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o ensino diferenciado na escola indígena “tengatuí ... - UCDB

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Remeter-me a essas considerações, remeteu, também, de outro lado, a que eu<br />

pusesse “em quarente<strong>na</strong>”, algumas concepções pessoais prévias, de modo a dar lugar a outras,<br />

o que possibilitou/possibilita, por sua vez, um novo olhar. Novo olhar que provocou o que<br />

defino como um processo de questio<strong>na</strong>mento e de necessária desconstrução, para a<br />

identificação e para o estabelecimento da relevância das categorias que emergiam, então, em<br />

momentos e situações diversas.<br />

Nesse sentido, a “descoberta” dos estudos da diferença e a possibilidade de contar<br />

com o respaldo dos Estudos Culturais foi tão gratificante, quanto libertadora, enquanto<br />

possibilidade de apreensão do objeto estudado livre das “amarras” impostas pelos cânones da<br />

ciência moder<strong>na</strong> e das suas limitações, considerando que<br />

[...] muitas vezes os estudos desenvolvidos atualmente, no que se refere aos tantos<br />

cotidianos nos quais vivemos e nos quais nos formamos como uma rede de<br />

subjetividades (Santos, 1995), dentre os quais está o da <strong>escola</strong>, fundamentam-se em<br />

uma crítica ao modelo da ciência moder<strong>na</strong> que, para se „construir‟ teve a<br />

necessidade de considerar os conhecimentos cotidianos como „senso comum‟ a ser<br />

superado, de modo indispensável, pelo conhecimento científico. (ALVES e<br />

OLIVEIRA, 2005, p. 84)<br />

A “permissão” de se considerar o senso comum, por si só, possibilita uma gama<br />

de possibilidades passíveis de constituir, de certa forma, a compreensão da realidade estudada<br />

com significativa abrangência, configurada por elementos de extrema relevância, que não<br />

poderiam jamais serem desconsiderados. Assim, de acordo com o que preconizam os Estudos<br />

Culturais, pode-se partir do princípio de que<br />

[...] tanto o conteúdo quanto as formas pelas quais nossas ações cotidia<strong>na</strong>s são<br />

desenvolvidas têm como características a complexidade (Morin, 1996) e a<br />

diferenciação (Santos, 2000), sob influência de fatores mais ou menos aleatórios.<br />

[...] as lógicas que presidem o desenvolvimento das ações cotidia<strong>na</strong>s são<br />

profundamente diferentes daquela com a qual nos acostumamos a pensar a<br />

modernidade. Para compreendê-las, portanto, precisamos, ao mesmo tempo,<br />

„desaprender‟ os saberes que aprendemos a partir das teorias sociais da modernidade<br />

(Santos, 2000, p. 382-383) e buscar tecer novas formas de entendimento dos<br />

processos de criação das ações e de suas múltiplas formas de manifestação [...]<br />

(ALVES e OLIVEIRA, 2005, p. 87-88. Grifos das autoras)<br />

Propor-me assumir o desafio de um estudo como este incorreu em dificuldades<br />

para além das inerentes às hipóteses e à trajetória próprias de qualquer que seja o processo<br />

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