A natureza da moral de Hume - CFH

More documents

Recommendations

Info

a partir dos quais se deriva, em última instância, toda censura ou aprovação” (EPM 1.10). Nós distinguimos, de fato, entre bem e mal, entre virtude e vício, entre certo e errado. A pergunta básica de Hume é acerca da origem destas distinções, e é tendo em vista o tipo de resposta que ele oferece a esta pergunta que desenvolveremos este trabalho sobre a sua teoria moral, a qual é de permanente importância na história da filosofia moral tanto por sua originalidade como por sua influência sobre as teorias morais posteriores. ⎯ 12 ⎯
1. Hume e a Filosofia Moral Britânica No início da Investigação sobre os princípios da moral, obra publicada em 1751 – e que é em grande medida tanto uma nova apresentação, ainda que menos detalhada, como um desdobramento do pensamento de Hume sobre a moralidade apresentado no livro 3 do Tratado da natureza humana, intitulado “Da moral” e publicado em 1740 – Hume fornece evidências de que sua preocupação com o tema da moral se insere no contexto de uma controvérsia vigente em sua época. Uma controvérsia que “surgiu recentemente”, e que “diz respeito aos fundamentos gerais da moral”; sobre se “eles derivam da razão ou do sentimento, se obtemos conhecimento deles por uma série de argumentos e induções ou por um sentimento imediato e um sentido interno distinto; se, como em todos os julgamentos corretos acerca da verdade e da falsidade, eles deveriam ser os mesmos para todos os seres racionais e inteligentes ou se, como na percepção da beleza e da deformidade, fundamentam-se inteiramente na estrutura e constituição próprias da espécie humana” (EPM 1.3). No Tratado Hume também havia se referido a esta controvérsia que, como ele afirma, “tanto despertou a curiosidade do público nos últimos anos”, resumindo-a na questão de “se as distinções morais são fundadas em princípios naturais e originais ou se resultam do interesse e da educação” (T 2.1.7.2). A controvérsia sobre o estatuto da moralidade e as origens do pensamento moral à qual Hume se refere – uma discussão que remonta a Thomas Hobbes (1588-1679) e tem continuidade no final do século XVII e início do século XVIII com os autores hoje chamados de moralistas britânicos –, envolvia uma série de questões. Entre outras coisas, disputava- se sobre a existência ou não de valores morais objetivos; se os homens são egoístas por natureza ou se eles se tornam egoístas devido à sociedade; se a moralidade baseia-se na razão; se depende de alguma maneira da vontade de Deus, de um senso moral, da religião, ou decorre simplesmente ⎯ 13 ⎯
Page 1 and 2: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP FA
Page 3 and 4: ⎯ 3 ⎯ Para Maria e Tácito
Page 5 and 6: Resumo Esta tese procura destacar e
Page 7 and 8: Introdução Índice 1. Hume e a fi
Page 9 and 10: Introdução Existem muitos problem
Page 11: satisfatória” (EPM, apêndice 4.
Page 15 and 16: grande para tanto. Assim, questiono
Page 17 and 18: moralidade que acontecerá nos séc
Page 19 and 20: partido de Hutcheson em oposição
Page 21 and 22: das leis e dos costumes das comunid
Page 23 and 24: Alguns racionalistas alegavam tamb
Page 25 and 26: elas estão na Idéia em sua própr
Page 27 and 28: Outro filósofo do qual algumas das
Page 29 and 30: com as doutrinas segundo as quais a
Page 31 and 32: Clarke considerava que estas quest
Page 33 and 34: outra é reciprocamente igual a ele
Page 35 and 36: Hobbes negou a sociabilidade natura
Page 37 and 38: indefinidamente. Deste modo, as “
Page 39 and 40: auto-interessado por luxo e felicid
Page 41 and 42: A hipótese acima levou Mandeville
Page 43 and 44: seus proponentes podem ser derrotad
Page 45 and 46: diferença, segundo a regularidade
Page 47 and 48: “ocasião” para a recepção da
Page 49 and 50: 2. A Filosofia Moral de Hume É dif
Page 51 and 52: percepções” (T 3.1.1.2) 31 . Co
Page 53 and 54: que as alegações dos racionalista
Page 55 and 56: sentimento está sempre certo” (E
Page 57 and 58: A alegação racionalista de que a
