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A escrita no processo de formação contínua do - Educadores

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Esse ir e vir aos momentos vivi<strong>do</strong>s <strong>no</strong> curso <strong>de</strong> graduação e em sua<br />

trajetória <strong>de</strong> vida parece ter trazi<strong>do</strong> à tona aspectos que ora caracterizam<br />

e ora constroem sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, conforme <strong>no</strong>s<br />

diz Luwisch (2002):<br />

é melhor compreendida não como uma essência fixa ou uma<br />

substância que existe profundamente <strong>de</strong>ntro da pessoa à espera<br />

<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scoberta, mas antes como um flui<strong>do</strong> e um <strong>processo</strong> em<br />

curso que vai progredin<strong>do</strong> através da narrativa (p.23).<br />

Pu<strong>de</strong>mos perceber um <strong>processo</strong> <strong>de</strong> construção em FP que, a partir<br />

<strong>de</strong> suas memórias e lembranças <strong>do</strong> tempo vivi<strong>do</strong> como estudante e<br />

professor, passou a estabelecer nexos entre as histórias narradas. A<br />

narrativa, por tratar das "vicissitu<strong>de</strong>s da intenção", conforme compreen<strong>de</strong><br />

Bruner (1998), permite não só organizar a experiência <strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong><br />

significa<strong>do</strong>, como também representar e constituir a realida<strong>de</strong>.<br />

Às vezes FP i<strong>de</strong>ntificava-se com maneiras <strong>de</strong> ser e agir <strong>no</strong> ambiente<br />

profissional. Assim é que explicita os diferentes papéis da <strong>escrita</strong> em sua<br />

trajetória que, ora aproximava os envolvi<strong>do</strong>s, ora tornava o ambiente frio<br />

com os participantes indiferentes e ora lhe indicava um caminho a trilhar<br />

em sua prática profissional. Neste senti<strong>do</strong>, o narrar, o contar apresenta-se<br />

como uma maneira <strong>de</strong> conhecer, ou melhor, <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e reconhecer<br />

um conhecimento, às vezes ti<strong>do</strong> como tácito, quan<strong>do</strong> o professor exerce<br />

sua profissão.<br />

O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> também po<strong>de</strong> ser<br />

associa<strong>do</strong> à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pessoa <strong>de</strong> "manter a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma narrativa" (Gid<strong>de</strong>ns, apud Oliveira, 2004), isto é, conseguir estabelecer<br />

os nexos <strong>de</strong> sua história e contá-la a outros, em outras palavras, auto-<br />

interpretar-se. Nesse senti<strong>do</strong>, ao narrar, não somos neutros, pois<br />

expressamos <strong>no</strong>ssas afinida<strong>de</strong>s, valores e orientações.<br />

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