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A natureza da moral de Hume - CFH

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“Alguns objetos produzem imediatamente uma sensação agradável, <strong>de</strong>vido<br />

à estrutura original <strong>de</strong> nossos órgãos, e são então <strong>de</strong>nominados ‘bons’;<br />

enquanto outros, a partir <strong>de</strong> sua imediata sensação <strong>de</strong>sagradável, adquirem<br />

a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> ‘maus” (DIS, Das Paixões, 121) 76 ;<br />

“O bem e o mal, tanto naturais quanto morais, são inteiramente relativos aos<br />

sentimentos e afecções humanas” (E, O cético, 168) 77 .<br />

“a aprovação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s morais não proce<strong>de</strong> <strong>da</strong> razão ou <strong>de</strong> qualquer<br />

comparação <strong>de</strong> idéias, senão que se <strong>de</strong>ve inteiramente a um gosto <strong>moral</strong> e<br />

a certos sentimentos <strong>de</strong> prazer ou <strong>de</strong>sprazer que surgem ao examinar e<br />

contemplar certas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou caracteres particulares” (T, 3.3.1.15) 78 .<br />

Passagens como estas têm levado alguns intérpretes <strong>da</strong> filosofia <strong>de</strong><br />

<strong>Hume</strong> a alegar que ele nega a existência <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>moral</strong> objetiva<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> mente dos observadores; que as distinções morais têm<br />

uma origem subjetiva, relativa à sensação e gosto particular dos indivíduos,<br />

e não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como apresentando, literalmente, quaisquer<br />

características objetivas; que os valores morais não po<strong>de</strong>m existir na forma<br />

<strong>de</strong> objetos no mundo. Em outros termos, uma vez que sustenta que os<br />

valores morais precisam <strong>da</strong> <strong>natureza</strong> humana e <strong>da</strong>s reações humanas para<br />

sua existência, <strong>Hume</strong> apoiaria a tese <strong>de</strong> que a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana é a<br />

única fonte <strong>da</strong> aprovação ou <strong>de</strong>saprovação, <strong>da</strong> virtu<strong>de</strong> e do vício, do certo e<br />

do errado; <strong>de</strong>finindo o “bem” e o “mal” por referência a certos tipos <strong>de</strong><br />

estados mentais <strong>da</strong>s pessoas tais como a dor e o prazer: “o bem e o mal, ou,<br />

em outras palavras, a dor e o prazer” (T 2.3.9.8).<br />

76<br />

“Some objects produce immediately an agreeable sensation, by the original structure of<br />

our organs, and are thence <strong>de</strong>nominated GOOD; as others, from their immediate<br />

disagreeable sensation, acquire the appellation of EVIL.”<br />

77<br />

“. Good and ill, both natural and <strong>moral</strong>, are entirely relative to human sentiment and<br />

affection.”<br />

78<br />

“…the approbation of <strong>moral</strong> qualities most certainly is not <strong>de</strong>rived from reason, or any<br />

comparison of i<strong>de</strong>as; but proceeds entirely from a <strong>moral</strong> taste, and from certain<br />

sentiments of pleasure or disgust, which arise upon the contemplation and view of<br />

particular qualities or characters.”<br />

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