>do</strong> na proporção <strong>do</strong><br />

retorno. Como tal, se pensarmos em projectos para<br />

Portugal, o que é que verificamos? O que verificamos<br />

é que o retorno está sempre limita<strong>do</strong>. Provavelmente,<br />

aqui, o que nos falta é a componente da internacionalização.<br />

VE – Mas há já algumas empresas de Tecnologias<br />

de Informação e Comunicação (TIC) que começam<br />

a internacionalizar-se?<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

“Tu<strong>do</strong> o que é software é feito, aqui, em casa”, destaca Aníbal Nogueira, presidente<br />

da Heylife<br />

AN – Sim, é inevitável. As empresas têm que, forçosamente,<br />

procurar merca<strong>do</strong>s internacionais, sob pena<br />

de não conseguirem crescer mais.<br />

VE – Qual é a vossa estratégia nessa área?<br />

AN – A nossa estratégia passa, igualmente, pela internacionalização.<br />

Temos vin<strong>do</strong> a fazer algumas ofertas<br />

com vista à entrada em novos merca<strong>do</strong>s.<br />

VE – Como por exemplo?<br />

AN – Como, por exemplo, a África <strong>do</strong> Sul. Este é<br />

um merca<strong>do</strong> onde temos já vendi<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>s para<br />

telemóveis.<br />

VE – Com sucesso?<br />

AN – Com algum sucesso, não é aquilo que nós queremos<br />

ainda, mas já temos alguma implantação.<br />

VE – Existe alguma razão especial para terem escolhi<strong>do</strong><br />

a África <strong>do</strong> Sul?<br />

AN – Foi uma oportunidade que detectámos, porque<br />

,na altura, era um merca<strong>do</strong>, apenas, com <strong>do</strong>is opera<strong>do</strong>res.<br />

E, como tal, era um merca<strong>do</strong> muito aspiracional.<br />

Afinal, as pessoas começavam a comprar telemóveis e<br />

a procurar novidades. Mas estamos também a preparar<br />

várias acções, inclusive para o merca<strong>do</strong> da Grã-Bretanha.<br />

Aqui, através <strong>do</strong> desenvolvimento de alguns conteú<strong>do</strong>s<br />

específicos para telemóveis.<br />

VE – Um merca<strong>do</strong> muito competitivo?<br />

AN – Um merca<strong>do</strong> bastante competitivo, onde procuramos<br />

entrar por via da diferenciação <strong>do</strong>s produtos.<br />

Outra das nossas tentativas é o Brasil, já com algumas<br />

aproximações, com contactos estabeleci<strong>do</strong>s com empresas.<br />

Uma experiência que se estende, esta <strong>do</strong>s contactos,<br />

ao merca<strong>do</strong> espanhol. Mas, de facto, e, para<br />

concluir, devo dizer que estamos, neste momento, mais<br />

orienta<strong>do</strong>s para o Brasil e Grã-Bretanha.<br />

VE – Como é o merca<strong>do</strong> nesta área da produção<br />

de conteú<strong>do</strong>s? Já se nota uma grande concorrência?<br />

AN – Bom, em termos de conteú<strong>do</strong>s e quan<strong>do</strong> se fala<br />

da internet, o que posso dizer é que este é um merca<strong>do</strong>,<br />

onde realmente já existe um número considerável<br />

de empresas. Agora, na área <strong>do</strong> móvel, não. Empresas<br />

nacionais com consistência, com estratégia, recursos<br />

aloca<strong>do</strong>s, essas, serão, apenas, uma ou duas.<br />

Não há, efectivamente, grande concorrência, neste<br />

momento. Contu<strong>do</strong> e à medida que o merca<strong>do</strong> for<br />

crescen<strong>do</strong>, é natural que surjam outros projectos, até<br />

porque se há uns que antevêem os negócios, outros há<br />

que entram já numa fase mais tardia, uns têm sucesso,<br />

outros não.<br />

VE – No caso da Heylife, estamos a falar de tecnologia<br />

portuguesa?<br />

AN – Tu<strong>do</strong> o que é software é feito, aqui, em casa.<br />

Em relação ao hardware, comprámos, porque estamos<br />

a falar de coisas que já existem, não valeria a pena criar.<br />

Faríamos, certamente, menos bem.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt


Bus consulting espera<br />

crescer cerca de 45%<br />

Páginas Amarelas procuram<br />

notoriedade junto <strong>do</strong>s mais jovens<br />

Esta campanha apela à<br />

criatividade. O objectivo é<br />

fazer um filme que envolva<br />

um produto ou mesmo a<br />

própria marca das Páginas<br />

Amarelas, utilizan<strong>do</strong> câmaras<br />

digitais, webcams,<br />

telemóveis ou outros equipamentos<br />

de vídeo. O passatempo<br />

decorre entre 12<br />

de Maio e 27 de Outubro,<br />

sen<strong>do</strong> os vence<strong>do</strong>res anuncia<strong>do</strong>s<br />

no dia 11 de Novembro,<br />

dia de S. Martinho.<br />

O júri deste passatempo é<br />

composto por Miguel Pinto<br />

(director de marketing<br />

da Páginas Amarelas), Sérgio<br />

Felizar<strong>do</strong> (membro <strong>do</strong><br />

festival de cinema Imago),<br />

Carlos Costa (professor no<br />

IADE) e Fernan<strong>do</strong> Alvim,<br />

que também é o padrinho<br />

desta iniciativa, “pela sua<br />

criatividade e irreverência.<br />

Ele acabou por ser uma figura<br />

que se aproxima <strong>do</strong>s<br />

jovens”, afirmou Filipa Primo<br />

Gonçalves, da Infor-<br />

Press, agência de comunicação<br />

que vai divulgar esta<br />

campanha. Esta iniciativa<br />

vai ser divulgada através<br />

de vários meios: o site da<br />

campanha, várias plataformas<br />

de comunicação,<br />

como o YouTube, o Facebook,<br />

o Hi5, o Daily Motion,<br />

o Twitter, o Vimeo<br />

e o Blip.tv, assim como “a<br />

campanha de postais gratuitos,<br />

mailings para escolas<br />

secundárias, superiores<br />

e agências de criatividade<br />

PrémiOs “meiOs & PUBlicidade”<br />

entregUes a 29 de maiO<br />

Este é o maior evento<br />

nacional <strong>do</strong> género,<br />

cujo objectivo é eleger<br />

as melhores empresas<br />

e profissionais de 2007<br />

nas áreas de “media”,<br />

marketing e publicidade.<br />

A cerimónia de<br />

entrega <strong>do</strong>s prémios<br />

decorre no próximo dia<br />

29 de Maio, no Centro<br />

de Congressos de Lisboa,<br />

na Junqueira.<br />

O evento, que vai já na<br />

6ª edição, é organiza<strong>do</strong><br />

pelo jornal “Meios<br />

& Publicidade”, que<br />

comemora também<br />

este ano o seu 10º<br />

aniversário. To<strong>do</strong>s os<br />

anos, a redacção daquele<br />

jornal define a<br />

lista de nomea<strong>do</strong>s nas<br />

respectivas categorias,<br />

de acor<strong>do</strong> com a análise<br />

<strong>do</strong>s rankings de<br />

Bareme, as notícias<br />

publicadas, a performance<br />

das empresas e<br />

<strong>do</strong>s seus profissionais,<br />

e outras informações<br />

relevantes. A decisão<br />

final compete aos<br />

assinantes <strong>do</strong> jornal,<br />

que votam e elegem os<br />

grandes vence<strong>do</strong>res de<br />

cada ano.<br />

Em 2006, os grandes<br />

vence<strong>do</strong>res na categoria<br />

personalidade foram<br />

António Câmara<br />

(Comunicação), Lourenço<br />

Thomaz e Susana<br />

Sequeira (Publicidade),<br />

Pedro Alves<br />

(Marketing) e Almerin<strong>do</strong><br />

Marques (Media).<br />

No total foram atribuí<strong>do</strong>s<br />

41 galardões.<br />

Os “Prémios Meios &<br />

Publicidade” 2007<br />

contam com o apoio<br />

da AddSolutions ao nível<br />

da organização, da<br />

Blug ao nível da imagem<br />

e da Central de<br />

Informação na consultoria<br />

de comunicação.<br />

& Marcas<br />

Marketing<br />

Publicidade<br />

sexta-feira, 23 maio de 2008 35<br />

A Páginas Amarelas lançou uma campanha<br />

de marketing direccionada a um público<br />

mais jovem, aproveitan<strong>do</strong> as novas<br />

tecnologias para realizar um passatempo,<br />

que tem como nome “Quentes e Boas”.<br />

e também acções de comunicação<br />

em blogs”, disse<br />

Filipa Gonçalves, que<br />

revelou ainda a realização<br />

de “acções de criatividade<br />

em 15 escolas secundárias<br />

de Lisboa e Porto”. Relati-<br />

Alinhar a estratégia de negócios com a<br />

estratégia da marca é um factor essencial<br />

para capitalizar os seus activos e para potenciar<br />

resulta<strong>do</strong>s de comunicação e publicidade.<br />

A teoria é de Pedro Diogo Vaz,<br />

CEO da BUS Consulting, uma empresa<br />

de “consultores criativos”, conforme assume<br />

o seu responsável. Criada em 2005<br />

por uma equipa de sete pessoas (hoje são<br />

23) provenientes das mais diversas áreas da<br />

publicidade e da consultoria financeira, a<br />

BUS Consulting aposta na comunicação<br />

criativa diferenciada e propõe-se a levar as<br />

marcas que representa a “ultrapassar pela<br />

direita, tal como na faixa <strong>do</strong> BUS”, explica<br />

o CEO.<br />

Pelo recurso a uma meto<strong>do</strong>logia estratégica<br />

própria - BUSWAY© -, a consultora<br />

“capitaliza o activo das Marcas, ten<strong>do</strong><br />

presente o respectivo ADN, e potencia a<br />

sua visibilidade, no senti<strong>do</strong> de se <strong>assumir</strong><br />

ela própria como expressão máxima <strong>do</strong><br />

negócio, da ambição, e <strong>do</strong> valor, material<br />

e afectivo, das boas organizações”, explica<br />

Pedro Diogo Vaz. “Só a interpretação integrada<br />

de conceitos de estratégia de negócios<br />

e de estratégia de Marca, em que<br />

assenta o BUSWAY©, possibilitarão a ob-<br />

vamente a esta iniciativa,<br />

ainda vai haver duas festas,<br />

“no Porto e em Lisboa, nos<br />

dias 30 de Maio e 11 de<br />

Novembro”, sen<strong>do</strong> nesta<br />

última a entrega <strong>do</strong>s prémios.<br />

O cOncUrsO de mOda<br />

internaciOnal da triUmPh<br />

Quan<strong>do</strong> o negócio é a “lingerie”,<br />

uma excelente forma<br />

de comunicar é o apelar<br />

à participação <strong>do</strong> público. O<br />

Triumph Inspiration Award<br />

consiste num concurso internacional,<br />

em que concorrem<br />

os vários merca<strong>do</strong>s<br />

onde a marca está presente.<br />

A representante portuguesa,<br />

Marta Fonseca, inspirou-se<br />

na música “Your<br />

body is a wonderland” para<br />

desenhar o conjunto “Female<br />

Fascination” que alia<br />

as mãos aos diamantes.<br />

A final <strong>do</strong> concurso realizase<br />

no próximo dia 31 de Julho,<br />

onde Marta Fonseca irá<br />

concorrer com outros 25 finalistas<br />

pelo grande prémio.<br />

O vence<strong>do</strong>r internacional<br />

verá a sua peça adaptada e<br />

interpretada pela equipa de<br />

design da Triumph, sen<strong>do</strong><br />

posteriormente produzida<br />

uma edição limitada que<br />

será comercializada internacionalmente<br />

nas lojas da<br />

marca. O vence<strong>do</strong>r internacional<br />

recebe ainda um<br />

prémio monetário no valor<br />

de 15 mil euros. O segun<strong>do</strong><br />

e terceiro lugares receberão<br />

prémios no valor de 10 mil<br />

tenção de resulta<strong>do</strong>s<br />

efectivamente<br />

acima da média”,<br />

acrescenta.<br />

No seu terceiro<br />

ano de actividade,<br />

a empresa estima<br />

crescer cerca de<br />

45%, para uma<br />

facturação na<br />

ordem <strong>do</strong>s 2,3<br />

milhões de euros.<br />

Em 2007, as<br />

receitas atingiram<br />

os 1,5 milhões de<br />

euros, fruto, essencialmente,<br />

<strong>do</strong><br />

negócio que tem<br />

vin<strong>do</strong> a desenvolver em Angola, onde detém<br />

clientes como a ENDIAMA (empresa<br />

de exploração de diamantes).<br />

Em Portugal, para os resulta<strong>do</strong>s aponta<strong>do</strong>s<br />

concorreram os projectos em curso<br />

com marcas como a Caixa Geral de Depósitos,<br />

no <strong>do</strong>mínio da comunicação bellowthe-line,<br />

a Oriflame, na gestão global da<br />

comunicação desta marca de cosmética,<br />

ou a Pernod Ricard Portugal, em termos<br />

marcas alinhadas com<br />

estratégia de negócio<br />

ganham mais notoriedade<br />

euros e 5 mil euros, respectivamente.<br />

Os critérios de avaliação<br />

assentaram na inovação,<br />

criatividade e interpretação<br />

<strong>do</strong> tema proposto. Não<br />

esquecen<strong>do</strong> a individualidade,<br />

originalidade, conceito,<br />

estética, qualidade<br />

e apresentação. A escolha<br />

<strong>do</strong>s vence<strong>do</strong>res esteve a<br />

cargo de um júri composto<br />

por cinco elementos: Francisca<br />

Vermelho (Directora<br />

Geral da Triumph); José Simões<br />

(Director da ESAD);<br />

Maria João Bahia (Designer<br />

de jóias), Gonçalo<br />

Gaioso (Fotógrafo), e Cláudia<br />

Vieira (Mulher Triumph<br />

2008).<br />

BUS Consulting: “Ultrapassar pela direita”<br />

<strong>do</strong> desenho e implementação de estratégias<br />

de fidelização de públicos B2B. Para<br />

além destas, destaca-se ainda a actividade<br />

desenvolvida junto de marcas como Shell,<br />

Ericsson, Câmara Municipal da Covilhã,<br />

Supermerca<strong>do</strong>s Apolónia, L.J. Carregosa<br />

e Câmara Municipal de Santarém, entre<br />

outras.<br />

,<br />

Fátima Ferrão<br />

fatimaferrao@vidaeconomica.pt<br />

PUB


36<br />

MARCAS, MARKETING E PUBLICIDADE<br />

Eu vou... ao Rock in Rio Lisboa 2008<br />

Está quase a chegar aquele que<br />

é considera<strong>do</strong> o maior ou um <strong>do</strong>s<br />

maiores festivais de música. E as<br />

campanhas de publicidade, quer<br />

<strong>do</strong> próprio Rock in Rio quer <strong>do</strong>s<br />

seus patrocina<strong>do</strong>res, estão mais<br />

acesas <strong>do</strong> que nunca.<br />

Desde que a comunicação começou,<br />

assistimos a diversos filmes,<br />

alusivos aos vários projectos<br />

associa<strong>do</strong>s aos eventos. Um <strong>do</strong>s<br />

que se destacaram foi o filme com<br />

Carolina Patrocínio, filma<strong>do</strong> na<br />

Islândia, alusivo ao projecto social<br />

desta edição. O objectivo foi<br />

o de levar as pessoas a reflectirem<br />

Estu<strong>do</strong>s de merca<strong>do</strong><br />

Gerações diferentes têm percepções<br />

distintas da publicidade e<br />

<strong>do</strong>s meios de comunicação. Esta<br />

foi a conclusão a que chegou o<br />

estu<strong>do</strong> “A percepção <strong>do</strong>s meios<br />

de comunicação na população<br />

portuguesa”, encomenda<strong>do</strong> pela<br />

Associação Portuguesa de Anunciantes<br />

(APAN) e desenvolvi<strong>do</strong><br />

pela Synovate. Houve três factores<br />

que levaram a APAN a avançar<br />

com o estu<strong>do</strong>: a fragmentação<br />

<strong>do</strong>s “media”, a terciarização da<br />

sociedade e os pontos de contacto<br />

entre consumi<strong>do</strong>res e os “media”.<br />

Basicamente, o objctivo é o<br />

de fornecer pistas sobre a forma<br />

como o consumi<strong>do</strong>r vê e interage<br />

com os “media” e os meios.<br />

Os da<strong>do</strong>s revelaram que a dependência<br />

pela comunicação é<br />

cada vez maior, sen<strong>do</strong> que os<br />

meios assumem novos papéis.<br />

Outra tendência em crescen<strong>do</strong> é<br />

o de que os mesmos conteú<strong>do</strong>s<br />

estão agora disponíveis nos mais<br />

varia<strong>do</strong>s suportes.<br />

Mas mais importante é a comprovação<br />

de que os mais novos<br />

têm uma percepção e uma interacção<br />

com os “media” completamente<br />

diferente <strong>do</strong>s mais “velhos”.<br />

Enquanto os meios interactivos,<br />

como a internet e o telemóvel,<br />

são os mais apetecíveis para os<br />

mais novos, haven<strong>do</strong> uma maior<br />

no que é necessário para<br />

construir um mun<strong>do</strong> melhor.<br />

A mensagem principal<br />

foi a da importância<br />

da reciclagem e da poupança<br />

de água e energia.<br />

Mais recentemente,<br />

personalidades como Ricar<strong>do</strong><br />

Carriço, Zé Pedro,<br />

<strong>do</strong>s Xutos & Pontapés,<br />

assim como Carolina Patrocínio<br />

e Vanessa Oliveira, deram<br />

a cara pela campanha que<br />

promove a utilização <strong>do</strong>s transportes<br />

públicos como forma de<br />

chegar ao Rock in Rio. A ideia<br />

foi a de premiar os utiliza<strong>do</strong>res de<br />

meios como a Carris e o Metropolitano<br />

de Lisboa, entre outros.<br />

E, em complemento, podemos<br />

assistir à campanha “Eu vou... de<br />

transportes públicos”, que visa<br />

incentivar o público <strong>do</strong> Rock in<br />

Rio-Lisboa 2008 a deslocar-se até<br />

à Cidade <strong>do</strong> Rock de transportes<br />

colectivos.<br />

concentração de meios num único<br />

quadrante (ver “Relação com<br />

os meios de comunicação: mapa<br />

perceptual”), nos adultos existe<br />

uma maior dispersão. Isto vem<br />

comprovar uma maior adesão<br />

<strong>do</strong>s jovens às novas tecnologias<br />

e o facto de serem menos dependente<br />

<strong>do</strong>s meios de comunicação<br />

tradicionais. Já a geração mais<br />

velha tem alguma indiferença aos<br />

novos meios, com excepção <strong>do</strong><br />

telemóvel.<br />

Outro da<strong>do</strong> interessante que o<br />

estu<strong>do</strong> conseguiu compilar refere-se<br />

aos diferentes tipos de consumo<br />

consoante a hora <strong>do</strong> dia. A<br />

televisão é o único meio que se<br />

mantém constante.<br />

Também interessante foi a constatação<br />

de que a publicidade tem<br />

vin<strong>do</strong> a consolidar a sua função de<br />

entretenimento. Uma “boa campanha”<br />

deve apresentar inovação e<br />

criatividade; informação credível e<br />

consistente com o produto e valores<br />

da marca; imagens apelativas;<br />

humor e entretenimento; música<br />

actual e de fácil reconhecimento e<br />

ser, acima de tu<strong>do</strong>, dirigida a públicos<br />

defini<strong>do</strong>s.<br />

Principais conclusões<br />

• Os consumi<strong>do</strong>res mais novos<br />

são menos dependentes <strong>do</strong>s<br />

Mas não é só a organização<br />

que está activa. O mesmo acontece<br />

com os patrocina<strong>do</strong>res. A<br />

7UP, Millennium bcp, a Toyota<br />

e a Vodafone apoiam o evento<br />

pela terceira edição consecutiva,<br />

enquanto a Seguro Directo se<br />

estreia por estas andanças. Cada<br />

marca promove o seu patrocínio<br />

de acor<strong>do</strong> com o seu posicionamento<br />

e a sua própria estratégia<br />

de comunicação.<br />

A Vodafone, por exemplo, e<br />

entre outras acções, realizou,<br />

mais uma vez, a Corrida de Sofás:<br />

o Best Seat Vodafone. Sete equipas<br />

participaram em cinco corridas<br />

(o mesmo número de dias <strong>do</strong><br />

Rock in Rio), sen<strong>do</strong> que a opera<strong>do</strong>ra<br />

garantiu a entrega de bilhetes<br />

para to<strong>do</strong>s os participantes,<br />

vence<strong>do</strong>res ou venci<strong>do</strong>s. Mais,<br />

a claque eleita como a melhor<br />

apoiante da sua equipa também<br />

foi premiada.<br />

AlexAndrA CostA<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

Idade influencia percepção <strong>do</strong>s “media”<br />

Antes de sair de<br />

casa:<br />

TV<br />

A caminho<br />

<strong>do</strong> escritório /<br />

universidade:<br />

Publicidade de<br />

rua, rádio, jornais<br />

Função. Preparar<br />

o dia. Começar a<br />

activar o cérebro<br />

meios tradicionais (televisão, rádio<br />

e imprensa).<br />

• Os consumi<strong>do</strong>res valorizam<br />

os meios que vêm até eles, em<br />

detrimento daqueles que ainda<br />

“obrigam” as pessoas a irem ao<br />

seu encontro.<br />

• Os consumi<strong>do</strong>res esperam<br />

uma ruptura com as campanhas<br />

tradicionais; pretendem ser surpreendi<strong>do</strong>s.<br />

• No “top of mind” da generalidade<br />

<strong>do</strong>s inquiri<strong>do</strong>s ainda estão<br />

as inserções publicitárias tradicionais;<br />

não há identificação de formatos<br />

alternativos.<br />

• Quanto às tendências de evolução<br />

<strong>do</strong>s meios, observa-se uma<br />

crescente valorização <strong>do</strong>s meios<br />

Consumo <strong>do</strong>s prinCipAis meios Ao longo <strong>do</strong> diA<br />

durante o dia:<br />

Rádio, Internet,<br />

Telemóvel e TV<br />

Função. Fazer<br />

companhia<br />

enquanto se<br />

trabalha, apoio ao<br />

trabalho, falar com<br />

outras pessoas<br />

Quan<strong>do</strong> chega a<br />

casa até ao jantar:<br />

TV e Internet<br />

Função. Relaxar.<br />

Começar a<br />

abrandar o ritmo<br />

e fazer companhia<br />

enquanto se fala<br />

com os outros<br />

membros <strong>do</strong><br />

agrega<strong>do</strong>, preparar<br />

o jantar<br />

Jantar:<br />

TV<br />

Função. Distrair<br />

enquanto se janta,<br />

fazer de “pano de<br />

fun<strong>do</strong>”<br />

depois de jantar:<br />

TV, internet,<br />

telemóvel e<br />

imprensa<br />

Função. Relaxar<br />

profundamente,<br />

preparar para ir<br />

<strong>do</strong>rmir, diminuir a<br />

actividade celebral.<br />

multicanal. Estes permitem aceder<br />

ao mesmo conteú<strong>do</strong> em vários<br />

contextos e em diferentes<br />

momentos <strong>do</strong> dia.<br />

• Os meios mais consumi<strong>do</strong>s<br />

são a televisão e a rádio, logo segui<strong>do</strong>s<br />

da Internet, enquanto canal<br />

de comunicação e interacção<br />

(por exemplo, o surgimento <strong>do</strong>s<br />

chama<strong>do</strong>s websites de comunidades,<br />

sejam eles de comunidades<br />

virtuais como o Second Life, ou<br />

comunidades reais como o My<br />

Space).<br />

AlexAndrA CostA<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

BES, a Selecção<br />

e o Euro 2008<br />

O campeonato europeu de futebol<br />

está à porta e as campanhas<br />

de publicidade alusivas ao evento<br />

já correm. A Galp está a percorrer<br />

o país, e a Europa, com o seu<br />

“autocarro”. Já o BES acaba de<br />

lançar uma campanha onde apela<br />

a que cada português seja sócio da<br />

Selecção.<br />

A adesão é simples e grátis. Basta<br />

ir ao site www.sociodaseleccao.<br />

pt. Com a adicionante de trazer<br />

diversas vantagens: bilhetes mais<br />

baratos para os jogos da Selecção,<br />

reserva exclusiva de bilhetes, sorteios<br />

de camisolas oficiais, bilhetes<br />

para os jogos da Selecção em casa<br />

e viagens de acompanhamento da<br />

Selecção (para a qualificação para<br />

o Mundial). Além disso, há ainda<br />

as ofertas promocionais exclusivas<br />

<strong>do</strong> BES. Entre elas, referiu o banco,<br />

está a possibilidade de activa-<br />

Dolce Vita com concurso<br />

de moda no Second Life<br />

Os centros comerciais Dolce<br />

Vita decidiram inovar na forma<br />

de comunicar e interagir com os<br />

seus clientes. Ten<strong>do</strong> em conta o<br />

crescente interesse das pessoas<br />

pela Second Life e o facto de serem<br />

os primeiros centros comerciais<br />

a entrarem naquele mun<strong>do</strong><br />

virtual, decidiram criar um concurso<br />

de moda. O prémio? 500<br />

euros em compras, para gastar,<br />

na vida real, em qualquer um <strong>do</strong>s<br />

centros.<br />

A participação é simples. Ao visitar<br />

um <strong>do</strong>s stands <strong>do</strong> Dolce Vita<br />

no Second Life é-lhe solicita<strong>do</strong><br />

que vista o seu avatar da forma “o<br />

mais fashionable possível”. Depois,<br />

basta enviar uma fotografia<br />

<strong>do</strong> modelo cria<strong>do</strong> e esperar que o<br />

ção <strong>do</strong> cartão de sócio, desde que<br />

seja vontade <strong>do</strong> seu proprietário,<br />

como sen<strong>do</strong> um cartão de débito<br />

ou de crédito.<br />

O facto de este tipo de acção<br />

nunca ter si<strong>do</strong> feito dificultou<br />

o estabelecimento de objectivos<br />

quantitativos. A opção foi seguir<br />

os valores obti<strong>do</strong>s pelos clubes.<br />

Tanto o SLB, FCP ou o SCP, nos<br />

seus primeiros 50 anos de existência,<br />

totalizaram cerca de 45 mil<br />

sócios. Dito isto, o BES definiu<br />

como desafio o ultrapassar, em 50<br />

dias, esse mesmo número: 45 mil<br />

sócios até ao final <strong>do</strong> Europeu.<br />

O investimento total ronda os<br />

1,25 milhões de euros, sen<strong>do</strong> que<br />

apenas 500 mil euros estão destina<strong>do</strong>s<br />

à campanha de comunicação<br />

(televisão, rádio, imprensa,<br />

internet, decoração de agências,<br />

decoração interna das instalações<br />

<strong>do</strong> BES, telas e uma parceria com<br />

a TVI). O restante será utiliza<strong>do</strong><br />

na produção, envio e embalagem<br />

<strong>do</strong> cartão.<br />

Toda a campanha, to<strong>do</strong> o desenvolvimento<br />

das peças de comunicação,<br />

desde o layout <strong>do</strong><br />

cartão, a presença online e interna<br />

até à campanha de televisão,<br />

rádio e imprensa foi desenvolvida<br />

pela BBDO.<br />

AlexAndrA CostA<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

seu avatar seja eleito pela comunidade,<br />

que neste momento se cifra<br />

em cerca de 200 mil utiliza<strong>do</strong>res<br />

portugueses.<br />

Mas atenção. Para participar<br />

no “Best Fashionable Avatar”, o<br />

cria<strong>do</strong>r de moda terá que ser residente<br />

em Portugal, ter mais de<br />

18 anos, deslocar-se a um <strong>do</strong>s<br />

quiosques Dolce Vita espalha<strong>do</strong>s<br />

pelas comunidades portuguesas e<br />

registar-se.<br />

Se este concurso lhe escapou e<br />

não foi a tempo de se candidatar,<br />

não desanime. A empresa já<br />

anunciou que uma segunda sessão<br />

<strong>do</strong> Best Fashionable Avatar,<br />

agendada para 23 de Maio.<br />

AlexAndrA CostA<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

Vodafone é a vence<strong>do</strong>ra<br />

da 10ª edição <strong>do</strong> Festival<br />

<strong>do</strong> Clube de Criativos de Portugal<br />

O Clube de Criativos de Portugal<br />

é uma associação sem fins<br />

lucrativos que reúne profissionais<br />

criativos de Comunicação Comercial<br />

– Publicidade, Design,<br />

Marketing, Marketing Relacional,<br />

Fotografia, Cinema Publicitário,<br />

Som e New Media e cujo<br />

Festival visa premiar anualmente<br />

a excelência nestas áreas.<br />

Grande Prémio Vodafone Música - Action4 Ativism<br />

Agência de Publicidade <strong>do</strong> Ano MSTF Partners<br />

Melhor Anunciante de Publicidade Vodafone<br />

Agência de Design <strong>do</strong> Ano Mola<br />

Melhor Anunciante de Design EDP<br />

Agência de New Media e Web Design View<br />

Melhor Anunciante de New Media e Web<br />

Design<br />

GM<br />

Agência de Marketing Relacional <strong>do</strong> Ano Touch Me Wunderman<br />

Melhor Anunciante de Meios APPM<br />

Agência de Meios <strong>do</strong> Ano Tempo OMD<br />

Melhor Anunciante de Meios Compal e Vodafone<br />

Fonte: Clube de Criativos de Portugal


BCP:<br />

-39,7%<br />

desde<br />

o início <strong>do</strong> ano<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 37<br />

BPi:<br />

-35,8%<br />

desde<br />

o início <strong>do</strong> ano<br />

Merca<strong>do</strong>s<br />

À custa de condições mais gravosas e visan<strong>do</strong> repor fun<strong>do</strong> de maneio<br />

