Livro de Anita Garibaldi - Nereu Moura
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<strong>Anita</strong> <strong>Garibaldi</strong> A Guerreira das REPÚBLICAs– Adílcio Cadorin<br />
Biblioteca Virtual da Página do Gaúcho - www.paginadogaucho.com.br<br />
Ambiciosa <strong>de</strong> ciência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meninice, sua inteligência sempre ávida <strong>de</strong><br />
novos conhecimentos proporcionava-lhe facilida<strong>de</strong> para retê-los na<br />
memória e para associá-los entre si, passando com o tempo a ser dona <strong>de</strong><br />
cultura regular. Distinta no trato com as pessoas, <strong>de</strong>monstrava sempre o seu<br />
bom senso, que aplicava invariavelmente aos assuntos, nas justas medidas e<br />
proporções, sabendo ser franca no externar os resultados <strong>de</strong> seus<br />
raciocínios rápidos <strong>de</strong> brasileira capaz e gentil. Em sua casa, <strong>Anita</strong><br />
conheceu muitos personagens famosos. Entre eles citam-se Giovanni<br />
Battista Cúneo, Francisco Anzani, os Antonini, os Rizzo, Rivera Indarte,<br />
Bartolomeo Mitre, e muitos outros entusiastas da Libertação. Ouvindo-os e<br />
a seu Giuseppe, <strong>Anita</strong> ficou sabendo <strong>de</strong>talhes do cenário internacional e do<br />
drama da Unificação italiana. Na provinciana Laguna, pouco se sabia do<br />
próprio Brasil;em Montevidéu, porto cosmopolita ornado <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />
todos as terras, corriam as notícias <strong>de</strong> todo o mundo". (66)<br />
No que pese a razoável casa que residia e a constante presença do<br />
companheiro, àqueles meses haviam sido difíceis, já que necessitou adaptarse<br />
à nova cultura, costumes e língua. Passado os primeiros tempos, além do<br />
português, <strong>Anita</strong> já dominava outras duas línguas: italiano, espanhol e um<br />
pouco <strong>de</strong> francês, conseguindo manter longas conversações com os amigos e<br />
convidados do companheiro.<br />
O CASAMENTO DE ANITA COM GARIBALDI<br />
<strong>Garibaldi</strong> foi um anticlerical, mas ambos tiveram formação religiosa, e tendo<br />
em vista que <strong>Garibaldi</strong> alçava posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, urgiu que o casal<br />
regularizasse sua situação matrimonial. Como fazê-lo, porém, se <strong>Anita</strong> já era<br />
casada no Brasil, cujo marido havia sumido, sem <strong>de</strong>ixar qualquer notícia?<br />
<strong>Anita</strong> o imaginava morto, tendo sucumbido, provavelmente, em um dos<br />
muitos combates entre os imperiais e farrroupilhas, quando estes<br />
sustentavam a ocupação <strong>de</strong> Laguna. Era a única justificativa que <strong>Anita</strong> dava<br />
ao silêncio sobre seu para<strong>de</strong>iro, pois tendo passados diversos anos, ninguém<br />
sabia <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>stino. Já haviam mandado investigar em Laguna e as notícias<br />
que receberam era <strong>de</strong> que Manoel Duarte <strong>de</strong> Aguiar, seu primeiro marido<br />
continuava sem dar notícias. Em vão foi procurado registro <strong>de</strong> óbito, sem o<br />
qual <strong>Anita</strong> não po<strong>de</strong>ria contrair novo matrimônio.<br />
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