L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita
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162 – Allan Kardec<br />
ter às mãos, nada prevalecerá contra a Sua vontade. O homem poderá usar e abusar<br />
de seus haveres durante a vida, sem ter de prestar contas? Não. Permitindo-lhe que a<br />
adquirisse, é possível que Deus tenha tido em vista recompensar-lhe, no curso da<br />
existência atual, os esforços, a coragem, a perseverança. Porém, se ele somente os<br />
utilizou na satisfação dos seus sentidos ou do seu orgulho; se tais haveres se<br />
tornaram causa de sua falência e melhor seria não os ter possuído, visto que perde de<br />
um lado o que ganhou do outro, anulando o mérito de seu trabalho. Quando deixar a<br />
Terra, Deus lhe dirá que já recebeu a sua recompensa.<br />
M., Espírito protetor (Bruxelas, 1861)<br />
EMPREGO DA RIQUEZA<br />
11. Não podem servir a Deus e a Mamon. Guardem bem isso na lembrança, vocês, a<br />
quem o amor do ouro domina; vocês, que venderiam a alma para possuir tesouros,<br />
porque eles permitem que se elevem acima dos outros homens e lhes proporcionam<br />
os gozos das paixões que os escravizam. Não; não podem servir a Deus e a Mamon!<br />
Se, pois, sentem a alma dominada pelas cobiças da carne, cuidem-se depressa em<br />
descarregar o peso que os oprime, pois Deus, justo e severo, lhes dirá: ―Que fez dos<br />
bens que te confiei, administrador infiel? Essa poderosa ferramenta de boas obras o<br />
aproveitaste exclusivamente na tua satisfação pessoal‖.<br />
Então, qual o melhor emprego que se pode dar à riqueza? Procurem a<br />
solução do problema nestas palavras: ―Amem-se uns aos outros‖. Elas guardam o<br />
segredo do bom emprego das riquezas. Aquele que se acha animado do amor do<br />
próximo tem aí a sua linha de proceder toda traçada. Na caridade está, para as<br />
riquezas, o emprego que mais agrada a Deus. Não nos referimos, é claro, a essa<br />
caridade fria e egoísta, que consiste em a criatura espalhar ao seu redor a sobra de<br />
uma existência dourada. Referimo-nos à caridade plena de amor, que procura a<br />
desgraça e a ergue, sem a humilhar. Rico, dê do que te sobra; faça mais: dá um<br />
pouco do que te é necessário, pois o de que necessitas ainda é supérfluo. Mas, dá<br />
com sabedoria. Não se desvies do que se queixa, com receio de que te engane; vá às<br />
origens do mal. Alivia, primeiro; em seguida, informa-te, e vê se o trabalho, os<br />
conselhos, mesmo a afeição não serão mais eficazes do que a tua esmola. Difunde<br />
em torno de ti, como os socorros materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho, o<br />
amor do próximo. Coloca tuas riquezas sobre uma base que nunca lhes faltará e que<br />
te trará grandes lucros: a das boas obras. Deves utilizar a riqueza da inteligência<br />
como a do ouro. Derrama em torno de ti os tesouros da instrução; derrama sobre teus<br />
irmãos os tesouros do teu amor e eles frutificarão.<br />
Cheverus (Bordéus, 1861)<br />
12. Quando considero a curta duração da vida, dolorosamente me impressiona a<br />
incessante preocupação de vocês com o bem-estar material, ao passo que tão pouca<br />
importância dão ao aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo gastam e<br />
que, no entanto, é o que importa para a eternidade. Diante da atividade que<br />
desenvolvem, diriam que se trata de uma questão do mais alto interesse para a<br />
Humanidade, quando não se trata, na maioria dos casos, senão de se porem em<br />
condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de se entregarem a