Municípios devem assumir a tributação do ... - Vida Económica
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26<br />
tecnologIas de InfoRMação<br />
Robert Hoey, vice-presidente da IBM.<br />
Há já algum tempo que as grandes empresas das<br />
Tecnologias da Informação estão de olhos postos nos<br />
pequenos e médios clientes. Até porque longe vão os<br />
tempos em que apenas as grandes empresas tinham exigentes<br />
necessidades de computação. Hoje, um pequeno<br />
e médio negócio vive das suas tecnologias de informação.<br />
As comunicações assentam sobre TI, já não funcionamos<br />
sem mail, temos os nossos fornece<strong>do</strong>res e clientes<br />
liga<strong>do</strong>s por intranet, a nossa informação é cada mais<br />
digital… Ou seja, para fazer negócio precisamos que o<br />
nosso departamento de sistemas de informação esteja<br />
tão bem estrutura<strong>do</strong> como a contabilidade ou a área<br />
comercial. Queremos disponibilidade nos nossos sistemas<br />
e, mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>, queremos segurança. E, por<br />
isso, longe vão os tempos em que os “mainframes” eram<br />
exclusivamente das grandes organizações. Pelo menos é<br />
o que a IBM defende.<br />
Robert Hoey, vice-presidente mundial para as vendas<br />
de sistemas empresariais da IBM, garantiu, em entrevista<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, que as pequenas e médias<br />
estruturas são muito importantes para a Big Blue. O<br />
responsável admite haver muitas empresas que pensam,<br />
e até compreensivelmente, que os “mainframe” são exclusivamente<br />
para as grandes organizações e que só essas<br />
têm capacidade para albergar estes equipamentos.<br />
Mas isso não é verdade, garante Hoey, avançan<strong>do</strong> que<br />
há muitas pequenas “start-ups” que adquirem “mainframes”.<br />
A razão para que isso aconteça, defende, é que a<br />
própria economia <strong>do</strong>s “mainframe” mu<strong>do</strong>u. E mu<strong>do</strong>u<br />
de tal forma que hoje um “mainframe” pode ser adquiri<strong>do</strong><br />
por 100 mil dólares, cerca de 65 mil euros. “Temos<br />
empresas mais pequenas, com 15 servi<strong>do</strong>res Intel,<br />
que estão a substitui-los por um único “mainnframe”.<br />
E fazem isto porque a economia lhes permite suportar<br />
o “mainframe” com menos pessoas. O que eu acho particularmente<br />
interessante é o merca<strong>do</strong> estar a crescer na<br />
Rússia, na Índia, na China e no Brasil, países que têm<br />
um grande número de start-ups”.<br />
IBM à conquista das PMe<br />
Mas em Portugal, qual é a realidade? Apenas a banca,<br />
seguros, telecomunicações e grandes empresas usam<br />
“mainframes” ou já não é bem assim, até porque as<br />
nossas pequenas empresas terão mais de micro <strong>do</strong> que<br />
propriamente de pequenas? Hoey admite que, quan<strong>do</strong><br />
RecuRsos à la caRte<br />
Recentemente a Big Blue lançou<br />
o seu “mainframe”, com o nome<br />
de Z10. Uma das características<br />
salientadas por Robert Hoey é o<br />
facto de terem imputa<strong>do</strong> a esta<br />
nova plataforma a capacidade<br />
“on demand”, ou seja, a pedi<strong>do</strong>.<br />
“Esta característica é muito importante<br />
porque há muitos clientes<br />
que não conseguem prever<br />
que recursos vão precisar usar da<br />
máquina. Vamos pegar no exemplo<br />
de uma bolsa de valores. Tem<br />
a abertura e tem o fecho.<br />
É óbvio que preocupa sobejamente<br />
os responsáveis a even-<br />
consideram o merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s “mainframe”, verificamos<br />
que cerca de metade é vendida a instituições financeiras:<br />
bancos, segura<strong>do</strong>ras e bolsas de valores. “E muitas destas<br />
empresas são efectivamente muito grandes. É óbvio que<br />
a IBM cresce muito no denomina<strong>do</strong> ‘high end market’,<br />
mas o que queremos fazer é tra-<br />
zer os “mainframe” para empresas<br />
mais pequenas. Há cinco anos,<br />
o mainframe mais barato custaria<br />
cerca um milhão de dólares.<br />
Hoje, podemos ter um “mainframe”,<br />
entrada de gama por 100<br />
mil dólares”. Ou seja, é claro objectivo<br />
da IBM aumentar o número<br />
de mainframe no merca<strong>do</strong> de<br />
entrada. Queremos que uma empresa<br />
que tenha de 15 a 100 servi<strong>do</strong>res<br />
Intel, ao invés de gerirem 15<br />
ou 100 caixas, opte por trocar por<br />
um pequeno “mainframe”. Porque<br />
muitas destas empresas pensam<br />
que os “mainframes” não são para<br />
elas. Por isso, países como Portugal,<br />
que não têm os grandes bancos,<br />
segura<strong>do</strong>ras, lojas de retalho ou instituições médicas,<br />
são para a IBM um merca<strong>do</strong> em crescimento”.<br />
Mas será difícil passar esta mensagem quan<strong>do</strong> está já<br />
enraiza<strong>do</strong> que os “mainframes” são para as grandes estruturas?<br />
