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L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita

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142 – Allan Kardec<br />

porque o espetáculo de suas misérias lhes perturbaria por instantes a existência<br />

exultante. Temam se conservar indiferentes, quando puderem ser úteis. A<br />

tranquilidade comprada à custa de uma indiferença culposa é a tranquilidade do mar<br />

Morto, no fundo de cujas águas se escondem a vasa fedida e a corrupção. No<br />

entanto, como se acha longe a piedade de causar o distúrbio e o aborrecimento de<br />

que se cerca o egoísta! Sem dúvida, ao contato da desgraça de alguém, voltando-se<br />

para si mesma, a alma experimenta um constrangimento natural e profundo, que põe<br />

em vibração todo o ser e o abala penosamente. Porém, grande é a compensação,<br />

quando chegam a dar coragem e esperança a um irmão infeliz que se enternece ao<br />

aperto de uma mão amiga e cujo olhar, úmido, por vezes, de emoção e de<br />

reconhecimento, se dirige docemente para vocês, antes de se fixar no Céu em<br />

agradecimento por lhe ter enviado um consolador, um amparo. A piedade é o<br />

melancólico, mas celeste precursor da caridade, primeira das virtudes que a tem por<br />

irmã e cujos benefícios ela prepara e enobrece.<br />

Miguel (Bordéus, 1862)<br />

OS ÓRFÃOS<br />

18. Meus irmãos, amem os órfãos. Se soubessem o quanto é triste ser só e<br />

abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos para nos exortar a<br />

lhes servir de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada,<br />

evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o<br />

vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque<br />

compreende e pratica a Sua lei. Pensem também que muitas vezes a criança que<br />

socorrem foi importante para vocês noutra encarnação, caso em que, se pudessem se<br />

lembrar, já não estariam praticando a caridade, mas cumprindo um dever. Assim,<br />

pois, meus amigos, todo sofredor é seu irmão e tem direito à sua caridade; não,<br />

porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão<br />

em que cai, pois frequentemente bem amargos são os seus óbolos! Quantas vezes<br />

seriam eles recusados, se no barraco a enfermidade e a miséria não os estivessem<br />

esperando! Doem delicadamente, juntem ao benefício que fizerem o mais precioso<br />

de todos os benefícios: o de uma boa palavra, de uma carícia, de um sorriso<br />

amistoso. Evitem esse ar de proteção, que equivale a revolver a lâmina no coração<br />

que sangra e considerem que, fazendo o bem, trabalham por si mesmos e pelos seus.<br />

Um Espírito familiar (Paris, 1860)<br />

BENEFÍCIOS PAGOS COM A INGRATIDÃO<br />

19. Que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão como pagamento de<br />

benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?<br />

Nesses, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas<br />

para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o<br />

bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho,<br />

pois os que assim procedem se alegram na humildade com que o beneficiado lhes

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