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Livro de Anita Garibaldi - Nereu Moura

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<strong>Anita</strong> <strong>Garibaldi</strong> A Guerreira das REPÚBLICAs– Adílcio Cadorin<br />

Biblioteca Virtual da Página do Gaúcho - www.paginadogaucho.com.br<br />

compreendidas. De um lado uma mulher bastante idosa, com setenta e dois<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, com costumes e cultura milenar completamente diferentes,<br />

extremamente religiosa, habituada a uma vida rotineira e que nos últimos<br />

anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que enviuvou, tinha ficado praticamente sozinha. De outro lado<br />

uma jovem mulher com vinte e sete anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, habituada aos fragores<br />

das guerras, às tensões e os assédios dos cercos e das perseguições militares,<br />

advinda <strong>de</strong> uma terra distante, <strong>de</strong> costumes e culturas completamente<br />

diferentes, temporariamente separada do marido, do qual era muito<br />

ciumenta. Ali na casa <strong>de</strong> Quai Lunel, <strong>de</strong>fronte ao mar da Ligúria, não eram<br />

apenas duas gerações distantes que encontraram-se, mas dois modos <strong>de</strong> vida<br />

completamente diferentes, oriundos <strong>de</strong> costumes e comportamentos distantes<br />

um do outro. Também <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada que uma mulher como a <strong>Anita</strong>,<br />

não muito habituada a uma vida rotineira e familiar, endurecida pela sua vida<br />

precária e por isso mesmo sem muita docura, não <strong>de</strong>veria ser,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, o tipo <strong>de</strong> nora que Rosa Raimondi <strong>de</strong>sejava para seu filho<br />

Giuseppe.<br />

<strong>Garibaldi</strong>, em cartas que mandou a <strong>Anita</strong> neste período, registrou a<br />

preocupação que tinha quando estas duas tão amadas mulheres, mãe e<br />

esposa, se encontrassem e tivessem que viver sob o mesmo teto. Em 10 <strong>de</strong><br />

fevereiro, em carta enviada a <strong>Anita</strong> por intermédio <strong>de</strong> Giácomo Médici <strong>de</strong><br />

partida para encontrar-se com Mazini, <strong>Garibaldi</strong> escreveu:<br />

"Te mando minhas cartas, que penso vais recebê-la em companhia <strong>de</strong><br />

minha querida e amada mãe. Tu minha pequena e amada amiga, <strong>de</strong>ves te<br />

ocupar-te muito <strong>de</strong>la. E ela fará <strong>de</strong> tudo para dar-te prazer, para aliviar-te<br />

do <strong>de</strong>sprazer <strong>de</strong> nossa separação. Quando penso no dia que voltarei a<br />

apertar todos vocês entre os meus braços, serei muito feliz. Porém, por amor<br />

<strong>de</strong> Deus, não me separarei mais, porque não po<strong>de</strong>rei suportar a idéia <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>sentendimento entre as duas pessoas que representam a minha felicida<strong>de</strong><br />

futura". (79)<br />

Em outra carta, escrita dias mais tar<strong>de</strong>, tornava a escrever <strong>Garibaldi</strong> sobre o<br />

mesmo assunto, argumentando:<br />

página 224/224

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