Municípios devem assumir a tributação do ... - Vida Económica
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8<br />
OPINIÃO<br />
ASAE<br />
Ganhámos a nossa independência.<br />
Sobrevivemos às guerras<br />
com os mouros. Ultrapassámos<br />
Aljubarrota diante <strong>do</strong>s castelhanos. Não<br />
nos consumimos na epopeia das Descobertas.<br />
Estivemos a ponto de desaparecer<br />
no interregno filipino. Mau gra<strong>do</strong> o<br />
desastre da Ponte das Barcas, no Porto,<br />
conseguimos ultrapassar a ameaça napoleónica.<br />
A implantação da República<br />
não nos destruiu. Na I Guerra ficámonos<br />
pelas perdas de La Lys. Conseguimos<br />
imunidade face à pneumónica. Graças à<br />
habilidade de um patife – dizem – qualquer<br />
que an<strong>do</strong>u por aí, escapámos à II<br />
Guerra. O “25 de Abril” esforçou-se<br />
por acabar conosco, mas continuámos.<br />
E nem mesmo José Sócrates conseguiu<br />
– ainda – exterminar-nos. É uma História<br />
de sobrevivência a nossa. Mas há,<br />
em tu<strong>do</strong> isto, algo que me causa engulhos.<br />
Não consigo entender. É que conseguimos<br />
tu<strong>do</strong> isto sem ter uma ASAE<br />
que velasse por nós. É obra! Agora, com<br />
ASAE, é fácil. Nem precisamos de nos<br />
preocupar. Mas tu<strong>do</strong> o que ficou para<br />
trás sem ela é de arregalar os olhos.<br />
Eu acredito que a ASAE não é estúpida.<br />
Como acredito que aquela coisa de<br />
fixar as penali-<br />
dades a provocar<br />
durante o ano se<br />
trata de estu<strong>do</strong><br />
previsional e não<br />
de uma ordem.<br />
Tão-pouco acredito<br />
que a ASAE<br />
seja um submarino<br />
de Bruxelas<br />
a tentar dar cabo<br />
da nossa economia,<br />
para fazer<br />
de nós cria<strong>do</strong>s da<br />
Europa. Aquilo<br />
que pensamos ser<br />
maldade e estupidez<br />
não é senão uma capacidade organizativa<br />
de excelência. E penso que todas<br />
as autoridades deviam ser como a ASAE.<br />
Peão a atravessar fora das passadeiras,<br />
multa. Cidadão a lançar lixo para a rua,<br />
Azuil BArros<br />
Especialista no Crescimento de<br />
Negócios<br />
Partner & Director Geral da<br />
Quantum Portugal<br />
www.QuantumCrescimentoNegocios.com<br />
Um <strong>do</strong>s factores mais importantes<br />
para obter sucesso empresarial reside na<br />
sua auto-estima, independentemente da<br />
sua idade, sexo, aparência ou nível de<br />
formação.<br />
Enquanto empresário, a verdade é<br />
que, diariamente, “vende-se a Si próprio”.<br />
Não vende produtos ou serviços<br />
à sua equipa e às pessoas que se relacionam<br />
consigo. Você vende o “valor” da<br />
pessoa que é. A decisão <strong>do</strong> cliente é baseada<br />
no valor <strong>do</strong> vende<strong>do</strong>r, desta forma<br />
os seus produtos são considera<strong>do</strong>s “os<br />
Se estiver, constantemente,<br />
a olhar para trás, para<br />
ver o que podia ter feito<br />
melhor, deixará de estar<br />
focaliza<strong>do</strong> no futuro<br />
Nós pensamos que a ASAE<br />
anda apenas a meter-se com<br />
os cidadãos em atitudes<br />
inócuas face ao futuro.<br />
Mas não é bem assim. As<br />
dificuldades criadas pela<br />
“civicamente perfeita”<br />
atitude <strong>do</strong>s fiscais asaenanos<br />
farão mossa no futuro<br />
porta de casa fechada durante uma noite.<br />
Cocó de cão aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> na via pública,<br />
seviço cívico durante uma semana.<br />
Automobilista a provocar acidente<br />
na auto-estrada e a paralisar milhares<br />
de concidadãos durante uma hora, sem<br />
carta uma vida inteira. Por mais <strong>do</strong> que<br />
uma hora, isso e ainda prisão perpétua.<br />
Estacionamento em local proibi<strong>do</strong>, envio<br />
<strong>do</strong> veículo para a sucata. Petrogal a<br />
lançar carbonetos na atmosfera, exílio<br />
para Cabo Verde. Comer farturas na romaria,<br />
jejum durante duas semanas. E<br />
por aí adiante. Iam ver como este país<br />
ia ao sítio.<br />
Infelizmente, as restantes autoridades<br />
têm a “estupidez” suficiente para interpretar<br />
as leis e não obedecer cegamente<br />
