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actualidade
BES identifica oportunidades na Euro-região Galiza-Norte de Portugal
Noroeste Peninsular é atractivo para o investimento
nas energias renováveis e turismo
O seminário contou com a participação de empresários e dirigentes associativos dos dois países, tendo sido moderado por Fernando Ojea,
director do diário “Atlântico”.
Os investimentos em curso
nas infra-estruturas de transportes
e logística estão a tornar
a Euro-região Galiza-Norte de
Portugal mais atractiva. Existem
condições favoráveis ao aumento
e diversificação dos investimentos,
nomeadamente nos
sectores das energias renováveis
e do turismo. As oportunidades
de investimento foram um dos
temas em análise no seminário
“Euro-região Norte de Portugal-Galiza:
Eixo de oportunidades”,
organizado pelo BES,
em Viana do Castelo, no qual
participaram centena e meia de
empresários dos dois países.
O debate centrou-se no estudo
efectuado pela BES Research.
Com os investimentos a
decorrer, a Euroregião Galiza-
Norte de Portugal está a tornarse
auto-suficiente na produção
de energia eléctrica.
No domínio das energias renováveis,
o investimento previsto
para a Euroregião ultrapassa
os 3700 milhões de euros
–afirmou Francisco Mendes
Palma, director da BES Research.
Na Galiza, a maior fatia
vai ser concentrada na energia
eólica, enquanto no Norte de
Portugal os investimentos se
repartem entre energia eólica e
o aproveitamento dos recursos
hídricos.
Actualmente, existem seis
projectos de plataformas logísticas
na Euro-região que vão
gerar um investimento de 647
milhões de euros: duas na Galiza
(Vigo e Ferrol) e quatro no
Norte de Portugal (Valença,
Maia, Leixões e Chaves).
O estudo da BES Research
destaca a indústria têxtil e do
vestuário como um dos sectores
que mais riqueza geram no tecido
empresarial da Euro-região.
Entre 2002 e 2007, as dormidas
na Euro-região registaram
um crescimento médio de
5,2%, atingindo 12,3 milhões
de dormidas, crescimento que é
superior em 1,2% ao registado
no conjunto da Península Ibérica.
“O aproveitamento do turismo
de natureza, com vertentes
tão variadas como o spa termal
e o tracking ao ar livre, deve ser
visto como um cartão de visita
único, estimulando a promoção
conjunta de toda a Euro-região,
a par dos já conhecidos, mas
não exclusivos, “highligths” turísticos
como o Porto, o Douro
ou Santiago de Compostela”
– acrescentou Francisco Mendes
Palma.
Relacionamento
bilateral cada vez mais
especializado
“As relações económicas entre
Portugal e Espanha são cada
vez mais ricas e diversificadas”
– considerou Enrique Panés
Calpe, embaixador de Espanha
em Lisboa.
O diplomata recordou que a
linha de fronteira entre os dois
países tem 1200 km, concentrando
cerca de cinco milhões
de pessoas.
“As relações económicas são
impulsionadas pela sintonia
política que existe entre os dois
Governos” – referiu.
O actual modelo das cimeiras
bilaterais facilita a cooperação.
“As cimeiras são quase Conselhos
de Ministros conjuntos.
Na última cimeira em Braga
os dois chefes de Governo reuniram-se
com 10 ministros de
cada país e os presidentes das
Comunidades Autónomas”-
disse.
Para o diplomata espanhol, o
BES é um exemplo de capacidade
de iniciativa no relacionamento
bilateral que deveria ser
replicado noutras regiões.
A concluir, Enrique Panés
Calpe fez alusão aos “velhos
preconceitos” sobre o dinamismo
excessivo do lado
espanhol e salientou que a
economia espanhola é muito
aberta.
“A estratégia de internacionalização do Grupo BES assenta
num Triângulo virtuoso, com vértices na Península Ibérica,
América do Sul (Brasil) e África (Angola e países limítrofes),
sem descurar o eixo do Oriente e mercados maduros (Europa e
América do Norte)” – explicou António Souto.
Para o administrador do BES, a Península Ibérica constitui
um espaço económico único, e deve ser o mercado doméstico
para as empresas de ambos os países.
O dinamismo das trocas comerciais entre os dois países é
evidenciado pelo facto de a Espanha ser o principal cliente
e fornecedor de Portugal, representando mais de 28% das
exportações portuguesas e mais de 30% das importações portuguesas
de mercadorias. A Galiza é a principal Comunidade
Autonómica cliente de Portugal, representando cerca de 22%
de todas as importações espanholas de mercadorias vindas de
Portugal.
O apoio ao desenvolvimento das trocas comerciais e do investimento
tem sido uma prioridade para o BES, que conta
com 27 centros de empresas em Portugal e oito centros de
empresas em Espanha. “Somos o segundo maior banco de
empresas, assumindo a liderança em algumas áreas de negócios,
como é o caso do trade finance” – sublinhou António
Souto.
O seminário organizado pelo BES em Viana do Castelo contou
com a participação de mais de uma centena de empresários
e dirigentes associativos dos dois países. À apresentação
do estudo da BES Research seguiu-se uma mesa-redonda moderada
por Fernando Ojea, director do diário “Atlântico”.
Enrique Santos, presidente da Câmara de Comércio e Indústria
Luso-Espanhola, salientou que as empresas portuguesas
presentes em Espanha já representam 3% do PIB, enquanto
as 1220 empresas espanholas em Portugal representam 6%
do PIB.
sexta-feira, 23 Maio de 2008
Em Espanha já estão instaladas mais de 400 empresas portuguesas que representam
3% do PIB do país vizinho, disse Enrique Santos.
“O relacionamento bilateral entre Portugal e Espanha atinge níveis cada vez
maiores de especialização” – afirmou o embaixador Enrique Panés Calpe.
Península ibéRica deve seR o meRcado doméstico PaRa as emPResas
PoRtuguesas
“O crescimento económico tem que se fazer a partir dos mercados externos”
– afirmou António Souto, administrador do BES, na abertura do
seminário “Euroregião Norte de Portugal-Galiza: Eixo de oportunidades”.
Na Euro-região Galiza-Norte de Portugal o movimento pendular
diário envolve já 10 a 12 mil trabalhadores. Como curiosidade,
o presidente da CCILE referiu que cerca de metade
dos instrutores de condução da Galiza são portugueses.