30.04.2013 Views

sandra bernardes puff - Universidade Federal de Santa Catarina

sandra bernardes puff - Universidade Federal de Santa Catarina

sandra bernardes puff - Universidade Federal de Santa Catarina

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O uso consciente da máscara dos pseudônimos e ainda mais dos<br />

heteronômios, [...] esse <strong>de</strong>sdobramento e dissociação da personalida<strong>de</strong>, se<br />

liga à procura e ao questionamento da autenticida<strong>de</strong>, da escolha e opção,<br />

enfim do engajamento absoluto do sujeito. 136 [sem grifo no original]<br />

Nesta dissertação contamos com a tradução <strong>de</strong> Beatriz Horta para The Bell<br />

Jar, traduzida como A Redoma <strong>de</strong> Vidro. Na obra encontramos as evidências do<br />

pseudônimo e alter-ego, <strong>de</strong>sdobramentos do duplo, usados pela autora ao criar na<br />

narrativa a protagonista Esther Greenwood, alter-ego <strong>de</strong> Sylvia Plath. Ao criar seu<br />

alter-ego Sylvia Plath exemplifica os estudos <strong>de</strong> Jean-Paul Richter que o <strong>de</strong>nomina<br />

como ―segundo eu‖, aquele que caminha do lado, o companheiro <strong>de</strong> estrada, essa foi<br />

uma das primeiras <strong>de</strong>nominações para o duplo. 137<br />

Na narrativa a protagonista Esther Grenwood se posiciona ironicamente à<br />

socieda<strong>de</strong> da época <strong>de</strong> 50. Esther foi a moça provinciana e sem dinheiro que ganhou<br />

alguns prêmios e foi trabalhar em Nova Iorque. A narrativa é permeada <strong>de</strong><br />

sentimentos conflitantes para a protagonista e o duplo aparece com um dos principais<br />

elementos <strong>de</strong>ntro do romance. Mesmo que ficção, foi através <strong>de</strong> Esther Greenwood,<br />

que Plath dá lampejos n‘A Redoma <strong>de</strong> Vidro <strong>de</strong> um ―eu‖ reconhecível da experiência<br />

pessoal para a narrativa ficcional.<br />

O estudo do duplo que fizemos <strong>de</strong>monstrou que o mesmo parece ser cíclico,<br />

<strong>de</strong> tempos em tempos ele [re] aparece, assim como foi explorado e floresceu na<br />

Literatura Romântica Alemã no século XVIII 138 , porém, esse assunto já aparecia na<br />

literatura clássica <strong>de</strong> Sófocles, em Édipo Rei, atravessando os séculos.<br />

O duplo é um transeunte não só na antiguida<strong>de</strong> clássica como também foi em<br />

civilizações primitivas, antigos folclores, em lendas nórdicas, no período renascentista<br />

136<br />

ROSENFELD, Anatol. Texto e contexto. Op. cit., 1973. p. 15.<br />

137<br />

RICHTER apud BRAVO, Nicole Fernan<strong>de</strong>z. Duplo. In: BRUNEL, Pierre. Dicionário <strong>de</strong> mitos<br />

literários. Op. cit., 2000, p. 261<br />

138<br />

RANK, Otto. O duplo. Op. cit., 1939, p. 7.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!