à letra da Lei. Porque acreditam – santa<br />
ingenuidade! - que as leis são para serem<br />
aplicadas com inteligência. Um exemplo?<br />
A recente lei <strong>do</strong> fumo, aplicada pela<br />
ASAE como se houvesse si<strong>do</strong> feita por<br />
Dracon. Um direito legítimo – o <strong>do</strong>s<br />
não fuma<strong>do</strong>res – torna<strong>do</strong> prioritário<br />
face a outro direito legítimo (pelo menos<br />
enquanto o tabaco não for ilegaliza<strong>do</strong><br />
como a heroína), o <strong>do</strong>s fuma<strong>do</strong>res. Nem<br />
sei como é que a ASAE e a Direcção-Geral<br />
de Saúde ainda<br />
não se lembraram<br />
de proibir que os<br />
restaurantes tenham<br />
porta aberta<br />
para a rua. Afinal,<br />
com a porta<br />
aberta, a poluição<br />
automóvel entra<br />
pela sala adentro<br />
como faca quente<br />
em manteiga<br />
derretida. Valhanos<br />
a inteligência<br />
da ASAE, face à<br />
despu<strong>do</strong>rada tolerância<br />
das restantes<br />
autoridades e tribunais. To<strong>do</strong>s os<br />
dramáticos acontecimentos de que falei<br />
no início desta crónica não nos destruíram.<br />
Com a ASAE talvez isso seja consegui<strong>do</strong>.<br />
Para potenciar tal possibilidade acresce<br />
outra coisa. É que nós pensamos que<br />
a ASAE anda apenas a meter-se com os<br />
cidadãos em atitudes inócuas face ao futuro.<br />
Mas não é bem assim. As dificuldades<br />
criadas pela “civicamente perfeita”<br />
atitude <strong>do</strong>s fiscais asaenanos farão mossa<br />
no futuro. A última de que tomei conhecimento<br />
passa despercebida ao grande<br />
público, aos políticos, às autoridades<br />
supremas, mas terá consequências intoleráveis.<br />
Tem a ver com o Turismo de<br />
Negócios. Uma área de actividade promissora<br />
para Portugal. Designadamente<br />
o <strong>do</strong>s Congressos. E com a comida que<br />
neles é servida. Deixem-me explicar uma<br />
coisa. Um <strong>do</strong>s proveitos importantes<br />
para o país, nes-<br />
se <strong>do</strong>mínio, são<br />
as comidas. Um<br />
congresso de três<br />
dias para mil pessoas<br />
origina um<br />
valor acrescenta<strong>do</strong><br />
– por isso um<br />
PIB – em alimentação<br />
na ordem<br />
<strong>do</strong>s 250.000 euros.<br />
Mas, na organização<br />
de um<br />
Congresso, é uma<br />
das componentes<br />
mais difíceis de<br />
prever. Nunca se<br />
sabe com grande<br />
antecedência quantas pessoas vão comer.<br />
A confirmação é muitas vezes sobre<br />
a hora. No entanto, graças à interpretação<br />
que a ASAE faz da lei, tal não é possível.<br />
Porque a ASAE não permite que<br />
se guardem alimentos já tempera<strong>do</strong>s.<br />
Alimento tempera<strong>do</strong> ou é servi<strong>do</strong> ou vai<br />
para o lixo, manda a ASAE. Donde, a<br />
necessidade de incluir nos orçamentos<br />
uma sobrecarga grande para a possível<br />
alimentação. Algo que se não pode<br />
dizer, num Congresso, a Congressista<br />
que queira comer é que não há comida<br />
para ele. Logo, uma boa parte das nossas<br />
vantagens competitivas na realização<br />
de Congressos, face a destinos alternati-<br />
A. mAgAlhães<br />
pinto<br />
Economista<br />
magpinto@netcabo.pt<br />
http://poliscopio.blogspot.com<br />
vos, vai-se nesta interpretação da Lei. Se<br />
questionarmos a ASAE sobre como resolver<br />
este problema, ela é peremptória:<br />
basta usar equipamento que custa cerca<br />
de 80 000 euros. Isto é, poupa-se no alimento<br />
mas gasta-se no equipamento. E,<br />
todavia, toda a <strong>do</strong>na de casa guarda alimentos<br />
que sobram já tempera<strong>do</strong>s.<br />
Há necessidade imperiosa de colocar<br />
um travão na ASAE antes que seja tarde.<br />
Não está em causa a acção por ela<br />
desempenhada com inteira razão. Todas<br />
as autoridades multam, sancionam. Mas<br />
fazem-no com inteligência. Para vermos<br />
onde podem chegar as consequências<br />
da acção da ASAE, vejamos o caso <strong>do</strong>s<br />
restaurantes chineses. A exposição mediática<br />
dada a<br />
alguns casos em<br />
que havia razões<br />
para as sanções<br />