Crédito às empresas mantém<br />

o ritmo de crescimento<br />

A crise <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s financeiros internacionais<br />

despoletada no 3º trimestre de 2007 parece não ter<br />

ainda ti<strong>do</strong> efeitos impactantes nas carteiras de crédito<br />

concedi<strong>do</strong> às empresas em Portugal. Assim, a taxa de<br />

crescimento entre Junho de 2007 e Março de 2008 foi<br />

de 11%, sensivelmente idêntica à taxa de crescimento<br />

nos nove meses anteriores ao início da crise <strong>do</strong><br />

“subprime” (11,5%).<br />

Estes da<strong>do</strong>s são deduzi<strong>do</strong>s<br />

duma amostra determinante<br />

constituída pelos quatro maiores<br />

bancos a operar no merca<strong>do</strong> nacional,<br />

sen<strong>do</strong> certo que os crescimentos<br />

nos últimos trimestres<br />

têm vin<strong>do</strong> a desacelerar, mas<br />

nada de relevante face a valores<br />

anteriores. Estamos a falar de<br />

crédito concedi<strong>do</strong> em Portugal,<br />

já que, face ao peso crescente da<br />

actividade internacional dalguns<br />

bancos de referência (em média,<br />

não ultrapassa, contu<strong>do</strong>, a<br />

importância relativa de 15%) o<br />

crescimento <strong>do</strong> crédito global às<br />

empresas será ligeiramente superior<br />

(taxa de 16,2% entre Março<br />

07 e Março 08 “versus” 15,5%<br />

na área <strong>do</strong>méstica).<br />

P e r g u n -<br />

tar-se-á: então<br />

e a crise<br />

tantas vezes<br />

proclamada<br />

não suscitou<br />

q u a l q u e r<br />

reacção de<br />

p r u d ê n c i a<br />

por parte<br />

<strong>do</strong>s bancos?<br />

E aqui a<br />

análise às<br />

r e s p o s t a s<br />

qualitativas<br />

ao Inquérito<br />

trimestral <strong>do</strong> Banco de Portugal<br />

dirigi<strong>do</strong> aos cinco maiores<br />

grupos bancários já nos fornece<br />

conclusões mais adequadas.<br />

Com efeito, na sequência de tais<br />

respostas, podemos verificar que,<br />

a oferta de crédito às empresas<br />

(medida pela evolução da restrição<br />

às facilidades de crédito) sofreu<br />

um significavo aperto desde<br />

o 3º trimestre de 2007, ou seja,<br />

mal a crise internacional tocou<br />

o alarme. Toman<strong>do</strong> como base<br />

o 2º trimestre de 2007 (índice<br />

base= 100), os valores trimestrais<br />

posteriores apura<strong>do</strong>s na resposta<br />

à questão “nos últimos três<br />

meses o banco a<strong>do</strong>ptou critérios<br />

mais restritivos na concessão de<br />

crédito ás empresas?” revelam<br />

um acentua<strong>do</strong> agravamento que<br />

O financiamento<br />

das necessidades de<br />

fun<strong>do</strong> de maneio e<br />

de reestruturação de<br />

dívida são os factores<br />

qe alimentam o crédito,<br />

agora em condições<br />

mais gravosas<br />

se prolonga até final <strong>do</strong> 1º trimestre<br />

deste ano, e que se prevê<br />

continuar no 2º trimestre. Esta<br />

tendência foi transversal no senti<strong>do</strong><br />

em que abrange as PME e<br />

as grandes empresas.<br />

No relatório que acompanha<br />

tal inquérito constata-se que<br />

esta maior exigência/selectividade<br />

<strong>do</strong>s bancos inquiri<strong>do</strong>s devese<br />

sobretu<strong>do</strong> a:<br />

- dificuldade por eles sentidas<br />

no acesso ao seu próprio merca<strong>do</strong><br />

de financiamento por grosso<br />

na sequência da instabilidade<br />

<strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s financeiros associada<br />

à crise <strong>do</strong> “subprime” (o<br />

que significa aumento <strong>do</strong> custo<br />

<strong>do</strong> “funding”);<br />

- expectativas mais pessimistas<br />

– e cada<br />

vez mais<br />

confirmadas<br />

– quanto à<br />

evolução da<br />

a c t i v i d a d e<br />

e c o n ó m i -<br />

ca em geral<br />

e de certos<br />

sectores de<br />

actividade e<br />

empresas.<br />

- restrições<br />

<strong>do</strong> seu<br />

próprio balanço,designadamente<br />

numa perspectiva<br />

de implementação <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> de<br />

Basileia II.<br />

Por sua vez a a<strong>do</strong>pção pelos<br />

bancos de critérios mais restritivos<br />

na concessão de crédito<br />

às empresas tem-se progressivamente<br />

traduzi<strong>do</strong> desde o 3º trimestre<br />

de 2007 por:<br />

– aumento generaliza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

“spreads” ao longo destes últimos<br />

meses, mesmo em situação<br />

de risco normal <strong>do</strong>s clientes,<br />

quan<strong>do</strong> no 2º trimestre de<br />

2007 (antes da crise) os bancos<br />

inquiri<strong>do</strong>s referiam a tendência<br />

para diminuir “spreads” na sequência<br />

da forte pressão concorrêncial;<br />

– maiores exigências em termos<br />

de garantias pessoais e reais,<br />

Crédito às eMpresas<br />

Base 2º tr 07 = 100 (antes da Crise <strong>do</strong> “suBpriMe”)<br />

130<br />

110<br />

90<br />

70<br />

50<br />

30<br />

Crédito concedi<strong>do</strong> às empresas<br />

Facilidade no critério de concessão de créditos ás empresas<br />

2ºTR 07 3ºTR 07 4ºTR 07 1ºTR 08<br />

Fontes: Banco de Portugal (Inquérito Trimestral) e os quatro maiores Bancos Priva<strong>do</strong>s<br />

(BCP; BES; Santander Totta; BPI)<br />

de negociação da maturidade<br />

<strong>do</strong>s empréstimos e de diminuição<br />

tendencial <strong>do</strong> montante empresta<strong>do</strong><br />

(o que, globalmente,<br />

ainda não é visível).<br />

Em suma, o quadro é este:<br />

- as empresas continuam a<br />

procurar crédito e os bancos<br />

a<strong>do</strong>ptam critérios mais restritivos<br />

na respectiva concessão,<br />

- mas se as empresas continuam<br />

a financiar-se junto da banca<br />

a ritmo apreciável, então é porque<br />

são sujeitas, mesmo num<br />

contexto de alta das taxas de<br />

juro, a condições mais gravosas<br />

nos “spreads” e noutros factores<br />

complementares.<br />

Até quan<strong>do</strong> isto acontecerá?<br />

A resposta a esta questão remete<br />

parcialmente para uma análise<br />

da procura de crédito pelas empresas<br />

nos termos em que é feita<br />

no âmbito <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> inquérito<br />

<strong>do</strong> Banco de Portugal. E os respectivos<br />

resulta<strong>do</strong>s qualitativos<br />

permitem concluir que, apesar<br />

duma ligeira desaceleração nos<br />

meses mais recentes, a procura<br />

mantém-se a níveis razoavelmente<br />

dinâmico.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s de sucessivos inquéritos<br />

trimestrais permitemnos<br />

melhor compreender o peso<br />

relativo <strong>do</strong>s diversos factores<br />

indutores da procura. Segun<strong>do</strong><br />

eles, continuamos a verificar que<br />

o financiamento das necessidades<br />

de fun<strong>do</strong> de maneio (inclui<br />

financiamento <strong>do</strong>s stocks) e as<br />

necessidades de reestruturação<br />

de dívida (por dificuldades de<br />

cumprimento <strong>do</strong> respectivo serviço)<br />

são os factores que ao lon-<br />

go <strong>do</strong>s meses – diremos, últimos<br />

anos – têm contribuí<strong>do</strong> positivamente<br />

para a evolução da procura<br />

de crédito pelas empresas. Por<br />

seu turno, a perca significativa <strong>do</strong><br />

peso das necessidades de financiamento<br />

para acções de redimensionamento<br />

e reestruturação empresariais<br />

(v.g. fusões e aquisições) e<br />

a tímida retoma, melhor dizen<strong>do</strong>,<br />

estagnação, da procura de crédito<br />

para projectos de investimento<br />

são os factores (quase estruturais)<br />

que têm desacelera<strong>do</strong> a evolução<br />

da procura.<br />

Temos, pois, um enquadramento<br />

objectivo.<br />

As empresas continuam a procurar<br />

crédito maioritariamente<br />

dirigi<strong>do</strong> numa perspectiva de<br />

curto prazo e de sobrevivência<br />

empresarial, pois é determinante<br />

a renegociação das linhas e<br />

limites de crédito atribuí<strong>do</strong>s às<br />

empresas que <strong>do</strong>minam tal tipo<br />

de crédito. O que não é bom<br />

sintoma em termos da saúde<br />

económica <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> empresarial<br />

português, maioritariamente<br />

constituí<strong>do</strong> por PME, na medida<br />

em que estas se afastam da<br />

implementação de projectos de<br />

investimento e das tão necessárias<br />

acções de reestruturação e<br />

redimensionamento empresariais.<br />

Domínios estes onde, importa<br />

salientar, a actual restritividade<br />

<strong>do</strong>s critérios <strong>do</strong>s bancos<br />

teria mais dificuldade em “casar”<br />

com volume de crédito concedi<strong>do</strong>,<br />

ainda que em condições<br />

mais gravosas.<br />

Pós-graduação em análise<br />

financeira (FEP) confere<br />

certificação profissional<br />

europeia<br />

A. M.<br />

11,300<br />

11,000<br />

10,700<br />

ÍndIcEs<br />

PsI20<br />

14-05 15-05 16-05 19-05 20-05<br />

PsI 20 (Fecho) (20/05) 10906,19<br />

Var. Semana -2,12%<br />

Var. 2008 -16,23%<br />

<strong>do</strong>w Jones (Fecho) (20/05) 12829,66<br />

Var. Semana -0,02%<br />

Var. 2008 -3,28%<br />

nasdaq (Fecho) (20/05) 1993,03<br />

Var. Semana -0,38%<br />

Var. 2008 -4,41%<br />

Ibex (Fecho) (20/05) 13992,1<br />

Var. Semana -0,17%<br />

Var. 2008 -7,84%<br />

dax (Fecho) (20/05) 7083,24<br />

Var. Semana 0,10%<br />

Var. 2008 -12,20%<br />

cAc 40 (Fecho) (20/05) 5054,88<br />

Var. Semana 1,12%<br />

Var. 2008 -10,17%<br />

1.5800<br />

1.5600<br />

1.5400<br />

cAmbIAL<br />

EurodóLAr<br />

14-05 15-05 16-05 19-05 20-05<br />

Eurodólar (Fecho) (20/05) 1,5673<br />

Var. Semana 1,28%<br />

Var. 2008 6,47%<br />

Euro Libra (Fecho) (20/05) 0,7951<br />

Var. Semana 0,29%<br />

Var. 2008 8,42%<br />

Euro Iene (Fecho) (20/05) 162,46<br />

Var. Semana -0,07%<br />

Var. 2008 -1,50%<br />

4.91<br />

4.90<br />

4.89<br />

monEtárIo<br />

EurIbor 6m<br />

14-05 15-05 16-05 19-05 20-05<br />

Euribor 6m (Fecho) (20/05) 4,8980<br />

Var. Abs. Semana 0,0190%<br />

Var. Abs. 2008 0,1890%<br />

Euribor 3m (Fecho) (20/05) 4,8560<br />

Var. Abs. Semana 0,0000%<br />

Var. Abs. 2008 0,1660%<br />

Euribor 1Y (Fecho) (20/05) 4,9870<br />

Var. Abs. Semana 0,037%<br />

Var. Abs. 2008 0,2330%<br />

126.00<br />

123.00<br />

120.00<br />

mErcA<strong>do</strong>rIAs<br />

PEtróLEo<br />

14-05 15-05 16-05 19-05 20-05<br />

Petróleo (Brent) (20/05) 124,37<br />

Var. Semana 1,32%<br />

Var.2008 31,85%<br />

ouro (Fecho) (20/05) 921,45<br />

Var. Semana 4,66%<br />

Var. 2008 10,59%<br />

Prata (Fecho) (20/05) 17,45<br />

Var. Semana 5,95%<br />

Var. 2008 18,14%


38<br />

merca<strong>do</strong>s<br />

Em tempo de crise<br />

A economia mundial está em crise. Intensificam-se os<br />

debates acerca da continuidade da crise <strong>do</strong> “subprime”,<br />

da escalada <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong> petróleo e <strong>do</strong> forte aumento<br />

<strong>do</strong>s produtos alimentares. Contu<strong>do</strong>, a verdadeira crise é<br />

aquela que as famílias sentem no seu dia-a-dia. Assim,<br />

mais importante que o aumento <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> crude é o<br />

aumento <strong>do</strong> preço <strong>do</strong>s combustíveis e mais importante<br />

que o aumento das matérias-primas agrícolas é o aumento<br />

<strong>do</strong> preço <strong>do</strong> pão.<br />

As oscilações <strong>do</strong> preço das matérias-primas nos merca<strong>do</strong>s<br />

internacionais têm uma influência directa, mas<br />

não necessariamente proporcional, no preço <strong>do</strong>s bens de<br />

consumo que se encontram à nossa disposição. Contu<strong>do</strong>,<br />

a crise não pode ser enfrentada apenas numa perspectiva<br />

macroeconómica. É também necessário ter uma<br />

perspectiva microeconómica, ao ponto de analisar as famílias<br />

em particular. Não se trata de visitar cada família,<br />

porque um estu<strong>do</strong> dessa envergadura seria certamente<br />

muito difícil de concretizar. Trata-se sim de analisar os<br />

principais produtos que as famílias consomem. Muitos<br />

<strong>do</strong>s problemas seriam facilmente resolvi<strong>do</strong>s se, por<br />

exemplo, estivéssemos um ano sem consumir qualquer<br />

<br />

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✃<br />

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°<br />

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®°<br />

<br />

°<br />

<br />

<br />

®<br />

<br />

<br />

deriva<strong>do</strong> de produto petrolífero, sem consumir pão nem<br />

arroz, ou a trabalhar sem auferir salários. Contu<strong>do</strong>, tal<br />

concepção é obviamente impossível e demonstra a importância<br />

associada aos padrões de consumo das famílias.<br />

Assim, no primeiro trimestre de 2008, a taxa de inflação<br />

foi de 2,6%. Recuan<strong>do</strong> um pouco mais no tempo,<br />

observa-se que nos últimos <strong>do</strong>is anos a inflação registada<br />

em Portugal foi de 5,3%. No entanto, um estu<strong>do</strong> agora<br />

realiza<strong>do</strong> pela revista “Visão” revela que a inflação oficial,<br />

divulgada pelo INE, pode não ser aquela que os portugueses<br />

verdadeiramente sentem. O preço de um simples<br />

cabaz de compras composto por produtos integrantes de<br />

uma alimentação básica, como o pão, leite, água, arroz,<br />

esparguete, carne e peixe aumentou 18,6% ao longo <strong>do</strong>s<br />

últimos <strong>do</strong>is anos. Da<strong>do</strong> que a análise através da média<br />

pode distorcer os resulta<strong>do</strong>s, façamos o mesmo exercício<br />

mas retiran<strong>do</strong> o produto que sofreu o maior aumento,<br />

o esparguete (63,9%), e o produto que sofreu o menor<br />

aumento, a água (0%). Este novo cabaz registou um aumento<br />

de 13,3% que, ainda assim, é mais <strong>do</strong> <strong>do</strong>bro <strong>do</strong>s<br />

números oficiais. Já o cabaz completo <strong>do</strong>s produtos que<br />

<br />

<br />

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<br />

<br />

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·<br />

·<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Pedro Correia<br />

Pedro Arroja Gestão<br />

de Patrimónios S.A<br />

a revista “Visão” utilizou valorizou 15,3%.<br />

Em relação aos produtos petrolíferos, o preço <strong>do</strong> barril<br />

de petróleo cota<strong>do</strong> em euros valorizou desde o início de<br />

2006 cerca de 55%. Em relação aos preços pratica<strong>do</strong>s<br />

pelas gasolineiras, a gasolina sem chumbo 95 aumentou<br />

neste horizonte temporal cerca de 18%. Esta é pelo menos<br />

a informação disponibilizada pela Galp em Janeiro<br />

de 2006. Ou seja, se os aumentos na bomba tivessem<br />

si<strong>do</strong> proporcionais à valorização <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> petróleo,<br />

estaríamos nesta altura a pagar cerca de 1,90 euros por<br />

cada litro de gasolina.<br />

Este artigo pretende alertar para a real inflação que as<br />

famílias estão a enfrentar, sobretu<strong>do</strong> em relação aos produtos<br />

mais básicos. Outra variável que importa analisar<br />

é a evolução <strong>do</strong>s salários. A boa notícia é que o aumento<br />

<strong>do</strong> salário mínimo nacional foi, neste perío<strong>do</strong>, superior<br />

a 10%. Contu<strong>do</strong>, o aumento <strong>do</strong> salário médio foi, nos<br />

últimos <strong>do</strong>is anos, de 5,5%. Por fim, no que constitui<br />

outra notícia que em teoria será menos boa para as famílias,<br />

inclui-se a preocupação de Jean-Claude Trichet,<br />

o presidente <strong>do</strong> BCE, em relação ao crescimento da inflação<br />

e que, uma vez mais, o leva a afastar o cenário de<br />

descida das taxas de juro. Em suma, a crise das famílias,<br />

agravada pelo crescimento da inflação, está para ficar.<br />

net.investi<strong>do</strong>r<br />

www.protestepoupanca.pt<br />

A “Proteste Poupança” é o portal financeiro da<br />

“DECO Proteste”, que prima por uma qualidade<br />

superior, quer ao nível <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s quer da apresentação<br />

gráfica e organização <strong>do</strong> teor informativo.<br />

O site organiza-se em função das duas revistas<br />

financeiras que são publicadas pela DECO. Por um<br />

la<strong>do</strong>, a abordagem a uma gama variada de produtos<br />

financeiros, desde os tradicionais depósitos a prazo,<br />

certifica<strong>do</strong>s de aforro, contas-poupança, passan<strong>do</strong><br />

por produtos estrutura<strong>do</strong>s e fun<strong>do</strong>s de investimento<br />

até às acções. Os conteú<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s de<br />

uma forma clara e acessível, oferecen<strong>do</strong>-lhe ainda<br />

informação sobre a situação económica mundial<br />

e as repercussões desta nos investimentos. Na<br />

rubrica “Entre nós” respondem às questões <strong>do</strong>s<br />

leitores, realizan<strong>do</strong> testes práticos e indican<strong>do</strong><br />

pequenos truques essenciais para aumentar os<br />

seus rendimentos: como evitar comissões inúteis,<br />

como lidar com a fiscalidade, etc.<br />

Na outra vertente apresenta-se uma abordagem específica<br />

sobre o investimento em acções, com uma<br />

visão geral, mas precisa, sobre a evolução da Bolsa<br />

nacional e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internacional, abrangen<strong>do</strong><br />

uma vasta selecção de acções nacionais e estrangeiras.<br />

O rendimento <strong>do</strong>s dividen<strong>do</strong>s, lucros e “cashflow”<br />

espera<strong>do</strong>s das empresas face às suas cotações,<br />

o valor <strong>do</strong>s seus capitais próprios e o rendimento<br />

espera<strong>do</strong> a longo prazo estão na base da avaliação<br />

efectuada pela “Proteste Poupança”. Para além<br />

disso, incorpora também os aspectos macroeconómicos<br />

que orientam os merca<strong>do</strong>s bolsistas mundiais.<br />

Assim, pode dispor todas as semanas de avaliações<br />

sobre cerca de 150 empresas nacionais e estrangeiras,<br />

que ajudam o investi<strong>do</strong>r a saber quais as<br />

acções que deve comprar, vender ou manter em<br />

carteira.


Soluções de investimento<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 merca<strong>do</strong>s 39<br />

Economia portuguesa em desaceleração<br />

no primeiro trimestre<br />

O FMI reviu em baixa as previsões de crescimento<br />

em 2008 (menos 0,5% face à previsão anterior)<br />

e aponta para uma taxa de crescimento de 1,4%<br />

para 2009, valor acima <strong>do</strong> previsto para a Zona<br />

Euro (1,2%). A economia portuguesa começa a<br />

sentir o efeito <strong>do</strong>s três choques externos adversos:<br />

crise <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s financeiros internacionais, o<br />

aumento <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> petróleo e das matérias-primas<br />

alimentares e a forte desaceleração da economia<br />

norte-americana.<br />

O Boletim Económico da Primavera<br />

<strong>do</strong> Banco de Portugal conclui<br />

que a economia portuguesa<br />

manteve em 2007 uma trajectória<br />

de recuperação, com uma aceleração<br />

significativa <strong>do</strong> PIB, para<br />

níveis superiores aos observa<strong>do</strong>s<br />

nos últimos anos. No entanto, o<br />

Boletim refere ainda que a ocorrência<br />

de três choques externos<br />

adversos (a turbulência nos merca<strong>do</strong>s<br />

financeiros internacionais,<br />

o aumento <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> petróleo<br />

e das matérias-primas alimentares<br />

e a forte desaceleração da economia<br />

norte-americana, iniciada na<br />

segunda metade de 2007 e que<br />

continua no início de 2008, não<br />

deixará de ter implicações desfavoráveis<br />

sobre a dinâmica de recuperação<br />

da economia portuguesa.<br />

Por sua vez, em termos globais,<br />

o “World Economic Outlook” de<br />

Abril de 2008 <strong>do</strong> FMI reviu em<br />

baixa as previsões de crescimento<br />

para as principais economias em<br />

2008. O FMI prevê para este ano<br />

um crescimento de 3,7% para a<br />

economia mundial, de 1,4% para<br />

a Zona Euro e 0,5% para os Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s. Para 2009, as previsões<br />

apontam para uma ligeira<br />

baixo risco<br />

“caixa aniversário 132 anos” da cGd<br />

– rentabilidade apelativa e sem risco<br />

melhoria <strong>do</strong> crescimento da economia<br />

mundial (+0,1%). No que<br />

respeita à economia portuguesa, o<br />

FMI reviu em baixa as previsões<br />

de crescimento em 2008 (menos<br />

0,5% face à previsão anterior) e<br />

aponta para uma taxa de crescimento<br />

de 1,4% para 2009, valor<br />

acima <strong>do</strong> previsto para a Zona<br />

Euro (1,2%).<br />

As previsões intercalares da<br />

Comissão Europeia apresentaram<br />

revisões em baixa de 0,4% para o<br />

crescimento da economia da Zona<br />

Euro e da União Europeia, em<br />

2008, face às previsões anteriores<br />

(Novembro de 2007). De acor<strong>do</strong><br />

com as previsões intercalares da<br />

Comissão Europeia, em 2008 a<br />

economia da Zona Euro deverá<br />

crescer 1,8% (2,2% nas previsões<br />

de Outono) enquanto para<br />

a economia da UE 27 se estima<br />

uma taxa de crescimento de 2,0%<br />

(2,4% nas previsões anteriores).<br />

A inflação prevista para a zona<br />

Euro, em 2008, deverá situar-se<br />

em 2,6% (2,1% nas previsões de<br />

Outono) e para a UE 27 em 2,9%<br />

(2,4% nas previsões de Outono).<br />

Para a economia mundial, a Comissão<br />

Europeia, nas previsões <strong>do</strong><br />

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a promover as obrigações<br />

Caixa Aniversário 132 anos - Série 1, alusivas ao aniversário<br />

desta instituição bancária. Estamos perante uma aplicação<br />

interessante em termos de rentabilidade, com garantia<br />

de capital no vencimento e pagamento trimestral de juros.<br />

A subscrição terá que ser efectuada nos balcões da CGD<br />

até dia 23 de Maio de 2008, embora se possa verificar um<br />

encerramento prévio se for atingi<strong>do</strong> o montante máximo da<br />

emissão. Este investimento está disponível por um mínimo<br />

de 1000 euros, mas tem um limite máximo de subscrição de<br />

50 000 euros (1000 Obrigações).<br />

A rentabilidade será de 4,50% no 1º trimestre, 4,75% no 2º,<br />

5,25% no 3º e 6% no 4º trimestre. No segun<strong>do</strong> ano, a rentabilidade<br />

estará indexada à Euribor a 3 meses e será essa taxa<br />

acrescida de 0,125% no 1º trimestre <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano, acrescida<br />

de 0,25% no 2º trimestre <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano, 0,375%<br />

no 3º trimestre <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano e 0,5% no 4º trimestre <strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong> ano (que corresponde ao fim da emissão).<br />

Outono de 2007, reviu em alta de<br />

0,3% o crescimento para 2008,<br />

preven<strong>do</strong> uma taxa de 5,1%.<br />

indústria lusa em perda<br />

No primeiro trimestre de 2008<br />

o índice de novas encomendas na<br />

indústria registou uma taxa de variação<br />

homóloga de 0,8%, o que<br />

representou uma desaceleração<br />

de 6,4 pontos percentuais face ao<br />

quarto trimestre de 2007 (7,2%).<br />

Esta diminuição traduz movimentos<br />

díspares regista<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong><br />

nacional e no merca<strong>do</strong> externo,<br />

3,2% e -2,6%, respectivamente<br />

(variações homólogas <strong>do</strong> primeiro<br />

trimestre de 2008, que compara<br />

mcom 11,3% e 2,1% no 4º trimestre<br />

de 2007, respectivamente). Segun<strong>do</strong><br />

o INE, no primeiro trimestre<br />

de 2008, o volume de negócios<br />

na indústria registou uma variação<br />

homóloga de 4%, o que representou<br />

uma desaceleração de 3% face<br />

ao valor regista<strong>do</strong> no quarto trimestre<br />

de 2007. Por sua vez, as vendas<br />

para os merca<strong>do</strong>s interno e externo<br />

registaram, no primeiro trimestre<br />

de 2008, variações homólogas de<br />

5,4% e 1,7%, respectivamente, o<br />

que compara com valores para o<br />

último trimestre de 2007 de 8,4%<br />

e 4,8%, respectivamente.<br />

Os índices de emprego, de remunerações<br />

e de horas trabalhadas<br />

(corrigidas <strong>do</strong>s dias úteis) na indústria<br />

apresentaram, no primeiro<br />

trimestre de 2008, variações homólogas<br />

de -0,7%, 2,7% e -1,4%, respectivamente.<br />

No quarto trimestre<br />

de 2007, estes indica<strong>do</strong>res registaram<br />

variações homólogas de -0,5%,<br />

2,8% e 0,4%, respectivamente.<br />

No primeiro trimestre de 2008,<br />

baixo/médio risco<br />

“basket acções portuguesas” <strong>do</strong> biG – até<br />

20% em 12 meses<br />

A aplicação “Basket acções Portuguesas” <strong>do</strong> Banco BIG permite<br />

beneficiar da valorização de um cabaz de 4 acções portuguesas<br />

até um limite máximo de 20%. O cabaz de acções<br />

será composto pelas empresas Portucel, Sonae SGPS, Cimpor<br />

e Banco Espírito Santo. Cada uma destas empresas terá<br />

igual ponderação na composição <strong>do</strong> cabaz (25% cada).<br />

Esta aplicação poderá ser subscrita até 27 de Maio de 2008<br />

por um mínimo de 2500 euros. Estamos perante uma aplicação<br />

por um prazo de 12 meses e total garantia de capital na<br />

maturidade. O investi<strong>do</strong>r irá auferir de acor<strong>do</strong> com a valorização<br />

<strong>do</strong> cabaz até que este atinja uma valorização de 20%.<br />

Caso esse limite seja atingi<strong>do</strong> o produto irá reembolsar um<br />

cupão fixo de 5%. De salientar ainda a garantia de capital,<br />

caso se verifique uma desvalorização <strong>do</strong> cabaz. O capital garanti<strong>do</strong><br />

num investimento indexa<strong>do</strong> ao merca<strong>do</strong> accionista é<br />

o principal atractivo desta aplicação. No entanto, consideran<strong>do</strong><br />

as actuais condições <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, não será de prever uma<br />

valorização próxima de 20% no cabaz das acções.<br />

IndIca<strong>do</strong>rEs dE confIança EM Portugal.<br />

face ao mesmo perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano anterior,<br />

a produção industrial registou<br />

uma descida de 2,1%, o que<br />

compara com uma taxa de variação<br />

homóloga de 0,1% registada<br />

no quarto trimestre de 2007. Em<br />

termos desagrega<strong>do</strong>s, os grandes<br />

agrupamentos industriais registaram<br />

variações homólogas negativas,<br />

à excepção <strong>do</strong> agrupamento<br />

<strong>do</strong>s bens intermédios (+3%). O<br />

agrupamento de bens de investimento<br />

registou, face ao perío<strong>do</strong><br />

homólogo <strong>do</strong> ano anterior, uma<br />

taxa de variação de -1,8%, o que<br />

compara com uma taxa de variação<br />

homóloga de 0,2% registada<br />

no 4º trimestre de 2007. O agrupamento<br />

com o maior decréscimo<br />

foi o da energia (-13,9%, variações<br />

homólogas no 1º trimestre de<br />

2008).<br />

Em Abril de 2008, registou-se<br />

uma variação homóloga da produção<br />

líquida total de energia<br />

eléctrica de -19,9%. No perío<strong>do</strong><br />

acumula<strong>do</strong> até Abril de 2008, a variação<br />

em termos homólogos foi de<br />

-16,2%. No consumo, a variação<br />

homóloga de Abril foi de 4,4%,<br />

que compara com 0,6%, valor regista<strong>do</strong><br />

no perío<strong>do</strong> acumula<strong>do</strong> de<br />

Janeiro a Abril de 2008. A produção<br />

de energia eólica aumentou,<br />

em termos homólogos, 134% em<br />

Abril, o que compara com uma variação<br />

homóloga de 57% no perío<strong>do</strong><br />

acumula<strong>do</strong> até Abril de 2008.<br />

confiança em baixa<br />

Ainda em Abril de 2008, o Indica<strong>do</strong>r<br />

de Sentimento Económico<br />

(ISE) registou para Portugal um<br />

valor de 96,4 pontos, o que compara<br />

com o valor de 100,4 pontos<br />

no primeiro trimestre de 2008.<br />

Este comportamento traduz uma<br />

evolução negativa de to<strong>do</strong>s os Indica<strong>do</strong>res<br />

de Confiança desagrega<strong>do</strong>s<br />

excepto Consumi<strong>do</strong>res (que<br />

se manteve), ou seja: Indústria,<br />

Serviços, Comércio a Retalho e<br />

Construção. Segun<strong>do</strong> a Comissão<br />

Europeia, o ISE para a UE27 e<br />

Zona Euro, para o mesmo mês em<br />

análise, foi de 98,1 e 97,1, o que<br />

compara com os valores de 101,8<br />

e 100,5, respectivamente, no 1º<br />

trimestre de 2008.<br />

médio risco<br />

bPi metais industriais 2008-2011<br />

– ganhos indexa<strong>do</strong>s aos metais base<br />

O BPI Metais Industriais 2008-2011 é uma emissão<br />

em euros, com uma maturidade de 3 anos e está indexa<strong>do</strong><br />

ao Alumínio, Cobre, Chumbo, Níquel e Zinco.<br />

Este investimento está acessível por um mínimo de<br />

1000 euros e poderá ser subscrito até 26 de Maio de<br />

2008. Esta aplicação tem capital garanti<strong>do</strong> no vencimento<br />

e reembolsa o capital inicialmente investi<strong>do</strong> soma<strong>do</strong><br />

de 60% da variação média <strong>do</strong> cabaz, sen<strong>do</strong> que,<br />

para cada metal industrial, o Valor Inicial é da<strong>do</strong> pelo<br />

preço <strong>do</strong> metal na Lon<strong>do</strong>n Metal Exchange, na data<br />

de emissão, e o Valor Final pela média <strong>do</strong> preço <strong>do</strong>s<br />

últimos 12 meses.<br />

O principal risco associa<strong>do</strong> a este investimento é uma<br />

rentabilidade nula ao fim de três anos. No entanto,<br />

consideran<strong>do</strong> a actual dinâmica de crescimento global<br />

e a forte pressão compra<strong>do</strong>ra que se verifica na generalidade<br />

das merca<strong>do</strong>rias, temos uma aplicação atractiva<br />

e com uma forte possibilidade de valorização.


