GESTÃO DE RESÍDUOS - Revista Visão Ambiental
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Garrafa de Van<br />
Dorn para<br />
coleta e análise<br />
físico-química<br />
da água<br />
Primeira turma de Oceanografia da UFSC e<br />
professores na saída inaugural do curso<br />
ela menciona alguns dos melhores momentos<br />
proporcionados pelo trabalho. “Ver uma baleia,<br />
realizar uma campanha oceanográfica e ver o<br />
sol nascer em alto mar, nas embarcações, são<br />
lembranças únicas, que me fazem pensar que<br />
eu não poderia fazer outra coisa”.<br />
Sustentabilidade é a palavra-chave para a utilização<br />
racional dos recursos marinhos. Alexandra<br />
alerta para a concentração populacional nas áreas<br />
costeiras, principalmente porque o Brasil possui<br />
um extenso litoral, tanto em partes tropicais<br />
como subtropicais: “A ocupação humana nesses<br />
territórios vem aumentando de forma exponencial,<br />
o que resulta em uma enorme diversidade<br />
de interações que podem provocar danos aos<br />
diferentes ecossistemas marinhos”.<br />
A melhor saída, porém, não é esperar que<br />
o desenvolvimento da sociedade cesse, e sim<br />
propor pontos de equilíbrio que satisfaçam as<br />
pessoas e que não prejudiquem o meio ambiente.<br />
Rodrigo Barletta recomenda aos oceanógrafos<br />
que vistam a camisa da natureza e que, ao mesmo<br />
tempo, saibam ponderar as necessidades evolutivas<br />
do homem. “Se você que é profissional,<br />
que tem o conhecimento, se omitir ou se recusar<br />
a fazer algum trabalho para que tudo saia<br />
da melhor maneira, alguém que não tem esse<br />
conhecimento vai fazer as coisas de um jeito<br />
muito pior no seu lugar”, pondera.<br />
REGULAMENTAÇÃO E MERCADO <strong>DE</strong> TRABALHO<br />
A Lei 11.760, que regulamenta a profissão do<br />
oceanógrafo no Brasil, foi sancionada no dia 1º<br />
de agosto de 2008, depois de quase trinta anos<br />
Rede de<br />
coleta de<br />
plâncton<br />
Alunos recolhendo um correntógrafo,<br />
instrumento que mede as correntes marítimas<br />
de espera. O presidente da Aoceano, Fernando<br />
Diehl, acha que esse acontecimento vai incentivar<br />
a demanda por profissionais. “Isso aumentou a<br />
autoestima do profissional e a confiança dele<br />
no mercado. Facilitou também a atuação da associação,<br />
que, por ações muitas vezes simples,<br />
interfere positivamente no cenário, oferecendo<br />
profissionais, ampliando as vagas em concursos<br />
e se relacionando com a imprensa”, explica.<br />
A empregabilidade para o oceanógrafo é<br />
promissora. De acordo com a Aoceano, o setor<br />
público representa uma considerável parcela<br />
do mercado de trabalho. As oportunidades no<br />
setor privado são encontradas em empresas que<br />
exercem atividades relacionadas a consultoria<br />
ambiental, aquicultura e pesca, petróleo e gás.<br />
Fernando Diehl afirma que “o estado do Rio de<br />
Janeiro, por concentrar a quase totalidade das<br />
indústrias de óleo e gás, assim como um grande<br />
parque portuário, é uma das regiões brasileiras<br />
que mais oferecem emprego na área; mas o estado<br />
de São Paulo e a região Nordeste também<br />
têm se destacado”. O presidente da associação<br />
cita, ainda, o setor portuário, as ONGs e o terceiro<br />
setor como possibilidades de atuação.<br />
UM POUCO <strong>DE</strong> HISTÓRIA<br />
Os principais personagens da oceanografia<br />
são estrangeiros, e suas ações repercutem até<br />
hoje na profissão. Rodrigo Barletta lembra que<br />
os nórdicos, naturalistas e aventureiros, são os<br />
introdutores da oceanografia física. “Amundsen e<br />
Scott, por exemplo, queriam desbravar os polos.<br />
Nansen encalhou um navio na Groenlândia e<br />
Refratômetro que<br />
mede a salinidade<br />
da água através da<br />
passagem da luz<br />
ficou três anos lá para provar<br />
que o gelo também tinha uma<br />
corrente”. A garrafa de Nansen,<br />
desenvolvida pelo próprio navegador,<br />
é um instrumento<br />
utilizado até hoje para coleta<br />
de água e medição de índices<br />
de salinidade.<br />
Informações no site da Aoceano<br />
descrevem Matthew Fontaine<br />
Maury como o pai da oceanografia.<br />
Estadunidense, ele foi o responsável<br />
pela organização de um<br />
evento com a finalidade de discutir<br />
o padrão dos métodos náuticos<br />
e as observações meteorológicas<br />
do mar. A conferência ocorreu na<br />
Bélgica e rendeu dados posteriormente<br />
interpretados no primeiro<br />
livro da moderna oceanografia,<br />
The Physical Geography of the Sea,<br />
de 1855.<br />
No Brasil, o precursor foi o<br />
almirante Paulo Moreira da Silva,<br />
que, em 1964, transformou o<br />
navio escola Almirante Saldanha<br />
no primeiro navio oceanográfico<br />
brasileiro. O Instituto Oceanográfico<br />
da Universidade de São<br />
Paulo é o mais antigo do país, e a<br />
Fundação Universidade Federal<br />
de Rio Grande (RS) foi a primeira<br />
a oferecer o curso de graduação<br />
na área, em 1971.<br />
VISÃO AMBIENTAL • SETEMBRO/OUTUBRO • 2009<br />
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