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L. NEILMORIS - Portal Luz Espírita

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164 – Allan Kardec<br />

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS<br />

14. Meus irmãos, meus amigos, venho lhes trazer o meu óbolo, a fim de ajudá-los a<br />

avançar, sem temor, pela estrada do aperfeiçoamento em que entraram. Nós nos<br />

devemos uns aos outros; somente pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e<br />

os encarnados será possível a regeneração.<br />

O amor aos bens terrenos é um dos mais fortes obstáculos ao adiantamento<br />

moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destroem as suas capacidades de<br />

amar, com as aplicarem todas às coisas materiais. Sejam sinceros: a riqueza<br />

proporciona uma felicidade sem comparação? Quando os cofres estão cheios, não há<br />

sempre um vazio no seu coração? No fundo dessa cesta de flores não há sempre<br />

oculto um réptil? Compreendo a satisfação – bem justa, aliás –, que o homem<br />

experimenta que, por meio de trabalho honrado e assíduo, ganhou uma fortuna; mas,<br />

dessa satisfação, muito natural e que Deus aprova, a um apego que absorve todos os<br />

outros sentimentos e paralisa os impulsos do coração vai grande distância, tão<br />

grande quanto a que separa da gastança exagerada a detestável avareza, dois vícios<br />

entre os quais Deus colocou a caridade, santa e salutar virtude que ensina o rico a<br />

dar sem ostentação, para que o pobre receba sem baixeza.<br />

Seja que a fortuna lhes tenha vindo da sua família, seja que a tenham ganho<br />

com o seu trabalho, há uma coisa que não devem esquecer nunca: é que tudo provém<br />

de Deus e tudo retorna a Deus. Nada pertence a vocês na Terra, nem sequer o seu<br />

pobre corpo: a morte os livra dele, como de todos os bens materiais. São<br />

depositários e não proprietários, não se iludam. Deus lhes emprestou os bens e vocês<br />

têm de restituir; e Ele empresta sob a condição de que pelo menos o supérfluo caiba<br />

aos que carecem do necessário.<br />

Um dos seus amigos lhes empresta certa quantia. Por pouco honesto que<br />

sejam, façam questão de restituírem integralmente e lhe fiquem agradecido. Pois<br />

bem: essa a posição de todo homem rico. Deus é o amigo celestial, que lhe<br />

emprestou a riqueza, não querendo para si mais do que o amor e o reconhecimento<br />

do rico, mas exige deste que por sua vez dê aos pobres, que são seus filhos, tanto<br />

quanto Ele.<br />

Os bens que Deus lhes confiou despertam nos seus corações uma cobiça<br />

ardente e delirante. Já pensaram, quando se deixam apegar desenfreadamente a uma<br />

riqueza perecível e passageira como vocês mesmos, que um dia terão de prestar<br />

contas ao Senhor daquilo que receberam d’Ele? Esquecem que, pela riqueza, se<br />

revestem do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra, para serem gerentes<br />

inteligentes da referida riqueza? Portanto, quando somente usam do que lhes foi<br />

confiado em proveito próprio, que são, senão administradores infiéis? Que resulta<br />

desse esquecimento voluntário dos deveres pessoais? A morte, inflexível e<br />

implacável, rasga o véu sob o qual se ocultavam e lhes força a prestar contas ao<br />

Amigo que os beneficiou e que nessa hora enverga diante de vocês a toga de juiz.<br />

Em vão vocês procuram na Terra se iludir, colorindo com o nome de<br />

virtude o que as mais das vezes não passa de egoísmo. Em vão chamam de<br />

economia e previdência ao que apenas é cupidez e avareza, ou generosidade ao que<br />

não é senão gastança em proveito próprio. Um pai de família, por exemplo, se<br />

abstém de praticar a caridade, economizará, amontoará ouro, diz ele, para deixar aos

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