40<br />

merca<strong>do</strong>s<br />

Ana Paula Serra, da Direcção da Pós-graduação em Análise Financeira da FEP, afirma<br />

Subscrições de PPR crescem 60% no primeiro trimestre<br />

Segun<strong>do</strong> Seixas Vale, Presidente<br />

da Associação Portuguesa de<br />

Segura<strong>do</strong>res (APS), estes são “um<br />

mau produto” e isso reflecte-se no<br />

“baixo volume de vendas” regista<strong>do</strong>,<br />

que está longe de ser suficiente<br />

para afectar a subscrição de<br />

PPR.<br />

O recém-eleito presidente da<br />

APS reforçou ainda a necessidade<br />

de esclarecer os consumi<strong>do</strong>res<br />

das reais diferenças entre os certifica<strong>do</strong>s<br />

de reforma e os PPR,<br />

reiteran<strong>do</strong> que “um certifica<strong>do</strong> de<br />

reforma não é um PPR; usar a expressão<br />

PPR Público é completamente<br />

erra<strong>do</strong> porque os <strong>do</strong>is são<br />

produtos diferentes”. A principal<br />

diferença realçada reside no facto<br />

de que os certifica<strong>do</strong>s de reforma<br />

“não têm taxa de juro ou capital<br />

garanti<strong>do</strong>”, limitan<strong>do</strong>-se a “certificar<br />

que a pessoa tem reforma”.<br />

“Comparar os <strong>do</strong>is é o mesmo<br />

que dizer que um certifica<strong>do</strong> de<br />

aforro é um certifica<strong>do</strong> de depósito”,<br />

afirmou Seixas Vale, reforçan<strong>do</strong><br />

que os certifica<strong>do</strong>s de re-<br />

forma “são um produto que não<br />

dá protecção e não é adequa<strong>do</strong> ao<br />

tipo de necessidades daqueles que<br />

a eles têm de recorrer”.<br />

Outra das críticas lançadas refere-se<br />

às diferenças que existem<br />

entre os <strong>do</strong>is produtos ao nível<br />

das regras de supervisão e de políticas<br />

de investimento a que o<br />

produto <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> está sujeito.<br />

A APS referiu ter já feito chegar<br />

ao Governo as suas críticas a este<br />

respeito.<br />

Neste primeiro encontro com<br />

os jornalistas <strong>do</strong> novo Presidente<br />

da APS, abor<strong>do</strong>u-se ainda a<br />

questão da nova lei <strong>do</strong> contrato<br />

de seguros. A Associação manifestou,<br />

desde logo, o seu agra<strong>do</strong><br />

pela aprovação <strong>do</strong> novo regime<br />

jurídico que, segun<strong>do</strong> a APS, vai<br />

ser positivo para as relações entre<br />

segura<strong>do</strong>ras e consumi<strong>do</strong>res,<br />

sobretu<strong>do</strong> no que diz respeito à<br />

transparência, uma vez que esta<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Certificação europeia é uma mais-valia profissional<br />

Organizada pela Faculdade de Economia <strong>do</strong> Porto (FEP),<br />

pela Associação Portuguesa de Analistas Financeiros (APAF)<br />

e pelo Instituto Investigação e Serviços da FEP (IIS), a pósgraduação<br />

em Análise Financeira vai este ano na sua 5ª<br />

edição, após uma longa interrupção. Reajusta<strong>do</strong>s que foram<br />

alguns conteú<strong>do</strong>s programáticos também em função das<br />

necessidades <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> profissional da região Norte, esta<br />

pós-graduação continua a proporcionar uma sólida formação<br />

cientifica e técnica, funcionan<strong>do</strong> a sua obtenção como um<br />

“passaporte” profissional a nível europeu (“Certified Financial<br />

Analyst”).<br />

<strong>Vida</strong> económica - Quan<strong>do</strong> foi cria<strong>do</strong><br />

este curso?<br />

Ana Paula Serra - Em 1989 teve lugar a<br />

1ª edição em Portugal da pós-graduação em<br />

Análise Financeira, no âmbito da Faculdade<br />

de Economia <strong>do</strong> Porto. Foi, sem dúvida um<br />

passo inova<strong>do</strong>r, se nos recordarmos que ainda<br />

não tinham apareci<strong>do</strong> os mestra<strong>do</strong>s nas áreas<br />

das finanças e merca<strong>do</strong>s. Entretanto o curso<br />

teve uma longa interrupção – entre 1990 e<br />

2002 – sen<strong>do</strong> que no âmbito da Faculdade<br />

de Economia <strong>do</strong> Porto foram sen<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong>s<br />

vários mestra<strong>do</strong>s específicos em finanças,<br />

economia e contabilidade. De referir que<br />

as primeiras duas edições foram frequentadas<br />

por pessoas que vieram a ocupar profissionalmente<br />

posições cimeiras e que hoje em dia<br />

são de facto parceiros na organização da pósgraduação.<br />

Ve- o curso sofreu naturalmente reajustamentos<br />

após tão longa interrupção?<br />

APS- Precisamente em 2002, a APAF<br />

- Associação Portuguesa <strong>do</strong>s Analistas Financeiros<br />

abor<strong>do</strong>u a Faculdade de Economia<br />

<strong>do</strong> Porto no senti<strong>do</strong> de ser retoma<strong>do</strong><br />

este curso. Em consequência, fizemos internamente<br />

uma análise e avaliação <strong>do</strong>s<br />

“produtos” de que a Faculdade dispunha<br />

e em simultâneo procedemos à redefinição<br />

<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s, designadamente em função<br />

da evolução <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> profissional da<br />

Região Norte, onde nos inserimos. Com<br />

efeito, este merca<strong>do</strong>, em 2003, não era o<br />

mesmo <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s anos 90, uma vez que<br />

se tinha verifica<strong>do</strong> uma deslocalização (para<br />

Lisboa, mas também para o estrangeiro) de<br />

vários departamentos de “research” das instituições<br />

financeiras de referência.<br />

As subscrições de Planos Poupança Reforma<br />

(PPR) alcançaram os 389,516 milhões de<br />

euros nos três primeiros meses de 2008, um<br />

crescimento de 60% em relação ao perío<strong>do</strong><br />

homólogo de 2007, o que reflecte o fraco<br />

impacto neste produto <strong>do</strong>s certifica<strong>do</strong>s de<br />

reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Ve - Mas permanecem os eixos base<br />

desta pós-graduação?<br />

APS - Naturalmente que sim. Mas neste<br />

novo contexto – e insisto sem prejuízo<br />

duma sólida formação de base especifica<br />

dum curso para analistas financeiros, em<br />

consonância com os padrões internacionais<br />

– redireccionamos alguns conteú<strong>do</strong>s temáticos<br />

para a análise e avaliação <strong>do</strong> risco de<br />

crédito, já que existia (e continua a existir)<br />

merca<strong>do</strong> local para ocupação profissional,<br />

designadamente nos departamentos de<br />

crédito <strong>do</strong>s bancos.<br />

Ve- Ten<strong>do</strong> em conta este redireccionamento<br />

<strong>do</strong> curso, deve verificar-se<br />

uma boa interacção com os bancos?<br />

APS - No que toca à dinâmica <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s<br />

programáticos, à promoção <strong>do</strong> curso<br />

e à avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, temos reuniões<br />

regulares com altos responsáveis de<br />

instituições financeiras, através das quais<br />

podemos ficar muito melhor sensibiliza<strong>do</strong>s<br />

para as suas necessidades em termos <strong>do</strong><br />

perfil técnico exigi<strong>do</strong> aos seus colabora<strong>do</strong>res<br />

mais qualifica<strong>do</strong>s. Independentemente<br />

desta interacção específica, constitui nossa<br />

preocupação permanente flexibilizar a estrutura<br />

das áreas temáticas, utilizan<strong>do</strong> inquéritos<br />

dirigi<strong>do</strong>s aos próprios alunos que<br />

podem apontar lacunas curriculares que<br />

tentamos preencher via seminários complementares.<br />

Ve- Qual o nível – quantitativo e qualitativo<br />

– de frequência nesta pós-graduação?<br />

APS- Após o reinício <strong>do</strong> curso, formámos<br />

100 analistas financeiros. Na edição<br />

em curso – a 5ª, após o reinício – tivemos<br />

80 candidaturas, estan<strong>do</strong> 30 destas estão a<br />

frequentar o curso. Com efeito, assumimos<br />

uma razoável selectividade no acesso, na<br />

medida em que exigimos, a par da licenciatura<br />

(normalmente, na área das ciências<br />

económicas e empresariais), uma experiência<br />

profissional relacionada com temas da<br />

análise financeira. Neste contexto, os nossos<br />

alunos têm maioritariamente idades<br />

entre 25 e 30 anos e em grande número<br />

exercem actividades profissionais em instituições<br />

financeiras.<br />

Ve - os bancos têm vin<strong>do</strong> a motivar<br />

os seus colabora<strong>do</strong>res para a frequência<br />

<strong>do</strong> curso?<br />

APS - Há candidaturas de colabora<strong>do</strong>res<br />

de bancos que são por eles selecciona<strong>do</strong>s e<br />

co-financia<strong>do</strong>s, o que é reconheci<strong>do</strong> internamente<br />

como um valor de mérito profissional.<br />

Tem-se também constata<strong>do</strong> um “upgrade” nas<br />

carreiras profissionais <strong>do</strong>s pós-gradua<strong>do</strong>s.<br />

Depois, a nova directiva comunitária <strong>do</strong>s<br />

Merca<strong>do</strong>s Financeiros vem de alguma forma<br />

alavancar o interesse desta pós-graduação,<br />

na medida em que refere expressamente que<br />

os clientes bancários <strong>devem</strong> exigir ao pessoal<br />

de contacto uma profunda informação<br />

sobre as características e perfil de risco <strong>do</strong>s<br />

produtos que lhes estão a ser ofereci<strong>do</strong>s.<br />

Ve - Quais são as mais-valias desta<br />

pós-graduação, ou seja, quais as suas<br />

características diferencia<strong>do</strong>ras?<br />

“é uma lei que afirma o princípio<br />

da liberdade contratual”.<br />

O novo regime <strong>do</strong> contrato de<br />

seguros passa, assim, a agregar<br />

diversa legislação da área segura<strong>do</strong>ra<br />

que antes estava dispersa por<br />

múltiplos diplomas e normativos<br />

regulamentares.<br />

A nova lei agora aprovada deverá<br />

ser aplicada em contratos<br />

novos a partir de 1 de Janeiro de<br />

2009. Em relação aos contratos<br />

já existentes, sujeitos a renovação<br />

(ou seja, contratos anuais renováveis<br />

como o seguro automóvel ou<br />

o seguro à habitação), as normas<br />

imperativas aplicam-se automaticamente<br />

a partir da primeira<br />

renovação ocorrida depois <strong>do</strong><br />

primeiro dia de Janeiro de 2009,<br />

excepto aquelas que por natureza<br />

não possam ser aplicadas. As normas<br />

supletivas não se aplicam, a<br />

não ser que a segura<strong>do</strong>ra informe<br />

o toma<strong>do</strong>r de seguro, com 60<br />

APS - Em primeiro lugar, trata-se dum<br />

curso que cobre várias áreas temáticas de<br />

uma forma adequadamente integrada (finanças,<br />

contabilidade, fiscalidade, instituições<br />

financeiras e sua regulação, ética, etc). E<br />

tal constitui um valor acrescenta<strong>do</strong>, potencia<strong>do</strong><br />

pela simbiose no corpo <strong>do</strong>cente entre<br />

académicos e especialistas profissionais.<br />

Depois – e trata-se dum factor crucial<br />

– este curso atribui a certificação da APAF<br />

que é uma certificação internacional (nível<br />

europeu), reconhecida como “Certified Financial<br />

Analyst”. Na prática, trata-se dum<br />

verdadeiro “passaporte” para o exercício da<br />

função de analista financeiro noutros países,<br />

corresponden<strong>do</strong>, assim, aos desafios da<br />

globalização e liberalização das operações<br />

financeiras e aos requisitos quer das normas<br />

contabilísticas internacionais quer da<br />

regulação <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s. É em consonância<br />

com estes factos que os conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

curso são bastantes transversais, perspectivan<strong>do</strong><br />

abordagens que ultrapassam a nossa<br />

realidade local. Assim, a título de exemplo,<br />

quan<strong>do</strong> abordamos as plataformas de negociação<br />

ligadas aos merca<strong>do</strong>s de capitais,<br />

não ficamos só pela Euronext.<br />

Finalmente, em termos das referidas<br />

mais-valias, deve ser destaca<strong>do</strong> que este<br />

curso também confere certificação para registo<br />

como consultor autónomo junto da<br />

CMVM, e fornece equivalências a disciplinas<br />

de alguns mestra<strong>do</strong>s da FEP.<br />

a. M.<br />

dias de antecedência em relação<br />

à data de renovação <strong>do</strong> contrato,<br />

<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> das cláusulas alteradas<br />

em razão da a<strong>do</strong>pção <strong>do</strong> novo<br />

regime.<br />

No que se refere aos contratos<br />

já existentes não sujeitos a renovação,<br />

no âmbito <strong>do</strong>s seguros<br />

de coisas (como, por exemplo,<br />

seguros de obras), aplica-se o regime<br />

da data da celebração, ou<br />

seja, não há alterações; a nível<br />

<strong>do</strong>s seguros de pessoas (seguros<br />

de vida), a adaptação à nova lei<br />

tem de ser feita no prazo máximo<br />

de <strong>do</strong>is anos, ou seja, até Janeiro<br />

de 2011. Contu<strong>do</strong>, em qualquer<br />

uma destas situações, a nova lei<br />

não se aplicará aos sinistros ocorri<strong>do</strong>s<br />

entre 1 de Janeiro de 2009<br />

e a data de aplicação <strong>do</strong> novo regime<br />

ao contrato de seguro em<br />

causa.<br />

Carina Borges<br />

redaccao@vidaeconomica. pt


Crise alimentar?<br />

Thomas Malthus “dixit”<br />

Thomas Malthus foi um economista<br />

britânico de finais <strong>do</strong> século XVIII<br />

e inícios <strong>do</strong> século XIX. Ficaram<br />

célebres os seus estu<strong>do</strong>s sobre a população,<br />

nos quais concluiu que o excesso populacional<br />

era o maior <strong>do</strong>s males da sociedade,<br />

porque as populações tendiam a crescer<br />

numa progressão geométrica, enquanto os<br />

meios de subsistência cresciam numa progressão<br />

aritmética. Por outras palavras: no<br />

ano 1 existiam X pessoas para Y alimentos;<br />

no ano 2: X*2 pessoas para Y+2 alimentos;<br />

no ano 3: X*4 pessoas para Y+4 alimentos,<br />

e por aí adiante. As teses de Malthus e <strong>do</strong>s<br />

seus discípulos deram origem a uma corrente<br />

de opinião, a economia Malthusiana,<br />

caracterizada por uma visão particularmente<br />

sombria <strong>do</strong> futuro da humanidade:<br />

1) o problema população/alimentos teria<br />

como consequência uma sobrevivência e<br />

enriquecimento <strong>do</strong>s mais fortes, em detrimento<br />

<strong>do</strong>s mais fracos (nesta medida, Malthus<br />

influenciou as teses evolucionistas de<br />

Darwin); 2) a pobreza e o sofrimento eram<br />

o destino da grande maioria das pessoas;<br />

3) qualquer melhoria em massa <strong>do</strong> padrão<br />

de vida seria temporária, pois ocasiona um<br />

inevitável aumento da população, que acaba<br />

impedin<strong>do</strong> qualquer possibilidade de<br />

melhoria sustentada.<br />

Se olharmos para o mun<strong>do</strong> de hoje e<br />

para a sua evolução desde que Malthus escreveu<br />

o seu ensaio sobre as temáticas populacionais<br />

e da riqueza, é difícil negar os<br />

pontos 1) e 2) e apenas o ponto 3) pode ser<br />

Parece algo estranho associar-se a temática<br />

<strong>do</strong> crescimento da população mundial<br />

<strong>do</strong>s países emergentes e a atracção pelas<br />

marcas como temas de investimento simultâneos.<br />

Mas as temáticas serão menos aberrantes<br />

quan<strong>do</strong> se constata que as marcas criam valor<br />

para os accionistas e um recente estu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ActivoBank7 demonstrou que uma carteira<br />

constituída pelas 100 empresas com<br />

as marcas mais fortes, ou seja, companhias<br />

cotadas em bolsa, com forte liquidez e rebalanceada<br />

anualmente em função da revisão<br />

<strong>do</strong> ranking, com pesos relativos atribuí<strong>do</strong>s<br />

em função <strong>do</strong> valor das marcas, teria<br />

apresenta<strong>do</strong> uma rendibilidade anualizada<br />

entre Abril de 2006 e Abril último, cerca<br />

de 7,14%, o que compara com 1,49% <strong>do</strong>s<br />

índice S&P 500. O trabalho <strong>do</strong>s analistas<br />

<strong>do</strong> banco vai mais longe e conclui que se<br />

se utilizar apenas uma<br />

carteira constituída pelas<br />

empresas em que a marca<br />

contribui com mais de<br />

30% <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, as<br />

chamadas “marcas fortes”,<br />

teria gera<strong>do</strong> 10,5% em<br />

termos de rendibilidade<br />

anualizada nos <strong>do</strong>is últimos<br />

anos.<br />

E porquê associar as<br />

marcas fortes à temática<br />

das urbanizações das cidades<br />

de países emergentes,<br />

designa<strong>do</strong>s por BRIC ou<br />

EMEA, dependente da origem <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s.<br />

Porque no lote das maiores e melhores<br />

marcas, que globalmente são americanas<br />

ou japonesas, estão a entrar grandes marcas<br />

<strong>do</strong>s países BRIC, ou seja, <strong>do</strong> Brasil, Rússia<br />

Índia e China. Dentro das 100 marcas<br />

mais valiosas estudadas pela Millward Brown<br />

Optimor estão quatro marcas chineses,<br />

com a China Mobile à cabeça, mas no<br />

último ranking entrou, pela primeira vez,<br />

uma marca russa, o opera<strong>do</strong>r de telecomu-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 MERCADOS 41<br />

contesta<strong>do</strong> no que diz respeito a uma parte<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>: o mun<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong>.<br />

Estudei as teorias de Malthus nos tempos<br />

da universidade e lembro-me que, se por<br />

um la<strong>do</strong> se elogiava o brilhantismo <strong>do</strong> economista<br />

que previa pouco menos <strong>do</strong> que o<br />

fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, por outro la<strong>do</strong> punham-se<br />

em causa as conclusões catastróficas. Malthus<br />

era, por isso, um teórico sem razão.<br />

Um pessimista. Após Malthus vivemos<br />

<strong>do</strong>is séculos de verdadeira transformação<br />

tecnológica e de crescimento de produtividade,<br />

duas guerras mundiais, um semnúmero<br />

de guerras locais,<br />

epidemias e pestes que<br />

permitiram aliviar o ritmo<br />

de crescimento populacional.<br />

Mais recentemente, os<br />

novos méto<strong>do</strong>s de controlo<br />

da natalidade tiveram consequências<br />

evidentes no<br />

abrandamento <strong>do</strong> ritmo de<br />

crescimento populacional<br />

das economias desenvolvidas.<br />

Malthus acabou por<br />

não ter razão na aplicação<br />

das suas teorias às economias<br />

desenvolvidas, porque<br />

os factores descritos acima permitiram<br />

uma abastança mais ou menos estrutural.<br />

Contu<strong>do</strong>, por contraste e por exemplo, para<br />

o africano típico, Malthus tem e sempre teve<br />

razão: os meios de subsistência não chegam<br />

para tanta gente e, por isso, para eles a vida<br />

acaba depressa, e mal.<br />

nicações MTS e poderão entrar, em breve,<br />

a Lukoil, a Beeline e a Baltika, da Rússia, a<br />

par da ICICI da Índia, enquanto o Brasil<br />

poderá colocar como marcas muitos valiosas<br />

as cervejas Brahma, a petrolífera Petrobras<br />

e a financeira Bradesco (onde o BES tem<br />

uma posição relevante). Uma das propostas<br />

<strong>do</strong> ActivoBank7 passa pelo fun<strong>do</strong> MSS<br />

American Franchise B, que investe numa<br />

carteira concentrada de 20 a 40 empresas, e<br />

cuja grande fonte de sucesso advém de bens<br />

tangíveis, caso das marcas, direitos de autor<br />

ou méto<strong>do</strong>s de distribuição.<br />

E de que forma é que estas marcas se ligam<br />

ao crescimento das urbanizações?<br />

Nos países em desenvolvimento, ou<br />

emergentes, o acesso a uma marca é entendi<strong>do</strong><br />

como algo natural e uma subida social.<br />

Mais. Quan<strong>do</strong> os países em causa têm<br />

eleva<strong>do</strong>s recursos minerais ou energéticos, o<br />

acesso a boas marcas passará<br />

a ser uma exigência<br />

das classes médias em formação.<br />

É por isso que os<br />

analistas aconselham aos<br />

investi<strong>do</strong>res a apostarem<br />

nas rápidas urbanizações<br />

<strong>do</strong>s países em desenvolvimento<br />

como tema de<br />

aposta financeira numa<br />

óptica de muito longo<br />

prazo, ou seja, a 20 anos.<br />

O posicionamento de<br />

longo prazo em empresas<br />

a actuar nos merca<strong>do</strong>s<br />

emergentes e que actuam nos projectos e<br />

serviços associa<strong>do</strong>s às urbanizações poderá,<br />

por outro la<strong>do</strong>, ser compensa<strong>do</strong> pelo investimento<br />

relativamente seguro e de retorno<br />

garanti<strong>do</strong> no curto e médio prazo em grandes<br />

marcas e em bolsas de merca<strong>do</strong>s maduros.<br />

O mix de investimentos e merca<strong>do</strong>s<br />

geográficos distintos é uma solução em perío<strong>do</strong>s<br />

conturba<strong>do</strong>s.<br />

Nick Price, gestor <strong>do</strong> FF Emerging Europe,<br />

Middle East and Africa Fund, defende a<br />

Ajudan<strong>do</strong><br />

a resolver<br />

o problema<br />

energético, os<br />

biocombustiveis<br />

criaram uma<br />

crise alimentar<br />

Até há uns meses atrás, era difícil captar<br />

a atenção das pessoas com análises de<br />

merca<strong>do</strong> sobre o sector das “commodities”.<br />

Uma das excepções era o petróleo, sobre o<br />

qual to<strong>do</strong>s têm opinião, mesmo que seja<br />

apenas acabar com a discussão culpan<strong>do</strong> os<br />

especula<strong>do</strong>res pela escalada <strong>do</strong>s preços. Em<br />

contraste, hoje em dia, somos invadi<strong>do</strong>s<br />

com notícias sobre a crise alimentar e sobre<br />

a escalada de preços <strong>do</strong>s cereais e, mais<br />

uma vez, os especula<strong>do</strong>res fazem parte da<br />

lista <strong>do</strong>s culpa<strong>do</strong>s. Vejamos então se será<br />

assim.<br />

To<strong>do</strong>s concordarão que<br />

o mun<strong>do</strong> enfrenta <strong>do</strong>is<br />

problemas e que, sem<br />

esforço, os podemos classificar<br />

de Malthusianos:<br />

o problema clássico <strong>do</strong>s<br />

alimentos/população e<br />

um novo problema: a<br />

energia. Se Malthus fosse<br />

vivo, provavelmente<br />

diria que a melhoria das<br />

condições de vida das<br />

populações (neste caso<br />

<strong>do</strong>s chineses e indianos)<br />

gerou uma pressão sobre<br />

a procura de alimentos, que por natureza<br />

são escassos. Adicionalmente, no mun<strong>do</strong><br />

de hoje viver melhor é ter carro, electricidade,<br />

electro<strong>do</strong>mésticos, em suma: consumir<br />

energia. Portanto, a melhoria das<br />

condições de vida incentiva a procura de<br />

alimentos e de energia. Como, à seme-<br />

urbanização <strong>do</strong>s países em desenvolvimento<br />

como temática de investimento.<br />

Globalmente, este gestor da Fidelity International<br />

confirma que o aumento demográfico<br />

anual previsto para a maioria<br />

das cidades em desenvolvimento até 2020<br />

deverá situar-se entre os 3% e os 5% comparativamente,<br />

no mun<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong>,<br />

antecipa-se uma redução da população ou<br />

de estagnação, caso de Londres e Nova Iorque,<br />

respectivamente.<br />

O gestor exemplifica que “a urbanização<br />

impulsiona a procura de serviços de<br />

empresas <strong>do</strong>s sectores da construção e da<br />

engenharia, bem como a procura de matérias-primas”.<br />

Depois dá o exemplo da Bell<br />

Equipment, um fornece<strong>do</strong>r de equipamento<br />

de engenharia pesada na África <strong>do</strong> Sul,<br />

Namíbia e Zâmbia e que viu as receitas se<br />

os lucros aumentarem significativamente.<br />

Adianta Nick Price que “o desenvolvimento<br />

económico em toda esta vasta região já<br />

começou a aumentar a urbanização a uma<br />

taxa sem precedentes, preven<strong>do</strong>-se que em<br />

África, por exemplo, a percentagem da população<br />

a viver em áreas urbanas aumente<br />

de 38,3% em 2005 para 50,7% até 2030”.<br />

Esta é uma tendência há muito observada<br />

nos países ocidentais, onde três quartos da<br />

população vive em áreas urbanas.<br />

Para financiar a compra/construção destas<br />

infra-estruturas, muitos destes países<br />

enquadra<strong>do</strong>s na chamada região EMEA estão<br />

a utilizar uma riqueza recente, caso <strong>do</strong><br />

petróleo e <strong>do</strong>s recursos naturais, e que tem<br />

aumenta<strong>do</strong> exponencialmente de preço nos<br />

últimos <strong>do</strong>is anos. O gestor dá o exemplo da<br />

Rússia, que irá aplicar o equivalente a 185<br />

mil milhões de dólares em infra-estruturas,<br />

enquanto o Médio Oriente e a África <strong>do</strong> Sul<br />

irão investir cerca de 150 mil milhões e 60<br />

mil milhões de dólares, respectivamente.<br />

Os grandes beneficiários e onde os investi<strong>do</strong>res<br />

poderão tirar parti<strong>do</strong> serão as empresas<br />

contratadas para desenvolverem os<br />

projectos de infra-estruturas, nomeadamen-<br />

AlexAndre MotA<br />

Consultor e Gestor<br />

de Carteiras<br />

da Golden Assets<br />

lhança <strong>do</strong>s alimentos, as fontes de energia<br />

são esgotáveis, temos de facto um problema<br />

de sustentabilidade global. Contu<strong>do</strong>,<br />

descobriu-se há pouco anos que há novas<br />

fontes de energia oriundas <strong>do</strong>s cereais e<br />

que, dessa forma, a oferta poderia aumentar<br />

e fazer face às necessidades da procura.<br />

Os biocombustíveis alargaram a oferta de<br />

energia e, por outro la<strong>do</strong>, ajudam a atacar<br />

outro problema: o aquecimento global<br />

decorrente da poluição. O problema<br />

é que os cereais, que antes serviam para<br />

alimentar as populações, servem hoje para<br />

produzir combustível. Em suma, ajudan<strong>do</strong><br />

a resolver o problema energético e da<br />

poluição, os biocombustíveis criaram uma<br />

crise alimentar.<br />

O problema poderia ser resolvi<strong>do</strong> com<br />

um aumento da área arável, mas também<br />

aqui tivemos desinvestimentos irreversíveis<br />

ao longo <strong>do</strong>s últimos 20/30 anos, terciarização<br />

das economias, aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong>s campos<br />

e “boom” imobiliário. A ocupação de<br />

solos agrícolas e a relativa lentidão ou impossibilidade<br />

da sua reconversão em área<br />

arável e produtiva limitam o crescimento<br />

da oferta.<br />

Ora, se a oferta está limitada ou é rígida<br />

e a procura é crescente, o que acontece aos<br />

preços? Não é preciso um manual de economia<br />

para responder.<br />

Termino com um conselho: em vez de<br />

dar atenção à arenga sobre o papel <strong>do</strong>s especula<strong>do</strong>res<br />

nesta crise alimentar, por favor<br />

leiam Thomas Malthus.<br />

Crescimento da população e marcas são temas de investimento<br />

No lote<br />

das maiores<br />

e melhores<br />

marcas mundiais<br />

estão a entrar os<br />

países BRIC<br />

te as empresas de engenharia e as construtoras.<br />

A Fidelity dá <strong>do</strong>is exemplos de empresas<br />

para investir: a Arabtec Holding, uma<br />

empresa de construção sediada no Dubai,<br />

que tem projectos para grandes edifícios<br />

em altura, escritórios e grandes aeroportos;<br />

ou a Industries Qatar, uma companhia que<br />

aproveita a oferta abundante de gás daquele<br />

país para o converter em produtos altamente<br />

competitivos nos sectores <strong>do</strong>s adubos, <strong>do</strong><br />

aço e <strong>do</strong>s produtos químicos.<br />

Em termos genéricos, a região EMEA<br />

abrange 58 mil milhões de quilómetros<br />

quadra<strong>do</strong>s nela localizam-se 80 países, que<br />

vão desde a Rússia, passan<strong>do</strong> pelo Médio<br />

Oriente e abarcan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o continente<br />

africano. A população supera os 1500 mil<br />

milhões e detém 80% das reservas reconhecidas<br />

de petróleo <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>, 97% da platina,<br />

95% <strong>do</strong> crómio, 45% <strong>do</strong> manganésio e<br />

42% <strong>do</strong> ferro. Entre as cidades com maior<br />

potencial de crescimento estão Beihai, na<br />

China, com 10,58%; ou Sana, no Iémen,<br />

com 5%; Cabul, no Afeganistão, com<br />

4,74%; Lagos, na Nigéria, com 4,44%; Luanda,<br />

em Angola, com 3,96%; ou Nairobi,<br />

no Quénia, com 3,87% de previsão de crescimento<br />

anual da população.


