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o ensino diferenciado na escola indígena “tengatuí ... - UCDB

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despercebido, que nos leva ao lugar onde nos encontramos. A busca por entender os interesses<br />

que ora me norteiam me levaram a um pensar sobre as circunstâncias que me trouxeram até<br />

aqui. Percebi que meu interesse pela educação, seguido pelo interesse pela educação indíge<strong>na</strong>,<br />

dá-se, especialmente, a partir de quando me dou conta de minha não aceitação ao<br />

estabelecido.<br />

Como então me fazer entender em relação ao meu posicio<strong>na</strong>mento e às minhas<br />

escolhas? Por onde começar? São detalhes <strong>na</strong> memória de situações que se mostram difíceis<br />

de serem elencadas, porque todas relevantes, mas que se tor<strong>na</strong>ram muito expressivas a partir<br />

de minha chegada ao Mato Grosso do Sul, quando pude refletir sobre minhas atitudes<br />

demonstrativas de curiosidade e, por vezes, de indig<strong>na</strong>ção, que ilustraram minha vida, desde<br />

sempre.<br />

Uma outra dúvida, então, permeou meus pensamentos, como me fazer entender<br />

sem considerar as influências e representações de vida que, de certa forma, construíram o meu<br />

imaginário que, por sua vez, teve e tem um papel preponderante em minhas escolhas?<br />

Assumida a dificuldade, o desafio estava posto. De onde começar? O pensar sobre<br />

essa questão me mostrou que havia uma questão sempre presente em minhas reflexões – a<br />

minha trajetória <strong>escola</strong>r. Se hoje sou capaz de identificar e compreender as minhas<br />

inquietações durante a minha trajetória <strong>escola</strong>r, não perco de vista que não foi sempre assim.<br />

Um certo incômodo, por muito tempo incompreendido (por mim), acompanhou-me até que,<br />

<strong>na</strong> minha etapa acadêmica, conheci o universo da pesquisa, quando remotas probabilidades se<br />

traduziram em oportunidades efetivas, sobre as quais discorro a seguir.<br />

“Descobrindo” o índio: uma experiência pessoal: O verbo descobrir, aqui, não<br />

é exagero e sequer pode ser considerado i<strong>na</strong>dequado. Antes de minha vinda para o MS, onde<br />

resido desde 1986, tudo o que sabia sobre os povos indíge<strong>na</strong>s era o que a <strong>escola</strong> elementar,<br />

ocidental, e no meu caso particular, confessio<strong>na</strong>l, havia me ensi<strong>na</strong>do, ou seja, quase <strong>na</strong>da,<br />

ainda que a mídia veiculasse notícias sobre “perso<strong>na</strong>gens” indíge<strong>na</strong>s que me pareciam, à<br />

época, tão distantes de minha realidade, quanto imagi<strong>na</strong>va estarem os povos indíge<strong>na</strong>s.<br />

Venho do interior do estado de São Paulo, da cidade de Bauru, onde <strong>na</strong>sci e vivi a<br />

maior parte de minha vida, até o momento 3 . Com relação à minha educação <strong>escola</strong>r, creio que<br />

posso me considerar privilegiada. Sempre estudei em <strong>escola</strong>s consideradas boas <strong>escola</strong>s e tive,<br />

posso afirmar, uma boa formação inicial o que, aliada à minha curiosidade <strong>na</strong>tural, contribuiu<br />

3 Minha vivência, em Bauru, somam 27 anos. Período entre 1959 – ano de meu <strong>na</strong>scimento – e 1986, ano de<br />

minha vinda para o Mato Grosso do Sul.<br />

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