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A escrita no processo de formação contínua do - Educadores

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percepção, “antes mesmo que comecemos a contar histórias sobre nós<br />

próprios” (p. 22).<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> narrativa, para esse autor, “assenta-se na idéia <strong>de</strong> que<br />

as histórias que contamos sobre nós próprios, ao longo <strong>do</strong> tempo (para nós<br />

próprios e para os que <strong>no</strong>s ro<strong>de</strong>iam), têm um papel formativo na<br />

construção <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> que temos <strong>de</strong> nós próprios” (p.23). Apoian<strong>do</strong>-se na<br />

obra The dialogical Imagination, <strong>de</strong> Bakhtin, Luwisch (2002) consi<strong>de</strong>ra a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> narrativa múltipla e, nesse senti<strong>do</strong>, o “eu é continuamente<br />

revisto ao longo da <strong>no</strong>ssa vida e, adicionalmente aos diálogos que<br />

mantemos directamente com os outros, as vozes <strong>do</strong>s outros são também<br />

indirectamente ouvidas e entram em acção como parceiros iguais <strong>no</strong>s<br />

diálogos <strong>do</strong> eu” (p. 23). Neste mesmo senti<strong>do</strong>, Coulter (1999), cita<strong>do</strong> por<br />

Luwisch (2002), evi<strong>de</strong>ncia a importância da geração <strong>de</strong> diálogos entre<br />

diferentes vozes justapostas e não unificadas ou misturadas na<br />

investigação educacional.<br />

Assim é que percebíamos que os diálogos estabeleci<strong>do</strong>s em alguns<br />

momentos da disciplina, campo <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa investigação, como, por<br />

exemplo, nas ativida<strong>de</strong>s “carta” , em especial a "carta para tia Belarmina"<br />

citada anteriormente, propiciaram vozes diferentes que estabeleciam<br />

diálogos com o forman<strong>do</strong>, instigan<strong>do</strong> suas reflexões. Nesse senti<strong>do</strong>, Freitas<br />

(2002) <strong>no</strong>s lembra Vygotsky(1987) e Bakhtin(1992), quan<strong>do</strong> o primeiro “vê a<br />

consciência individual como um contato consigo mesmo a partir <strong>do</strong>s<br />

outros" e, na compreensão <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>, o "eu se constrói em colaboração,<br />

os eus são autores uns <strong>do</strong>s outros” (FREITAS, M. T. A., 2002, p. 100). Dessa<br />

perspectiva, po<strong>de</strong>mos conceber as entrevistas realizadas com alguns <strong>do</strong>s<br />

protagonistas <strong>de</strong>sta investigação como dialógicas, pois a compreensão<br />

almejada implicava a relação <strong>do</strong>s interlocutores envolvi<strong>do</strong>s. Neste senti<strong>do</strong>,<br />

acompanhamos o reconhecimento <strong>de</strong> Freitas (2002) quan<strong>do</strong>, a partir da<br />

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