42<br />

MERCADOS<br />

“Obrigações de Caixa Aniversário 132 Anos”<br />

garante 5,125% no primeiro ano<br />

Para assinalar os 132 anos, a Caixa Geral<br />

de Depósitos lançou as “Obrigações Caixa<br />

Aniversário”, por um prazo de <strong>do</strong>is anos,<br />

com pagamento trimestral de juros e<br />

uma rentabilidade fi xa no primeiro ano<br />

e dependente da Euribor a três meses na<br />

segunda parte da maturidade. O capital<br />

é garanti<strong>do</strong> no vencimento, saben<strong>do</strong> o<br />

investi<strong>do</strong>r que no primeiro ano o seu<br />

capital será remunera<strong>do</strong> a uma taxa anual<br />

bruta de 5,125%. Muito bom.<br />

Capital garanti<strong>do</strong> no vencimento<br />

As “Obrigações de Caixa Aniversário 132 Anos” são obrigações<br />

de caixa ao porta<strong>do</strong>r com maturidade em 2010, remuneran<strong>do</strong><br />

no primeiro ano com taxas de juro fi xas e no segun<strong>do</strong> ano com<br />

indexação à Euribor a três meses.<br />

As taxas de juro fi xas <strong>do</strong> primeiro ano garantem uma taxa anual<br />

nominal bruta de 5,125%, dispon<strong>do</strong> numa base trimestral a sua<br />

remuneração da seguinte forma: 4,5% no primeiro trimestre,<br />

4,75% no segun<strong>do</strong>, 5,25% no terceiro trimestre e 6% no quarto<br />

e último trimestre com taxas fi xas. No segun<strong>do</strong> ano, tu<strong>do</strong> passa<br />

a estar dependente <strong>do</strong> comportamento da Euribor a três meses,<br />

com a seguinte previsão em termos de “spread” associa<strong>do</strong><br />

ao indexante: Euribor 3M + 0,125% no primeiro trimestre,<br />

acréscimo de 0,25% no segun<strong>do</strong>, mais 0,125% para 0,375%<br />

de “spread” sobre a Euribor a 3M no terceiro trimestre e Euribor<br />

3M mais 0,5% no último perío<strong>do</strong> trimestral antes da liquidação.<br />

Pagamento de juros: trimestral e<br />

postecipa<strong>do</strong>s, por crédito da conta à ordem,<br />

na base 360 dias (média mensal <strong>do</strong> mês<br />

anterior ao início de contagem de juros,<br />

arre<strong>do</strong>ndada à milésima).<br />

As “Obrigações de Caixa Aniversário 132<br />

Anos” têm um mínimo de subscrição de mil<br />

euros e um máximo de 50 mil, poden<strong>do</strong> ser<br />

efectuadas subscrições até ao próximo dia 23<br />

de Maio. Contu<strong>do</strong>, a subscrição pode encerrar<br />

antes daquela data se o montante máximo da<br />

emissão de 175.000.000 euros for atingi<strong>do</strong>.<br />

CONSELHO<br />

Crédito Agrícola tem campanha<br />

de leasing automóvel<br />

O grupo Crédito Agrícola lançou<br />

a Campanha de Leasing Automóvel,<br />

uma solução fi nanceira<br />

que se destina ao fi nanciamento<br />

de viaturas novas ligeiras de passageiros,<br />

de merca<strong>do</strong>rias ou mistas,<br />

em regime de locação fi nanceira.<br />

A instituição disponibiliza no<br />

leasing automóvel prazos que<br />

podem chegar aos seis anos, valor<br />

residual até 12% <strong>do</strong> preço da<br />

viatura, subscrição <strong>do</strong> seguro au-<br />

REN com melhor<br />

notação de “rating”<br />

A REN – Redes Energéticas<br />

Nacionais é a empresa nacional<br />

cotada com a melhor notação de<br />

“rating”. A classifi cação é atribuída<br />

pela Standard & Poor´s e pela<br />

Moody´s, duas agências mundiais<br />

de “rating”. A notação faz com<br />

que seja reconhecida à REN capacidade<br />

de pagamento de dívidas<br />

e de honrar os compromissos<br />

fi nanceiros.<br />

No ano passa<strong>do</strong>, a REN obteve<br />

um resulta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> de 145,3<br />

milhões de euros, um EBITDA<br />

As “Obrigações de Caixa Aniversário 132 Anos”, como<br />

produto de aforro estrutura<strong>do</strong>, benefi cia de uma rendibilidade<br />

potencial bastante atractiva. Mas potencial, na medida<br />

em que só a taxa de juro média <strong>do</strong> primeiro ano é que é<br />

conhecida à partida. Contu<strong>do</strong>, atenden<strong>do</strong> à formação de uma<br />

conjuntura de taxas de juro de merca<strong>do</strong> estavelmente mais<br />

altas, é provável que em 2009 os aforra<strong>do</strong>res não registem<br />

perdas relativas face a 2008 com a indexação à Euribor 3M.<br />

tomóvel da CA Seguros em condições<br />

vantajosas e ainda a redução<br />

<strong>do</strong> “spread” até 1%, mediante<br />

condições de “cross-selling”. Aos<br />

clientes com <strong>do</strong>miciliação <strong>do</strong> ordena<strong>do</strong><br />

e que pretendam subscrever<br />

o seguro referi<strong>do</strong>, o Crédito<br />

Agrícola garante a redução em<br />

mais de 30% das despesas de<br />

formalização <strong>do</strong> contrato e a diminuição<br />

<strong>do</strong> valor da entrada até<br />

10% <strong>do</strong> preço da viatura.<br />

corrigi<strong>do</strong> de 310,5 milhões de<br />

euros e realizou investimentos na<br />

ordem <strong>do</strong>s 250 milhões de euros.<br />

O exercício transacto fi cou<br />

marca<strong>do</strong> pela distribuição aos<br />

accionistas de 16,3 cêntimos de<br />

dividen<strong>do</strong>s por acção, o que se<br />

traduziu num “dividend yield” de<br />

4,8%, “o mais eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector a<br />

nível ibérico e um <strong>do</strong> mais eleva<strong>do</strong>s<br />

entre as empresas congéneres<br />

na Europa. O Relatório e Contas<br />

revelou optimismo para o actual<br />

exercício.<br />

No âmbito da operação<br />

de dispersão em bolsa<br />

(IPO) da EDP Renováveis,<br />

a empresa optou um desconto<br />

de mais de 20% no preço<br />

das acções, valor que os analistas<br />

consideram atractivo. E a EDP<br />

Renováveis espera encaixar cerca<br />

de 1,78 mil milhões de euros<br />

com esta operação. O desconto<br />

eleva<strong>do</strong> explica-se pela instabilidade<br />

que ainda se verifi ca nos<br />

merca<strong>do</strong>s fi nanceiros.<br />

Ainda não há uma data estabe-<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

A nossa análise<br />

MARTIM PORTO<br />

redaccao@vidaeconomica.pt<br />

CONSELHO<br />

Atenden<strong>do</strong> à sua boa rentabilidade e ao facto de estar a ser<br />

divulgada maciçamente entre o público-alvo (detentores de<br />

crédito à habitação e/ou com cartão de crédito ou débito<br />

diferi<strong>do</strong> e montantes não provenientes de aplicações<br />

fi nanceiras já existentes na Caixa), é bem provável que a<br />

subscrição termine antes da data prevista (23 de Maio).<br />

Apresse-se.<br />

No âmbito da operação de dispersão em bolsa<br />

EDP Renováveis optou por desconto<br />

no preço das acções<br />

lecida para a entrada da empresa<br />

no PSI-20. O mais provável é<br />

entrar no índice quan<strong>do</strong> se registar<br />

a próxima revisão, a qual tem<br />

lugar em Setembro próximo.<br />

Quanto à operação, os trabalha<strong>do</strong>res<br />

podem dar ordens de compra<br />

até 1200 acções, os accionistas<br />

podem subscrever até 60 mil<br />

acções e o público, em geral, até<br />

30 mil acções. Um accionista da<br />

EDP tem preferência no rateio<br />

das acções que serão atribuídas<br />

na oferta. Além disso, pode dar<br />

Subscrição restrita<br />

A emissão das<br />

“Obrigações de Caixa<br />

Aniversário 132 Anos” é<br />

exclusiva para detentores<br />

de crédito à habitação<br />

e/ou com cartão de<br />

crédito ou débito<br />

diferi<strong>do</strong> e montantes<br />

não provenientes de<br />

aplicações fi nanceiras<br />

já existentes na Caixa.<br />

Algo que é perfeitamente<br />

normal na maior parte<br />

<strong>do</strong>s produtos estrutura<strong>do</strong>s<br />

(rentabilidade indexada),<br />

que são reserva<strong>do</strong>s a<br />

clientes já fi deliza<strong>do</strong>s.<br />

Estas obrigações de caixa<br />

serão admitidas à cotação<br />

na Euronext Lisboa e,<br />

em caso de necessidade<br />

de liquidez, podem<br />

ser transaccionadas ao<br />

preço de merca<strong>do</strong>. No<br />

entanto, caso o investi<strong>do</strong>r<br />

não queira vender ao<br />

preço de cotação, está<br />

prevista uma linha de<br />

crédito colaterizada até<br />

ao montante máximo de<br />

95% <strong>do</strong> valor nominal,<br />

à taxa de juro resultante<br />

da Euribor um mês<br />

acrescida de 1%.<br />

mais <strong>do</strong> que uma ordem de compra.<br />

O preço de venda vai ser fi xa<strong>do</strong><br />

pela EDP Renováveis e terá em<br />

conta o méto<strong>do</strong> “bookbuilding”,<br />

que resulta de uma consulta alargada<br />

a vários opera<strong>do</strong>res de merca<strong>do</strong>.<br />

No entanto, caberá sempre à<br />

empresa defi nir o preço fi nal. Mas<br />

terá que fi car sempre dentro <strong>do</strong><br />

intervalo predefi ni<strong>do</strong>, entre 7,40 e<br />

8,90 euros. Os primeiros dividen<strong>do</strong>s<br />

deverão ser pagos em 2011,<br />

referentes ao exercício anterior<br />

Caja España chega a Portugal e inicia internacionalização<br />

A Caja<br />

España vai dar início<br />

ao seu processo de internacionalização.<br />

Portugal<br />

foi o primeiro merca<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong><br />

fora <strong>do</strong> território espanhol, com<br />

a abertura de um balcão. O objectivo<br />

da presença em Portugal é<br />

apoiar clientes portugueses com<br />

actividades comerciais no país<br />

vizinho, designadamente serviços<br />

fi nanceiros, gestão de cobranças e<br />

pagamentos internacionais.<br />

A cidade escolhida foi o Porto,<br />

face às proximidades geográfi ca e<br />

cultural, a par das potencialidades<br />

disponibilizadas pelo negócio<br />

fi nanceiro nacional. A Caja<br />

España tem 18 anos de actividade<br />

e resulta da fusão de cinco<br />

caixas de aforro. Posiciona-se<br />

como a primeira entidade fi nanceira<br />

da zona de Castela e Leão<br />

e uma das mais importantes de<br />

Espanha.<br />

O volume de negócios, no<br />

ano passa<strong>do</strong>, cifrou-se em 23<br />

mil milhões de euros nos recursos<br />

de clientes, mais 11% face<br />

ao exercício anterior, e 15 mil<br />

milhões em crédito de clientes,<br />

num acréscimo de 12%, enquanto<br />

a margem de exploração<br />

se situou em 207 milhões de<br />

euros. A rede comercial é composta<br />

por cerca de seis centenas<br />

de balcões.


trichet não prevê fim da crise<br />

Filipe garcia<br />

filipegarcia@imf.pt<br />

Numa conferência<br />

em que também<br />

participou<br />

o investi<strong>do</strong>r mais<br />

rico <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

Warren Buffet,<br />

o presidente <strong>do</strong><br />

BCE afirmou estar<br />

convicto que o fim<br />

da crise de crédito<br />

não está ainda à<br />

vista. Estas pala-<br />

vras de Trichet levam a crer que os actuais<br />

diferenciais entre taxas directoras e as<br />

Euribor irão manter-se por mais alguns<br />

meses. Afirman<strong>do</strong> também que o foco <strong>do</strong><br />

5.00<br />

4.50<br />

4.00<br />

3.50<br />

3.00<br />

2.50<br />

2.00<br />

Taxas MMI<br />

T/N 3,98<br />

1 W 4,11<br />

2 W 4,23<br />

1 M 4,28<br />

2 M 4,59<br />

3 M 4,77<br />

6 M 4,85<br />

9 M 4,83<br />

1 Y 4,84<br />

Merca<strong>do</strong> cambial<br />

euro/dólar<br />

BCE continua a ser o combate à inflação,<br />

referiu acreditar que a estabilidade <strong>do</strong>s<br />

preços é a chave para assegurar um desenvolvimento<br />

sustenta<strong>do</strong>, voltan<strong>do</strong> assim a<br />

suportar a ideia de que não vai haver espaço<br />

para cortes de taxas este ano. Também<br />

o espanhol Gonzalez-Paramo afirmou que<br />

o BCE tem ti<strong>do</strong> sucesso na sua missão de<br />

estabilizar preços, referin<strong>do</strong> que a Zona<br />

Euro necessita agora de mais disciplina fiscal<br />

e reformas estruturais para alcançar um<br />

crescimento económico sustenta<strong>do</strong>.<br />

No seu relatório mensal, o Bundesbank<br />

avisou que a inflação na Alemanha deverá<br />

acelerar bastante nos próximos meses,<br />

sen<strong>do</strong> pouco provável que abrande signi-<br />

ficativamente até ao fim <strong>do</strong> Outono, dada<br />

a escalada <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>s combustíveis.<br />

Esta terça-feira foi reportada a inflação no<br />

produtor alemão, a qual subiu para o nível<br />

mais eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s últimos 20 meses. Os preços<br />

subiram 1,1% no mês de Abril e 5,2%<br />

em termos anuais. No mês anterior, a taxa<br />

anual tinha saí<strong>do</strong> em 4,2%. O instituto<br />

germânico ZEW apresentou o índice de<br />

confiança <strong>do</strong>s empresários e economistas. A<br />

componente que mede as expectativas futuras<br />

voltou a deteriorar-se, passan<strong>do</strong> de -40,7<br />

para -41,4, quan<strong>do</strong> se esperava uma ligeira<br />

melhoria para -37,5. Quan<strong>do</strong> às condições<br />

actuais, essas permanecem positivas, ten<strong>do</strong><br />

até subi<strong>do</strong> de 33,2 para 38,6.<br />

Merca<strong>do</strong> Monetário interbancário<br />

As taxas fixas subiram consideravelmente<br />

na última semana, reflectin<strong>do</strong> um regresso<br />

a activos de maior risco por parte <strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res.<br />

O prazo de 2 anos continua a ser o mais<br />

penaliza<strong>do</strong>, dada a sua proximidade com o<br />

merca<strong>do</strong> monetário. Tal traduziu-se numa<br />

inversão da curva entre os 2 e os 10 anos<br />

para os -0,07%. A estes níveis, pensamos<br />

ser pouco interessante fixar taxas, mas, se as<br />

mesmas regressassem aos valores de há uma<br />

semana, consideraríamos a hipótese de um<br />

swap com opção de cancelamento ao fim<br />

<strong>do</strong> primeiro ano.<br />

Análise produzida a 20 de Maio de 2008<br />

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark<br />

condIções <strong>do</strong>s bancos cenTraIs daTa<br />

Euro Refinancing Rate 4,00% 13/06/07<br />

bce Euro Marginal Lending 5,00% 13/06/07<br />

Euro Deposit Facility 3,00% 13/06/07<br />

eUa FED Funds 2,00% 30/04/08<br />

r.Uni<strong>do</strong> GB Prime Rate 5,00% 10/04/08<br />

suíça Target Libor 3M 2,75% 13/09/07<br />

Japão Repo BoJ 0,50% 21/02/07<br />

EUR/USD<br />

Pensamos ser apropria<strong>do</strong> dizer<br />

que o Eur/Usd se encontra num<br />

perío<strong>do</strong> de comportamento lateral.<br />

Na realidade, desde o início<br />

de Março que o câmbio se encontra<br />

baliza<strong>do</strong> entre 1,5280 e<br />

1,6020, não estan<strong>do</strong> no momento<br />

a desenvolver tendência.<br />

No curto prazo, o euro parece<br />

estar na parte final da construção<br />

de uma base com mínimos ligeiramente<br />

abaixo de 1,53 dólares. A<br />

base seria confirmada na quebra<br />

de 1,5740 dólares, ou seja, 68,1%<br />

de correcção à última descida.<br />

Temos então uma resistência a<br />

1,5740, com 1,59 a seguir e um<br />

análise técnica - psi-20 - xetra dax<br />

psi-20<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 merca<strong>do</strong>s 43<br />

EUR<br />

USD<br />

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y<br />

eur/dólar<br />

4.940<br />

4.840<br />

4.740<br />

4.640<br />

eUro fra’s<br />

Forward Rate Agreements<br />

Tipo* Bid Ask<br />

1X4 4,800 4,810<br />

3X6 4,750 4,760<br />

1X7 4,837 4,847<br />

3X9 4,800 4,810<br />

6X12 4,692 4,712<br />

12x24 4,340 4,360<br />

*1x4 - Perío<strong>do</strong> termina a 4 meses, com início a 1M<br />

PSI-20<br />

E de repente as coisas complicam-se para<br />

o PSI-20...<br />

O índice foi incapaz de se aguentar acima<br />

de 11 200 pontos após a quebra desse valor,<br />

o que não foi um bom sinal.<br />

O cenário ficará bem mais deteriora<strong>do</strong> se<br />

o PSI-20 começar a fechar de 10 880 pontos.<br />

Nesse caso, fica “declara<strong>do</strong> um topo”<br />

um pouco acima <strong>do</strong>s 11 200 pontos e que<br />

poderá conduzir a uma correcção mais pronunciada,<br />

pelo menos até aos 10 500 pontos.<br />

Os 11 200 pontos continuam a ser a resistência<br />

mais relevante e a que necessita ser<br />

reconquistada para o PSI-20 voltar à tendência<br />

de alta.<br />

3M<br />

6M<br />

4.540<br />

18-Feb 19-Mar 18-Apr 18-May<br />

1Y<br />

eUro Irs<br />

Interest Swaps vs Euribor 6M<br />

Prazo Bid Ask<br />

2Y 4,682 4,692<br />

3Y 4,544 4,554<br />

5Y 4,682 4,474<br />

8Y 4,517 4,537<br />

10Y 4,610 4,620<br />

20Y 4,839 4,849<br />

30Y 4,803 4,823<br />

primeiro suporte na zona de 1.55<br />

dólares.<br />

EUR/JPY<br />

Até ao fecho desta edição, o<br />

“cross” ainda não tinha consegui<strong>do</strong><br />

quebrar em alta a importante<br />

resistência nos 163,00/10 ienes.<br />

Este nível foi já testa<strong>do</strong> por 10 vezes<br />

desde os finais de Abril, o que<br />

mostra bem da sua relevância.<br />

Caso finalmente consiga ultrapassar<br />

estes níveis, ficaria caminho<br />

aberto para um novo “ataque”<br />

aos 165 ienes por euro.<br />

Em termos de suportes, há sobretu<strong>do</strong><br />

que considerar a zona<br />

entre 161,20 e 161,45 ienes, com<br />

160,60 a seguir...<br />

EUR/GBP<br />

A resistência na zona de 0,7980<br />

tem si<strong>do</strong> testada várias vezes,<br />

sempre sem sucesso. Não é ainda<br />

certo que a debilitada libra consiga<br />

finalmente recuperar, mas para<br />

XETRA DAX<br />

O panorama técnico no DAX ainda não é tão<br />

“ameaça<strong>do</strong>r” como o <strong>do</strong> PSI-20, mas não deixa de<br />

revelar potenciais complicações. Para já, o índice<br />

continua acima da linha de tendência ascendente<br />

que já dura há <strong>do</strong>is meses, ainda que baliza<strong>do</strong> por<br />

uma outra linha, menos inclinada. No entanto, a reacção<br />

à quebra em alta <strong>do</strong>s 7080/7100 pontos não<br />

foi tão positiva como seria de esperar, o que provoca<br />

alguma apreensão. Se, nos próximos dias, o<br />

DAX voltar a registar valores abaixo <strong>do</strong>s 7080/7100<br />

pontos, ficará da<strong>do</strong> um mau sinal para o índice que<br />

poderá iniciar um processo correctivo mais acelera<strong>do</strong>.<br />

Há ainda um suporte importante entre os<br />

7000/7040 pontos, ou seja, um pouco mais abaixo,<br />

mas a quebra de 7080 pontos deverá ser suficiente<br />

para sinalizar um recuo mais pronuncia<strong>do</strong>...<br />

4.4<br />

4.3<br />

4.2<br />

4.1<br />

4.0<br />

3.9<br />

3.8<br />

3.7<br />

Oct Nov Dec Jan Feb Mar Apr May<br />

evolução euribor (em basis points)<br />

19.Mai.08 12.Mai.08 21.abr.08<br />

1M 4.372% 4.170% 0.202 4.140% 0.232<br />

3M 4.858% 4.624% 0.234 4.573% 0.284<br />

1Y 4.983% 4.587% 0.396 4.556% 0.426<br />

leIlões bce<br />

Last Tender 20.Mai.08<br />

Minium Bid 4,00%<br />

Marginal Rate 4,15%<br />

FIXING Variação Variação Variação<br />

20.Maio.08 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)<br />

EUR/USD 1.5639 1.07% -1.09% 6.24%<br />

EUR/JPY 162.84 1.33% 3.48% -1.27%<br />

EUR/GBP 0.7964 0.33% 0.08% 8.60%<br />

EUR/CHF 1.6294 0.41% 3.53% -1.53%<br />

EUR/NOK 7.8190 -0.34% -2.88% -1.75%<br />

EUR/SEK 9.2790 -0.16% -1.26% -1.72%<br />

EUR/DKK 7.4591 -0.05% 0.03% 0.01%<br />

EUR/PLN 3.3882 0.13% -3.80% -5.71%<br />

EUR/AUD 1.6294 -0.69% -6.00% -2.76%<br />

EUR/NZD 2.0146 0.14% 0.33% 5.90%<br />

EUR/CAD 1.5502 -0.39% -4.46% 7.29%<br />

EUR/ZAR 11.9363 1.65% -6.83% 19.01%<br />

EUR/BRL 2.5773 0.13% -6.46% -0.73%<br />

que tal suceda é essencial que a<br />

resistência permaneça inviolada.<br />

Acima de 0,7980 o Eur/Gbp só<br />

“pára” a 0,8050 e 0,8100... Uma<br />

eventual recuperação da libra só<br />

tomaria forma no caso de o Eur/<br />

Gbp voltar para valores abaixo de<br />

0,7870, o que permitiria neutralizar<br />

a tendência de perda da moeda<br />

britânica.<br />

xetra dax


44<br />

merca<strong>do</strong>s<br />

consultório financeiro<br />

Acção BCP revista em baixa<br />

por cinco bancos<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> primeiro trimestre de 2008<br />

<strong>do</strong> BCP foram maus, conseguin<strong>do</strong> ser piores<br />

