10 intErnaCional BCE apela à cooperação entre as entidades monetárias Para Trichet, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> BCE, é melhor gerir a globalização <strong>do</strong> que travá-la. O Banco Central Europeu defende a necessidade de garantir a cooperação continuada entre as entidades monetárias para controlar o aumento <strong>do</strong>s preços. Os fortes movimentos inflacionistas associa<strong>do</strong>s ao fenómeno da globalização tornam essencial centrar as atenções na estabilidade <strong>do</strong>s preços. O BCE garante que está em condições de distinguir elementos de Uma parte das autoridades monetárias internacionais está a fazer chegar sinais positivos ao merca<strong>do</strong>, afirman<strong>do</strong> que o pior da crise financeira já terá si<strong>do</strong> supera<strong>do</strong>. No entanto, uma outra parte continua a suscitar preocupações entre os opera<strong>do</strong>res. As contradições da crise financeira acabam por ter um impacto negativo sobre as economias nacional. Está na altura de se verificar algum consenso entre os regula<strong>do</strong>res, no senti<strong>do</strong> da necessária estabilidade. A Reserva Federal ou o Banco de Inglaterra foram duas entidades que apareceram aos opera<strong>do</strong>res económicos e financeiros com a boa nova que as coisas estavam a melhorar, ainda que o comportamento <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s ainda esteja algo longe da normalidade. Todavia, menos optimista está o Banco Central Europeu, que não se cansa de afirmar que muitos <strong>do</strong>s fundamentais ainda estão longe da estabilidade. Defende esta instituição que o processo de ajustamento <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s ainda vai continuar por mais algum tempo. A questão que se coloca é saber quem tem razão relativamente às análises que apresenta. Apesar de existirem vozes optimistas, não é menos verdade que os números mais recentes apresentam preocupações que <strong>devem</strong> ser tidas em conta. Basta ter em conta que, nas últimas semanas, alguns <strong>do</strong>s principais bancos colocaram em prática operações específicas para garantirem a captação de mais de 35 mil milhões de euros. Quase um ano após o surgimento da crise, tornou-se essencial reforçar as estruturas de capital de capital pouco consistentes, sobretu<strong>do</strong> face ao actual contexto global. Por outras palavras, o eleva<strong>do</strong> número deste tipo de operações e as dificuldades que atravessam os actores <strong>do</strong> sector financeiro levam a pensar que têm alguma razão aqueles que afirmam que ainda não foi ultrapassa<strong>do</strong> o pior da crise. O sector continua a ser muito afecta<strong>do</strong> para se tirar uma conclusão diferente, ou seja, mais optimista. Certezas são a base <strong>do</strong> desenvolvimento Acaba por ser inquietante o facto de não haver um certo consenso sobre esta matéria. O que é, efectivamente, transmiti<strong>do</strong> ao merca<strong>do</strong> tem mais importância <strong>do</strong> que muitas vezes se pensa. Mas a realidade é que autoridades monetárias, especialistas, entidades volatilidade <strong>do</strong>s preços e os movimentos temporais na inflação. Face a este cenário, o apelo da instituição vai no senti<strong>do</strong> de uma cooperação contínua entre os bancos centrais, porque assim as economias estão mais interligadas e têm mais impacto sobre os outros países. Por sua vez, o BCE considera que as instituições financeiras, na comunicação <strong>do</strong>s seus resulta<strong>do</strong>s, <strong>devem</strong> dar toda a informação, e de mo<strong>do</strong> transparente, sobre as suas exposições ao risco, as desvalorizações e as estimativas sobre o valor <strong>do</strong> registo para investimentos em produtos complexos e não líqui<strong>do</strong>s. Para Trichet, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> BCE, é melhor gerir a globalização <strong>do</strong> que travá-la. De facto, há coisas que não se podem evitar, como o envelhecimento da população, a evolução constante