O vice-presidente diz que sim, que não é propriamente<br />
fácil. “As pessoas pensam que os “mainframes” são<br />
caros e para as grandes empresas ,pelo que isto vai requer<br />
algum trabalho de nossa parte”.<br />
“Mainframes” não são apenas<br />
para as grandes empresas<br />
Aliás, Hoey diz que mudar esta ideia é um <strong>do</strong>s desafios<br />
que a IBM tem pela frente. “Queremos que os clientes<br />
dediquem algum tempo a tentar perceber a nova economia<br />
desta plataforma. Temos muita gente que nos últimos<br />
20 anos pensa que os “mainframes” são apenas para<br />
as grandes empresas e por isso queremos que essa mensagem<br />
deixe de passar”.<br />
Hoje, quan<strong>do</strong> uma empresa vos compra algum produto<br />
ou serviço, qual é a primeira questão que coloca a uma<br />
empresa como a IBM? Será o retorno <strong>do</strong> investimento?<br />
tualidade de terem insuficiente<br />
capacidade para lidar com as<br />
transacções. Por isso, necessitam<br />
de ambientes altamente escaláveis<br />
para que não tenham de<br />
comprar demasiada capacidade<br />
que não sabem se um dia irão<br />
usar, mas, por outro la<strong>do</strong>, também<br />
não deixem nunca de ter a<br />
capacidade necessária para as<br />
suas operações. De uma forma<br />
simplista, o que é possível fazer<br />
é ter capacidade a pedi<strong>do</strong>.<br />
Sempre que houver um pico de<br />
acessos, nós instantaneamente<br />
fornecemos”.<br />
Robert Hoey, vice-presidente da IBM, em entrevista<br />
sexta-feira, 23 Maio de 2008<br />
PME portuguesas<br />
cativam IBM<br />
Nunca o departamento de sistemas de informação foi tão vital para as empresas.<br />
E não só para as grandes organizações. Também as pequenas e médias estruturas<br />
empresariais têm hoje o seu negócio assente sobre as Tecnologias de Informação.<br />
Querem disponibilidade nos seus sistemas e, mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>, querem segurança.<br />
E, por isso, longe vão os tempos em que os “mainframes” eram exclusivamente das<br />
grandes organizações. Pelo menos é o que a IBM defende. A economia destas grandes<br />
plataformas tem vin<strong>do</strong> a mudar de tal forma que se antes era necessário um milhão de<br />
dólares para adquirir esta plataforma, hoje com 100 mil dólares já podemos ter um de<br />
entrada de gama.<br />
“Queremos que os clientes<br />
dediquem algum tempo<br />
a tentar perceber a nova<br />
economia desta plataforma.<br />
Temos muita gente que nos<br />
últimos 20 anos pensa que<br />
os mainframe são apenas<br />
para as grandes empresas e<br />
por isso queremos que essa<br />
mensagem deixe de passar”<br />
O Total Cost of Ownership? Robert Hoey afiança que<br />
actualmente olham para o Total Cost of Ownership onde<br />
precisamente o “mainframe” começa a ser apelativo”, diz.<br />
Hoey revela que um cliente médio gasta metade <strong>do</strong> seu<br />
orçamento de Tecnologias de Informação em pessoas, em<br />
recursos humanos. O objectivo<br />
da IBM, nomeadamente com os<br />
“mainframes”, é conseguir fazer<br />
com que os clientes reduzam a<br />
necessidade de mão-de-obra e número<br />
de pessoas necessárias para<br />
operar a máquina, tornan<strong>do</strong> as TI<br />
mais atractivas financeiramente.<br />
“Quan<strong>do</strong> falo nos clientes de entrada<br />
de gama, que têm entre 15<br />
e 100 máquinas Intel, provavelmente<br />
têm uma equipa entre 10<br />
e 20 pessoas. O que é interessante<br />
é que a razão pela qual estes clientes<br />
vão comprar um “mainframe”<br />
é saberem que podem duplicar a<br />
empresa em termos de tamanho,<br />
podem duplicar a sua capacidade<br />
de computação sem ter de contratar<br />
mais nenhum recurso humano para o departamento de<br />
Tecnologia de Informação. O que é muito interessante”.<br />
empresários mais exigentes com as tI<br />
Hoje, os empresários estão mais exigentes no seu departamento<br />
de TI. Mesmo se estivermos a falar de uma pequena<br />
e média empresa que já começa a interessar-se por temas<br />
como consolidação e virtualização. “Depois, estão ainda<br />
mais interessa<strong>do</strong>s em aumentar a segurança, e o “mainframe”<br />
é a plataforma mais segura, por isso é que os bancos e<br />
as segura<strong>do</strong>ras a usam. A terceira questão é que as empresas<br />
estão cada vez mais empenhadas no tema energia e arrefecimento.<br />
Querem ser amigas <strong>do</strong> ambiente e a verdade é que<br />
desenhamos o “mainframe” por forma a usar menos 80%”.<br />
Ou seja, a IBM não defende que a plataforma, “mainframe”<br />
seja sempre a mais barata para todas as situações, para<br />
to<strong>do</strong>s os panoramas. “O que penso é que os clientes <strong>devem</strong><br />
olhar para os factos. Sobretu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> estamos a falar de<br />
clientes que precisam de alta disponibilidade e segurança”.<br />
SUSANA MARVÃO<br />
s.marvao@vidaeconomica.pt