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A natureza da moral de Hume - CFH

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A alegação <strong>de</strong> que nossos juízos <strong>de</strong> aprovação ou <strong>de</strong>saprovação<br />

<strong>moral</strong> são gerados por nossos sentimentos <strong>de</strong> simpatia é vital para a teoria<br />

<strong>moral</strong> <strong>de</strong> <strong>Hume</strong>. Ele assume que a simpatia é universal. Alega que ca<strong>da</strong> um<br />

<strong>de</strong> nós é em algum grau afetado pela felici<strong>da</strong><strong>de</strong> ou pelo sofrimento <strong>da</strong>s<br />

outras pessoas, isto é, que não somos indiferentes à contemplação <strong>da</strong>s<br />

dores e prazeres dos outros. Somente julgando com base na simpatia<br />

po<strong>de</strong>mos produzir um juízo com o qual outras pessoas posam concor<strong>da</strong>r.<br />

Os termos ‘simpatia’ e ‘humani<strong>da</strong><strong>de</strong>’ não <strong>de</strong>notam um objeto <strong>de</strong><br />

aprovação <strong>moral</strong>, mas a fonte <strong>da</strong> aprovação <strong>moral</strong>, que é um tipo <strong>de</strong> prazer<br />

que experimentamos quando consi<strong>de</strong>ramos as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> um agente. A<br />

alegação central <strong>de</strong> <strong>Hume</strong> é que quando atribuímos louvor ou censura<br />

<strong>moral</strong>, este louvor ou censura <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> simpatia. O fato <strong>de</strong><br />

que sentimos simpatia para com os outros é o que explica porque julgamos<br />

como julgamos.<br />

A simpatia representa a explicação <strong>de</strong> <strong>Hume</strong> para a existência <strong>de</strong><br />

atributos emocionais comuns entre membros <strong>da</strong> mesma socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Através<br />

<strong>da</strong> observação <strong>de</strong> sinais comportamentais que nos são familiares, a simpatia<br />

permite que nos tornemos conscientes <strong>da</strong> paixão <strong>de</strong> uma outra pessoa. A<br />

simpatia nos dá uma idéia <strong>da</strong> emoção do outro. Ela se torna mais viva em<br />

nós quando se transforma numa impressão – “a simpatia não é senão uma<br />

idéia vívi<strong>da</strong> converti<strong>da</strong> em uma impressão” (T, 2.2.9.13) –, ou seja, em uma<br />

contraparte em nós mesmos <strong>da</strong> própria emoção que a outra pessoa está<br />

sentindo. O que comunica a vivaci<strong>da</strong><strong>de</strong> necessária para esta transformação<br />

é a “idéia, ou antes a impressão” do eu. Quanto mais próxima a pessoa está<br />

<strong>de</strong> nós mesmos e quanto mais semelhante for, mais intensamente esta<br />

vivaci<strong>da</strong><strong>de</strong> é comunica<strong>da</strong>, <strong>de</strong> acordo com os princípios associativos <strong>de</strong><br />

<strong>Hume</strong>; mas todos os seres humanos possuem alguma semelhança<br />

significativa uns com os outros, <strong>de</strong> modo que, em princípio, não existe<br />

ninguém que não possa sentir uma paixão por simpatia. <strong>Hume</strong> pensa que<br />

este sistema associativo é baseado na experiência comum:<br />

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