<strong>do</strong> que as estimativas <strong>do</strong>s analistas. Resulta<strong>do</strong><br />

directo das imparidades apuradas da participação<br />

no BPI. Os lucros caíram 92%, para os<br />

14,7 milhões de euros. Em sequência, o banco<br />

Como se compõem os números <strong>do</strong>s “cortes”<br />

efectua<strong>do</strong>s pelos bancos de investimento<br />

sobre a acção <strong>do</strong> BCP?<br />

Aqui ficam os valores. A Lehman Brothers<br />

foi o banco de investimento que procedeu<br />

ao corte mais radical, passan<strong>do</strong> o “pricetarget”<br />

<strong>do</strong> BCP de 2,10 para 1,64 euros,<br />

ou seja, nada mais nada menos <strong>do</strong> que<br />

uma redução de 22%. O preço-alvo mais<br />

alto que, era recomenda<strong>do</strong> pelo Lehman<br />

Brothers passou para os 1,65 euros da<br />

UBS, que ainda assim, cortou esse “pricetarget”<br />

<strong>do</strong>s anteriores 1,85 euros.<br />

Por sua vez, o preço-alvo mais baixo continua<br />

a ser aquele que o JP Morgan apresenta<br />

e que, após a revisão feita na passada<br />

semana, passou a ser de 1,44 euros, contra<br />

os anteriores 1,60 euros. Finalmente,<br />

nota para o KBW e o Deutsche Bank, com o<br />

primeiro destes a proceder à redução mais<br />

curta ao passar o “price-target” de 1,70<br />

para 1,60 euros e o banco alemão a fixar o<br />

preço-alvo em 1,50 euros, contra o anterior<br />

1,70 euros.<br />

Apreciem-se, algum pormenor as correcções<br />

que os bancos de investimento procederam.<br />

To<strong>do</strong>s os bancos de investimento que procederam<br />

à revisão em baixa <strong>do</strong> preço-alvo<br />

<strong>do</strong> BCP fizeram-no ten<strong>do</strong> por base os resulta<strong>do</strong>s<br />

trimestrais apresenta<strong>do</strong>s pelo banco<br />

na passada semana. Recorde-se que o BCP<br />

apresentou uma quebra de mais de 90%<br />

nos lucros, após ter reconheci<strong>do</strong> a perda de<br />

131 milhões com a posição que mantém<br />

no capital <strong>do</strong> BPI. As receitas foram fracas<br />

em toda a linha, falhan<strong>do</strong> as estimativas<br />

em 5%, o que foi, parcialmente, compensa<strong>do</strong><br />

pela redução de custos, com o rácio<br />

de capital <strong>do</strong> BCP a fixar-se nuns perigosos<br />

4%.<br />

Fonte: Apresentação de Resulta<strong>do</strong>s 1T08 - BCP<br />

2.1<br />

Neste contexto, o JP Morgan, após o corte<br />

de cerca de 12% a 15% nos lucros por acção<br />

nas estimativas para 2008-10, baixou<br />

a avaliação <strong>do</strong>s títulos <strong>do</strong> banco <strong>do</strong>s 1,60<br />

euros para 1,44 euros. Assim, a JP Morgan<br />

acrescenta que, apesar de reconhecer que<br />

o potencial de queda parecer mais limita<strong>do</strong>,<br />

ten<strong>do</strong> em conta a base de capital mais<br />

sólida após o aumento de capital e a quebra<br />

de 33% das acções este ano, não vê o<br />

BCP como uma proposta de valor atractiva<br />

neste momento.<br />

A UBS, por sua vez, cortou as estimativas<br />

de lucros para o perío<strong>do</strong> 2008-10 em<br />

26%, suporta<strong>do</strong>s nas menores comissões,<br />

nos maiores custos de financiamento, o<br />

aumento das provisões para cobrir crédito<br />

malpara<strong>do</strong> e ten<strong>do</strong> em conta o impacto<br />

<strong>do</strong> aumento de capital (diluição de 14%<br />

<strong>do</strong>s lucros por acção). Após estas alterações<br />

nas previsões, a casa de investimento<br />

baixou a avaliação <strong>do</strong> BCP em 10%, para<br />

1,65 euros <strong>do</strong>s 1,85 euros.<br />

BPI COnDICIOnA LUCROS tRIMEStRAIS<br />

2<br />

1.9<br />

1.8<br />

1.7<br />

1.6<br />

foi alvo de uma chuva de recomendações de<br />

casas de investimento que baixaram as suas<br />

avaliações para os títulos <strong>do</strong> banco. UBS, JP<br />

Morgan, Lehman Brothers, Deutsche Bank e<br />

Keefe, Bruyette & Woods (KBW) não pouparam<br />

o BCP.<br />

“PRICE-tARgEt” MéDIO CAI DE 1,81 PARA 1,57 EUROS<br />

1.5<br />

18/2/08 20/5/08<br />

O BCP obteve assim o lucro mais baixo entre<br />

os principais bancos portugueses.<br />

De facto, com os lucros a desceram 92,3%<br />

para os 14,7 milhões de euros, no primeiro<br />

trimestre <strong>do</strong> ano depois de ter reconheci<strong>do</strong><br />

a perda no Banco BPI, o maior banco priva<strong>do</strong><br />

português apresentou assim o lucro trimestral<br />

mais baixo entre os principais bancos<br />

portugueses. Os lucros <strong>do</strong> BES subira<br />

4,4%, para 145,9 milhões de euros, os<br />

<strong>do</strong> BPI baixaram 22%, para 75,3 milhões<br />

de euros e os <strong>do</strong> Santander Totta caíram<br />

7,5%,para 140,3 milhões de euros.<br />

Só as perdas relacionadas com a posição<br />

detida no BPI ascendem a 131 milhões de<br />

euros, pelo que, excluin<strong>do</strong> este efeito extraordinário,<br />

os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> bancos situarse-iam<br />

nos 134,2 milhões de euros, o que<br />

representaria uma queda de 29,9% face ao<br />

mesmo perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

a margem financeira <strong>do</strong> banco melhorou<br />

em 6,6%, para os 412,2 milhões de euros,<br />

enquanto o produto bancário diminuiu<br />

23,3% para os 517,3 milhões de euros.<br />

A evolução da margem financeira beneficiou<br />

<strong>do</strong>s desempenhos da actividade <strong>do</strong><br />

banco em Portugal e no merca<strong>do</strong> externo<br />

como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> volume<br />

de negócios, quer <strong>do</strong> crédito concedi<strong>do</strong> a<br />

clientes quer <strong>do</strong>s depósitos de clientes.<br />

Por segmentos de negócio, os únicos que<br />

evitaram que os lucros <strong>do</strong> banco registassem<br />

uma quebra mais acentuada foram a<br />

unidade de “corporate e empresas” e os negócios<br />

no exterior. Todas as outras verificaram<br />

quebras homólogas nas contribuições<br />

líquidas. A área de banca de retalho em<br />

Portugal verificou uma quebra de 9,8% na<br />

contribuição para os 86 milhões de euros<br />

e a unidade de banca de investimento registou<br />

uma diminuiu de 32,8% para os 13<br />

milhões de euros. O segmento de “private<br />

banking” e “asset management” desceu<br />

9,7%, para os 7,2 milhões de euros. Já a<br />

unidade de corporate e empresas verificou<br />

um aumento de 5,2% <strong>do</strong> contributo líqui<strong>do</strong><br />

para os 58,5 milhões de euros e os negócios<br />

no exterior aumentaram em 22,9%<br />

para os 40,3 milhões de euros.<br />

MArtiM POrtO<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

Best coloca<br />

novo fun<strong>do</strong><br />

de “commodities”<br />

O banco Best colocou no merca<strong>do</strong> oito<br />

novos fun<strong>do</strong>s da SICAV DB Platinium.<br />

Destaque para o novo fun<strong>do</strong> de “commodities”,<br />

considera<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s melhores <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> neste tipo de produtos. De salientar<br />

que se tem regista<strong>do</strong> uma valorização<br />

destes activos.<br />

O fun<strong>do</strong> em questão caracteriza-se pela<br />

utilização de uma estratégia de convergência<br />

para a média, fazen<strong>do</strong> com que as<br />

exposições sejam rebalanceadas, de forma<br />

a reforçar os que estão abaixo da sua média<br />

histórica e diminuir os que estão acima<br />

dessa média. Com a introdução destes<br />

novos fun<strong>do</strong>s, o banco Best reforça ainda<br />

mais a distribuição deste tipo de produtos<br />

de investimento estrangeiros no merca<strong>do</strong><br />

nacional. Aumentou a oferta para cerca de<br />

1580 fun<strong>do</strong>s geri<strong>do</strong>s por quatro dezenas de<br />

sociedades.<br />

Entretanto, a instituição financeira passou<br />

a disponibilizar 17 fun<strong>do</strong>s da F&C,<br />

uma sociedade que gere mais de 156 mil<br />

milhões de euros em activos. A sua presença<br />

faz-se notar sobretu<strong>do</strong> nos merca<strong>do</strong>s<br />

português, alemão, irlandês, holandês e<br />

britânico, o que significa um eleva<strong>do</strong> protagonismo<br />

na gestão de activos na Europa.<br />

Soares da Costa<br />

pré-qualificada<br />

para projecto russo<br />

A Soares da Costa ficou pré-qualificada<br />

para o projecto de construção e operação<br />

de uma linha <strong>do</strong> metro de São Petersburgo,<br />

na Rússia. A proposta deverá ser apresentada<br />

num prazo de seis meses e a construtora<br />

não descarta a hipótese de entrar no<br />

projecto com eventuais parceiros, adianta a<br />

empresa em comunica<strong>do</strong>.<br />

Até ao momento teve lugar a fase de préqualificação,<br />

em que foram apura<strong>do</strong>s cinco<br />

agrupamentos. Ainda este mês deverão ser<br />

emiti<strong>do</strong>s os pedi<strong>do</strong>s de propostas aos agrupamentos<br />

pré-qualifica<strong>do</strong>s. Depois haverá<br />

um prazo de cerca de meio ano para preparação<br />

e apresentação de propostas. Este<br />

é um projecto importante no processo de<br />

internacionalização da Soares da Costa.<br />

“É intenção das empresas que compõem<br />

o agrupamento em que a sociedade se integra<br />

o alargamento desse agrupamento a<br />

outras empresas, após o que será definida<br />

a participação final da sociedade. Apenas<br />

na fase de preparação das propostas será<br />

possível determinar um valor mais aproxima<strong>do</strong><br />

da obra que fará parte <strong>do</strong> objecto da<br />

concessão”, refere em comunica<strong>do</strong> à Comissão<br />

<strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> de Valores Mobiliários<br />

(CMVM).


Petróleo, liquidez e recessão<br />

retraem investi<strong>do</strong>res<br />

Juntaram-se três cenários negativos, a<br />

meio desta semana, que deixaram os investi<strong>do</strong>res<br />

nervosos. O petróleo voltou a<br />

atingir máximos, próximo <strong>do</strong>s 130 dólares<br />

por barril, o que determinou perdas<br />

sucessivas nos merca<strong>do</strong>s financeiros<br />

americano e europeus, com os analistas a<br />

recearam o impacto nos custos finais da<br />

economia real e, logo, resulta<strong>do</strong>s menores<br />

nas empresas.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, o Banco Central Europeu<br />

veio novamente dar liquidez ao sistema<br />

financeiro, uma “aspirina” momentânea<br />

de 50 mil milhões de euros, já que o<br />

problema está longe de resolução. E, por<br />

último e não menos relevante, são as notícias<br />

de a Espanha poder entrar em recessão,<br />

assim como a Itália, enquanto o Reino<br />

Uni<strong>do</strong> regista a mais baixa expansão<br />

económica <strong>do</strong>s últimos 16 anos – países<br />

TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 MERCADOS<br />

45<br />

estes que são alguns <strong>do</strong>s maiores receptores<br />

das exportações portuguesas. Não são<br />

notícias anima<strong>do</strong>ras.<br />

O merca<strong>do</strong> bolsista nacional está a<br />

ressentir-se, com a Euronext Lisbon a<br />

acumular uma menos-valia, nestes quase<br />

cinco meses <strong>do</strong> ano, superior a 16%. Em<br />

termos de empresas, a “estrela” <strong>do</strong> momento<br />

é a EDP Renováveis, que já começou<br />

o “roadshow”, e ten<strong>do</strong> defini<strong>do</strong> um<br />

intervalo que está dentro das expectativas<br />

<strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res. O registo de intenções<br />

de compra supera largamente a oferta. A<br />

aposta nas energias renováveis será um<br />

<strong>do</strong>s “drives” <strong>do</strong>s próximos anos, sobretu<strong>do</strong><br />

pelas imposições comunitárias a nível<br />

de controlo de emissões de CO2. Outras<br />

notícias positivas foram a da Mota-Engil e<br />

da ligação que fez ao banco angolano BPA<br />

para avançar nas áreas <strong>do</strong>s resíduos e sa-<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

neamento em Angola, potencian<strong>do</strong> para<br />

esta companhia uma importante diversificação.<br />

Idêntico caminho está a seguir<br />

a Soares da Costa – e daí o interesse <strong>do</strong>s<br />

investi<strong>do</strong>res.<br />

Pelo contrário, as questões da liquidez<br />

<strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> preço <strong>do</strong><br />

crude estão a retirar interesse às empresas<br />

<strong>do</strong>s sectores financeiro e petrolífero, excepto,<br />

neste último caso, quanto a componente<br />

extracção, que é forte. A Galp, que<br />

revelou uma perda de 50% nas margens<br />

de refinação, terá, segun<strong>do</strong> informações<br />

de imprensa, consegui<strong>do</strong> em consórcio<br />

com a Petrobás uma nova descoberta no<br />

Brasil, na zona de Espírito Santo. Mesmo<br />

assim, os investi<strong>do</strong>res receiam o impacto<br />

<strong>do</strong> aumento <strong>do</strong>s custos na redução da<br />

procura final de combustíveis.<br />

A nível da banca, os tempos não são fa-<br />

VÍTOR NORINHA<br />

vnorinha@netcabo.pt<br />

voráveis. Os grandes grupos estão em processo<br />

de obtenção de fun<strong>do</strong>s, ou via emissões<br />

de dívida ou via aumentos de capital.<br />

O banco BPI anunciou um desconto de<br />

26% no preço das acções no aumento de<br />

capital, relativamente à cotação de meio<br />

da semana.<br />

O merca<strong>do</strong> reagiu como se esperava e os<br />

títulos recuaram para 3,40 euros na terça-feira,<br />

já que os 140 milhões de novos<br />

títulos serão emiti<strong>do</strong>s a 2,50 euros por acção.<br />

A negociação de acções <strong>do</strong> BPI com<br />

direito ao aumento de capital terminou<br />

na passada quarta-feira.<br />

Globalmente, as próximas semanas serão<br />

de expectativa sobre projecções de<br />

crescimento das várias economias europeias<br />

e ainda <strong>do</strong> impacto da economia<br />

real de um euro forte, mas com o preço<br />

recorde <strong>do</strong> barril de crude.<br />

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act<br />

AALTRI SGPS 4.85 0.31% 7.41 3.45 0.28 0.30 17.30 16.15 0.00% 1.37% 20-05-2008 16:35:01<br />

B. COM. PORT. 1.69 -3.98% 3.87 1.51 0.16 0.17 10.63 9.71 1.97% 4.19% 20-05-2008 16:35:16<br />

B.ESP. SANTO 12.20 -0.69% 17.98 10.62 1.21 1.35 10.07 9.07 3.94% 4.44% 20-05-2008 16:35:00<br />

BANIF-SGPS 2.89 -3.02% 6.75 2.62 0.39 0.46 7.51 6.28 5.19% 5.36% 20-05-2008 16:35:00<br />

B. POP. ESP. 11.55 4.81% 15.29 6.72 1.11 1.17 10.39 9.86 4.39% 4.81% 19-05-2008 19-05-2008<br />

BANCO BPI 3.40 -5.56% 6.96 3.00 0.45 0.51 7.61 6.64 5.50% 5.63% 20-05-2008 16:35:01<br />

BRISA 9.20 -0.97% 10.46 8.91 0.33 0.37 27.80 25.21 3.37% 3.39% 20-05-2008 16:35:01<br />

COFINA,SGPS 1.66 -0.60% 2.07 1.20 0.10 0.10 17.29 15.96 0.00% 2.26% 20-05-2008 16:35:00<br />

CORT. AMORIM 1.53 0.00% 2.18 1.28 0.18 0.21 8.50 7.29 3.92% 4.58% 20-05-2008 16:35:01<br />

CIMPOR,SGPS 6.03 -0.90% 7.72 4.75 0.47 0.50 12.86 11.96 3.81% 3.81% 20-05-2008 16:36:18<br />

EDP 4.08 -1.57% 5.00 3.54 0.26 0.28 15.61 14.45 3.07% 3.21% 20-05-2008 16:35:01<br />

MOTA ENGIL 5.70 -1.89% 8.35 3.53 0.24 0.17 23.75 32.95 1.93% 2.02% 20-05-2008 16:35:00<br />

FINIBANCO 4.00 -1.24% 5.10 2.74 -- -- -- -- 2.13% -- 20-05-2008 16:35:01<br />

GALP ENERGIA 16.61 0.73% 19.50 8.43 0.62 0.66 26.79 25.28 1.01% 2.01% 20-05-2008 16:35:01<br />

IMPRESA,SGPS 1.65 10.00% 3.23 1.29 0.14 0.18 11.79 9.32 0.00% 0.43% 20-05-2008 16:35:01<br />

J. MARTINS 4.81 -3.13% 5.73 3.71 0.22 0.28 22.04 17.41 2.00% 2.17% 20-05-2008 16:35:01<br />

MARTIFER 8.29 -7.58% 12.00 5.40 0.26 0.26 31.52 32.51 0.00% 0.00% 20-05-2008 16:35:00<br />

NOVABASE 4.53 1.34% 5.10 2.01 0.25 0.29 18.34 15.78 0.00% 0.00% 20-05-2008 16:35:00<br />

PARAREDE 0.18 0.00% 0.24 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 20-05-2008 16:35:00<br />

P. TELECOM 7.93 -0.81% 9.67 6.90 0.66 0.72 12.02 10.98 7.25% 7.26% 20-05-2008 16:35:29<br />

PORTUCEL 2.42 0.83% 3.18 1.63 0.20 0.18 12.04 13.75 1.45% 4.04% 20-05-2008 16:35:47<br />

REDES E. NAC. 3.55 1.43% 4.08 2.75 0.23 0.21 15.44 17.15 0.00% 3.70% 20-05-2008 16:35:00<br />

S. COSTA 1.81 -1.63% 2.89 1.20 0.17 0.20 10.65 9.05 0.00% -- 20-05-2008 16:35:01<br />

SEMAPA 9.27 -1.70% 13.70 7.31 1.05 1.17 8.83 7.96 2.75% 2.70% 20-05-2008 16:35:00<br />

SONAECOM 2.27 -3.81% 5.03 2.07 0.04 0.08 51.59 28.38 0.00% 0.54% 20-05-2008 16:35:00<br />

SONAE,SGPS 1.09 -3.54% 1.98 1.05 0.08 0.09 14.34 11.72 2.75% 3.34% 20-05-2008 16:35:22<br />

SONAE IND. 4.39 -10.23% 11.04 4.14 0.45 0.42 9.76 10.45 0.00% 2.83% 20-05-2008 16:35:00<br />

SAG GEST 2.34 -2.50% 3.10 1.73 0.16 0.19 15.10 12.32 7.05% 4.49% 20-05-2008 16:35:00<br />

TEIX. DUARTE 1.73 4.85% 4.23 1.10 0.37 0.40 4.68 4.38 0.98% 1.99% 20-05-2008 16:35:01<br />

Z. MULTIMEDIA 7.44 -12.17% 12.29 6.52 0.31 0.37 23.85 20.00 2.69% 3.28% 20-05-2008 16:35:00<br />

TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act<br />

B.POPULAR 11.2 0.81% 15.32 8.51 1.11 1.17 10.07 9.56 4.39% 4.81% 20-05-2008 16:36:07<br />

INDITEX 34.28 -1.49% 53.90 31.00 2.24 2.57 15.28 13.35 3.06% 3.48% 20-05-2008 16:36:07<br />

REPSOL YPF 27.03 2.97% 30.59 18.27 2.50 2.50 10.80 10.81 3.70% 3.99% 20-05-2008 16:36:07<br />

TELEFONICA 18.72 -2.40% 23.48 16.04 1.63 1.87 11.52 10.03 4.01% 5.34% 20-05-2008 16:36:08<br />

FRA. TELECOM 20.04 -2.91% 27.33 19.22 2.02 2.14 9.94 9.35 6.49% 6.91% 20-05-2008 16:35:52<br />

LVMH 74.3 0.42% 89.36 61.95 4.65 5.16 15.98 14.39 2.15% 2.37% 20-05-2008 16:35:33<br />

BAYER AG O.N. 54.55 -3.26% 66.45 45.60 3.95 4.41 13.81 12.36 2.48% 2.58% 20-05-2008 16:35:24<br />

DEUTSCHE BK 75.32 -0.90% 117.48 64.62 6.75 9.74 11.18 7.74 5.96% 5.85% 20-05-2008 16:35:29<br />

DT. TELEKOM 10.9 -6.52% 15.87 9.92 0.76 0.85 14.29 12.85 7.14% 7.28% 20-05-2008 16:35:30<br />

VOLKSWAGEN 189.49 1.34% 199.70 106.36 12.18 13.59 15.56 13.95 0.95% 1.09% 20-05-2008 16:35:03<br />

ING GROEP 25.29 3.31% 33.90 18.77 3.40 3.60 7.45 7.02 5.85% 6.10% 20-05-2008 16:36:27<br />

Este relatório foi elabora<strong>do</strong> pelo Centro de Corretagem <strong>do</strong> Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida.<br />

Este relatório é apenas para informação, não constituin<strong>do</strong> qualquer proposta de compra ou venda em qualquer <strong>do</strong>s títulos menciona<strong>do</strong>s.<br />

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46<br />

mazda<br />

Crescimento nacional e<br />

global desde 2002<br />

Peugeot renova a gama<br />

de comerciais ligeiros<br />

A comercialização <strong>do</strong> novo Partner, este mês, em Portugal, completa a renovação<br />

<strong>do</strong>s comerciais Peugeot. Lança<strong>do</strong> em 1995, o modelo sofre agora alterações nas<br />

dimensões, na apresentação interior e exterior e nos equipamentos. Os furgões<br />

representam uma quota de merca<strong>do</strong> de 17% em Portugal.<br />

A Peugeot conclui o alargamento da sua gama de veículos<br />

comerciais com a comercialização <strong>do</strong> novo Partner<br />

e <strong>do</strong> Partner Tepee, no final deste mês. O objectivo é responder<br />

“a uma clientela profissional que pretende uma<br />

viatura prática, polivalente e também valorizante para o<br />

seu trabalho diário”, explica a Peugeot.<br />

Com um crescimento constante desde o<br />

lançamento em 1995, o novo modelo introduz<br />

alterações nas dimensões, no estilo<br />

exterior e interior e nos equipamentos e<br />

segurança.<br />

O novo Partner tem 4,38 metros e oferece<br />

um volume de carga de 3,3 m2. Mas<br />

,até ao final <strong>do</strong> ano, estará disponível uma<br />

versão longa, com um volume de 3,7 m3<br />

e um comprimento útil que pode chegar<br />

a 3,25m.<br />

Segun<strong>do</strong> a Peugeot, o modelo anterior irá manter-se em<br />

comercialização com a designação Partner Origin e pelo<br />

valor de 14.910 euros.<br />

A gama comercial <strong>do</strong> novo Partner integra <strong>do</strong>is níveis<br />

de equipamento: Base e Confort. Ambos estão disponíveis<br />

com os <strong>do</strong>is motores a diesel 1.6 HDi de 75 cv e 1.6 HDi<br />

de 90cv, com uma caixa manual de cinco velocidades.<br />

O veículo tem 4,38 m de comprimento, uma distância<br />

entre eixos de 2,73 m e uma altura de 1,81 m. O furgão<br />

1.6 HDi 75 custa entre 14 950 e os 15 450 euros,<br />

enquanto o 1.6 HDi 90 consta entre 15 450 e 16 050<br />

euros.<br />

O interior <strong>do</strong> novo Partner dispõe de um revestimento<br />

completo abaixo da linha da carroçaria que o protege<br />

das agressões das cargas transportadas. Adicionalmente, o<br />

Novo<br />

director<br />

financeiro<br />

A filial nacional da marca tem<br />

um novo director financeiro.<br />

Martinho de Oliveira tem<br />

33 anos e um MBA em Administração<br />

Financeira, pela<br />

Faculdade de Economia da<br />

Universidade <strong>do</strong> Porto. Era o<br />

director financeiro da Rittal<br />

Portugal.<br />

Segun<strong>do</strong> o director-geral da<br />

Mazda Motor de Portugal,<br />

Martinho Oliveira é a pessoa<br />

certa para encabeçar o departamento<br />

financeiro. “Consideramos<br />

que pela sua dinâmica<br />

e experiência profissional, o<br />

Martinho Oliveira será uma<br />

mais-valia para a nossa equipa.<br />

Acreditamos nas suas capacidades<br />

e esperamos agora<br />

que venha a colocar em prática<br />

as suas ideias e que assim<br />

possa contribuir para cimentar<br />

o sucesso que a nossa marca<br />

tem vin<strong>do</strong> a conhecer”, refere<br />

Luís Morais.<br />

Automóvel<br />

Na Europa, o<br />

merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

veículos ligeiros<br />

cresceu cerca de<br />

6,4%, em 2007<br />

piso é protegi<strong>do</strong> por um tapete sintético e dispõe de seis<br />

anéis de fixação, que permitem manter estável a merca<strong>do</strong>ria.<br />

O furgão pode ser ainda equipa<strong>do</strong> com uma ou duas<br />

portas laterais de correr. Na traseira, as portas assimétricas<br />

de batente permitem uma operação de carga numa largura<br />

máxima de 1250 mm e numa altura de<br />

1200 mm.<br />

Em conferência de imprensa, a marca<br />

refere que, em Portugal, os furgões compactos<br />

representaram um terço <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

em 2007. Adiantan<strong>do</strong> que os furgões<br />

obtiveram o primeiro lugar <strong>do</strong> ranking em<br />

2006, com uma quota de merca<strong>do</strong> de 17%.<br />

Para Jorge Magalhães, director da Peugeot<br />

Portugal, esta segunda geração de furgões<br />

compactos é “uma oferta económica, competitiva,<br />

com um estilo expressivo e dinâmico”.<br />

As PME representam 73% <strong>do</strong>s clientes potenciais,<br />

enquanto os restantes 27% são os clientes particulares, na<br />

maioria homens, entre os 30/50 anos.<br />

Versão de passageiros baptiza<strong>do</strong> de Tepee<br />

A variante de passageiros, designada de Tepee, também<br />

foi apresentada pela marca. “Um lu<strong>do</strong>space dinâmico,<br />

ultraprático, com níveis de conforto assinaláveis e uma<br />

modularidade inédita, que oferece grande liberdade de<br />

acção e uma polivalência sedutora”. É assim que a marca<br />

apresenta o novo Partner Tepee.<br />

Este novo conceito de viaturas de passageiros foi cria<strong>do</strong><br />

pela Peugeot em 1996. Desde aí o merca<strong>do</strong> foi progredin<strong>do</strong><br />

cerca de 4% ao ano. Com um comprimento de 4,38<br />

metros, uma largura de 1,81 metros e uma altura de 1,80<br />

metros, o veículo é equipa<strong>do</strong> com três bancos traseiros<br />

individuais, inclináveis e retiráveis. O Partner Tepee terá,<br />

em Portugal, <strong>do</strong>is níveis de equipamento, Confort e Out<strong>do</strong>or,<br />

e <strong>do</strong>is motores diesel 1.6 HDi. O Partner Tepee<br />

ainda é “um nicho de merca<strong>do</strong> mas é inova<strong>do</strong>r e pode<br />

crescer”, reconhece Jorge Magalhães. Este segmento representa,<br />

desde 2005, 7% da quota de merca<strong>do</strong> em Portugal.<br />

Ainda sem valores defini<strong>do</strong>s, a marca adianta que o<br />

preço <strong>do</strong> Partner Tepee rondará os 23.000 euros.<br />

Na Europa, o merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s veículos ligeiros cresceu cerca<br />

de 6,4%, em 2007. Até 2009, a Peugeot conta produzir<br />

um total de 103.500 unidades (50.000 furgões e 53.500<br />

lu<strong>do</strong>scape). Para a marca, a gama de veículos ligeiros é a<br />

mais completa e jovem da história da Peugeot e vem cobrir<br />

os diferentes segmentos.<br />

Mazda prevê aumentar vendas acima<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional<br />

A Mazda Motor de Portugal conta voltar<br />

crescer este ano, depois de ter duplica<strong>do</strong> as<br />

vendas, de 2531 para 5042 unidades, entre<br />

2002 e 2007. Para o presente exercício, o crescimento<br />

perspectiva<strong>do</strong> pela marca no merca<strong>do</strong><br />

luso é de 14%, para 5750 veículos. “Portanto,<br />

queremos consolidar o crescimento que temos<br />

regista<strong>do</strong>”, afirma o director-geral da Mazda<br />

Motor de Portugal. Luís Morais explica que os<br />

pilares da subida das vendas vão ser os novos<br />

2 e 6. Já o monovolume 5, cujo “restyling” estás<br />

prestes a chegar ao merca<strong>do</strong> nacional, terá<br />

vendas mais contidas, após no ano passa<strong>do</strong><br />

ter si<strong>do</strong> o modelo da Mazda mais vendi<strong>do</strong> em<br />

Portugal. “O carro é fantástico, mas a alteração<br />

fiscal [operada em Julho <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>], independentemente<br />

da justiça da medida e aqui<br />

não é a sede própria para discuti-la, prejudica<br />

o modelo”, considera o líder da filial nacional<br />

da marca japonesa.<br />

O crescimento que a Mazda está a experimentar<br />

em Portugal é uma repetição <strong>do</strong> que<br />

está a acontecer a nível global. No plano europeu,<br />

a marca subiu as vendas em 90% nos<br />

últimos seis anos, ten<strong>do</strong> vendi<strong>do</strong> 327 mil carros<br />

no ano passa<strong>do</strong> contra 195 mil em 2002.<br />

Para este ano, as previsões passam por chegar<br />

às 373 mil unidades. À<br />

escala mundial, a subida<br />

nos últimos seis anos foi<br />

de 50%, de 989 mil em<br />

2002 para 1,363 milhões<br />

no ano passa<strong>do</strong>. Para o<br />

presente exercício, a meta<br />

é chegar aos 1,48 milhões<br />

de carros.<br />

O director-geral da Mazda<br />

Motor de Portugal<br />

adianta que, além <strong>do</strong> produto,<br />

a rede de concessionários<br />

é um <strong>do</strong>s pilares <strong>do</strong><br />

crescimento da marca. “A<br />

base <strong>do</strong> nosso crescimento<br />

é o produto, que nos permite<br />

conseguir uma boa<br />

rede de concessionários.<br />

O produto e a boa rede de concessionários é<br />

que nos permite ter o crescimento consolida<strong>do</strong><br />

que temos ti<strong>do</strong> e que queremos continuar<br />

a ter em Portugal, tal como preconiza<strong>do</strong> pela<br />

Mazda a nível global”, afirma.<br />

O director de comunicação da Mazda Motor<br />

de Portugal, Jorge Natário, refere, sobre<br />

este assunto, que “nada acontece por acaso”.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

sssangYong<br />

Coreanos querem aumentar<br />

vendas em Portugal<br />

Peugeot alarga a oferta de veículos comerciais com novo Partner<br />

Luís Morais , director-geral da Mazda Motor de Portugal.<br />

Patricia Flores, em Paris<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

“Estamos à porta <strong>do</strong> ‘top’ 10 das vendas mundiais<br />

e há construtores de grande penetração<br />

na Europa que não têm essa posição. Temos<br />

uma visão global, sem esquecer as nossas origens<br />

de qualidade e fiabilidades tipicamente<br />

japonesas”, explica Natário.<br />

aquiles Pinto<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt


A marca sul-coreana especializada<br />

em monovolumes e veículos de<br />

to<strong>do</strong>-o-terreno SsangYong prevê<br />

vender em Portugal mais de 100<br />

unidades em 2008, o que representa<br />

uma subida de 81% face aos<br />

55 veículos comercializa<strong>do</strong>s no ano<br />

passa<strong>do</strong>. Esta perspectiva de crescimento<br />

surge depois de até Abril o<br />

construtor ter vendi<strong>do</strong> apenas seis<br />

unidades no merca<strong>do</strong> nacional. “A<br />

SsangYong está a começar 2008<br />

com alguma lentidão, mas estamos<br />

confiantes que irá melhorar significativamente,<br />

agora que o público<br />

em geral teve oportunidade de conhecer,<br />

em detalhe, os nossos modelos<br />

actuais, no Salão Automóvel<br />

de Lisboa”, disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

o responsável comercial e de<br />

desenvolvimento da rede da SsangYong<br />

Portugal, Paulo Falcão.<br />

Quanto à rede de retalho, a nossa<br />

fonte informa que, até ao fim deste<br />

Renault Portugal<br />

com novo director<br />

de vendas<br />

A Renault Portugal tem um<br />

novo director de vendas, com José<br />

Pedro Neves a substituir José Caro<br />

de Sousa, que assumiu o cargo<br />

de administra<strong>do</strong>r-delega<strong>do</strong>. Neves<br />

considera “um privilégio trabalhar<br />

com a rede de distribuição<br />

da Renault, que é reconhecidamente<br />

uma referência no merca<strong>do</strong>, e,<br />

simultaneamente, um grande desafio<br />

manter a marca na liderança<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> português”. Com 43<br />

anos, casa<strong>do</strong>, e pai de <strong>do</strong>is filhos,<br />

José Pedro Neves é licencia<strong>do</strong> em<br />

Engenharia de Informática e iniciou<br />

a sua carreira na Renault em<br />

1988 na área, da informática. Entre<br />

1989 e 2004 ocupou diversos cargos<br />

nesta área ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong>.<br />

Nesse ano, iniciou a sua carreira na<br />

área comercial, ten<strong>do</strong> assumi<strong>do</strong> o<br />

cargo de director de vendas a frotas,<br />

onde se manteve até agora.<br />

Grupo Salva<strong>do</strong>r<br />

Caetano renova<br />

imagem<br />

O grupo Salva<strong>do</strong>r Caetano operou<br />

uma renovação na imagem. Segun<strong>do</strong><br />

a empresa, o novo logótipo<br />

tem como pilares-base a identidade<br />

histórica e visão de vanguarda, assim<br />

como o respeito pelo passa<strong>do</strong> e<br />

um forte desejo de inovação. “Com<br />

o azul como cor base, o logótipo<br />

proporciona uma fácil leitura, assim<br />

como denota uma manipulação<br />

positiva das imagens, revela<br />

grande elegância gráfica e faz uma<br />

exploração das relações formais entre<br />

texto e imagem. O novo logótipo<br />

<strong>do</strong> grupo Salva<strong>do</strong>r Caetano denota<br />

cuida<strong>do</strong>s no alinhamento e na<br />

relação entre to<strong>do</strong>s os elementos,<br />

assim como utiliza o branco ou ‘vazio’<br />

na organização <strong>do</strong>s mesmos”,<br />

conclui o grupo. Além <strong>do</strong> novo logótipo,<br />

a empresa tem, também,<br />

uma nova assinatura. Designada de<br />

“sempre consigo”, esta foi conseguida<br />

ten<strong>do</strong> como base os valores,<br />

a visão, a missão e a promessa <strong>do</strong><br />

grupo sedia<strong>do</strong> em Gaia.<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 automóvel<br />

47<br />

SsangYong prevê crescer<br />

este ano em Portugal<br />

mês, deverá haver seis concessionários<br />

em funcionamento, um número<br />

que até ao fim de 2008 poderá<br />

chegar aos dez. “A rede de concessionários<br />

que anunciámos para a<br />

cobertura <strong>do</strong> país, há cerca de um<br />

ano, foi de dez a 12 concessionários,<br />

estratégia que mantemos”, acrescenta<br />

Falcão.<br />

O entrevista<strong>do</strong> acredita que, com<br />

esta rede e com a chegada à gama de<br />

produtos para segmentos de maior<br />

volume, as vendas da marca asiática<br />

poderão ganhar outra expressão em<br />

Portugal. “A médio prazo, com as<br />

novidades da SsangYong que estão<br />

para chegar, com destaque especial<br />

para os novos modelos que concorrem<br />

em segmentos, nos quais ainda<br />

não estamos presentes, contamos<br />

ser uma marca que possa ir ao encontro<br />

das aspirações de um maior<br />

número de clientes, representan<strong>do</strong><br />

isto um maior número de vendas e<br />

uma elevada satisfação desses clientes”,<br />

vaticina Paulo Falcão.<br />

Fiscalidade prejudica gama<br />

de modelos<br />

Estes novos modelos serão tão<br />

importantes quanto, como o refere<br />

o responsável comercial e de desenvolvimento<br />

da rede, se trata de uma<br />

marca prejudicada pela fiscalidade<br />

nacional. “A gama de veículos SsangYong<br />

tem si<strong>do</strong> muito prejudicada<br />

pelas diversas alterações de impostos<br />

que surgiram desde Junho de 2007,<br />

o que tem dificulta<strong>do</strong> a projecção da<br />

marca no nosso país, em que, quan<strong>do</strong><br />

não se tem argumentos para ter ‘benefícios’<br />

de impostos, então, tem que<br />

se ficar apenas com uma fatia muito<br />

pequena <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>”, afirma.<br />

O entrevista<strong>do</strong> afirma, porém,<br />

que este facto “tem um impacto<br />

muito negativo, porque significa<br />

A gama da SsangYong é composta, na actualidade, por monovolumes e modelos to<strong>do</strong>-o-terreno.<br />

Na foto está a “pick up” Action.<br />

poucas vendas, mas por outro la<strong>do</strong>,<br />

garante alguma exclusividade” aos<br />

clientes da marca, por não terem veículos<br />

vulgares. “A nossa aposta é, em<br />

to<strong>do</strong>s os segmentos em que concorremos<br />

(SUV, grandes monovolumes<br />

e ‘pick up’) assegurar que o cliente<br />

ao comprar um veículo SsangYong,<br />

realiza uma escolha inteligente, porque<br />

escolhe um compromisso entre<br />

qualidade, equipamento, motor, aptidões<br />

e preço <strong>do</strong>s melhores <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>”,<br />

afirma Paulo Falcão.<br />

O parque circulante da SsangYong<br />

em Espanha é, em termos<br />

proporcionais, muito superior ao<br />

existente em Portugal. Falcão justifica<br />

esse facto pela diferença fiscal e<br />

de maturidade de ambos os merca<strong>do</strong>s.<br />

“O merca<strong>do</strong> espanhol tem im-<br />

postos de matrícula muito mais baixos<br />

que os que existem em Portugal,<br />

logo, para um poder de compra superior,<br />

como o <strong>do</strong>s nossos vizinhos,<br />

a compra de um automóvel não<br />

representa um esforço tão eleva<strong>do</strong><br />

como no caso <strong>do</strong> cliente português.<br />

Para além disso, como Espanha tem<br />

um merca<strong>do</strong> mais ‘maduro’, em<br />

que os clientes realizam compras<br />

mais racionais e não apenas guiadas<br />

pela vaidade de possuir algumas<br />

marcas, a SsangYong apresenta uma<br />

proposta muito competitiva nos<br />

segmentos em que concorre”, explica<br />

o responsável comercial e de<br />

desenvolvimento da rede da SsangYong<br />

Portugal.<br />

Aquiles Pinto<br />

aquilespinto@vidaeconómica.pt<br />

PUB


A TEnDênCiA(?)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

ESTUDO DA MERCER 2007<br />

Nº 1250 / 23 Maio 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />

NúMERO DE vEzEs qUE UM aDMiNistRaDOR gaNha O saLáRiO DE UM fUNCiONáRiO<br />

32<br />

Jorge A.<br />

VAsconcellos e sá<br />

Mestre Drucker School<br />

PhD Columbia University<br />

Professor Catedrático<br />

Comentário ao gráfiCo:<br />

média<br />

De acor<strong>do</strong> com a multinacional Mercer, Portugal é<br />

o país mais desigual da Europa. Estu<strong>do</strong>s da OCDE<br />

confirmam isto.<br />

Lembran<strong>do</strong> Confúcio e Ribeirinho (actor de revista).<br />

Confúcio: Um país pode ser governa<strong>do</strong> na pobreza ou<br />

na riqueza, não pode ser governa<strong>do</strong> na desigualdade.<br />

ribeirinho: Bom, bom, é ser capitalista num país<br />

socialista.<br />

IRS - IRC - ImpoSto de Selo - ImI - Imt - IVA - SeguRAnçA SoCIAl - CAlendáRIo fISCAl<br />

GUIA FISCAL 2008<br />

a Não perder com a edição<br />

<strong>do</strong> Boletim <strong>do</strong> Contribuinte<br />

da 2ª quiNzeNa de maio<br />

o GUIA FISCAL 2008 SeRá dIStRIbuI<strong>do</strong> Com o Boletim <strong>do</strong> Contribuinte<br />

tAmbém dISponíVel nAS bAnCAS<br />

Boletim <strong>do</strong> Contribuinte<br />

www.boletim<strong>do</strong>contribuinte.pt<br />

15 14<br />

Portugal Espanha Grã-Bretanha Alemanha<br />

Grupo editorial<br />

10<br />

Vasconcellos e Sá<br />

associa<strong>do</strong>s, S.a.<br />

nop4867@mail.telepac.pt<br />

Grupo Editorial<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

na Feira <strong>do</strong> Livro<br />

<strong>do</strong> Porto<br />

O Grupo Editorial “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” está presente<br />

na Feira <strong>do</strong> Livro <strong>do</strong> Porto.<br />

Na 78.ª edição <strong>do</strong> certame,<br />

que decorre no Palácio de<br />

Cristal entre 21 deste mês<br />

e 10 de Junho, estão disponíveis<br />

os últimos lançamentos,<br />

como o Código <strong>do</strong>s<br />

Contratos Públicos, a Tributação<br />

<strong>do</strong> Património – 2ª<br />

edição, e o Direito Tributário<br />

2008 – 6ª edição assim<br />

como as restantes publicações.<br />

As edições <strong>do</strong> sector<br />

imobiliá rio estão em destaque<br />

com os títulos recentes,<br />

Guia <strong>do</strong> Direito Imobiliário<br />

– Direito de Propriedade e<br />

Tendências de Gestão Imobiliárias<br />

2008.<br />

A Feira <strong>do</strong> Livro pode ser<br />

visitada to<strong>do</strong>s os dias, entre<br />

as 15,30 e as 23,30 horas,<br />

excepto no Dia Mundial da<br />

Criança, em que as portas<br />

abrem às 10. Debates, um<br />

concerto e a exposição “As<br />

manchetes <strong>do</strong> Regicídio”,<br />

que o Museu Nacional de<br />

Imprensa fará instalar no<br />

Palácio de Cristal, estão<br />

também incluí<strong>do</strong>s no programa.<br />

NOTA DE FECHO<br />

Ainda o diagnóstico …<br />

MJCARVALHO<br />

Economista<br />

lx1942@gmail.com<br />

Nem de propósito…<br />

O Sr. Presidente da República<br />

mostrou interesse em conhecer o<br />

projecto IFRA <strong>do</strong> GECAD – grupo<br />

de investigação em engenharia<br />

<strong>do</strong> conhecimento e apoio à decisão<br />

– <strong>do</strong>s engenheiros <strong>do</strong> ISEP, que<br />

permite prever quan<strong>do</strong> uma empresa<br />

pode vir a entrar em ruptura<br />

fi nanceira – para isso, basta combinar<br />

técnicas de inteligência computacional<br />

e “data mining”, como as<br />

redes neuronais, algoritmos genéticos<br />

e máquinas de vector de supor-<br />

te. Apetece-me dizer, desde que assegura<strong>do</strong> que o Pai Peixoto<br />

de Sousa não me despeça na hora: – “Porr…! Cum carago !!<br />

Perceberam alguma coisa?! Não? ... eu também não!”.<br />

Uma coisa, entretanto, posso garantir: o grupo CEPA VE-<br />

LHA (de que sou membro funda<strong>do</strong>r), cuja sede ardeu há dias<br />

no sótão <strong>do</strong> edifício da reitoria da Universidade <strong>do</strong> Porto,<br />

que utiliza tecnologia patenteada BOOP + STG, consegue<br />

prever exactamente a mesma coisa – isto é, a probabilidade de<br />

ruptura fi nanceira de uma empresa – com uma antecipação<br />

garantida de, no mínimo, três anos.<br />

Não sei quais são as condições oferecidas pelo GECAD,<br />

mas, para o caso de uma PME de 90% <strong>do</strong>s sectores da actividade<br />

empresarial portuguesa, o CEPA VELHA faz o diagnóstico<br />

e entrega o trabalho num mês, com garantia assegurada<br />

de acertar.<br />

O CEPA VELHA utiliza a tecnologia BOOP + STG, já<br />

testada e utilizada em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, com excepção <strong>do</strong>s departamentos<br />

universitários de gestão e engenharia e bancários<br />

de risco em Portugal, onde, naturalmente, mandam e comandam<br />

os correlativos e sucedâneos <strong>do</strong> GECAD.<br />

O CEPA VELHA utiliza o suor humano como matéria-<br />

prima <strong>do</strong> processo, que deve escorrer à grande nos analistas<br />

envolvi<strong>do</strong>s no diagnóstico, pelo esforço que lhes é exigi<strong>do</strong> a<br />

fazer as boas perguntas (B de boca), a ver o que deve ser visto<br />

(O de olhos), a ouvir o que merece ser regista<strong>do</strong> (O de ouvi<strong>do</strong>s)<br />

e a calcorrear os quilómetros de cada uma das fábricas<br />

auditadas (P de pernas).<br />

Depois da aplicação daquela tecnologia, os analistas da<br />

CEPA VELHA têm de saber obrigatoriamente e sem hesitações<br />

– tal como antigamente se fazia com a tabuada! – como<br />

nascem os débitos e créditos, como se constrói um orçamento<br />

de exploração e de tesouraria, como se escreve sem erros um<br />

mapa de origens e aplicações de fun<strong>do</strong>s, como se identifi cam<br />

as diferentes consequências <strong>do</strong> prejuízo de exploração e por<br />

aí fora. Entretanto, confesso que não sabia estes temas faziam<br />

parte de um qualquer plano de estu<strong>do</strong>s de engenharia.<br />

Bom, continuemos então com a apresentação <strong>do</strong> BOOP<br />

+ STG.<br />

Feito aquele trabalho de campo, entram em acção os analistas<br />

seniores, que se concentrarão num trabalho só passível<br />

de ser leva<strong>do</strong> a cabo por profi ssionais de primeira água: pôr<br />

em duas folhas A4 a análise Swot (seja qual for a dimensão e<br />

actividade da empresa) e a avaliação <strong>do</strong> ciclo de vida <strong>do</strong>s seus<br />

respectivos produtos. O truque está no tamanho <strong>do</strong> diagnóstico<br />

– as grandes consultoras (eventualmente engenheiros …)<br />

consomem, por expressão obrigatória de prestígio, dezenas<br />

de páginas para fazer o mesmo. A CEPA VELHA, ao contrário,<br />

julga que a excelência estará em levá-lo a cabo em duas<br />

páginas A4.<br />

Finalmente e porque as vantagens competitivas não pertencem<br />

às empresas mas sim às áreas de negócio onde ela opera,<br />

os super seniores retornam ao terreno, com a meto<strong>do</strong>logia<br />

BOOP+STG, para perceber como funciona a organização e<br />

de que maneira o seu entorno a infl uencia e determina.<br />

Senhor Presidente da República,<br />

Com to<strong>do</strong> o respeito, V. Excia. é um competentíssimo<br />

macroeconomista, mas não percebe absolutamente nada de<br />

empresa e gestão – nunca trabalhou em nenhuma, não sabe o<br />

que é sujar as botas nelas nem como tu<strong>do</strong> funciona no cosmo<br />

empresarial, em particular das PMEI.<br />

Faça a si próprio e a to<strong>do</strong>s nós um favor: quan<strong>do</strong> quiser saber<br />

verdadeiramente o que as PMEI portuguesas necessitam,<br />

a sua última fonte de informação – repito, Senhor Presidente,<br />

última, depois de esgotadas todas as outras! – deve ser a<br />

corporação universitária. É que V. Excia. ainda as conhece<br />

de visita em dia de festa, com almoço e discurso incluí<strong>do</strong>s;<br />

eles, de facto e na verdade, nem da auto-estrada. E, já agora,<br />

Senhor Presidente, como académico que V. Excia também é,<br />

a sua responsabilidade acrescida está em contrariar o espírito<br />

de “gadget” na investigação universitária, que só consome recursos<br />

escassos e serve para os tais quinze minutos de fama de<br />

quem não tem mais nada que fazer.<br />

Por favor … “técnicas de inteligência computacional e<br />

“data mining”, como as redes neuronais, algoritmos genéticos<br />

e máquinas de vector de suporte”! Chiça!


ANGOLA<br />

com forte potencial<br />

para expansão <strong>do</strong> franchising<br />

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1250, DE 23 MAIO DE 2008,<br />

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE<br />

Expofranchise<br />

demonstra vitalidade<br />

<strong>do</strong> franchising<br />

em Portugal<br />

ENERGIA SOLAR<br />

oferece base para projecto de<br />

criação de rede em Portugal<br />

Colaborações:


ii<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 franchising e empreende<strong>do</strong>rismo<br />

ANJE promove empreende<strong>do</strong>rismo social<br />

em zonas desfavorecidas<br />

O<br />

Núcleo Empreende<strong>do</strong>r lig@te,<br />

espaço de apoio e de estímulo<br />

às iniciativas locais de negócio<br />

e emprego, é a face visível <strong>do</strong> projecto<br />

de empreende<strong>do</strong>rismo social que a ANJE<br />

– Associação Nacional de Jovens Empresários<br />

está a desenvolver em parceria com<br />

a Junta de Freguesia da Ameixoeira. O<br />

projecto lig@te tem por missão contribuir<br />

para o desenvolvimento<br />

económico local,<br />

através da inserção<br />

profissional e social. O<br />

objectivo da associação<br />

é disseminar o projecto<br />

por outras regiões <strong>do</strong><br />

país, usufruin<strong>do</strong> assim<br />

da proximidade de que a<br />

ANJE dispõe junto das<br />

diferentes comunidades,<br />

por intermédio <strong>do</strong>s seus<br />

núcleos regionais.<br />

O Núcleo Empreende<strong>do</strong>r<br />

lig@te está sedia<strong>do</strong><br />

no Centro de Desenvolvimento<br />

Comunitário da Ameixoeira e tem por<br />

propósito promover o espírito empreende<strong>do</strong>r<br />

junto de comunidades com fortes<br />

carências sócio-económicos, numa lógica<br />

de parceria, concertação e optimização<br />

de recursos. Neste senti<strong>do</strong>, afiguram-se<br />

também como promotores <strong>do</strong> lig@te o<br />

K’Cidade - Programa de Desenvolvi-<br />

Articular educação,<br />

formação e a<br />

inserção social e<br />

profissional são<br />

os objectivos <strong>do</strong><br />

programa<br />

mento Comunitário Urbano (iniciativa<br />

da Fundação Aga Khan), a Associação<br />

Raízes, a Câmara Municipal de Lisboa,<br />

a Gebalis – Gestão <strong>do</strong>s Bairros Municipais<br />

de Lisboa, o Centro de Emprego de<br />

Benfica, o SOS Racismo, a Santa Casa da<br />

Misericórdia de Lisboa e a empresa Easy<br />

Bus.<br />

O incentivo ao trabalho em rede entre<br />

as empresas e instituições<br />

sociais locais tem<br />

igualmente por desíg-<br />

nio potenciar a articulação<br />

entre a educação,<br />

a formação e a inserção<br />

social e profissional.<br />

Aumentar os níveis de<br />

formação junto de uma<br />

população altamente carenciada<br />

no que toca à<br />

qualificação profissional<br />

e ao acesso às oportunidades<br />

de emprego e de<br />

negócio é também um<br />

<strong>do</strong>s propósitos <strong>do</strong> projecto.<br />

A Ameixoeira debate-se com elevadas<br />

taxas de desemprego e acentuada falta de<br />

investimento no teci<strong>do</strong> económico, para<br />

além de um eminente desajustamento<br />

entre a procura, os recursos formativos e<br />

as necessidades <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> empresarial.<br />

O Núcleo Empreende<strong>do</strong>r lig@te tem,<br />

inclusive, definidas áreas prioritárias de<br />

PUB<br />

actuação, nomeadamente o Bairro das<br />

Galinheiras, onde se pretendem aliar as<br />

oportunidades de negócio latentes à requalificação<br />

urbanística. O presidente da<br />

ANJE, Armin<strong>do</strong> Monteiro, referiu que,<br />

“apesar <strong>do</strong>s problemas sócio-económicos<br />

que enfrenta, a Ameixoeira é uma<br />

das freguesias mais jovens <strong>do</strong> concelho<br />

de Lisboa, facto que só vem reforçar a<br />

urgência desta iniciativa para a inserção<br />

profissional e até mesmo social, especialmente<br />

das gerações mais novas”.<br />

O estímulo ao empreende<strong>do</strong>rismo dessa<br />

nova geração é sustenta<strong>do</strong> pela a<strong>do</strong>pção<br />

de mecanismos de apoio às iniciativas<br />

económicas locais, de que é exemplo<br />

o portal lig@te, disponível em http://ligate.kcidade.com/index.php.<br />

ISA e Millennium bcp<br />

lançam prémio<br />

de empreende<strong>do</strong>rismo tecnológico<br />

A<br />

ISA, empresa de base tecnológica,<br />

e o Millenum bcp, lançaram um<br />

novo prémio de empreende<strong>do</strong>rismo.<br />

Trata-se <strong>do</strong> Prémio ISA - Millenium<br />

bcp, que visa galar<strong>do</strong>ar a melhor tese de<br />

mestra<strong>do</strong> ou <strong>do</strong>utoramento nas áreas da<br />

Engenharia Física, Electrónica e Comunicações,<br />

Engenharia Electrotécnica,<br />

Engenharia<br />

Informática e de Sistemas<br />

e Engenharia Biomédica.<br />

O prémio será constituí<strong>do</strong><br />

por um valor pecuniário<br />

de 5000 euros e pela<br />

garantia da assinatura de<br />

um contrato de trabalho<br />

com a ISA - Intelligent<br />

Sensing Anywhere, destinan<strong>do</strong>-se<br />

a distinguir,<br />

então, uma tese de mestra<strong>do</strong><br />

ou <strong>do</strong>utoramento,<br />

sen<strong>do</strong> factores de ordenação<br />

o mérito científico da<br />

tese, a sua originalidade,<br />

a sua aplicação nas áreas<br />

de interesse da ISA, como<br />

a telemetria, a eficiência<br />

energética e a engenharia<br />

biomédica - e a sua<br />

aplicabilidade prática.<br />

O prazo de candidaturas<br />

da primeira edição<br />

<strong>do</strong> concurso decorre até<br />

31 de Maio de 2008. A<br />

candidatura deverá incluir<br />

uma cópia da tese em formato PDF,<br />

uma pequena biografia de uma página<br />

<strong>do</strong> candidato e um Currículo Vitae actualiza<strong>do</strong>.<br />

As candidaturas serão avaliadas por<br />

um júri constituí<strong>do</strong> por Carlos Manuel<br />

Correia, professor catedrático da Uni-<br />

versidade de Coimbra, J. Norberto Pires,<br />

professor da Universidade de Coimbra e<br />

director da revista Robótica, e Joaquim<br />

Borges Gouveia, professor catedrático da<br />

Universidade de Aveiro.<br />

A decisão relativa à atribuição <strong>do</strong>s prémios<br />

será tomada até 30 de Junho de<br />

2008 e comunicada a to<strong>do</strong>s os candidatos.<br />

A ISA é uma empresa de base tecnológica<br />

que oferece um conjunto de produtos,<br />

aplicações e soluções reconhecidas<br />

e implementadas internacionalmente nas<br />

áreas da Gestão Remota, Automação e<br />

Controlo.


FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

III<br />

Expofranchise 2008<br />

sob o signo <strong>do</strong>s serviços<br />

O sector <strong>do</strong>s serviços é aquele que <strong>do</strong>mina o franchising em Portugal. Assim, naturalmente que<br />

foi o sector em destaque na Expofranchise 2008. Imobiliário, “fast food”, formação ou moda<br />

estiveram entre os mais de 180 expositores presentes, que apresentaram propostas cada vez mais<br />

inova<strong>do</strong>ras de investimento.<br />

A<br />

Expofranchise, considerada<br />

a maior feira<br />

nacional <strong>do</strong> sector<br />

<strong>do</strong> franchising, encerrou a<br />

sua 13ª edição com um balanço<br />

positivo, receben<strong>do</strong><br />

cerca de 10 mil visitantes<br />

e potenciais empreende<strong>do</strong>res,<br />

num crescimento de<br />

3% face a 2007, que puderam<br />

conhecer as propostas<br />

de investimento oferecidas<br />

pelos cerca de 180 expositores<br />

presentes.<br />

Este certame é bem uma<br />

amostra <strong>do</strong> dinamismo<br />

que o sector <strong>do</strong> franchising<br />

atravessa em Portugal.<br />

Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s<br />

pelo Instituto de Informação<br />

em Franchising (IFF),<br />

entidade que organiza a<br />

feira, o número de marcas<br />

a operar através <strong>do</strong> sistema<br />

de franchising em Portugal<br />

ultrapassou já as 500, o que,<br />

“ten<strong>do</strong> em conta a dimensão<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional,<br />

representa quase metade <strong>do</strong><br />

número de redes a operar na<br />

Espanha, na França ou no<br />

Reino Uni<strong>do</strong>”.<br />

O franchising contribuiu<br />

com a criação líquida de<br />

quase quatro mil postos de<br />

trabalho, sen<strong>do</strong> que o conjunto<br />

das redes emprega<br />

perto de 67 mil trabalha<strong>do</strong>res,<br />

1,3% de toda a população<br />

empregada em Portugal.<br />

São mais de 11200 unidades<br />

ou lojas, sen<strong>do</strong> de esperar<br />

ainda um crescimento<br />

substancial deste número no<br />

primeiro trimestre de 2008.<br />

A facturação obtida pelas<br />

empresas de franchising em<br />

Portugal atingiu os 4,768<br />

mil milhões de euros, ou<br />

seja, o peso de 3% <strong>do</strong> PIB<br />

nacional em 2007.<br />

Serviços <strong>do</strong>minam<br />

oferta de franchising<br />

Por essa razão verifi couse<br />

uma larga participação<br />

das empresas que apresentam<br />

novas propostas de investimento,<br />

destacan<strong>do</strong>-se<br />

o sector <strong>do</strong>s serviços (ver<br />

caixa). Foi o caso da <strong>do</strong>npiso,<br />

empresa espanhola<br />

<strong>do</strong> sector <strong>do</strong> imobiliário<br />

e da mediação, que aproveitou<br />

o certame para dar<br />

a conhecer o seu conceito<br />

de negócio. “O franchisa-<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>npiso é um consultor<br />

tecnicamente habilita<strong>do</strong>,<br />

que <strong>do</strong>mina e desenvolve<br />

as soluções imobiliárias da<br />

rede, apoian<strong>do</strong> inteiramente<br />

o cliente. Não é um auditor<br />

absorvi<strong>do</strong> por preocupações<br />

com a rentabilidade da sua<br />

franquia”.<br />

A empresa confere uma<br />

garantia ao franchisa<strong>do</strong>:<br />

“Caso este não amortize o<br />

seu investimento no primeiro<br />

ano e decida aban<strong>do</strong>nar<br />

a rede, a <strong>do</strong>npiso devolvelhe<br />

o valor <strong>do</strong>s direitos de<br />

entrada, subtrain<strong>do</strong> apenas<br />

o montante que reverte a<br />

favor <strong>do</strong> franchisa<strong>do</strong> para o<br />

futuro”.<br />

O valor <strong>do</strong>s direitos de<br />

entrada da franquia e recursos<br />

iniciais da <strong>do</strong>npiso<br />

é de 20 mil euros e pratica<br />

um ‘royalty’ mensal fi xo,<br />

não incidin<strong>do</strong> qualquer percentagem<br />

variável sobre a<br />

facturação <strong>do</strong> franchisa<strong>do</strong>.<br />

A marca assegura 41% de<br />

rentabilidade anual média e<br />

amortização <strong>do</strong> investimento<br />

no prazo estima<strong>do</strong> de um<br />

ano.<br />

A <strong>do</strong>npiso tem 26 anos de<br />

FRANCHISING APROXIMA-SE DO MODELO ANGLO-SAXÓNICO<br />

Ainda segun<strong>do</strong> o censo <strong>do</strong> sector lança<strong>do</strong> pelo IFF, verifi ca-se que “a concentração da<br />

oferta de franchising na área <strong>do</strong>s serviços faz que Portugal se aproxima mais <strong>do</strong> tipo de<br />

oferta <strong>do</strong> Reino Uni<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s EUA <strong>do</strong> que <strong>do</strong> da Europa”. A grande diferença reside “no<br />

custo excessivo <strong>do</strong> imobiliário”, que “também difi culta o crescimento <strong>do</strong> ‘fast food’,<br />

que nestes países tem uma grande projecção”.<br />

De acor<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>cumento, “as oportunidades de unidades de rua começam a aumentar,<br />

encaixan<strong>do</strong>-se no perfi l de unidades de serviços, mas sem a exigência das ‘prime<br />

locations’ da moda e <strong>do</strong> ‘fast food’, por exemplo”. Restam então os centros comerciais,<br />

“que obrigam a um investimento e a uma estrutura de custos fi xos proibitivos para um<br />

pequeno investi<strong>do</strong>r”. Desta forma, “são as marcas com maior capacidade económica<br />

que estão a abrir a maior parte das novas unidades”.<br />

existência e cerca de 400 lojas<br />

em Espanha. Chegou ao<br />

merca<strong>do</strong> português em 2007<br />

e prevê um investimento de<br />

9,3 milhões de euros, aplica<strong>do</strong>s<br />

na abertura de 156 lojas<br />

até 2017. Até ao primeiro<br />

trimestre de 2008, a <strong>do</strong>npiso<br />

abriu sete lojas próprias<br />

em Portugal e prevê criar 12<br />

lojas franchisadas em 2008.<br />

Oportunidades<br />

em vários sectores<br />

A Galileu, empresa especialista<br />

em formação em<br />

tecnologias de informação,<br />

marcou presença na<br />

Expofranchise para captar<br />

parceiros capazes de tomar<br />

parte <strong>do</strong> seu projecto de<br />

criar quatro novos centros<br />

de formação em Portugal até<br />

2009.<br />

Nos próximos <strong>do</strong>is anos,<br />

a Galileu pretende alargar a<br />

sua rede a oito centros distribuí<strong>do</strong>s<br />

por várias zonas <strong>do</strong><br />

país. A empresas optou pelo<br />

regime de franchising “devi<strong>do</strong><br />

ao sucesso atingi<strong>do</strong> com<br />

a abertura <strong>do</strong>s centros franchisa<strong>do</strong>s<br />

de Aveiro e Porto”,<br />

referem os seus responsáveis.<br />

“O franchise Galileu oferece<br />

uma oportunidade ímpar<br />

na indústria da formação,<br />

onde os analistas estimam<br />

um crescimento de 50% a<br />

nível mundial, nos próximos<br />

anos. Numa situação típica<br />

de funcionamento <strong>do</strong> centro<br />

de formação da marca, pode<br />

prever-se a recuperação <strong>do</strong> investimento<br />

em três anos, com<br />

obtenção de resulta<strong>do</strong> operacional<br />

positivo ao fi nal <strong>do</strong><br />

primeiro ano de actividade”,<br />

assegurou Gabriel Augusto,<br />

director de marketing.<br />

Uma outra empresa que esteve<br />

no certame para assinalar<br />

o arranque da sua expansão<br />

foi a Darling Brasil, marca<br />

brasileira de lingerie feminina,<br />

que esteve na Expofranchise<br />

em busca de parceiros<br />

de negócio para integrarem<br />

a sua rede em Portugal, propon<strong>do</strong>-se<br />

“revolucionar o<br />

merca<strong>do</strong> actual”, para o que<br />

conta com o apoio da consultora<br />

Teamvision. MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

PUB


IV<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 FranchIsIng e empreende<strong>do</strong>rIsmo<br />

Solar Project pretende abrir 30 centros<br />

franchisa<strong>do</strong>s até final de 2009<br />

Investir no desenvolvimento <strong>do</strong> sector energético a partir das energias renováveis, no caso a<br />

solar, é a proposta que a Solar Project pretende implementar em Portugal. Segun<strong>do</strong> Paulo Luz,<br />

responsável da empresa, a aposta deste projecto passa por lançar um conjunto de 30 unidades,<br />

em to<strong>do</strong> o país, até Dezembro de 2009.<br />

A escolha de Portugal para este projecto<br />

resulta de <strong>do</strong>is anos de estu<strong>do</strong>s sobre o<br />

merca<strong>do</strong> das energias renováveis no país.<br />

“Os estu<strong>do</strong>s evidenciam que em Portugal,<br />

à semelhança de outros países europeus,<br />

80% das necessidades de energia estão<br />

centradas na indústria, aquecimento, climatização<br />

de edifícios e transporte, sen<strong>do</strong><br />

que a maioria das aplicações de grande<br />

escala de energia renovável concentramse<br />

na produção de electricidade, maioritariamente<br />

hidráulica e eólica”. Assim,<br />

refere Paulo Luz, “há um merca<strong>do</strong> importante,<br />

favoreci<strong>do</strong> por uma legislação<br />

e uma consciência social favoráveis, em<br />

confronto com uma oferta insuficiente e<br />

segmentada”.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a decisão de controlar<br />

to<strong>do</strong> o processo comercial, desde estu<strong>do</strong>s,<br />

engenharia, fornecimento, comercialização<br />

e manutenção, conjuntamente com a<br />

intenção de obter um célere crescimento<br />

horizontal, leva a empresa a optar “pelas<br />

economias de escala”, o que “favorece<br />

uma repartição mais efectiva de responsabilidades”<br />

dentro da sua organização e<br />

“uma maior eficácia no acesso ao nosso<br />

cliente potencial”.<br />

Investimento estratégico<br />

·<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, a empresa entendeu<br />

apresentar a sua proposta aos potenciais<br />

investi<strong>do</strong>res no Expofranchise. “Ainda que<br />

utilizemos outros canais de comunicação<br />

como publicações especializadas ou inter-<br />

net, acreditamos que a Expofranchise é a<br />

plataforma mais efectiva. Procuramos no<br />

evento, mais <strong>do</strong> que resulta<strong>do</strong>s comerciais<br />

imediatos, possibilitar um canal informativo<br />

acessível para to<strong>do</strong>s os interessa<strong>do</strong>s<br />

neste sector. A experiência confirma-nos<br />

que é o méto<strong>do</strong> mais indica<strong>do</strong> para alcançar<br />

as nossas previsões de implantação”,<br />

afirmou aquele responsável.<br />

Como tal, a Solar Project espera “consolidar<br />

uma facturação anual em torno<br />

<strong>do</strong>s 30 milhões de euros a partir de 2010.<br />

“Se o marco legislativo evoluir consoante<br />

as nossas previsões, poderemos desde já<br />

classificar estes objectivos como conserva<strong>do</strong>res”,<br />

adiantou.<br />

O facto de as entidades públicas terem<br />

defini<strong>do</strong> como estratégico o investimento<br />

nas energias renováveis facilita a aposta,<br />

pois “o benefício principal é a poupança<br />

energética, cujo impacto sobre a economia<br />

empresarial e <strong>do</strong>méstica é surpreendente”.<br />

Estão disponíveis, no entanto, incentivos<br />

fiscais em sede de IRS e IVA, que tornam<br />

este investimento atractivo, sobretu<strong>do</strong> no<br />

caso da energia solar térmica, “não esquecen<strong>do</strong><br />

os imperativos legais para as novas<br />

construções, ainda que as iniciativas governamentais<br />

neste campo sejam ainda<br />

tímidas”. Não obstante, “se compararmos<br />

com a evolução da envolvente legal noutros<br />

países da UE, verificamos uma melhoria<br />

<strong>do</strong> panorama geral, ainda que as<br />

melhorias dependam essencialmente da<br />

pressão e resulta<strong>do</strong>s da iniciativa privada”,<br />

sustentou.<br />

Franchisa<strong>do</strong>s com perfil comercial<br />

O processo de selecção de franquia<strong>do</strong>s<br />

é considera<strong>do</strong> de extrema importância:<br />

“Este deverá ser de dupla direcção e daí<br />

os recursos destina<strong>do</strong>s ao desenvolvimento<br />

de um protocolo informativo eficaz”.<br />

Qualquer interessa<strong>do</strong> em formar parte<br />

da rede terá acesso a toda a informação<br />

essencial, “não apenas sobre o leque de<br />

serviços da franquia mas também avaliações<br />

sobre as zonas de exploração com va-<br />

A atitude de um consultor<br />

de vendas<br />

A<br />

venda de um produto ou serviço<br />

é hoje algo mais <strong>do</strong> que uma<br />

simples venda. Assim, será que a<br />

melhor palavra para definir o profissional<br />

que executa a venda é Vende<strong>do</strong>r ou faz<br />

senti<strong>do</strong> chamá-lo de Consultor, como<br />

é normalmente usa<strong>do</strong> pela maioria das<br />

empresas?<br />

Bem, na verdade, o que apetece responder<br />

é que a atitude em relação à venda é<br />

o que realmente mais interessa. Quem<br />

vende é efectivamente um VENDEDOR<br />

com todas as letras. A questão é que o<br />

merca<strong>do</strong> evoluiu e o cliente mu<strong>do</strong>u: está<br />

mais exigente, informa<strong>do</strong>, atento a questões<br />

como a sustentabilidade, qualidade,<br />

produtividade, se a empresa é socialmente<br />

responsável, etc. O cliente quer mais,<br />

e muitas vezes ele nem sabe o que é esse<br />

“mais”, mas, por outro la<strong>do</strong>, tem uma<br />

clara percepção que alguém no merca<strong>do</strong><br />

em algum momento poderá fornecer o<br />

que ele nunca pediu, a um valor imbatível.<br />

Por isso mesmo, temos que esquecer<br />

a velha falácia de vendas, os velhos<br />

chavões e comportamentos, as mesmas<br />

velhas soluções para os problemas de<br />

sempre. As perguntas são quase sempre<br />

as mesmas, mas as respostas são diferentes.<br />

O cliente não merece ser atendi<strong>do</strong><br />

por um vende<strong>do</strong>r qualquer, ele é digno<br />

<strong>do</strong> melhor e de um verdadeiro consultor.<br />

O que importa é a sua atitude em relação<br />

aos seus clientes. O vende<strong>do</strong>r moderno<br />

deve dar a solução para os problemas <strong>do</strong><br />

cliente. O “slogan” é anti-<br />

go, a atitude actualíssima.<br />

Existem empresas que<br />

facturam mais com a assistência<br />

técnica (ou seja<br />

,serviço) <strong>do</strong> que com a<br />

venda propriamente dita.<br />

O merca<strong>do</strong> está a mudar<br />

rapidamente, deitan<strong>do</strong><br />

por terra as velhas crenças<br />

enraizadas e crian<strong>do</strong> novos<br />

modelos de negócios<br />

to<strong>do</strong>s os dias. A Internet e o comércio<br />

electrónico ganham cada vez maior importância<br />

e parece que existe desde o início<br />

<strong>do</strong>s tempos. Actualmente a verdadeira<br />

missão <strong>do</strong> vende<strong>do</strong>r é propor soluções,<br />

ser um agente de pesquisa para o seu<br />

cliente, alguém que está comprometi<strong>do</strong><br />

A regra de ouro<br />

é “não ensaiar<br />

o que falar, mas<br />

ensaiar o que<br />

perguntar”<br />

com seus resulta<strong>do</strong>s. De qualquer forma,<br />

a tecnologia nunca vai substituir o contacto<br />

humano. O cliente sente-se mais<br />

seguro e protegi<strong>do</strong> saben<strong>do</strong> de quem vai<br />

comprar, quer saber <strong>do</strong>nde vem o produto<br />

ou serviço, um pouco da história de<br />

vida da pessoa que está olhos-nos-olhos<br />

consigo. Caso não fosse assim, tu<strong>do</strong> seria<br />

feito via call center, sites e<br />

e-mails. Abrem-se, assim,<br />

a cada encontro, novas<br />

oportunidades para surpreender,<br />

inovar e satisfazer<br />

o cliente.<br />

É preciso criar uma boa<br />

impressão. As impressões<br />

são o que ficam! Mais uma<br />

vez, é importante o caraa-cara!<br />

A impressão surge<br />

de um efeito causa<strong>do</strong> por<br />

um estímulo externo sobre a mente e os<br />

senti<strong>do</strong>s. O cliente quer da<strong>do</strong>s e factos!<br />

Ele quer a resposta e cada vez mais a experiência.<br />

O consultor de vendas traz a<br />

resposta e, quan<strong>do</strong> não sabe, ele deve<br />

pesquisar. Por outro la<strong>do</strong>, o vende<strong>do</strong>r<br />

não deve só responder a perguntas <strong>do</strong><br />

Marc Barros<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

lor comercial real, e que se complementa<br />

com planos de viabilidade”.<br />

O objectivo final é que o candidato eleito<br />

disponha de um cenário de actuação de<br />

acor<strong>do</strong> com o seu perfil, capacidade financeira<br />

e ambições. A partir daí, inicia-se o<br />

processo lógico de formação, instalação e<br />

implementação. “A condição indispensável<br />

é, portanto, que o futuro franchisa<strong>do</strong><br />

possua um perfil essencialmente comercial”,<br />

já que a empresa-mãe dispõe e fornece<br />

de to<strong>do</strong> o conjunto tecnológico.<br />

AntónIo GoDInho<br />

Administra<strong>do</strong>r Grupo<br />

Onebiz<br />

seu cliente, mas acima de tu<strong>do</strong> cabe-lhe<br />

fazer as perguntas certas para gerar a<br />

venda. Ele deve esquecer as perguntas<br />

de sempre e comece a perguntar e descobrir<br />

o real motivo da compra. O vende<strong>do</strong>r<br />

moderno deve descobrir como<br />

ajudar a aumentar a produtividade, a<br />

qualidade, os lucros, a conquistar novos<br />

clientes, a vender mais para os clientes<br />

actuais ou ainda como reduzir custos<br />

ou desperdícios. A lista é longa, mas<br />

só com estes itens o vende<strong>do</strong>r já pode<br />

mudar o seu relacionamento com aquele<br />

que paga em última instância o seu<br />

salário, ou seja, o cliente.<br />

Por fim, na venda, os argumentos <strong>do</strong><br />

vende<strong>do</strong>r de nada valem se não estiverem<br />

alinha<strong>do</strong>s com os motivos pelos quais o<br />

compra<strong>do</strong>r quer comprar. O que realmente<br />

importa é descobrir as razões da<br />

compra e assim alinhar o seu produto<br />

ou serviço às necessidades <strong>do</strong> cliente. A<br />

regra de ouro a que resumo tu<strong>do</strong> isto é<br />

“não ensaiar o que falar, mas ensaiar o<br />

que perguntar”. Com esta postura o vende<strong>do</strong>r<br />

não vai vender só hoje, vai vender<br />

sempre!


franchising e empreende<strong>do</strong>rismo sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />

V<br />

ExChange lidera crescimento<br />

nos últimos cinco anos<br />

De acor<strong>do</strong> com o 13º censo sobre<br />

Franchising em Portugal desenvolvi<strong>do</strong><br />

pelo Instituto de Informação<br />

em Franchising (IIF), a ExChange<br />

foi a empresa que mais cresceu em Portugal<br />

nos últimos cinco anos. Segun<strong>do</strong> o mesmo<br />

estu<strong>do</strong> divulga<strong>do</strong> em Abril, a ExChange<br />

também foi considerada uma das empresas<br />

que mais cresceram em número de lojas<br />

durante o último ano de 2007, ten<strong>do</strong><br />

regista<strong>do</strong> um total de 33 novas unidades<br />

a funcionar em to<strong>do</strong> o território nacional.<br />

Este facto permitiu à empresa manter um<br />

crescimento médio acima das duas lojas<br />

por mês, totalizan<strong>do</strong> actualmente cerca de<br />

130 espaços ExChange em Portugal.<br />

Em 2007, a empresa formalizou cerca de<br />

323 milhões de euros de crédito concedi<strong>do</strong>,<br />

num total de 10.055 processos concre-<br />

Os Prémios de Franchising 2008,<br />

que tiveram lugar no decurso <strong>do</strong><br />

Expofranchise, destacaram um<br />

conjunto de marcas e sectores díspares,<br />

provan<strong>do</strong> a diversidade de soluções que<br />

esta forma de negócio pode proporcionar,<br />

numa altura em que o merca<strong>do</strong> ultrapassa<br />

já as 500 marcas e representa um volume<br />

de facturação na ordem <strong>do</strong>s 4769 milhões<br />

de euros, correspondente a cerca de 66860<br />

postos de trabalho.<br />

Assim, o prémio de Melhor Franchising<br />

foi atribuí<strong>do</strong> à McDonald’s, que lidera o<br />

Top 10 de marcas, seguida<br />

da Loja <strong>do</strong> Con<strong>do</strong>mínio,<br />

Hoken, Re/Max, Century<br />

21, Exchange, Halcon Viagens,<br />

Era Portugal, Newcar<br />

e, em décimo lugar, a Charib<br />

– Gestão de Con<strong>do</strong>mínios.<br />

O ranking Top 10, que<br />

distingue as melhores redes<br />

no apoio ao franchisa<strong>do</strong>,<br />

integra, por isso, quatro<br />

marcas portuguesas:<br />

com a Loja <strong>do</strong> Con<strong>do</strong>mínio a ficar em<br />

segun<strong>do</strong> lugar, a Exchange, a NewCar<br />

e a Charib garantiram o seu lugar entre<br />

os 10 melhores, ao mostrarem o profissionalismo<br />

da gestão das redes ‘made in’<br />

Portugal.<br />

O prémio de Responsabilidade Social,<br />

uma das novas categorias em competição<br />

nos Prémios de Franchising, distinguiu a<br />

McDonald’s<br />

galar<strong>do</strong>ada<br />

com o prémio<br />

Melhor<br />

Franchising 2008<br />

tiza<strong>do</strong>s. Estes resulta<strong>do</strong>s representaram um<br />

crescimento de 57% de volume de negócios<br />

em relação a 2007.<br />

António Godinho, administra<strong>do</strong>r executivo<br />

da ExChange, referiu que “a empresa<br />

tem como objectivo fechar o ano com mais<br />

20 lojas que em 2007 e registar um volume<br />

de negócios de 450 milhões de euros, pelo<br />

que é nosso objectivo continuar com uma<br />

presença de destaque nos próximos anos”.<br />

Na sua perspectiva, para tanto contribuirá<br />

o facto de ser marca independente das<br />

instituições financeiras. Em Abril de 2008,<br />

a ExChange tornou-se numa das empresas<br />

funda<strong>do</strong>ras da Associação Portuguesa de<br />

Consultores de Crédito (APCC), entidade<br />

criada pelas principais empresas de consultoria<br />

financeira e que representa cerca 80%<br />

daquele sector de actividade.<br />

All Credit inaugura primeira<br />

agência em Lisboa<br />

A<br />

All Credit abriu a sua primeira<br />

agência em Lisboa. Criada pela<br />

Wingroup SGPS, a All Credit actua<br />

no sector de consultoria financeira e<br />

disponibiliza serviços abrangentes destina<strong>do</strong>s<br />

a particulares, pequenas e médias<br />

empresas e empresários em nome individual.<br />

A criação da nova marca representa<br />

um investimento de um milhão de euros<br />

e o retorno <strong>do</strong> investimento está previsto<br />

para os primeiros cinco anos. Até ao final<br />

de 2008, a directora da All Credit, Paula<br />

Serra, prevê atingir um volume de negócios<br />

de aproximadamente cinco milhões<br />

Franchising premia<strong>do</strong><br />

por boas práticas<br />

de euros. A área prioritária de expansão<br />

inicial é a Grande Lisboa e, posteriormente,<br />

a zona Oeste. A All Credit já tem<br />

prevista a abertura de 10 agências até ao<br />

final <strong>do</strong> corrente ano, em regime de franchising.<br />

A segunda agência All Credit<br />

será inaugurada ainda em Abril na Ericeira.<br />

No segmento de clientes particulares,<br />

o público-alvo pertence às classes B e<br />

C, com idades entre 20 e 55 anos e com<br />

necessidade de consultoria financeira ao<br />

nível de crédito à habitação, seguros, crédito<br />

pessoal e crédito automóvel.<br />

iniciativa da Botaminuto com o projecto<br />

“Um sorriso em troca de um par de sapatos».<br />

A iniciativa, desenvolvida pela cadeia<br />

de arranjos de calça<strong>do</strong>, recolheu no Inverno<br />

sapatos em vários pontos <strong>do</strong> país e<br />

distribuiu por instituições de solidariedade<br />

social em parceria com o Lions Clube de<br />

Oeiras.<br />

Na categoria Melhor Projecção Internacional,<br />

a disputa renhida entre o vence<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, Lune Bleu, a Parfois e a<br />

NBB – National Business Brokers sal<strong>do</strong>use<br />

pela entrega <strong>do</strong> prémio a esta última,<br />

marca <strong>do</strong> grupo Onebiz<br />

especializada na compra a<br />

venda de empresas. A Loja<br />

<strong>do</strong> Con<strong>do</strong>mínio ganhou<br />

pelo segun<strong>do</strong> ano consecutivo<br />

o Prémio Melhor<br />

Estratégia da Internet e a<br />

McDonald´s conquistou<br />

o Prémio Inovação com<br />

projecto de melhoria de<br />

serviço ao cliente e o lançamento<br />

<strong>do</strong> McCafé.<br />

Os Prémios de Franchising<br />

2008 contaram com 68 candidaturas<br />

inscritas que representaram mais de 1930<br />

unidades de negócio. Organizada pelo grupo<br />

IFE, a iniciativa teve como parceiro a<br />

Q21, uma consultora de estu<strong>do</strong>s de merca<strong>do</strong><br />

a quem coube realizar os inquéritos<br />

de satisfação <strong>do</strong> franchisa<strong>do</strong> para pré-seleccionar<br />

os finalistas <strong>do</strong> Top 10 e auditar as<br />

votações <strong>do</strong> júri.<br />

Wilty abriu<br />

primeiro escritório<br />

em Portugal<br />

A<br />

Wilty Real State<br />

Solutions inaugurou<br />

no passa<strong>do</strong><br />

dia 10 de Abril o<br />

seu primeiro escritório<br />

em Portugal. O novo<br />

espaço, situa<strong>do</strong> na cidade<br />

<strong>do</strong> Porto, servirá de<br />

base para este projecto<br />

ambicioso que pretende<br />

atingir os 200 milhões<br />

de euros em volume de<br />

negócios no final <strong>do</strong><br />

ano, tornan<strong>do</strong>-se assim<br />

um <strong>do</strong>s principais opera<strong>do</strong>res<br />

no merca<strong>do</strong> da<br />

consultoria imobiliária<br />

corporate em Portugal.<br />

Criada no final de<br />

2007 pelo grupo Onebiz, a Wilty Real Estate<br />

Solutions pretende com a abertura <strong>do</strong><br />

seu primeiro escritório no Porto dar início<br />

ao processo de consolidação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

de consultoria imobiliária corporate, disponibilizan<strong>do</strong><br />

um serviço completo para<br />

empresas e organizações com negócios em<br />

carteira acima <strong>do</strong>s mil milhões de euros. A<br />

empresa pretende abrir ainda um escritório<br />

em Lisboa e concretizar, até final de 2008,<br />

o ambicioso projecto de<br />

ter um escritório em todas<br />

as capitais de distrito<br />

<strong>do</strong> País.<br />

De acor<strong>do</strong> com Rui<br />

Santos, director da Wilty,<br />

“até final <strong>do</strong> ano pretendemos<br />

ter a funcionar<br />

em pleno 10 escritórios,<br />

o que nos vai permitir<br />

desenvolver operações<br />

imobiliárias a nível nacional<br />

e internacional.<br />

A Wilty já dispõe de um<br />

vasto conjunto de oportunidades<br />

únicas em<br />

projectos imobiliários<br />

empresariais em to<strong>do</strong> o<br />

território nacional, em<br />

varia<strong>do</strong>s tipos de transacção, o que nos<br />

permite acreditar que iremos atingir um<br />

volume de negócios de 200 milhões euros,<br />

no ano em curso”, acrescentou.<br />

A Wilty Real State Solutions “garante<br />

um valor acrescenta<strong>do</strong> às organizações que<br />

planeiam um investimento imobiliário”,<br />

disponibilizan<strong>do</strong> “uma série de soluções<br />

integradas em áreas decisivas para este negócio”,<br />

concluiu.<br />

PUB


Vi<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 FRanchising e eMpReende<strong>do</strong>RisMo<br />

Re/Max quer atingir<br />

300 lojas em 2010<br />

A integração <strong>do</strong> sector da mediação imobiliária em redes de franchising<br />

continua a desenvolver-se. A Re/Max pretende duplicar a dimensão da sua rede<br />

de agentes até 2010, atingin<strong>do</strong> as 300 agências, no senti<strong>do</strong> de conquistar uma<br />

quota de merca<strong>do</strong> de 20%, como determina<strong>do</strong> no congresso Re/Max, que teve<br />

lugar no Funchal.<br />

A Re/Max, rede de mediação imobiliária de expansão<br />

em franchising, pretende atingir uma quota<br />

de merca<strong>do</strong> de 20% até 2010, pelo que irá duplicar<br />

a dimensão da sua rede de agentes, o que corresponde<br />

à integração de cerca de 3000 novos media<strong>do</strong>res<br />

durante os próximos <strong>do</strong>is anos. Este foi o principal<br />

objectivo traça<strong>do</strong> no congresso <strong>do</strong> grupo, que teve<br />

lugar no Funchal, afirman<strong>do</strong> que pretende chegar a<br />

2010 com 300 agências e uma rede total de mais de<br />

6000 agentes imobiliários responsáveis pela concretização<br />

de 90 mil transacções – o equivalente a 20%<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

Foram mais de 1500 agentes e “brokers” que se<br />

juntaram, no senti<strong>do</strong> de premiarem os melhores desempenhos<br />

de 2007 e lançar novos desafios desta<br />

rede, que conta actualmente com 220 agências e<br />

3000 media<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s. A duplicação <strong>do</strong> número<br />

de agentes no merca<strong>do</strong> nacional será atingida<br />

quer por reforço das equipas nas 220 lojas Re/Max<br />

actualmente existentes, quer através da abertura de<br />

cerca de 80 novas agências. A estratégia de aumento<br />

de novos efectivos inicia-se já em 2008 com a integração<br />

de 800 novos media<strong>do</strong>res e a abertura de 25<br />

novas agências.<br />

“O crescimento da rede em número de agentes é<br />

um factor essencial para a expansão da marca, mais<br />

<strong>do</strong> que a abertura de novas lojas” refere Manuel Alvarez,<br />

presidente executivo da Re/Max Portugal. “O<br />

nosso modelo de funcionamento impõe que cada<br />

agente tenha uma carteira limitada de imóveis que<br />

pode trabalhar em simultâneo, de mo<strong>do</strong> a garantir a<br />

qualidade de serviço ao cliente. O aumento <strong>do</strong> número<br />

de transacções da rede implica, por um la<strong>do</strong>,<br />

o elevar <strong>do</strong> rácio de concretização de vendas, que<br />

é actualmente de duas por hora, e o aumento das<br />

equipas de mediação”, salienta.<br />

Rede procura trabalha<strong>do</strong>res<br />

acima <strong>do</strong>s 40 e jovens licencia<strong>do</strong>s<br />

Por outro la<strong>do</strong>, é propósito deste grupo “contrariar<br />

a lógica <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r”, reforçan<strong>do</strong><br />

“as nossas equipas com pessoas já experientes, acima<br />

<strong>do</strong>s 40 anos, mulheres que representam já mais de<br />

49% da nossa rede e jovens licencia<strong>do</strong>s e empreende<strong>do</strong>res<br />

que procuram uma primeira oportunidade”,<br />

sublinha Manuel Alvarez. “Queremos abrir as<br />

portas da empresa àqueles que ambicionam ter o seu<br />

próprio negócio, com base num baixo investimento<br />

e com possibilidade de eleva<strong>do</strong>s rendimentos.”<br />

Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s da empresa, mais de 10 agentes<br />

Re/Max atingiram facturações superiores a 150 mil<br />

euros em 2007 e mais de 50 atingiram a fasquia <strong>do</strong>s<br />

90 mil euros de facturação. Ainda de acor<strong>do</strong> com a<br />

empresa, a Re/Max é a rede que pratica a mais elevada<br />

comissão aos agentes imobiliários associa<strong>do</strong>s,<br />

com valores que podem oscilar entre os 40 e os 80%<br />

da comissão de venda paga pelo cliente final.<br />

A expansão das redes de mediação imobiliária<br />

em franchising é encarada cada vez mais como<br />

uma forma de crescer de forma sustentada, contrarian<strong>do</strong><br />

a tendência de quebra <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> imobiliário.<br />

Marcas como Era Portugal, Veigas Imobiliária,<br />

La Forêt ou Comprar Casa apostam neste segmento<br />

para desenvolverem os seus negócios e a<br />

sua estratégia de crescimento. Porém, esta última<br />

integra a rede da APEMIP - Associação <strong>do</strong>s Profissionais<br />

e Empresas de Mediação Imobiliária de<br />

Este modelo foi lança<strong>do</strong> pela Re/Max, nos EUA,<br />

há mais de 30 anos, como forma de atrair e reter<br />

os melhores agentes. To<strong>do</strong>s os agentes associa<strong>do</strong>s<br />

Re/Max são empresários em nome individual sem<br />

remuneração fixa. “É um modelo único que maximiza<br />

a comissão ao agente e permite que os rendimentos<br />

sejam tão eleva<strong>do</strong>s quanto o esforço, o profissionalismo<br />

e a dedicação coloca<strong>do</strong>s por cada um<br />

na sua actividade”, refere o presidente executivo da<br />

Re/Max em Portugal.<br />

Facturação cresce 35% em 2008<br />

Em 2008 a Re/Max Portugal foi eleita, pelo segun<strong>do</strong><br />

ano consecutivo, a segunda melhor empresa<br />

para trabalhar em Portugal e nomeada, também<br />

pela segunda vez, Marca de Excelência. Criada no<br />

ano 2000, a Re/Max Portugal ocupa, desde 2001,<br />

o primeiro lugar <strong>do</strong> ranking de franchising <strong>do</strong> IIF<br />

– Instituto de Informação em Franchising no sector<br />

imobiliário. O Instituto de Informação em Franchising<br />

elegeu-a Melhor Franchising de Serviços e<br />

Melhor Franchising <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> em 2007.<br />

A Re/Max mediou 21 701 transacções em 2007,<br />

que movimentaram mais de 1,3 mil milhões de euros.<br />

A facturação da rede cresceu 35,5% e o volume<br />

total de negócios registou um acréscimo de 30%.<br />

Em 2008, a rede tem como meta os 1,6 mil milhões<br />

de euros de volume de negócios. O número<br />

de agências deverá ascender a 250.<br />

Mediação RecoRRe ao FRanchising paRa contRaRiaR<br />

quebRa <strong>do</strong> MeRca<strong>do</strong><br />

Portugal, apostan<strong>do</strong> numa lógica diversa, como<br />

“uma forma estratégica e até algo desafia<strong>do</strong>ra entre<br />

as demais marcas internacionais, já que se trata da<br />

única rede representada que não assenta o seu modelo<br />

organizacional no conceito de franchising”.<br />

A sua lógica visa a “aproximação ao investi<strong>do</strong>r<br />

interessa<strong>do</strong> em conhecer as vantagens de pertencer<br />

à rede das media<strong>do</strong>ras nacionais e a postura de<br />

investimento comercial num merca<strong>do</strong> ainda pouco<br />

conhece<strong>do</strong>r da viabilidade da marca enquanto<br />

negócio”.<br />

DICAS PARA UM FRANCHISING<br />

DE SUCESSO<br />

Capacidade de Replicação: deve ser fácil transferir os conhecimentos<br />

e know-how <strong>do</strong> negócio para os Franchisa<strong>do</strong>s.<br />

à ajuda de especialistas.<br />

consultóRio<br />

JOSé VIEIRA LOPES<br />

Managing Director da Team Vision<br />

Competitividade: analise o<br />

que torna o seu produto ou<br />

serviço único, que atrai tanto<br />

franchisa<strong>do</strong>s como clientes.<br />

O que o torna especial face a<br />

marcas concorrentes?<br />

Lucros: as margens de lucros<br />

<strong>devem</strong> ser suficientes<br />

para o franchisa<strong>do</strong>r e o franchisa<strong>do</strong>.<br />

Aconselhamento de especialistas:<br />

para desenvolver<br />

um contrato de franchising<br />

consistente e materiais de<br />

formação eficientes, recorra<br />

Recrutamento de franchisa<strong>do</strong>s: seja selectivo quan<strong>do</strong> começar.<br />

Caso contrário, pode minar to<strong>do</strong> o sistema.<br />

Apoio contínuo: para manter os seus franchisa<strong>do</strong>s motiva<strong>do</strong>s, é<br />

essencial providenciar apoio contínuo. Caso contrário, irão questionar<br />

o que recebem pelo que pagam. Não subestime os recursos<br />

e esforços necessários para manter uma rede de franchisa<strong>do</strong>s.<br />

Negócios com dificuldades: O franchising não é uma solução<br />

para recuperar uma empresa em apuros. O retorno <strong>do</strong> investimento<br />

não será imediato, o investimento inicial é alto, e os direitos<br />

de entrada iniciais irão apenas cobrir custos de recrutamento<br />

e formação.<br />

Contingências: circunstâncias inesperadas podem pôr em causa<br />

mesmo os melhores projectos.<br />

Assegure-se que tem fun<strong>do</strong>s adicionais disponíveis se necessário.<br />

O que pode correr mal?<br />

Os especialistas apontam cinco razões principais para que um<br />

conceito em franchising falhe. Estes não são problemas genéricos,<br />

mas especificamente relaciona<strong>do</strong>s com este sistema de expansão.<br />

Fraudes<br />

Por exemplo, o uso de celebridades para atrair franchisa<strong>do</strong>s para<br />

sistemas que não foram correctamente desenvolvi<strong>do</strong>s, como<br />

aconteceu bastante nos EUA nos anos 1960 e 1970.<br />

Competição dentro <strong>do</strong> sistema<br />

Isto acontece quan<strong>do</strong> as unidades estão demasia<strong>do</strong> próximas, ou<br />

quan<strong>do</strong> unidades próprias estão perto de unidades franchisadas.<br />

O resulta<strong>do</strong> é a canibalização das vendas <strong>do</strong> outro, mesmo que o<br />

franchisa<strong>do</strong>r veja esta situação apenas como um mo<strong>do</strong> de obter o<br />

máximo de receitas, ignoran<strong>do</strong> os efeitos a longo prazo na rede.<br />

Apoio insuficiente<br />

Se for da<strong>do</strong> pouco apoio aos franchisa<strong>do</strong>s com acções de préabertura,<br />

apoio na gestão, publicidade, etc., as unidades podem<br />

acabar por fechar.<br />

Conflitos persistentes entre franchisa<strong>do</strong>r e franchisa<strong>do</strong><br />

A culpa pode ser de qualquer um <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s: apoio insuficiente<br />

<strong>do</strong> franchisa<strong>do</strong>r ou falta de qualidade na venda <strong>do</strong>s produtos ou<br />

serviços pelo franchisa<strong>do</strong>. Os conflitos <strong>devem</strong> ser reconheci<strong>do</strong>s e<br />

resolvi<strong>do</strong>s com a máxima eficácia possível.<br />

Fiducial pretende angariar novos<br />

franchisa<strong>do</strong>s<br />

A Fiducial, marca de contabilidade<br />

e consultoria, está a desenvolver<br />

iniciativas de divulgação <strong>do</strong> seu<br />

sistema de franchising para novos<br />

parceiros. Para tanto, a aposta em<br />

2008 far-se-á em duas vertentes<br />

de divulgação: “roadshow” e “open<br />

day”. Com o primeiro pretende<br />

chegar até empresas ou empreende<strong>do</strong>res<br />

liga<strong>do</strong>s à área da gestão<br />

que ainda não conhecem o conceito<br />

Fiducial, e com o segun<strong>do</strong> quer<br />

elucidar de forma mais consistente<br />

potenciais parceiros que estejam no<br />

processo de selecção de franchisa<strong>do</strong>s<br />

mas que ainda não decidiram<br />

avançar para a abertura de um negócio<br />

em parceria com a marca.<br />

A realização <strong>do</strong> “Roadshow” está<br />

em linha com o que a Fiducial tem<br />

vin<strong>do</strong> a seguir desde 2006, com<br />

bReVes<br />

apresentações efectuadas em diversas<br />

capitais de distrito em Portugal.<br />

Já o “open day” pretende<br />

oferecer informação mais detalhada<br />

e mais aprofundada sobre o sistema<br />

segui<strong>do</strong> pela Fiducial, que abre<br />

as portas das suas instalações aos<br />

seus potenciais parceiros, dan<strong>do</strong> a<br />

conhecer as suas meto<strong>do</strong>logias de<br />

trabalho.<br />

Estes eventos têm como “objectivo<br />

último o crescimento sustenta<strong>do</strong><br />

e expansão da rede em Portugal,<br />

contribuin<strong>do</strong> para o sucesso <strong>do</strong>s<br />

seus actuais e futuros parceiros”.<br />

O calendário de “roadshows” passa<br />

por Albufeira, a 11 de Junho, e<br />

Tomar, a 25 de Setembro. Os próximos<br />

“open day” terão lugar a 4<br />

de Junho, 17 de Setembro, 15 de<br />

Outubro e 12 de Novembro.


franchising e empreende<strong>do</strong>rismo sexta-feira, 23 Maio de 2008 Vii<br />

Sucesso das empresas portuguesas<br />

passa pela capacidade de inovar<br />

Queijos fatia<strong>do</strong>s, o Papapoint (espaço<br />

infantil) <strong>do</strong> Parque Nascente,<br />

a distribuição de verduras portaa-porta<br />

e pijamas luminosos, entre outros,<br />

são alguns <strong>do</strong>s casos de sucesso liga<strong>do</strong>s à<br />

inovação que António Costa, da Escola<br />

de Negócios da Caixanova, apresentou no<br />

workshop “Inovação, Tecnologia e Competitividade<br />

nas PME’s”, promovi<strong>do</strong> recentemente<br />

pelo BIC-Minho.<br />

Perante uma plateia de mais de meia<br />

centena de empresários, António Costa<br />

mostrou que o sucesso das empresas portuguesas<br />

passa sobretu<strong>do</strong> pela capacidade<br />

de inovar e de se adaptarem à mudança,<br />

factor fundamental para a competitividade<br />

empresarial e para a sobrevivência <strong>do</strong><br />

negócio. Das acções de responsabilidade<br />

social à forma de distribuição, passan<strong>do</strong><br />

pela cooperação na inovação ou pelo preço,<br />

vários são os factores que permitem<br />

ao empresário inovar e apresentar assim<br />

mais-valias que lhe permitam conquistar<br />

eleva<strong>do</strong>s níveis de competitividade.<br />

Para Nuno Medina, da Sociedade Portuguesa<br />

de Investimento, o que importa<br />

é inovar: a redução <strong>do</strong> ciclo de vida <strong>do</strong>s<br />

produtos, o acesso generaliza<strong>do</strong> às novas<br />

tecnologias e a globalização <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s<br />

são tendências de merca<strong>do</strong> que reforçam a<br />

importância da inovação, que, para Nuno<br />

Medina, resulta “das vantagens que as em-<br />

presas conseguem tirar das relações com o<br />

exterior”.<br />

David Afonso, da Primavera Software,<br />

acredita que o desafio para as empresas passa<br />

por “pensar global, agir global e desenvolver<br />

local”. Convida<strong>do</strong> pelo BIC-Minho<br />

para falar sobre as tecnologias e a competitividade<br />

das empresas, David Afonso salientou<br />

que a inovação tecnológica pode<br />

conduzir a factores de competitividade,<br />

nomeadamente em ganhos de produtividade,<br />

redução de custos e antecipação no<br />

merca<strong>do</strong>. A título de exemplo, aquele responsável<br />

apontou a digitalização - utilização<br />

da tecnologia nos processos de negócio<br />

- como um <strong>do</strong>s principais instrumentos<br />

tecnológicos que permitem “uma redução<br />

Projecto de saúde vence<br />

segunda edição <strong>do</strong> CINC<br />

Graças à DNA Cascais, já foram criadas mais de 50 empresas<br />

no concelho.<br />

O<br />

projecto Med Bone para fabrico<br />

de próteses em biomateriais para<br />

substitutos ósseos, de Cláudia Ranito,<br />

foi o vence<strong>do</strong>r da final da segunda<br />

edição <strong>do</strong> Concurso de Ideias e Negócios<br />

de Cascais (CINC), promovi<strong>do</strong> pela agência<br />

DNA Cascais. Escolhida entre 12 finalistas<br />

de um total de 65 projectos, esta proposta<br />

foi aquela que melhor convenceu o<br />

júri relativamente ao seu grau de inovação,<br />

exequibilidade, impacto económico, social<br />

e ambiental nos sectores de actividade e relação<br />

<strong>do</strong>s currículos e <strong>do</strong>s promotores com<br />

a concretização <strong>do</strong> projecto.<br />

A concorrente vence<strong>do</strong>ra foi premiada<br />

com 2500 euros e terá direito a consultoria<br />

especializada da DNA Cascais para reforço<br />

<strong>do</strong> seu plano de negócios e apoio personaliza<strong>do</strong><br />

na obtenção de financiamento para<br />

o seu projecto.<br />

Tem igualmente assegurada a presença<br />

na final <strong>do</strong> concurso START – Prémio<br />

Nacional de Empreende<strong>do</strong>rismo, onde<br />

As áreas da gestão e <strong>do</strong> business intelligence são as que mais vão crescer<br />

nos próximos anos.<br />

o total de prémios ascende aos 300 mil<br />

euros. Além <strong>do</strong> projecto vence<strong>do</strong>r, que<br />

também foi o primeiro classifica<strong>do</strong> na<br />

categoria de Saúde, estiveram outras quatro<br />

categorias em concurso. Em Energia,<br />

venceu o projecto Prevenção Ro<strong>do</strong>viária<br />

(postes sinaliza<strong>do</strong>res com sensores); em<br />

Comércio e Serviços, o projecto K Lab<br />

(plataforma tecnológica para avaliação <strong>do</strong><br />

desempenho e satisfação de clientes); em<br />

Turismo, Mar Sem Fim (veleiro para actividades<br />

turísticas e científicas); em Ambiente,<br />

Clube <strong>do</strong>s Livros Escolares (recolha<br />

e reutilização de livros escolares). Na<br />

categoria de Outras Áreas, o vence<strong>do</strong>r foi<br />

o projecto Begane (armas de defesa nãoletais).<br />

Carlos Carreiras recor<strong>do</strong>u que, “graças<br />

à DNA Cascais, já foram criadas mais de<br />

50 empresas no concelho, e este concurso<br />

tem da<strong>do</strong> um forte contributo nesse senti<strong>do</strong>,<br />

através <strong>do</strong> seu desafio à criatividade e à<br />

capacidade de inovação”.<br />

brutal de custos nas empresas” sublinhan<strong>do</strong><br />

ainda que as plataformas de facturação<br />

electrónica apresentam um importante valor<br />

acrescenta<strong>do</strong>. As áreas da gestão e <strong>do</strong><br />

business intelligence são, de resto, “as que<br />

mais vão crescer nos próximos anos”. Importa,<br />

por isso, evitar alguns erros frequentes<br />

que os empresários portugueses cometem<br />

- como não investirem em tecnologias<br />

apropriadas, a tendência para atribuir recursos<br />

eleva<strong>do</strong>s às tecnologias de base que<br />

já <strong>do</strong>minam e não saberem usar as tecnologias<br />

como elemento estratégico - e apostar<br />

num plano estratégico e num plano de<br />

investimento que passe pela formação de<br />

quadros de empresa e pelo apoio de um<br />

parceiro tecnológico com competência.<br />

Invicta Angels<br />

participam no capital<br />

da Omnita<br />

Um grupo de seis “business angels <strong>do</strong> invicta<br />

angels” - Associação de Business Angels<br />

<strong>do</strong> Porto oficializou a tomada de uma participação<br />

de 30% no capital social de 100 mil<br />

euros da Omnita - Sistemas Autónomos para<br />

Monitorização. O restante financiamento<br />

deste projecto, que vinha sen<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong><br />

por “business angels” <strong>do</strong> Porto desde a sua<br />

apresentação pública no Empreenda Minho<br />

em Maio de 2007, proveio <strong>do</strong>s próprios promotores<br />

(25%) e da InovCapital – Sociedade<br />

de Capital de Risco, SA (45%). A Omnita<br />

dedica-se à prestação de serviços e desenvolvimento<br />

de soluções para monitorização<br />

remota, integran<strong>do</strong> sistemas autónomos e<br />

tecnologia sensorial de precisão para a maximização<br />

da qualidade da informação recolhida.<br />

A empresa presta serviços de observação/<br />

monitorização aérea, terrestre e subaquática<br />

- com recurso a veículos (robôs) não tripula<strong>do</strong>s<br />

de pequena dimensão- em áreas de actividades<br />

diversas, tais como a construção civil<br />

e obras públicas, consultoria ambiental e de<br />

engenharia, produção agrícola, aquacultura<br />

e publicidade, entre outras. Paralelamente,<br />

os promotores pretendem vir a desenvolver<br />

uma tecnologia na área <strong>do</strong>s sistemas autónomos<br />

para monitorização, desenhan<strong>do</strong> soluções<br />

próprias com o objectivo de as patentear<br />

e eventualmente licenciar. Os engenheiros<br />

electrotécnicos promotores <strong>do</strong> projecto estão<br />

também a perspectivar a intervenção em<br />

novas áreas como a nano-robótica aplicada à<br />

Medicina. A aposta seguinte é a entrada no<br />

merca<strong>do</strong> espanhol.<br />

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Viii<br />

sexta-feira, 23 Maio de 2008 fRanchising e empReende<strong>do</strong>Rismo<br />

Teamvision promove evento destina<strong>do</strong> a estimular empreende<strong>do</strong>rismo local<br />

Modelo de desenvolvimento<br />

em franchising<br />

cresce em Angola<br />

O desenvolvimento <strong>do</strong>s modelos<br />

de negócio através <strong>do</strong> franchising<br />

encontra, dadas as suas<br />

características, terreno fértil de<br />

expansão em Angola. Segun<strong>do</strong><br />

José Lopes, director-geral da<br />

Teamvision, “Angola está num<br />

acelera<strong>do</strong> processo de reconstrução,<br />

o que abre oportunidades<br />

para o sector de franchising,<br />

possibilitan<strong>do</strong> ao empreende<strong>do</strong>r<br />

angolano o acesso ao know-how<br />

de operação de negócio, que foi<br />

previamente testa<strong>do</strong> e comprovadamente<br />

rentável e eficiente, não<br />

ten<strong>do</strong> de passar pelas dificuldades<br />

inerentes à abertura de um negócio<br />

por sua conta”.<br />

Neste caso particular, o franchising<br />

tem uma mais-valia no<br />

que diz respeito à adaptação <strong>do</strong>s<br />

conceitos, pois existe uma proximidade<br />

cultural e linguística, elementos<br />

de importância vital no<br />

estabelecimento de parcerias.<br />

Na pespectiva de Carlos Adão,<br />

managing director da Elevus, “o<br />

merca<strong>do</strong> angolano continua a<br />

proporcionar oportunidades nos<br />

mais diversos sectores de actividade”,<br />

destacan<strong>do</strong> “a reconstrução<br />

de infra-estruturas públicas,<br />

no sector energético, nas telecomunicações,<br />

a construção civil<br />

e obras públicas, o sector imobiliário,<br />

o saneamento básico,<br />

infra-estruturas ferroviárias e ro<strong>do</strong>viárias,<br />

materiais de construção,<br />

os produtos alimentares, o<br />

mobiliário, os medicamentos ou<br />

logística”, entre outros. Este responsável<br />

aponta ainda “a elevada<br />

necessidade na área <strong>do</strong>s serviços,<br />

nomeadamente na formação e<br />

qualificação profissional, nos<br />

serviços de consultoria e em tecnologias<br />

de informação”.<br />

A Teamvision, em parceria com<br />

outras entidades, promoveu a realização,<br />

em Luanda, de um evento<br />

destina<strong>do</strong> a “fomentar o desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> teci<strong>do</strong> empresarial<br />

de Angola ao introduzir o conceito<br />

de franchising e impulsionan<strong>do</strong><br />

a entrada de sistemas de franchising<br />

internacionais no país,<br />

consolidan<strong>do</strong> assim a interligação<br />

entre ambos”.<br />

Retrato de um país<br />

em mudança<br />

Trata-se de um país onde é<br />

“incontestável a insuficiência de<br />

cultura empresarial e ausência de<br />

cultura de risco – factores fundamentais<br />

para o desenvolvimento<br />

empresarial – cuja base está assente<br />

na inexistência de vectores de<br />

cariz concorrencial e competitivo<br />

na nossa sociedade”. Para António<br />

Silva, director da Teamvision<br />

Angola, “a abertura da economia<br />

– verificada com a mundança de<br />

uma economia planificada para<br />

uma economia de merca<strong>do</strong>, há<br />

aproximadamente 12 anos – veio<br />

alterar o quadro <strong>do</strong>s comportamentos<br />

e <strong>do</strong>s valores de cunho<br />

económico”. Este angolano considera<br />

que “o desenvolvimento<br />

da economia passa obrigatoriamente,<br />

entre outros factores, pela<br />

aquisição de conhecimento e de<br />

tecnologia, através <strong>do</strong> processo de<br />

transferência de conhecimento<br />

e/ou de tecnologia”. Em face da<br />

“ausência <strong>do</strong>s recursos técnicos e<br />

humanos requeri<strong>do</strong>s para a promoção<br />

qualitativa da classe empresarial”,<br />

o franchising “é uma<br />

via capaz, rápida e a ter em conta,<br />

na aquisição de conhecimentos e<br />

tecnologia e no desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno”.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, continua António<br />

Silva, “a vantagem central num<br />

contrato de franchising reside na<br />

redução <strong>do</strong>s riscos e na obtenção<br />

de assessoria na gestão <strong>do</strong> negocio<br />

padroniza<strong>do</strong> e testa<strong>do</strong> com sucesso,<br />

para o franchisa<strong>do</strong>, enquanto<br />

para o franchisa<strong>do</strong>r são o benefício<br />

financeiro, o alargamento da rede<br />

e, consequentemente, a abrangência<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> que mobilizam o<br />

seu interesse estratégico em dinamizar<br />

e promover o conceito”.<br />

Taxa de crescimento anual<br />

de 25%<br />

José Lopes recorda que se trata<br />

de um país “que saiu de uma situação<br />

de guerra prolongada e que se<br />

encontra actualmente em reestruturação”.<br />

Com uma taxa de cresci-<br />

mento anual “superior aos 25%”,<br />

este responsável salientou o conjunto<br />

de “incentivos significativos<br />

que o Governo oferece a quem<br />

quer estabelecer-se no país, sobretu<strong>do</strong><br />

em alguns sectores prioritários.<br />

Em Luanda pode usufruir-se<br />

de uma isenção de impostos de<br />

oito anos. Noutras províncias, essa<br />

isenção estende-se aos quinze”.<br />

Contu<strong>do</strong>, reconhece que este<br />

merca<strong>do</strong> apresenta dificuldades<br />

a nível de logística e burocracia,<br />

“mas também temos noção que<br />

o sistema de franchising é uma<br />

parceria entre o empreende<strong>do</strong>r<br />

angolano e o franchisa<strong>do</strong>r português<br />

que facilita à partida to<strong>do</strong> o<br />

processo burocrático”.<br />

Na perspectiva de Carlos Adão,<br />

“se juntarmos, por uma la<strong>do</strong>, o<br />

desemprego de jovens licencia<strong>do</strong>s<br />

em Portugal e o reduzi<strong>do</strong> nível de<br />

confiança na economia portuguesa<br />

e, por outro la<strong>do</strong>, uma economia<br />

com eleva<strong>do</strong> crescimento e<br />

escassez de mão-de-obra qualificada,<br />

estão criadas condições para<br />

a exportação de talentos e para o<br />

estímulo ao empreende<strong>do</strong>rismo<br />

<strong>do</strong>s portugueses em Angola”.<br />

Mas existem dificuldades a ultrapassar:<br />

à “escassez de mão-deobra<br />

qualificada em Angola, absorvida<br />

pela indústria extractiva e<br />

pelo sector financeiro”, apontada<br />

por José Lopes, juntam-se “o custo<br />

de vida em Luanda, com a carência<br />

de infra-estruturas básicas e<br />

a ausência de soluções atractivas,<br />

principalmente para profissionais<br />

com filhos em idade escolar”, disse<br />

Carlos Adão.<br />

Por estas razões, “os empreende<strong>do</strong>res<br />

necessitam de compreender<br />

o sistema de comercialização,<br />

identificar ameaças e oportunidades<br />

<strong>do</strong> negócio que pretendem<br />

implantar, definir uma estratégia,<br />

estabelecer parcerias com empresas<br />

locais, ten<strong>do</strong> sempre em conta<br />

os custos inerentes ao plano de<br />

internacionalização bem como a<br />

avaliação <strong>do</strong> prazo de recuperação<br />

e <strong>do</strong> retorno de investimento a realizar”,<br />

rematou José Lopes.<br />

Marc Barros<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

consulTóRio legal<br />

FraNcHIsING, coNcorrÊNcIa<br />

E PrEÇos<br />

O franchising e o Direito Comunitário<br />

da Concorrência<br />

A protecção da concorrência tem<br />

constituí<strong>do</strong>, desde a fundação da<br />

CEE, um <strong>do</strong>s principais objectivos<br />

da Comissão Europeia, com vista<br />

à criação e manutenção de um<br />

verdadeiro merca<strong>do</strong> comum no<br />

seio da Comunidade.<br />

O próprio Trata<strong>do</strong> de Roma de<br />

1957, que instituiu a Comunidade<br />

<strong>Económica</strong> Europeia, proíbe de<br />

forma clara as práticas anticoncorrenciais<br />

bem como os acor<strong>do</strong>s<br />

restritivos da concorrência, mais<br />

concretamente aqueles que forem<br />

TRINDADE BARROs susceptíveis de afectar o comércio<br />

entre Esta<strong>do</strong>s-membros e que te-<br />

Advoga<strong>do</strong><br />

nham por objectivo ou efeito impedir,<br />

restringir ou falsear a livre<br />

concorrência. Mas o próprio trata<strong>do</strong><br />

de Roma confere também à Comissão o poder de estabelecer certas<br />

isenções àquela proibição.<br />

Quer ao nível <strong>do</strong> direito nacional, quer ao nível <strong>do</strong> direito comunitário os<br />

fornece<strong>do</strong>res estão proibi<strong>do</strong>s de fixar preços juntos <strong>do</strong>s retalhistas que<br />

vendem bens ou prestam serviços junto <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r final. Assim, e<br />

no que concerne ao direito da concorrência, é absolutamente necessário<br />

que os contratos de franchising estejam em estrita conformidade com as<br />

novas regras de isenção em vigor em Portugal e que são iguais em to<strong>do</strong>s<br />

os países da Comunidade.<br />

Concorrência e preços<br />

Um <strong>do</strong>s aspectos fundamentais a ter em conta em matéria de concorrência<br />

prende-se com a política de preços implementada no âmbito de<br />

cada rede de franchising. A este propósito importa sublinhar que o franchisa<strong>do</strong>r<br />

(ou o master franchisa<strong>do</strong>/franquia<strong>do</strong> principal) jamais poderá<br />

impor ao franchisa<strong>do</strong> o preço <strong>do</strong>s bens vendi<strong>do</strong>s ou <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s<br />

por este aos seus clientes.<br />

Ao franchisa<strong>do</strong>r (ou ao master franchisa<strong>do</strong>/franquea<strong>do</strong> principal) é<br />

lícito recomendar ao franchisa<strong>do</strong> os preços de revenda <strong>do</strong>s bens ou<br />

da prestação <strong>do</strong>s serviços a facturar aos seus clientes. Para este efeito<br />

o franchisa<strong>do</strong>r pode, por exemplo, entregar ao franchisa<strong>do</strong> uma<br />

lista com os preços de venda ao público recomenda<strong>do</strong>s.<br />

O franchisa<strong>do</strong>r, para além de ter a faculdade de fazer recomendações,<br />

poderá ainda impor ao franchisa<strong>do</strong>, nas relações deste com os seus<br />

clientes, um preço máximo de revenda de bens ou de prestação de serviços,<br />

impedin<strong>do</strong> desta forma que o franchisa<strong>do</strong> pratique preços superiores<br />

ao tecto fixa<strong>do</strong> pelo franchisa<strong>do</strong>r.<br />

Ao franchisa<strong>do</strong> o legisla<strong>do</strong>r comunitário assegurou inteira liberdade<br />

para definir os preços que pratica no merca<strong>do</strong>, dentro <strong>do</strong> limite máximo<br />

que o franchisa<strong>do</strong>r pode impor.<br />

Determinação indirecta de preços fixos e mínimos<br />

A faculdade conferida ao franchisa<strong>do</strong>r de recomendar ao franchisa<strong>do</strong> os<br />

preços a praticar por este no exercício da actividade franchisada, bem<br />

como a de impor preços máximos, em caso algum se poderá traduzir<br />

num mo<strong>do</strong> indirecto de impor ao franchisa<strong>do</strong> preços fixos ou mínimos.<br />

Assim, os contratos de franchising não podem:<br />

- definir ou fixar a margem de distribuição <strong>do</strong> franchisa<strong>do</strong>;<br />

- fixar o nível máximo de descontos que o franchisa<strong>do</strong> pode conceder<br />

aos seus clientes a partir de um determina<strong>do</strong> nível de preços estabeleci<strong>do</strong>;<br />

- fazer depender a concessão de vantagem ou benefícios ao franchisa<strong>do</strong><br />

em função <strong>do</strong>s preços que depois o franchisa<strong>do</strong> vier a praticar junto <strong>do</strong>s<br />

seus clientes, como por exemplo: redução de preços nos bens forneci<strong>do</strong>s<br />

ou nos serviços presta<strong>do</strong>s ao franchisa<strong>do</strong>, bem como o reembolso<br />

<strong>do</strong>s custos de promoção e publicidade suporta<strong>do</strong>s pelo franchisa<strong>do</strong>;<br />

- associar o preço factura<strong>do</strong> pelo franchisa<strong>do</strong> aos seus clientes aos preços<br />

pratica<strong>do</strong>s pela concorrência.<br />

Os contratos de franchising que imponham ao franchisa<strong>do</strong>, directa ou<br />

indirectamente, um regime de preços fixos ou mínimos, nas relações<br />

deste com a sua clientela, são considera<strong>do</strong>s nulos na sua totalidade, isto<br />

é, não se trata apenas de uma invalidade das cláusulas desconformes,<br />

mas de uma invalidade que afecta o contrato na sua integralidade.<br />

De igual mo<strong>do</strong>, o franchisa<strong>do</strong>r, na execução <strong>do</strong> contrato, deve ter o cuida<strong>do</strong><br />

de não a<strong>do</strong>ptar qualquer comportamento susceptível de ser configura<strong>do</strong><br />

como ameaça, intimidação ou aviso ao franchisa<strong>do</strong> relativo à<br />

suspensão ou atraso no fornecimento de merca<strong>do</strong>rias ou de rescisão<br />

contratual, como forma de o pressionar a a<strong>do</strong>ptar uma determinada política<br />

de preços.<br />

Estes comportamentos são tanto mais graves quan<strong>do</strong> combina<strong>do</strong>s com<br />

outras medidas tendentes a identificar os franchisa<strong>do</strong>s que pratiquem<br />

preços reduzi<strong>do</strong>s, tais como a criação de sistemas de controlo <strong>do</strong>s preços<br />

ou obrigação de os franchisa<strong>do</strong>s denunciarem os membros da rede<br />

que não pratiquem o regime de preços recomenda<strong>do</strong> pelo franchisa<strong>do</strong>r.<br />

Não deve também o franchisa<strong>do</strong>r a<strong>do</strong>ptar medidas que desmotivem o<br />

franchisa<strong>do</strong> a reduzir os preços recomenda<strong>do</strong>s, como por exemplo fornecer<br />

merca<strong>do</strong>rias com o preço recomenda<strong>do</strong> nelas impresso.<br />

O franchisa<strong>do</strong>r que a<strong>do</strong>ptar os comportamentos atrás descritos incorre<br />

em responsabilidade civil, fican<strong>do</strong> por isso obriga<strong>do</strong> a indemnizar o<br />

franchisa<strong>do</strong> pelos danos que lhe causar, para além das multas que a<br />

Comissão lhe pode fixar, chaman<strong>do</strong>-se a atenção que neste <strong>do</strong>mínio as<br />

multas aplicadas têm uma expressão pecuniária habitualmente muito<br />

elevada.<br />

Por outro la<strong>do</strong> e no que diz respeito aos preços de revenda que ao franchisa<strong>do</strong>r<br />

é lícito recomendar, bem como aos preços máximos que este<br />

pode licitamente impor ao franchisa<strong>do</strong>, cumpre sublinhar que, em caso<br />

de litígio, caberá ao franchisa<strong>do</strong>r a demonstração da rentabilidade da<br />

unidade franchisada. Isto é, caso o franchisa<strong>do</strong> venha invocar em juízo a<br />

falta de rentabilidade económica e financeira da actividade franchisada<br />

por ter segui<strong>do</strong> as recomendações ou imposições <strong>do</strong> franchisa<strong>do</strong>r, caberá<br />

a este o ónus de provar que os preços recomenda<strong>do</strong>s ou os preços<br />

máximos impostos ao franchisa<strong>do</strong> são aptos e idóneos para garantir o<br />

sucesso da exploração da actividade franchisada. Nestes termos, deverá<br />

o franchisa<strong>do</strong>r rodear-se das maiores cautelas no que respeita à recomendação<br />

de preços ou à imposição de preços máximos a praticar pelo<br />

franchisa<strong>do</strong> no exercício da sua actividade.

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