da tec- nologia ou o desenvolvimento da China e da Índia. Aliás, o banco rejeita a possibilidade de se entrar num processo proteccionista, face à globalização. É erra<strong>do</strong> colocar entraves ao processo de abertura <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s internacionais. É um facto que a economia mundial, e a sua difícil situação actual, está a desenvolver uma série de me<strong>do</strong>s e receios entre os agentes económicos. Para o banco central, a situação não é absolutamente nova e acredita o seu responsável que existem condições efectivas para fazer face às dificuldades, desde que a cooperação seja uma realidade. Por sua vez, as empresas, enquanto entidades individuais, <strong>devem</strong> desenvolver esforços para avançarem com a internacionalização ou aprofundarem ainda mais essa estratégia. Agentes de merca<strong>do</strong> dão sinais contraditórios sobre a crise financeira financeiras e até analistas estão, com demasiada frequência, em posições contraditórias. Este tipo de postura por parte daqueles responsáveis, não terem uma ideia concreta sobre a situação em que se encontra a crise, contribui para aumentar ainda mais as incertezas. Ora, haver certas garantias e certezas é determinante para que o merca<strong>do</strong> tenha capacidade para recuperar a confiança e a normalidade. Ainda que as notícias não sejam as melhores, mais vale que exista algum consenso entre os opera<strong>do</strong>res. O pior que pode acontecer é o merca<strong>do</strong> funcionar quase em roda livre. O sistema financeiro, há que o admitir frontalmente, está na base de toda a actividade económica. Só quan<strong>do</strong> houver certezas é que é possível saber quais os erros cometi<strong>do</strong>s e quais as medidas que são necessárias para mudar os problemas de contexto. Tem que se verificar uma profunda reflexão sobre toda esta matéria. Circunstâncias semelhantes podem ter novamente lugar, a menos que se saiba quais as ferramentas a utilizar para o evitar. Afinal, o futuro é sobretu<strong>do</strong> feito de certezas e de se saber tirar lições <strong>do</strong>s erros cometi<strong>do</strong>s. sexta-feira, 23 Maio de 2008 brEvEs EConomia alEmã supEra as mElhorEs ExpECtativas A economia alemã está a surpreender pela positiva, ao mesmo tempo que impulsiona o crescimento europeu. O PIB registou um aumento de 1,5%, o maior crescimento em quase 12 anos. Valor que ficou muito acima das previsões e que contrasta com o crescimento quase zero <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. O bom desempenho da maior economia europeia repõe o papel de motor <strong>do</strong> continente e está a servir de combustível para a média europeia. Mas os analistas chamam a atenção que se pode estar perante uma situação pontual, na medida em que se verificaram condições excepcionais, como um Inverno ameno que terá ajuda<strong>do</strong> a reactivar o importante sector da construção. Aliás, tu<strong>do</strong> indica que a confiança <strong>do</strong>s empresários aponta para que o crescimento da economia germânica seja bastante inferior no actual trimestre. O Governo, entretanto, por este mesmo motivo, mantém as suas previsões de um crescimento de 1,7% para este ano. Nem seqquer reviu o aumento para o próximo ano, fican<strong>do</strong>-se por apenas 1,2%. Seja como for, é uma boa notícia, ten<strong>do</strong> em conta que é revela<strong>do</strong>r da solidez da economia alemã. mErCa<strong>do</strong> da artE dá sinais dE abrandamEnto Ainda que as vendas continuem a atingir resulta<strong>do</strong>s recorde, há quem comece a falar de sinais de recessão no merca<strong>do</strong> da arte. As principais leiloeiras, Sotheby´s e Christie´s, estão mais moderadas nas suas previsões. É um facto que certas obras continuam a ser colocadas por preços multimiliários, e assim continuará a ser, independentemente de haver crise ou não. A arte continua a ser um refúgio importante para os investi<strong>do</strong>res. O problema é quan<strong>do</strong> começam a surgir menos compra<strong>do</strong>res, que é o que tem