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L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita

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19 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO<br />

dadas ao sentido das Escrituras e tornadas artigos de dogma. Constituía entre os<br />

doutores assunto de discussões intermináveis, as mais das vezes sobre simples<br />

questões de palavras ou de formas, no gênero das disputas teológicas e das sutilezas<br />

do ensinamento religioso da Idade Média 7 . Daí, diferentes seitas surgiram, cada uma<br />

das quais pretendia ser o dono da verdade, detestando-se umas às outras, como<br />

costuma acontecer. Entre essas seitas, a mais influente era a dos fariseus, que teve<br />

por chefe Hillel 8 , doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma escola<br />

célebre, onde se ensinava que só se devia depositar fé nas Escrituras. Sua origem é<br />

de 180 ou 200 anos antes de Jesus Cristo. Os fariseus, em diversas épocas, foram<br />

perseguidos, especialmente sob Hircano – soberano pontífice e rei dos judeus –,<br />

Aristóbulo e Alexandre, rei da Síria. Este último, porém, lhes concedeu honras e<br />

restituiu os bens, de sorte que eles readquiriram o antigo poderio e o conservaram<br />

até à queda de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, época em que se lhes apagou o<br />

nome, em consequência da dispersão dos judeus.<br />

Participavam ativamente das controvérsias religiosas. Eram servis<br />

cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo<br />

ardente de ciúme religioso, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de<br />

princípios; mas, sob as aparências de cautelosa devoção, ocultavam costumes<br />

depravados, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação. Tinham<br />

a religião mais como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé<br />

sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação;<br />

entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos<br />

olhos passavam por criaturas santas. Daí serem muito poderosos em Jerusalém.<br />

Acreditavam, ou, pelo menos, fingiam acreditar na Providência, na<br />

imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. (Cap.<br />

IV, nº 4.) Jesus, que prezava sobretudo a simplicidade e as qualidades da alma, que,<br />

na lei, preferia o espírito que vivifica, à letra que mata, se aplicou, durante toda a<br />

sua missão, a lhes desmascarar a falsidade, pelo que tinha neles inimigos ferozes.<br />

Essa a razão por que os fariseus se ligaram aos príncipes dos sacerdotes para incitar<br />

o povo contra Jesus para eliminá-lo.<br />

Nazarenos – Na antiga lei, era o nome dado aos judeus que faziam voto, perpétuo<br />

ou temporário, de guardar perfeita pureza. Eles se comprometiam a observar a<br />

castidade, a se guardar de bebidas alcoólicas e a conservar a cabeleira. Sansão,<br />

Samuel e João Batista eram nazarenos.<br />

Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, em<br />

referência a Jesus de Nazaré.<br />

Essa denominação também foi dada a uma seita falsa dos primeiros séculos<br />

da era cristã, a qual, do mesmo modo que os ebionitas, de quem adotavam certos<br />

princípios, misturava as práticas do mosaísmo com os dogmas cristãos, seita essa<br />

que desapareceu no século quarto.<br />

7 Essa matéria (filosofia religiosa) recebeu o nome de escolástica – N. E.<br />

8 Não confundir esse Hillel que fundou a seita dos fariseus com o seu homônimo que viveu duzentos anos<br />

mais tarde e estabeleceu os princípios religiosos e sociais de um sistema todo de tolerância e amor,<br />

sistema hoje conhecido por Hilelismo. – A Editora da FEB, 1947.

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