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GESTÃO DE RESÍDUOS - Revista Visão Ambiental

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VISÃO SOCIAL<br />

Emiliano Milanez Graziano da Silva<br />

Plano Nacional da<br />

Sociobiodiversidade<br />

Outro dia vi um adesivo em um carro que dizia<br />

mais ou menos o seguinte: ”Será que só depois<br />

que o último rio secar, o último peixe for pescado,<br />

a última árvore for derrubada e o último solo for<br />

desertificado é que o homem vai perceber que<br />

não pode comer dinheiro?”.<br />

É uma reflexão importante, sobretudo em<br />

tempos de greenwash, uma neologia pra picaretagem<br />

que significa a utilização de ações supostamente<br />

“verdes” ou ambientalmente corretas para<br />

disfarçar o comportamento verdadeiramente<br />

nocivo ao meio ambiente e insustentável da<br />

empresa ou corporação.<br />

Valorizar a floresta em pé é a saída para sua<br />

preservação, isso é óbvio. O cidadão que vive no<br />

meio do nada, que só tem árvores à sua volta<br />

tem que ganhar dinheiro de alguma forma para<br />

poder comprar aquilo que não planta ou então<br />

para poder satisfazer suas “necessidades”, muitas<br />

vezes criadas pela cultura do consumismo.<br />

Pipocam na mídia, especializada ou não,<br />

notícias de boas intenções para atacar este<br />

problema, como é o caso do pagamento por<br />

desmatamento evitado ou das RPPNs (Reservas<br />

Particulares para o Patrimônio Natural). Mas<br />

ainda assim, o dilema do cidadão que vive em<br />

áreas de floresta, ou muito próximo a elas, não<br />

é resolvido, pois a mata não produz dinheiro<br />

suficiente de maneira contínua.<br />

Por isso as árvores com madeira mais nobre<br />

são cortadas e vendidas, seguindo para as<br />

menos nobres até que aquilo que tem um valor<br />

comercial muito baixo como madeira é vendido<br />

como carvão e a mata desaparece. E o cidadão<br />

continua na miséria.<br />

Com este cenário em mente, está em desenvolvimento,<br />

e já apresentando resultados<br />

muito importantes, o Plano Nacional das Cadeias<br />

Produtivas da Sociobiodiversidade, que<br />

estabelece uma série de ações – divididas em<br />

emergenciais e estruturantes – para tornar as<br />

cadeias de valor dos produtos da floresta sólidas<br />

e rentáveis ao pequeno produtor.<br />

Isso possibilita que aquele cidadão, caboclo<br />

da terra que sempre colheu açaí pra fazer suco<br />

ou sempre comeu pequi porque era o que tinha,<br />

possa vender estes frutos por um preço mínimo<br />

que lhe confira uma renda capaz de cobrir<br />

os custos de comprar material<br />

para a colheita, armazenamento<br />

e até mesmo transformação do<br />

produto natural bruto em matérias-primas<br />

valiosíssimas para a<br />

indústria de cosméticos, como<br />

é o caso dos óleos de andiroba ou buriti.<br />

O Plano será detalhado por produto e pactuado<br />

em cada estado produtor com órgãos<br />

governamentais, de pesquisa, representações de<br />

produtores, ambientalistas e representantes das<br />

indústrias, de modo a se encontrar alternativas<br />

econômicas para a superação dos já conhecidos<br />

gargalos visando o aumento da produção e promoção<br />

da cadeia.<br />

Inicialmente estão sendo trabalhadas as<br />

cadeias do babaçu e da castanha-do-Brasil (conhecida<br />

como castanha-do-Pará), que, segundo<br />

o IBGE, movimentaram em 2007 algo em torno<br />

de R$ 45 milhões para uma produção de pouco<br />

mais de 30 mil toneladas de castanha e R$ 113<br />

milhões para uma produção de 114.874 toneladas<br />

de babaçu.<br />

Mais informações sobre os objetivos, metas,<br />

parceiros envolvidos e, principalmente, como<br />

você pode apoiar esta iniciativa estão disponíveis<br />

diretamente na página da Secretaria de Extrativismo<br />

e Desenvolvimento Rural Sustentável, do<br />

Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.<br />

br/sociobiodiversidade).<br />

Caso você tenha algum comentário ou<br />

sugestão sobre este artigo ou sobre temas<br />

para o próximo artigo, escreva pra mim –<br />

emiliano@tulipeconsultoria.com.br<br />

Valorizar a floresta em<br />

pé é a saída para sua<br />

preservação, isso é óbvio<br />

Divulgação<br />

EMILIANO MILANEZ<br />

GRAZIANO DA SILVA<br />

é engenheiro agronômo,<br />

consultor especialista da<br />

FAO/ONU e da Unesco e também<br />

diretor da Tulipe Consultoria<br />

em Projetos Sustentáveis –<br />

www.tulipeconsultoria.com.br<br />

VISÃO AMBIENTAL • SETEMBRO/OUTUBRO • 2009<br />

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