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L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita

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138 – Allan Kardec<br />

melhor sorte, não há interesse moral que nos guie; sem a caridade não há fé, pois a<br />

fé não é mais do que pura luminosidade que torna brilhante uma alma caridosa.<br />

A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais<br />

pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por ele à criatura.<br />

Como desprezar essa bondade suprema? Qual o coração, ciente disso, bastante<br />

perverso para reprimir em si e expulsar esse sentimento todo divino? Qual o filho<br />

bastante mau para se rebelar contra essa doce carícia: a caridade?<br />

Não ouso falar do que fiz, porque também os Espíritos têm o pudor de suas<br />

obras; considero, porém, a que iniciei como uma das que mais hão de contribuir para<br />

o alívio dos seus semelhantes. Vejo com frequência os Espíritos a pedirem lhes seja<br />

dado, por missão, continuar a minha tarefa. Vejo-os, minhas bondosas e queridas<br />

irmãs, no piedoso e divino ministério; vejo-os praticando a virtude que os<br />

recomendo, com todo o júbilo que deriva de uma existência de dedicação e<br />

sacrifícios. Imensa dita é a minha, por ver quanto lhes honra o caráter, como é<br />

estimada e protegida a missão que desempenham. Homens de bem, de boa e firme<br />

vontade, unam-se para continuar amplamente a obra de propagação da caridade; no<br />

exercício mesmo dessa virtude, encontrarão a recompensa; não há alegria espiritual<br />

que ela não proporcione já na vida presente. Sejam unidos, amem-se uns aos outros,<br />

segundo os preceitos do Cristo. Assim seja.<br />

S. Vicente de Paulo (Paris, 1858)<br />

13. Chamo-me Caridade; sigo o caminho principal que conduz a Deus. Me<br />

acompanhem, pois conheço a meta a que todos devem ter em vista.<br />

Dei esta manhã o meu giro habitual e, com o coração amargurado, venho<br />

lhes dizer: Oh, meus amigos, que de misérias e de lágrimas, quanto vocês têm de<br />

fazer para secá-las todas! Em vão, procurei consolar algumas pobres mães, dizendolhes<br />

ao ouvido: ―Coragem! Há corações bons que velam por vocês; não serão<br />

abandonadas; paciência! Deus lá está; vocês são amadas por Ele, são Suas eleitas!‖<br />

Elas pareciam me ouvir e voltavam para o meu lado os olhos arregalados de espanto;<br />

eu lia no semblante delas que seus corpos – opressores do Espírito – tinham fome e<br />

que, se é certo que minhas palavras lhes serenavam um pouco os corações, não lhes<br />

reconfortavam os estômagos. Repetia a elas: ―Coragem! Coragem!‖ Então, uma<br />

pobre mãe, ainda muito moça, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços<br />

e a estendeu no espaço vazio, como a pedir-me que protegesse aquele entezinho que<br />

só encontrava, num seio estéril, insuficiente alimentação.<br />

Mais adiante, meus amigos, vi pobres velhos sem trabalho e, como<br />

consequência, sem abrigo, presas de todos os sofrimentos da penúria e,<br />

envergonhados de sua miséria, eles que nunca mendigaram, nem ousaram implorar a<br />

piedade dos transeuntes. Com o coração inchado de compaixão, eu, que nada tenho,<br />

me fiz mendiga para eles e vou, por toda a parte, estimular a beneficência, inspirar<br />

bons pensamentos aos corações generosos e compassivos. Por isso é que aqui venho,<br />

meus amigos, e lhes digo: Há por aí desgraçados, em cujos barracos falta o pão, os<br />

fogões se acham sem fogo e os leitos sem cobertas. Não digo o que vocês devem<br />

fazer; deixo aos seus bons corações a iniciativa. Se eu lhes ditasse o proceder,<br />

nenhum mérito a boa ação de vocês traria. Digo-lhes apenas: Sou a caridade e os<br />

estendo as mãos pelos seus irmãos que sofrem.

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