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Acção BCP revista em baixa
por cinco bancos
Os resultados do primeiro trimestre de 2008
do BCP foram maus, conseguindo ser piores
do que as estimativas dos analistas. Resultado
directo das imparidades apuradas da participação
no BPI. Os lucros caíram 92%, para os
14,7 milhões de euros. Em sequência, o banco
Como se compõem os números dos “cortes”
efectuados pelos bancos de investimento
sobre a acção do BCP?
Aqui ficam os valores. A Lehman Brothers
foi o banco de investimento que procedeu
ao corte mais radical, passando o “pricetarget”
do BCP de 2,10 para 1,64 euros,
ou seja, nada mais nada menos do que
uma redução de 22%. O preço-alvo mais
alto que, era recomendado pelo Lehman
Brothers passou para os 1,65 euros da
UBS, que ainda assim, cortou esse “pricetarget”
dos anteriores 1,85 euros.
Por sua vez, o preço-alvo mais baixo continua
a ser aquele que o JP Morgan apresenta
e que, após a revisão feita na passada
semana, passou a ser de 1,44 euros, contra
os anteriores 1,60 euros. Finalmente,
nota para o KBW e o Deutsche Bank, com o
primeiro destes a proceder à redução mais
curta ao passar o “price-target” de 1,70
para 1,60 euros e o banco alemão a fixar o
preço-alvo em 1,50 euros, contra o anterior
1,70 euros.
Apreciem-se, algum pormenor as correcções
que os bancos de investimento procederam.
Todos os bancos de investimento que procederam
à revisão em baixa do preço-alvo
do BCP fizeram-no tendo por base os resultados
trimestrais apresentados pelo banco
na passada semana. Recorde-se que o BCP
apresentou uma quebra de mais de 90%
nos lucros, após ter reconhecido a perda de
131 milhões com a posição que mantém
no capital do BPI. As receitas foram fracas
em toda a linha, falhando as estimativas
em 5%, o que foi, parcialmente, compensado
pela redução de custos, com o rácio
de capital do BCP a fixar-se nuns perigosos
4%.
Fonte: Apresentação de Resultados 1T08 - BCP
2.1
Neste contexto, o JP Morgan, após o corte
de cerca de 12% a 15% nos lucros por acção
nas estimativas para 2008-10, baixou
a avaliação dos títulos do banco dos 1,60
euros para 1,44 euros. Assim, a JP Morgan
acrescenta que, apesar de reconhecer que
o potencial de queda parecer mais limitado,
tendo em conta a base de capital mais
sólida após o aumento de capital e a quebra
de 33% das acções este ano, não vê o
BCP como uma proposta de valor atractiva
neste momento.
A UBS, por sua vez, cortou as estimativas
de lucros para o período 2008-10 em
26%, suportados nas menores comissões,
nos maiores custos de financiamento, o
aumento das provisões para cobrir crédito
malparado e tendo em conta o impacto
do aumento de capital (diluição de 14%
dos lucros por acção). Após estas alterações
nas previsões, a casa de investimento
baixou a avaliação do BCP em 10%, para
1,65 euros dos 1,85 euros.
BPI COnDICIOnA LUCROS tRIMEStRAIS
2
1.9
1.8
1.7
1.6
foi alvo de uma chuva de recomendações de
casas de investimento que baixaram as suas
avaliações para os títulos do banco. UBS, JP
Morgan, Lehman Brothers, Deutsche Bank e
Keefe, Bruyette & Woods (KBW) não pouparam
o BCP.
“PRICE-tARgEt” MéDIO CAI DE 1,81 PARA 1,57 EUROS
1.5
18/2/08 20/5/08
O BCP obteve assim o lucro mais baixo entre
os principais bancos portugueses.
De facto, com os lucros a desceram 92,3%
para os 14,7 milhões de euros, no primeiro
trimestre do ano depois de ter reconhecido
a perda no Banco BPI, o maior banco privado
português apresentou assim o lucro trimestral
mais baixo entre os principais bancos
portugueses. Os lucros do BES subira
4,4%, para 145,9 milhões de euros, os
do BPI baixaram 22%, para 75,3 milhões
de euros e os do Santander Totta caíram
7,5%,para 140,3 milhões de euros.
