A escrita no processo de formação contínua do - Educadores
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em seu bilhete po<strong>de</strong>ria ser um indício <strong>de</strong> que nem tu<strong>do</strong> ainda é <strong>de</strong> seu<br />
ple<strong>no</strong> conhecimento. Entretanto, uma mediação problematiza<strong>do</strong>ra não foi<br />
estabelecida neste momento para que se pu<strong>de</strong>sse compreen<strong>de</strong>r o senti<strong>do</strong><br />
que o alu<strong>no</strong> atribuía ao conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição.<br />
Sobre o senti<strong>do</strong> ou a compreensão <strong>de</strong> uma palavra, Bakhtin (1988)<br />
esclarece que<br />
...to<strong>do</strong> ato <strong>de</strong> compreensão é ativo: este assimila a palavra a ser<br />
compreendida em seu próprio sistema conceptual preenchi<strong>do</strong><br />
com objetos específicos e expressões emocional, e é<br />
indissoluvelmente fundi<strong>do</strong>, com a resposta, com uma motivada<br />
concordância ou discordância. De certo mo<strong>do</strong>, a priorida<strong>de</strong><br />
pertence à resposta, como um princípio ativa<strong>do</strong>r: esta cria a base<br />
para o entendimento. A compreensão se realiza somente na<br />
réplica. A compreensão e a resposta são dialeticamente<br />
absorvidas e condicionam mutuamente uma a outra; uma é<br />
impossível sem a outra 87 (p.282).<br />
Em uma perspectiva semelhante, Freitas (1995) evi<strong>de</strong>nciou o<br />
conteú<strong>do</strong> e o senti<strong>do</strong> como características <strong>de</strong> um enuncia<strong>do</strong>:<br />
Correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao significa<strong>do</strong> abstrato há por parte <strong>do</strong> ouvinte<br />
uma compreensão passiva que apenas <strong>de</strong>codifica. O senti<strong>do</strong><br />
exige uma compreensão ativa, mais complexa, em que o ouvinte,<br />
além <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificar, relaciona o que está sen<strong>do</strong> dito com o que<br />
ele está presumin<strong>do</strong> e prepara uma resposta ao enuncia<strong>do</strong>.<br />
Compreen<strong>de</strong>r não é portanto, simplesmente <strong>de</strong>codificar, mas<br />
supõe toda uma relação recíproca entre falante e ouvinte, ou<br />
uma relação entre os ditos e os presumi<strong>do</strong>s (Freitas, M. T. A., 1995,<br />
p. 136)<br />
87 ...every concrete act of un<strong>de</strong>rstanding is active: it assimilates the word to be un<strong>de</strong>rstood<br />
into its own conceptual system filled with specific objects and emotional expressions, and is<br />
indissolubly merged with the response, with a motivated agreement or disagreement. To<br />
some extent, primacy belong to the response, as the activating principle: it creates the<br />
ground for un<strong>de</strong>rstanding, it prepares the ground for an active and engaged<br />
un<strong>de</strong>rstanding. Un<strong>de</strong>rstanding comes to fruition only in the response. Un<strong>de</strong>rstanding and<br />
response are dialectically merged and mutually condition each other; one is impossible<br />
without the other.<br />
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