30.04.2013 Views

sandra bernardes puff - Universidade Federal de Santa Catarina

sandra bernardes puff - Universidade Federal de Santa Catarina

sandra bernardes puff - Universidade Federal de Santa Catarina

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

namorar homens e mulheres. Isso na mente sofrível <strong>de</strong> Esther contraria a sua moral e<br />

ela quer ser livre assim que sair do hospício e procurar o homem certo, e para isso<br />

pediu conselhos à sua psiquiatra que explicou a ela como ter sua liberda<strong>de</strong> sexual.<br />

Porém, a liberda<strong>de</strong> melhor era se livrar dos fantasmas <strong>de</strong> Joan rondando sua mente,<br />

tentando imitá-la, Esther estava ciente disso:<br />

Apesar das gran<strong>de</strong>s restrições que fazia a ela, vi que sempre ia gostar <strong>de</strong><br />

Joan. Era como se tivéssemos sido forçadas a ficar juntas por causa <strong>de</strong> uma<br />

situação catastrófica, como uma guerra ou uma praga, e partilhássemos <strong>de</strong><br />

um mundo que era só nosso,<br />

— Quando você vai sair?<br />

— No dia primeiro.<br />

— Ótimo.<br />

Joan ficou triste.<br />

— Você vai me visitar, não é, Esther?<br />

— Claro.<br />

Mas pensei: ‗sem chance‘. 76<br />

Ainda que estivesse na clínica, Esther tinha permissão para sair, foi à farmácia<br />

e comprou seu diafragma e voltou feliz à clínica sabendo que havia feito uma boa<br />

compra. Esther achava que melhorava a cada dia, por isso tinha mais permissão para<br />

passear, o objetivo era encontrar o homem certo para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser virgem.<br />

Em seus passeios Esther encontrou um professor <strong>de</strong> matemática, inteligente e<br />

com quem achou que pu<strong>de</strong>sse tomar um chá ou uma taça <strong>de</strong> vinho, só não po<strong>de</strong>ria<br />

dizer a Irwin que teria que ser rápido, pois teria que voltar à clínica ou quem sabe<br />

ligar e dizer que ia dormir na casa <strong>de</strong> Joan:<br />

Resolvi colocar em prática minha nova personalida<strong>de</strong> normal com esse<br />

rapaz que, no meio da minha in<strong>de</strong>cisão, contou que se chamava Irwin, era<br />

professor <strong>de</strong> matemática e tinha um ótimo salário, então eu disse ‗Está<br />

bem‘ e fomos <strong>de</strong>scendo juntos a escadaria coberta <strong>de</strong> neve.<br />

Foi só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> conhecer o estúdio <strong>de</strong> Irwin que resolvi seduzi-lo. 77 [sem<br />

grifos no original]<br />

Esther teve alguns problemas, achava que era castigo por sua noite com Irwin,<br />

76 PLATH, Sylvia. A redoma <strong>de</strong> vidro. Ibid., 1999, p. 246.<br />

77 PLATH, Sylvia. A redoma <strong>de</strong> vidro. Ibid., 1999, p. 247.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!