Só as perdas relacionadas com a posição
detida no BPI ascendem a 131 milhões de
euros, pelo que, excluindo este efeito extraordinário,
os resultados do bancos situarse-iam
nos 134,2 milhões de euros, o que
representaria uma queda de 29,9% face ao
mesmo período do ano passado. Nesse sentido,
a margem financeira do banco melhorou
em 6,6%, para os 412,2 milhões de euros,
enquanto o produto bancário diminuiu
23,3% para os 517,3 milhões de euros.
A evolução da margem financeira beneficiou
dos desempenhos da actividade do
banco em Portugal e no mercado externo
como resultado do aumento do volume
de negócios, quer do crédito concedido a
clientes quer dos depósitos de clientes.
Por segmentos de negócio, os únicos que
evitaram que os lucros do banco registassem
uma quebra mais acentuada foram a
unidade de “corporate e empresas” e os negócios
no exterior. Todas as outras verificaram
quebras homólogas nas contribuições
líquidas. A área de banca de retalho em
Portugal verificou uma quebra de 9,8% na
contribuição para os 86 milhões de euros
e a unidade de banca de investimento registou
uma diminuiu de 32,8% para os 13
milhões de euros. O segmento de “private
banking” e “asset management” desceu
9,7%, para os 7,2 milhões de euros. Já a
unidade de corporate e empresas verificou
um aumento de 5,2% do contributo líquido
para os 58,5 milhões de euros e os negócios
no exterior aumentaram em 22,9%
para os 40,3 milhões de euros.
MArtiM POrtO
sexta-feira, 23 Maio de 2008
Best coloca
novo fundo
de “commodities”
O banco Best colocou no mercado oito
novos fundos da SICAV DB Platinium.
Destaque para o novo fundo de “commodities”,
considerado um dos melhores do
mercado neste tipo de produtos. De salientar
que se tem registado uma valorização
destes activos.
O fundo em questão caracteriza-se pela
utilização de uma estratégia de convergência
para a média, fazendo com que as
exposições sejam rebalanceadas, de forma
a reforçar os que estão abaixo da sua média
histórica e diminuir os que estão acima
dessa média. Com a introdução destes
novos fundos, o banco Best reforça ainda
mais a distribuição deste tipo de produtos
de investimento estrangeiros no mercado
nacional. Aumentou a oferta para cerca de
1580 fundos geridos por quatro dezenas de
sociedades.
Entretanto, a instituição financeira passou
a disponibilizar 17 fundos da F&C,
uma sociedade que gere mais de 156 mil
milhões de euros em activos. A sua presença
faz-se notar sobretudo nos mercados
português, alemão, irlandês, holandês e
britânico, o que significa um elevado protagonismo
na gestão de activos na Europa.
Soares da Costa
pré-qualificada
para projecto russo
A Soares da Costa ficou pré-qualificada
para o projecto de construção e operação
de uma linha do metro de São Petersburgo,
na Rússia. A proposta deverá ser apresentada
num prazo de seis meses e a construtora
não descarta a hipótese de entrar no
projecto com eventuais parceiros, adianta a
empresa em comunicado.
Até ao momento teve lugar a fase de préqualificação,
em que foram apurados cinco
agrupamentos. Ainda este mês deverão ser
emitidos os pedidos de propostas aos agrupamentos
pré-qualificados. Depois haverá
um prazo de cerca de meio ano para preparação
e apresentação de propostas. Este
é um projecto importante no processo de
internacionalização da Soares da Costa.
“É intenção das empresas que compõem
o agrupamento em que a sociedade se integra
o alargamento desse agrupamento a
outras empresas, após o que será definida
a participação final da sociedade. Apenas
na fase de preparação das propostas será
possível determinar um valor mais aproximado
da obra que fará parte do objecto da
concessão”, refere em comunicado à Comissão
do Mercado de Valores Mobiliários
(CMVM).