GESTÃO DE RESÍDUOS - Revista Visão Ambiental
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VISÃO AMBIENTAL • SETEMBRO/OUTUBRO • 2009<br />
54<br />
EXPORTAÇÃO <strong>DE</strong> <strong>RESÍDUOS</strong><br />
Pintou<br />
sujeira...<br />
Navio com contêineres<br />
repletos de resíduos<br />
provenientes da Inglaterra<br />
Lixo enviado da Inglaterra<br />
para o Brasil é um alerta<br />
para a prática internacional<br />
de crimes ambientais<br />
Por Arielli Secco<br />
Um ser humano gera aproximadamente cinco<br />
quilos de lixo por dia. Fazendo uso de uma<br />
simples operação matemática, é possível ter<br />
noção do significado de mil e seiscentas toneladas<br />
de material dispensado. Acompanhe o<br />
raciocínio: são um milhão e seiscentos mil quilos.<br />
Considerando a estimativa que abriu a reportagem,<br />
seriam necessárias trezentas e vinte mil<br />
pessoas para gerar tal quantidade de resíduos.<br />
Esse contingente populacional é equivalente ao<br />
número de habitantes da cidade de Pelotas, no<br />
Rio Grande do Sul, de Maringá, no Paraná, ou de<br />
Bauru, em São Paulo.<br />
Os números tornam-se ainda mais expressivos<br />
quando o fato em questão é a origem desse<br />
tanto de lixo. A descoberta de vários contêineres<br />
vindos da Inglaterra veio à tona e foi divulgada<br />
pela imprensa em julho. A carga aguardava um<br />
destino nos portos de Santos (SP) e Rio Grande<br />
(RS). Ficou difícil entender o que aconteceu.<br />
A sujeira começou quando fiscais da Receita<br />
Federal encontraram setecentas e cinquenta<br />
toneladas de material indesejável em Rio Grande.<br />
Plástico, papel, vidros, seringas e até camisinhas<br />
faziam parte de todo o material transportado. Um<br />
papel trazia os seguintes dizeres em português:<br />
“Colocamos um tonel cheio de brinquedos e um<br />
saco com diversas bolas para serem distribuídos<br />
com as crianças carentes” e “Lavar antes de usar”.<br />
Reportagens na televisão mostravam bonecos<br />
quebrados, brinquedos imundos e com defeitos<br />
envolvidos em fitas adesivas junto ao recado.<br />
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />
(Anvisa), a Receita Federal, o Ministério Público<br />
Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambien-<br />
“O processo<br />
de importação<br />
tem seu tempo<br />
específico; muitas<br />
vezes cargas<br />
ficam paradas<br />
no aguardo<br />
dos trâmites<br />
necessários para<br />
sua internalização.”<br />
Ingrid Öberg,<br />
chefe do escritório regional<br />
do Ibama de Santos<br />
Eduardo Borges da Silva/Ascom/IBAMA-SP