Page 59 and 60: A posição humeana de que não pod
Page 61 and 62: Na seção do Tratado em que procur
Page 63 and 64:
situa sempre no da realidade, a dem
Page 65 and 66:
Para Hume, a razão atua na descobe
Page 67 and 68:
Através do uso da razão descobrim
Page 69 and 70:
“Em todas as decisões morais, es
Page 71 and 72:
ou seja, como uma doutrina que tem
Page 73 and 74:
interpretação acerca da natureza
Page 75 and 76:
negação de que a investigação m
Page 77 and 78:
teoria de Hume seria então uma vis
Page 79 and 80:
envolve uma relação com a espéci
Page 81 and 82:
O próprio Mackie admite que não h
Page 83 and 84:
de como se interpreta a passagem do
Page 85 and 86:
características do ato em si mesmo
Page 87 and 88:
necessidade, portanto, é o efeito
Page 89 and 90:
especulativas; embora, como aquela,
Page 91 and 92:
primárias e qualidades secundária
Page 93 and 94:
Conforme a passagem acima revela, p
Page 95 and 96:
“Alguns objetos produzem imediata
Page 97 and 98:
“...concluí um raciocínio com e
Page 99 and 100:
3.2. A interpretação realista Ain
Page 101 and 102:
Para Norton, Hume compartilha uma c
Page 103 and 104:
conseqüência de termos sentimento
Page 105 and 106:
independentemente de nossos sentime
Page 107 and 108:
justificação de Hume para esta no
Page 109 and 110:
pontos de vista imparciais e univer
Page 111 and 112:
com a máxima certeza que a lua é
Page 113 and 114:
Ora, a idéia de uma uniformidade p
Page 115 and 116:
termos, seria impossível desenvolv
Page 117 and 118:
Podemos destacar ainda, sobre a vis
Page 119 and 120:
da mesma maneira que Newton e seus
Page 121 and 122:
como a dos corpos externos, deve se
Page 123 and 124:
levado a coisa longe demais, no seu
Page 125 and 126:
O mesmo tipo de alegação aparece
Page 127 and 128:
um caráter que ele qualifica como
Page 129 and 130:
de uma estrutura objetiva totalment
Page 131 and 132:
outro indivíduo, não se apresenta
Page 133 and 134:
Ora, quanto a Hume, dado seu aparen
Page 135 and 136:
contemplação do todo, sente algum
Page 137 and 138:
As ações que chamamos virtuosas n
Page 139 and 140:
seja para outras pessoas. “É da
Page 141 and 142:
Hume apresenta quatro classes de qu
Page 143 and 144:
“É evidente que quando louvamos
Page 145 and 146:
Hume sustenta que os sentimentos de
Page 147 and 148:
denominamos moralmente bom ou mau
Page 149 and 150:
necessariamente faz que tal circuns
Page 151 and 152:
Em segundo lugar, porque ao defende
Page 153 and 154:
ase segura para a escolha entre dif
Page 155 and 156:
moderado tem, segundo ele, a virtud
Page 157 and 158:
divertimento, sinto que perderia no
Page 159 and 160:
Após afirmar que não pode existir
Page 161 and 162:
“instinto natural” a crer nos s
Page 163 and 164:
indistintas são em certa medida co
Page 165 and 166:
por objetos exteriores é algo que
Page 167 and 168:
sentido dado ao termo por Quine, de
Page 169 and 170:
Para Norton, “se o naturalismo é
Page 171 and 172:
termo “empatia”, entendida aqui
Page 173 and 174:
A alegação de que nossos juízos
Page 175 and 176:
e que as paixões nascem em conform
Page 177 and 178:
considerar seu julgamento como uma
Page 179 and 180:
moral com relação à perspectiva
Page 181 and 182:
de sua utilidade. A “utilidade p
Page 183 and 184:
não obstante - pelo fato de serem
Page 185 and 186:
outra razão para elogiar um homem
Page 187 and 188:
e assim baseia nossa aprovação da
Page 189 and 190:
Conclusão Não há dúvida alguma
Page 191 and 192:
compreendemos, descarta toda a pret
Page 193 and 194:
Contudo, apesar destas aparentes co
Page 195 and 196:
comum não implica que não existe
Page 197 and 198:
o denominamos moralmente bom ou mau
Page 199 and 200:
uma abordagem que seguirá “o mé
Page 201 and 202:
estritamente mecânicos e mesmo org
Page 203 and 204:
Boatwright, John. (1076). ‘Hume
Page 205 and 206:
_______ (2000). A Treatise of Human
Page 207 and 208:
Passmore, J. A. (1952). Hume’s In
show all

A natureza da moral de Hume - CFH

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?