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Livro de Anita Garibaldi - Nereu Moura

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<strong>Anita</strong> <strong>Garibaldi</strong> A Guerreira das REPÚBLICAs– Adílcio Cadorin<br />

Biblioteca Virtual da Página do Gaúcho - www.paginadogaucho.com.br<br />

sobre os filhos. Disse-lhe que não tinha medo, mas que sabia que seu fim<br />

estava próximo. Pediu para que Giuseppe falasse com os filhos, que gostaria<br />

<strong>de</strong> estar com eles, que os amava muito, mas que tendo prenunciado a hora<br />

<strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira, escolheu estar perto do seu homem, lutando pela mesma causa.<br />

Implorou que a justificasse perante aos filhos <strong>de</strong> como era difícil para ela ser<br />

mãe, esposa <strong>de</strong> um homem como ele e compelida pelo <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> consciência<br />

a ter que lutar por um i<strong>de</strong>al.<br />

"NÃO, NÃO ELA NÃO ESTÁ MORTA"<br />

Logo em seguida, momentos antes <strong>de</strong> chegar à Fattoria Guiccioli <strong>Anita</strong> não<br />

mais falou, já agonizava e uma leve espuma vertia <strong>de</strong> seus lábios, que<br />

<strong>Garibaldi</strong> insistia em limpar a todo o instante com um lenço que mantinha<br />

nas mãos. Quando chegaram finalmente ao sobrado da Fazenda, já estava<br />

presente o médico Dr. Nannini, que aten<strong>de</strong>ndo as súplicas <strong>de</strong> <strong>Garibaldi</strong> (-<br />

"por amor a Deus, salvai-a!"), or<strong>de</strong>nou que fosse transportada para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

casa. <strong>Garibaldi</strong>, Leggero, Manetti e Nannini, cada um pegou em um dos<br />

cantos do colchão on<strong>de</strong> estava <strong>de</strong>itada e a transportaram para o andar<br />

superior do casarão da Feitoria, <strong>de</strong>itando-a em uma cama <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> um<br />

pequeno quarto.<br />

A resistência <strong>de</strong> <strong>Anita</strong> havia atingido os limites humanos e seu combalido<br />

corpo não havia resistido a tamanhas provações. Ao ser transportada para o<br />

interior da casa poucos minutos <strong>de</strong> vida ainda restavam-lhe. O médico, após<br />

examiná-la, resignado, sentenciou que nada mais podia ser feito, que sua<br />

vida agonizava, que estava prestes a expirar.<br />

Em suas memórias, <strong>Garibaldi</strong> escreveu: "Ao <strong>de</strong>por minha mulher no leito,<br />

me pareceu <strong>de</strong>scobrir em seu rosto a expressão da morte. Tomei-lhe o<br />

pulso... já não batia. Eu tinha diante <strong>de</strong> mim o cadáver da mãe <strong>de</strong> meus<br />

filhos, que eu tanto amava."<br />

Quando convenceu-se que o manto negro da morte havia sobreposto sua<br />

escuridão sobre as irradiantes luzes que sua companheira irradiou durante<br />

àqueles <strong>de</strong>z anos, <strong>Garibaldi</strong> não mais conteve o pranto, dobrou-se sobre a<br />

moribunda e extravasou tudo o que sentiu naquele doloroso momento.<br />

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