aplicadas pura<br />
e simplesmente<br />
exterminou esse<br />
negócio em Portugal.<br />
Uma boa<br />
acção conduzida<br />
em termos económicos<br />
com<br />
c o n s e q u ê n c i a s<br />
e x t r e m a m e n t e<br />
perniciosas. E<br />
com consequências<br />
marginais<br />
que acrescentaram<br />
a maldade. É que os cidadãos chineses<br />
foram força<strong>do</strong>s a fechar os seus<br />
restaurantes e lançaram-se em algo onde<br />
a ASAE tem mais dificuldade de actuar<br />
e onde há menos razões para actuar: na<br />
abertura de lojas de comércio de produtos<br />
chineses que prejudicam sobremaneira<br />
o pequeno comércio tradicional<br />
português.<br />
Há necessidade imperiosa de controlar<br />
a ASAE. Ou ela conseguirá aquilo que<br />
nem mouros, nem castelhanos, nem Filipes,<br />
nem os franceses, nem a República,<br />
nem as guerras, nem a pneumónica,<br />
nem o “25 de Abril” nem José Sócrates<br />
conseguiram: dar cabo de nós.<br />
Sr. Empresário, não espere que as coisas se tornem<br />
mais fáceis. Torne-se antes melhor…<br />
melhores”, os “mais baratos”, os “mais<br />
seguros, os “menos seguros”, os “mais<br />
fiáveis”, “os menos fiáveis”. Igualmente,<br />
os indivíduos são avalia<strong>do</strong>s pelos outros<br />
como “vence<strong>do</strong>res” ou “perde<strong>do</strong>res”.<br />
Aquilo que é amplifica-se tão alto que<br />
as outras pessoas ou não querem ou não<br />
conseguem ouvir ou, ao invés, escutam<br />
cuida<strong>do</strong>samente o que tem para dizer.<br />
To<strong>do</strong>s nós a<strong>do</strong>ramos vence<strong>do</strong>res e to<strong>do</strong>s<br />
nós queremos estar perto de vence<strong>do</strong>res<br />
porque “passam” o seu próprio<br />
valor para nós!<br />
A autoconfiança empresarial não nasce,<br />
naturalmente, consigo.<br />
É algo que pode desenvolver.<br />
Muitas vezes, a forma como fomos<br />
educa<strong>do</strong>s na infância afecta-nos mais<br />
tarde, sobretu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> crescemos em<br />
ambientes onde os adultos nos obrigavam<br />
a desempenhar papéis menores e<br />
que, frequentemente, nos faziam questão<br />
de lembrar mais os nossos erros <strong>do</strong><br />
que os nossos sucessos e capacidades.<br />
Para que possa elevar a sua auto-estima<br />
e autoconfiança de forma a que esta<br />
se irradie por toda a equipa, passo-lhe a<br />
citar algumas sugestões:<br />
Não se focalize nos seus fracassos empresariais.<br />
Lembre-se que os falhanços<br />
são situações temporárias e não definitivas,<br />
são situações que fazem parte da<br />
sua curva de aprendizagem e não da sua<br />
pessoa.<br />
Tal como o sucesso, o fracasso faz parte<br />
<strong>do</strong> processo de crescimento da sua empresa<br />
e não constitui um “status”. Não<br />
deixe que os erros o paralisem, corrija-os<br />
e siga em frente.<br />
Não exija perfeição a si próprio. Lembre-se<br />
que os melhores joga<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> (e que são principescamente pagos)<br />
também falham “penalties”.<br />
Se estiver, constantemente, a olhar<br />
para trás para ver o que podia ter feito<br />
melhor, deixará de estar focaliza<strong>do</strong> no<br />
sexta-feira, 23 maio de 2008<br />
Há necessidade imperiosa<br />
de colocar um travão na<br />
ASAE antes que seja tarde.<br />
Não está em causa a acção<br />
por ela desempenhada<br />
com inteira razão. Todas<br />
as autoridades multam,<br />
sancionam. Mas fazem-no<br />
com inteligência<br />
To<strong>do</strong>s nós a<strong>do</strong>ramos<br />
vence<strong>do</strong>res e to<strong>do</strong>s<br />
nós queremos estar perto<br />
de vence<strong>do</strong>res porque<br />
“passam” o seu próprio<br />
valor para nós<br />
seu futuro.<br />
Dirija a sua empresa com um olhar<br />
direcciona<strong>do</strong> para a frente e não para o<br />
“espelho retrovisor”.<br />
Desenvolva a capacidade para ver o<br />
panorama geral, crian<strong>do</strong> diferentes cenários,<br />
mas sempre bem orienta<strong>do</strong>s estrategicamente.<br />
Comece já e faça com que o ano de<br />
2008 seja o MELHOR de sempre para<br />
Si.