sucedi<strong>do</strong> ultimamente, o que faz com que os preços sejam esmaga<strong>do</strong>s. Aliás, há mesmo situações em que as obras acabam por não ser vendidas. É um sinal claro <strong>do</strong> enfraquecimento deste merca<strong>do</strong> para os muito ricos. Seja como for, bom seria que to<strong>do</strong>s os restantes sectores de actividade tivessem a mesma sorte que o merca<strong>do</strong> da arte. Era sinal que a economia estava em óptima situação. GEstorEs dE fun<strong>do</strong>s Estão mais optimistas Os gestores de fun<strong>do</strong>s estão mais optimistas, de acor<strong>do</strong> com o relatório <strong>do</strong> banco de investimento Merrill Lynch, relativo ao mês de Maio. A preocupação com a inflação retornou a primeiro plano, enquanto se registam melhores perspectivas em termos económicos. O número de gestores que espera uma recessão no ano que vem baixou bastante, face ao inquérito anterior, o que representa um sinal positivo. Os resulta<strong>do</strong>s empresariais é que ainda merecem alguma preocupação, já que os gestores de fun<strong>do</strong>s acham que as expectativas <strong>do</strong>s analistas são demasia<strong>do</strong> elevadas. Mas um <strong>do</strong>s aspectos mais interessantes deste estu<strong>do</strong> tem a ver com os preços <strong>do</strong> petróleo. Os opera<strong>do</strong>res acham que os preços das merca<strong>do</strong>rias estão sobreavalia<strong>do</strong>s. Os preços <strong>do</strong> petróleo estarão acima <strong>do</strong>s fundamentais, o mesmo se passan<strong>do</strong> com o ouro. Mesmo assim, um número considerável <strong>do</strong>s gestores de fun<strong>do</strong>s considera que os preços vão continuar a subir, pelo menos nos próximos meses. holanda ContEsta Comissão na abErtura <strong>do</strong> mErCa<strong>do</strong> postal A Holanda continua a revelar-se um entrave à liberalização <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> postal. O Governo daquele país decidiu prorrogar a abertura <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, projectada para o início de Julho. O argumento é que existem incertezas quanto ao papel que terá na Alemanha e condições laborais a nível interno. Não se trata <strong>do</strong> primeiro adiamento. O merca<strong>do</strong> deveria ter si<strong>do</strong> liberaliza<strong>do</strong> em Janeiro passa<strong>do</strong>, o que não aconteceu em resulta<strong>do</strong> da introdução <strong>do</strong> salário mínimo para os trabalha<strong>do</strong>res postais na Alemanha, o que é encara<strong>do</strong> como um factor que impede a concorrência. A TNT pretendia expandir as suas actividades naquele merca<strong>do</strong>. O que acontece é que a Holanda está a pressionar a Comissão Europeia no senti<strong>do</strong> de desobstruir o merca<strong>do</strong> postal, de moda a que o país também avance para a sua liberalização. A TNT é a segunda maior empresa postal e logística da Europa, deten<strong>do</strong> o monopólio das cartas até 50 gramas, um merca<strong>do</strong> que está avalia<strong>do</strong> em cerca de mil milhões de euros. Ora, não parece estar na disposição de abrir esse negócio aos concorrentes. O argumento continua a ser a falta de abertura por parte <strong>do</strong>s restantes países.
Espaço dedica<strong>do</strong> às Pequenas e Médias Empresas de Portugal 23 de Maio de 2008 | Suplemento Nº135 BARÓMETRO PME* Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME Resulta<strong>do</strong>s da semana de 12 a 19 de Maio: Concorda com o aumento da taxa social única para contratos a prazo e redução para contratos sem termo? Sim: 81% Não: 19% Sem opinião: 0% Tema em auscultação até 26 de Maio: Mediante a actual situação da economia internacional, e em particular a <strong>do</strong>s EUA, vai haver recessão económica em Portugal? Participe. Dê o seu contributo em: www.pmeportugal.pt *Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos <strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>res on-line <strong>do</strong> Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica.