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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ<br />

RONALDO VINÍCIUS CASAGRANDE<br />

OTIMIZAÇÃO NA OFERTA DE DISCIPLINAS EM CURSOS SUPERIORES ATRAVÉS<br />

DE SEQÜENCIAMENTOS ADEQUADOS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA<br />

Curitiba - PR<br />

2008


RONALDO VINÍCIUS CASAGRANDE<br />

OTIMIZAÇÃO NA OFERTA DE DISCIPLINAS EM CURSOS SUPERIORES ATRAVÉS<br />

DE SEQÜENCIAMENTOS ADEQUADOS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA<br />

Tese apresenta<strong>da</strong> como requisito parcial para obtenção<br />

do grau <strong>de</strong> Doutor <strong>em</strong> Ciências. Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação <strong>em</strong> Métodos Numéricos <strong>em</strong> Engenharia,<br />

Setor <strong>de</strong> Ciências Exatas e Setor <strong>de</strong> Tecnologia,<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Brasil.<br />

Orientador: Prof. Dr. Celso Carnieri<br />

CURITIBA<br />

2008<br />

ii


TERMO DE APROVAÇÃO<br />

RONALDO VINÍCIUS CASAGRANDE<br />

OTIMIZAÇÃO NA OFERTA DE DISCIPLINAS EM CURSOS SUPERIORES ATRAVÉS<br />

DE SEQÜENCIAMENTOS ADEQUADOS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA<br />

Tese aprova<strong>da</strong> como requisito parcial para a obtenção do grau <strong>de</strong> Doutor <strong>em</strong> Ciências, na área<br />

<strong>de</strong> concentração <strong>em</strong> Programação Mat<strong>em</strong>ática do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>em</strong> Métodos<br />

Numéricos <strong>em</strong> Engenharia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, pela seguinte banca<br />

examinadora:<br />

Orientador: ______________________________________________<br />

Celso Carnieri, Dr.<br />

Departamento <strong>de</strong> Mat<strong>em</strong>ática, UFPR<br />

______________________________________________<br />

Celso Kaestner, DR.<br />

Departamento Acadêmico <strong>de</strong> Computação, UTFPR<br />

______________________________________________<br />

Flávio Sanson Fogliatto, DR.<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção e Transportes, UFRGS<br />

______________________________________________<br />

Leandro Coelho, DR.<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção, PUC-PR<br />

______________________________________________<br />

Nei<strong>da</strong> Maria Patias Volpi, DRª.<br />

Departamento <strong>de</strong> Mat<strong>em</strong>ática, UFPR<br />

iii


doutorado.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

À minha esposa Thaís pelo seu apoio <strong>em</strong>ocional durante o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

Ao meu professor e orientador, professor Dr. Celso Carnieri, pela suas importantes<br />

sugestões e críticas durante a realização <strong>da</strong> tese.<br />

Ao meu amigo e colega Leonardo Emmendorfer pelo seu apoio técnico incansável<br />

durante todo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> tese.<br />

Ao corpo docente do doutorado, por suas inestimáveis aju<strong>da</strong>s.<br />

Aos meus colegas <strong>de</strong> doutorado pela convivência e amiza<strong>de</strong> durante o período <strong>de</strong><br />

realização <strong>da</strong>s aulas.<br />

A todos os meus amigos, os quais s<strong>em</strong>pre me incentivaram e me apoiaram nos<br />

momentos difíceis do curso.<br />

iv<br />

Muito Obrigado!


SUMÁRIO<br />

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................................................... VII<br />

LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................................................... VIII<br />

LISTA DE QUADROS........................................................................................................................................ IX<br />

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 1<br />

1.1 COMENTÁRIOS INICIAIS ......................................................................................................................... 1<br />

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................................ 2<br />

1.3 LIMITAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................................................................... 6<br />

1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ............................................................................................................... 6<br />

1.5 OBJETIVOS DA PESQUISA ....................................................................................................................... 9<br />

1.5.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................................... 9<br />

1.5.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................................... 10<br />

1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................................................. 10<br />

1.7 ESTRUTURA DA TESE ............................................................................................................................ 11<br />

2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................................................... 12<br />

2.1 SEQÜENCIAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE PRODUÇÃO ................................................................ 12<br />

2.2 METAHEURÍSTICAS ............................................................................................................................... <strong>15</strong><br />

2.2.1 Descrição <strong>da</strong>s principais metaheurísticas utiliza<strong>da</strong>s .......................................................................... 20<br />

2.2.2 Uma análise comparativa <strong>da</strong>s metaheurísticas <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho ........................................ 28<br />

2.3 O MÉTODO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA ............................................................................................ 30<br />

2.3.1 Fun<strong>da</strong>mentos do Método <strong>de</strong> Análise Hierárquica .............................................................................. 31<br />

2.3.2 Consistências dos julgamentos ........................................................................................................... 35<br />

2.3.3 Método alternativo <strong>de</strong> preenchimento <strong>da</strong>s matrizes <strong>de</strong> julgamentos .................................................. 42<br />

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................................................ 44<br />

3.1 CRIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESORDEM PROCESSUAL ....................................................... 45<br />

3.1.1 Criação do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP) ....................................................................... 45<br />

3.1.2 Criação do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR) ................................................................... 45<br />

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS COMPONENTES DO ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO ................................ 46<br />

3.3 MODELAGEM DO ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO ........................................................................... 46<br />

3.3.1 Escolha do algoritmo heurístico ......................................................................................................... 46<br />

3.3.2 Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo heurístico ................................................................................................... 47<br />

4. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ...................................................................................................... 48<br />

4.1 CRIANDO OS INDICADORES DE DESORDEM PROCESSUAL .......................................................... 48<br />

4.1.1 Criando o Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP) ......................................................................... 49<br />

4.1.2 Criando o Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR) ..................................................................... 53<br />

4.2 IDENTIFICANDO OS COMPONENTES DO ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO .................................. 59<br />

4.2.1 Realizando algumas <strong>de</strong>finições necessárias ....................................................................................... 59<br />

4.2.2 Definindo as variáveis ........................................................................................................................ 60<br />

4.2.3 Definindo as constantes ...................................................................................................................... 60<br />

4.2.4 Relacionando os parâmetros .............................................................................................................. 62<br />

4.3 MODELANDO O ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO .............................................................................. 62<br />

4.3.1 Escolhendo o algoritmo heurístico ..................................................................................................... 62<br />

4.3.2 Mo<strong>de</strong>lando o algoritmo heurístico ...................................................................................................... 62<br />

5. APLICAÇÃO DO SISTEMA ......................................................................................................................... 70<br />

5.1 PRIMEIRO PROBLEMA CONSIDERADO .............................................................................................. 70<br />

5.1.1 Um mo<strong>de</strong>lo para experimentação ....................................................................................................... 70<br />

5.1.2 I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s constantes ............................................................................................................... 72<br />

5.1.3 Customização do sist<strong>em</strong>a para o probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado .................................................................... 73<br />

5.1.4 Resultados obtidos .............................................................................................................................. 76<br />

5.2 SEGUNDO PROBLEMA CONSIDERADO .............................................................................................. 79<br />

5.2.1 Um mo<strong>de</strong>lo para experimentação ....................................................................................................... 80<br />

5.2.2 I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s constantes ............................................................................................................... 81<br />

v


5.2.3 Customização do sist<strong>em</strong>a para o probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado .................................................................... 82<br />

5.2.4 Resultados obtidos .............................................................................................................................. 86<br />

6. COMENTÁRIOS FINAIS .............................................................................................................................. 88<br />

6.1 CONCLUSÕES .......................................................................................................................................... 88<br />

6.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ............................................................................................ 90<br />

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 92<br />

ANEXOS .............................................................................................................................................................. 96<br />

vi


LISTA DE FIGURAS<br />

FIGURA 1 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> disciplinas nos cursos superiores .............................. 4<br />

FIGURA 2 – Taxionomia para metaheurísticas híbri<strong>da</strong>s ......................................................... 19<br />

FIGURA 3 – Estruturação <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a para aplicação do método AHP .......................... 32<br />

FIGURA 4 – Resumo <strong>da</strong> metodologia completa <strong>da</strong> pesquisa. ................................................. 44<br />

FIGURA 5 – Metodologia para obtenção <strong>da</strong> MGR <strong>de</strong> forma consistente ............................... 56<br />

FIGURA 6 – Estratégia <strong>de</strong> relaxação <strong>de</strong> restrições durante a busca tabu ................................ 67<br />

FIGURA 7 – Fluxograma do algoritmo <strong>de</strong> otimização ............................................................ 69<br />

vii


LISTA DE GRÁFICOS<br />

GRÁFICO 1 – Otimização <strong>em</strong> função <strong>da</strong> relaxação dos indicadores no primeiro probl<strong>em</strong>a .. 78<br />

GRÁFICO 2 – Contribuição <strong>da</strong> BT no algoritmo <strong>de</strong> otimização do primeiro probl<strong>em</strong>a ......... 78<br />

GRÁFICO 3 – Otimização <strong>em</strong> função <strong>da</strong> relaxação dos indicadores no segundo probl<strong>em</strong>a ... 87<br />

GRÁFICO 4 – Contribuição <strong>da</strong> BT no algoritmo <strong>de</strong> otimização do segundo probl<strong>em</strong>a.......... 87<br />

viii


LISTA DE QUADROS<br />

QUADRO 1 – Escala <strong>de</strong> julgamentos proposta por Saaty ....................................................... 32<br />

QUADRO 2 – Quadro curricular utilizado como base para a criação dos indicadores ........... 49<br />

QUADRO 3 – Escala <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s disciplinas <strong>em</strong> relação às suas posições originais . 52<br />

QUADRO 4 – Escala <strong>de</strong> requisitos entre disciplinas ............................................................... 54<br />

QUADRO 5 – Mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos ....................................................... 55<br />

QUADRO 6 – Quadro curricular do curso usado no primeiro probl<strong>em</strong>a ................................. 71<br />

QUADRO 7 – Cenário completo a ser otimizado no primeiro probl<strong>em</strong>a ................................ 72<br />

QUADRO 8 – Matriz <strong>de</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos (MCR) para o primeiro probl<strong>em</strong>a ......... 75<br />

QUADRO 9 – Panorama geral <strong>da</strong> otimização realiza<strong>da</strong> no primeiro probl<strong>em</strong>a ...................... 77<br />

QUADRO 10 – Quadro curricular do curso usado no segundo probl<strong>em</strong>a ............................... 79<br />

QUADRO 11 – Quadro curricular a<strong>da</strong>ptado do curso usado no segundo probl<strong>em</strong>a ................ 80<br />

QUADRO 12 – Cenário completo a ser otimizado no segundo probl<strong>em</strong>a ............................... 81<br />

QUADRO 13 – Matriz <strong>de</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos (MCR) para o segundo probl<strong>em</strong>a........ 84<br />

QUADRO 14 – Panorama geral <strong>da</strong> otimização realiza<strong>da</strong> no segundo probl<strong>em</strong>a ..................... 86<br />

QUADRO <strong>15</strong> – Matriz parcial 1 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a ... 97<br />

QUADRO 16 – Matriz parcial 2 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a ... 97<br />

QUADRO 17 – Matriz parcial 3 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a ... 98<br />

QUADRO 18 – Matriz parcial 4 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a ... 98<br />

QUADRO 19 – Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos (MGR) para o primeiro probl<strong>em</strong>a ................. 99<br />

QUADRO 20 – Matriz parcial 1 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a . 100<br />

QUADRO 21 – Matriz parcial 2 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a . 101<br />

QUADRO 22 – Matriz parcial 3 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a . 102<br />

QUADRO 23 – Matriz parcial 4 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a . 103<br />

QUADRO 24 – Matriz parcial 5 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a . 104<br />

QUADRO 25 – Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos (MGR) para o segundo probl<strong>em</strong>a ................ 105<br />

ix


LISTA DE TABELAS<br />

TABELA 1 – Índice Randômico .............................................................................................. 37<br />

TABELA 2 – Índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos consi<strong>de</strong>rado no primeiro probl<strong>em</strong>a .......................... 71<br />

TABELA 3 – Número <strong>de</strong> alunos previstos ou existentes nas turmas no primeiro probl<strong>em</strong>a ... 71<br />

TABELA 4 – Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina no primeiro probl<strong>em</strong>a ....................................... 72<br />

TABELA 5 – Índices gf e cf <strong>da</strong>s disciplinas para o primeiro probl<strong>em</strong>a .................................. 73<br />

TABELA 6 – Índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos consi<strong>de</strong>rado no segundo probl<strong>em</strong>a ........................... 81<br />

TABELA 7 – Número <strong>de</strong> alunos previstos ou existentes nas turmas no segundo probl<strong>em</strong>a ... 81<br />

TABELA 8 – Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina no segundo probl<strong>em</strong>a ........................................ 81<br />

TABELA 9 – Índices gf e cf <strong>da</strong>s disciplinas para o segundo probl<strong>em</strong>a ................................... 82<br />

x


AG – Algoritmo Genético<br />

AHP – Analytic Hierarchy Process<br />

BT – Busca Tabu<br />

CLSP – Discrete Lot Sizing Probl<strong>em</strong><br />

CSLP – Continuos Lot Sizing Probl<strong>em</strong><br />

CSM – Chi-Square Method<br />

LISTA DE SIGLAS<br />

DLSP – Capacitated Lot Sizing Probl<strong>em</strong><br />

ELSP – Economic Lot Scheduling Probl<strong>em</strong><br />

EM – Eigenvalue Method<br />

EOQ – Economic Or<strong>de</strong>r Quantity<br />

FPM – Fuzzy Programming Method<br />

GLSP – General Lot Sizing Probl<strong>em</strong><br />

IDP – Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição<br />

IDR – Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos<br />

LGPM – Logarithmic Goal Programming Method<br />

LLSM – Logarithmic Least-Square Method<br />

LSM – Least-Square Method<br />

MGR – Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos<br />

MCR – Matriz <strong>de</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos<br />

PLSP – Proportional Lot Sizing Probl<strong>em</strong><br />

SA – Simulated Annealing<br />

xi


RESUMO<br />

Historicamente no Brasil, as instituições <strong>de</strong> ensino quase nunca foram vistas como<br />

organizações <strong>em</strong>presariais aptas à aplicação <strong>da</strong> ciência administrativa. Em virtu<strong>de</strong> disso, o<br />

setor está <strong>em</strong> crise. Hoje as instituições <strong>de</strong> ensino priva<strong>da</strong>s sofr<strong>em</strong> dos mesmos probl<strong>em</strong>as<br />

enfrentados pela maioria <strong>da</strong>s organizações: concorrência. Dentre as soluções para fugir <strong>da</strong><br />

crise, a otimização <strong>de</strong> recursos é um dos principais “r<strong>em</strong>édios” para a enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> no setor.<br />

Estudos mostram que o custo com o corpo docente <strong>em</strong> uma instituição <strong>de</strong> ensino po<strong>de</strong> chegar<br />

a mais <strong>de</strong> 50% dos custos globais. Portanto, a otimização <strong>de</strong>sse recurso é importante para a<br />

racionalização <strong>de</strong> custos. Alocando-se disciplinas <strong>em</strong> períodos apropriados dos cursos faz<br />

com que se oportunize a unificação <strong>de</strong> disciplinas, ocasionando, com isso, a otimização <strong>de</strong><br />

professores. Isso é plenamente viável <strong>em</strong> cursos livres, cursos superiores <strong>de</strong> tecnologia, cursos<br />

<strong>de</strong> <strong>pós</strong>-<strong>graduação</strong> e <strong>em</strong> alguns cursos <strong>de</strong> <strong>graduação</strong> tradicional on<strong>de</strong> se tenha estrutura<br />

curricular modular. Entretanto a alocação <strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong>ve ser feita com imensa cautela. O<br />

seqüenciamento <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong> um curso po<strong>de</strong> ser alterado até certo ponto, pois se<br />

sabe que as disciplinas, mesmo quando não exig<strong>em</strong> pré-requisitos formais, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

oferta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> uma seqüência lógica a fim <strong>de</strong> não comprometer a aprendizag<strong>em</strong> dos alunos.<br />

Fazendo-se uma investigação do processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> um aluno, percebe-se que este<br />

apresenta uma relação muito estreita com um processo fabril qualquer, composto <strong>de</strong> itens e<br />

lotes <strong>de</strong> produção, máquinas operatrizes, seqüências <strong>de</strong> produção, entre outros el<strong>em</strong>entos.<br />

Assim, po<strong>de</strong>-se encarar a otimização docente como fruto <strong>de</strong> um processo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong><br />

seqüenciamento <strong>de</strong> produção sujeito a restrições. Para a pesquisa <strong>em</strong> questão as principais<br />

restrições diz<strong>em</strong> respeito à <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m ocasiona<strong>da</strong> no currículo pelo seqüenciamento <strong>da</strong>s<br />

disciplinas ao longo dos períodos dos cursos. Assim, o objetivo <strong>da</strong> pesquisa <strong>em</strong> questão foi<br />

<strong>de</strong>senvolver uma metodologia que permita obter a melhor seqüência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas<br />

para as turmas existentes <strong>de</strong> um curso consi<strong>de</strong>rado a fim <strong>de</strong> maximizar a unificação <strong>de</strong><br />

disciplinas s<strong>em</strong> que comprometa a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> dos alunos. Uma contribuição<br />

à ciência <strong>da</strong><strong>da</strong> por esta pesquisa ocorre, também, na geração <strong>de</strong> indicadores que avaliam o<br />

grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m curricular, tendo <strong>em</strong> vista a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> existente. Esses indicadores<br />

atuam como restrição do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização, servindo como balizador na relação custobenefício.<br />

O processo <strong>de</strong> otimização foi realizado através <strong>da</strong> Busca Tabu, tendo <strong>em</strong> vista a<br />

inviabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> <strong>métodos</strong> exatos para tal situação. O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização<br />

<strong>de</strong>senvolvido foi aplicado <strong>em</strong> dois cursos superiores <strong>de</strong> tecnologia com características<br />

distintas, oriundos <strong>de</strong> diferentes instituições. Os resultados obtidos com a utilização <strong>da</strong> Busca<br />

Tabu foram b<strong>em</strong> satisfatórios <strong>em</strong> relação ao esperado, pois oportunizaram significativas<br />

otimizações nos experimentos realizados.<br />

Palavras Chave: Otimização <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas, busca tabu, indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />

curricular, seqüencimento <strong>de</strong> disciplinas.<br />

xii


ABSTRACT<br />

Historically in Brazil, the education institutions had never been seen as business organizations<br />

suitable for application of administration science. For this reason, the sector is in crisis. To<strong>da</strong>y<br />

the private education institutions suffers the same probl<strong>em</strong>s faced by most organizations:<br />

competition. Among the solutions to escape the crisis, optimization of resources is a major<br />

"medicine" for the disease in the sector. Studies show that the cost with the professors at an<br />

education institution can reach more than 50% of overall costs. Therefore, the optimization of<br />

these resources is inevitable for the rationalization of costs. Allocating subjects in appropriate<br />

periods of the courses further their unification, leading the optimization of professors. This is<br />

entirely feasible in free courses, courses offered at colleges, post-graduate and traditional<br />

graduate courses where you have modular curriculum structure. However, the allocation of<br />

subjects should be done with great caution. The change in the sequence of subjects of a course<br />

is limited because we know that the subjects, even when not needs pre-formal requir<strong>em</strong>ents,<br />

must be offered in a logical sequence in or<strong>de</strong>r to not compromise the learning of stu<strong>de</strong>nts.<br />

Analyzing the process of stu<strong>de</strong>nts formation, realizes that this process have a very close<br />

relationship with any manufacturing process, composed of it<strong>em</strong>s and lots of production,<br />

machines, scheduling, and other things. So you can see the optimization of professors as an<br />

appropriate scheduling subject to constraints. For this research the main constraints are due to<br />

the mess caused by the sequencing of the curriculum subjects. Thus, the objective of this<br />

research was to <strong>de</strong>velop a methodology that allows getting the best sequence of subjects for<br />

the classes of a course in or<strong>de</strong>r to maximize the unification of subjects without compromising<br />

the quality of learning of the stu<strong>de</strong>nts. This research provi<strong>de</strong>s a contribution to science due to<br />

the generation of indicators that assess the <strong>de</strong>gree of mess of the curriculum, because of the<br />

subjectivity of the probl<strong>em</strong>. These indicators serve as constraints for the syst<strong>em</strong> optimization,<br />

and have the task of balancing cost-effective. The process of optimization was performed by<br />

Tabu Search, because the use of exact methods are not viable for this type of probl<strong>em</strong>. The<br />

syst<strong>em</strong> optimization has been applied in two technologist <strong>de</strong>gree course with distinct<br />

characteristics, from different institutions. The results obtained with the use of the Tabu<br />

Search were fully satisfactory, because it generated significant optimization in the<br />

experiments.<br />

Key Words: Subjects optimization, tabu search, indicators of mess in the curriculum, subjects<br />

scheduling.<br />

xiii


1. INTRODUÇÃO<br />

1.1 COMENTÁRIOS INICIAIS<br />

Historicamente no Brasil, as instituições <strong>de</strong> ensino, sejam públicas ou priva<strong>da</strong>s, nunca<br />

foram vistas como organizações <strong>em</strong>presariais aptas a aplicação <strong>da</strong> ciência administrativa. As<br />

técnicas <strong>de</strong> motivação e <strong>de</strong>senvolvimento humano, estratégias <strong>de</strong> marketing, otimização <strong>da</strong><br />

produção, gerenciamento financeiro, entre outras abor<strong>da</strong>gens gerenciais, ensina<strong>da</strong>s nas<br />

próprias instituições, nunca foram aplica<strong>da</strong>s <strong>em</strong> si. A busca pelo lucro ou pela redução <strong>de</strong><br />

custos não era b<strong>em</strong> vista nesse meio, pois se entendia que isso servia apenas para o<br />

enriquecimento do capital e não para a prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> e manutenção do “negócio”. Essa visão<br />

criou um cenário negativo no sist<strong>em</strong>a educacional brasileiro on<strong>de</strong> as instituições públicas e<br />

priva<strong>da</strong>s passam por momentos <strong>de</strong> muitas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

O ensino superior brasileiro teve um crescimento muito elevado nos últimos anos.<br />

Dados do INEP – Instituto Nacional <strong>de</strong> Estudo e Pesquisas Educacionais – mostram que no<br />

período entre 1995 e 2001 houve um crescimento <strong>de</strong> 56% no número <strong>de</strong> instituições<br />

ofertantes <strong>de</strong> ensino superior. Igualmente, os <strong>da</strong>dos revelam que houve uma redução <strong>de</strong> 210<br />

para 183 instituições públicas ofertantes <strong>de</strong>sse nível <strong>de</strong> ensino. Esses <strong>da</strong>dos indicam que<br />

houve um crescimento muito elevado <strong>de</strong> instituições priva<strong>da</strong>s no ensino superior brasileiro.<br />

Vários motivos po<strong>de</strong>m ser encontrados para justificar esse crescimento, entre os quais se<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>stacar:<br />

- Pirâmi<strong>de</strong> etária brasileira mostra que hoje há uma concentração gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas na faixa<br />

etária condizente para o ingresso no ensino superior;<br />

- Exigência gran<strong>de</strong> do setor produtivo por profissionais com competências complexas, não<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s na educação básica;<br />

- Baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos do Governo para ampliar a oferta <strong>de</strong> vagas no ensino<br />

público, o que flexibilizou a abertura <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> instituições priva<strong>da</strong>s;<br />

- Rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>da</strong>, a priori, nas instituições priva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ensino superior, o que<br />

motivou investidores a ingressar nesse ramo <strong>de</strong> negócio.<br />

1


Entretanto, apesar <strong>de</strong> ter havido <strong>de</strong>man<strong>da</strong> pelo ensino superior brasileiro, esta não t<strong>em</strong><br />

acompanhado, na mesma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o crescimento no número <strong>de</strong> instituições e <strong>de</strong> vagas<br />

oferta<strong>da</strong>s. A relação candi<strong>da</strong>to-vaga que <strong>em</strong> 1995 era, <strong>em</strong> média, <strong>de</strong> 4,35, passou, <strong>em</strong> 2001,<br />

para 0,7 (Fonte: Inep), sendo ain<strong>da</strong> menor nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Esses <strong>da</strong>dos serv<strong>em</strong> apenas para mostrar que as instituições <strong>de</strong> ensino privado sofr<strong>em</strong><br />

dos mesmos probl<strong>em</strong>as enfrentados pela maioria <strong>da</strong>s organizações: concorrência. Isto exige<br />

<strong>da</strong>s instituições um comportamento muito s<strong>em</strong>elhante a uma <strong>em</strong>presa qualquer. A busca<br />

permanente pela fi<strong>de</strong>lização do cliente, marketing estratégico, otimização dos recursos, busca<br />

pela produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> são alguns dos traços marcantes que, nota<strong>da</strong>mente, vêm<br />

caracterizando a gestão <strong>da</strong>s instituições <strong>de</strong> ensino privado no Brasil no final <strong>de</strong>sta déca<strong>da</strong>.<br />

Dentre as soluções aponta<strong>da</strong>s anteriormente para fugir <strong>da</strong> crise, a otimização <strong>de</strong><br />

recursos é um dos “r<strong>em</strong>édios” para a enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> no setor. O custo com o corpo docente <strong>em</strong><br />

uma instituição <strong>de</strong> ensino superior po<strong>de</strong> chegar a mais <strong>de</strong> 50% dos custos <strong>da</strong> instituição.<br />

Assim, uma otimização <strong>de</strong>sse recurso parece evi<strong>de</strong>nte no processo <strong>de</strong> racionalização <strong>de</strong><br />

custos. Obviamente uma redução <strong>de</strong> custo nessa área <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> com muita cautela,<br />

pois afeta o principal recurso <strong>da</strong> instituição e um dos principais responsáveis pelo sucesso ou<br />

fracasso <strong>da</strong> organização.<br />

A proposta <strong>de</strong>sta pesquisa é a<strong>da</strong>ptar técnicas <strong>da</strong> Pesquisa Operacional na otimização<br />

(redução) do recurso docente s<strong>em</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no processo educacional. A aplicação<br />

<strong>de</strong>sta pesquisa é <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> especialmente aos cursos superiores <strong>de</strong> tecnologia, face sua<br />

característica modular. Entretanto, t<strong>em</strong> aplicação também <strong>em</strong> cursos livres, cursos <strong>de</strong> <strong>pós</strong>-<br />

<strong>graduação</strong> e <strong>em</strong> alguns cursos <strong>de</strong> <strong>graduação</strong> tradicional on<strong>de</strong> se tenha estrutura curricular<br />

modular.<br />

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA<br />

Até recent<strong>em</strong>ente, os quadros curriculares do ensino superior eram rígidos, não<br />

havendo possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong> um período para outro. Uma<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> disciplina que estava aloca<strong>da</strong> para um <strong>de</strong>terminado período era s<strong>em</strong>pre oferta<strong>da</strong><br />

para alunos <strong>da</strong>quele período. Atualmente, essa rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> organização curricular não é<br />

necessária na maioria <strong>da</strong>s situações.<br />

2


A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> flexibilização nessa oferta é a chave para a aplicação <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong><br />

otimização e, por conseqüência, na redução <strong>de</strong> custos significativos nas instituições <strong>de</strong> ensino.<br />

Quando se pratica essa flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, permite-se reduzir significativamente a replicação <strong>de</strong><br />

disciplinas. Essa redução é possível através <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> uma mesma disciplina a alunos <strong>de</strong><br />

turmas distintas. A Figura 1 ilustra <strong>de</strong> maneira didática como a otimização ocorre. Na figura:<br />

- ca<strong>da</strong> caixa equivale a uma disciplina;<br />

- ca<strong>da</strong> linha equivale a uma turma;<br />

- a altura <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> caixa equivale à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> disciplina;<br />

- a parte cinza <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> caixa equivale ao total <strong>de</strong> alunos existentes ou previstos para a<br />

disciplina;<br />

- os alunos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> turma <strong>de</strong>v<strong>em</strong> cursar seis disciplinas (A, B, C, D, E e F), uma <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez<br />

(não necessariamente nessa or<strong>de</strong>m);<br />

- a primeira coluna <strong>de</strong> caixas equivale ao momento presente e as <strong>de</strong>mais, a situação futura.<br />

Percebe-se que as turmas não estão <strong>em</strong> sincronia no t<strong>em</strong>po. Os alunos <strong>da</strong>s turmas 3 e 4<br />

não iniciaram suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, enquanto os alunos <strong>da</strong> turma 2 já cursaram as disciplinas A, B e<br />

C. Da forma como está estrutura<strong>da</strong> a seqüência <strong>de</strong> disciplinas na situação inicial, não é<br />

possível realizar a unificação <strong>de</strong> disciplinas. Mas, caso a seqüência seja altera<strong>da</strong> através <strong>da</strong>s<br />

trocas entre disciplinas aponta<strong>da</strong>s na figura (troca entre as disciplinas B e E e entre C e F na<br />

turma 1 e troca entre as disciplinas D e E na turma 4), certas disciplinas entram <strong>em</strong> sincronia,<br />

permitindo suas unificações. Com essa troca, as disciplinas E e F <strong>da</strong> turma 2 e a disciplina D<br />

<strong>da</strong> turma 4 po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> oferta<strong>da</strong>s. Os alunos <strong>de</strong>ssas turmas po<strong>de</strong>m passar a estu<strong>da</strong>r<br />

juntos com alunos <strong>de</strong> outras turmas e, assim, dispensar a oferta <strong>de</strong> tais disciplinas. Esse<br />

cenário é ilustrado na situação <strong>pós</strong>-otimização <strong>da</strong> Figura 1. Com essa redução na oferta <strong>de</strong><br />

disciplinas, reduz-se, o custo com corpo docente e com outros recursos físicos e materiais<br />

necessários para a oferta <strong>de</strong> uma disciplina. A otimização aqui almeja<strong>da</strong> é maximizar a<br />

unificação <strong>de</strong> disciplinas s<strong>em</strong> comprometer a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> dos alunos.<br />

Nos cursos <strong>de</strong> <strong>graduação</strong> t<strong>em</strong>-se uma redução gra<strong>da</strong>tiva no número médio <strong>de</strong> alunos<br />

por disciplina na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que se avança t<strong>em</strong>poralmente no curso. Nos primeiros períodos<br />

<strong>de</strong> um curso se consegu<strong>em</strong> índices elevados nessa relação, caindo drasticamente até o final do<br />

curso. Essa que<strong>da</strong> acentua<strong>da</strong> no número <strong>de</strong> alunos por disciplina faz com que se tenha uma<br />

relação média nesse índice muito baixa. Com a flexibilização <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas ao longo<br />

do curso e com a aplicação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> técnicas <strong>da</strong> Pesquisa Operacional po<strong>de</strong>-se aumentar<br />

3


significativamente esse indicador, que é um dos principais responsáveis pelos custos nas<br />

instituições <strong>de</strong> ensino.<br />

FIGURA 1 – Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> disciplinas nos cursos superiores<br />

Para enten<strong>de</strong>r melhor como essa otimização se processa é aconselhável fazer, também,<br />

uma analogia do processo ensino-aprendizag<strong>em</strong> com um processo <strong>de</strong> produção fabril, apesar<br />

<strong>de</strong>ssa relação parecer estranha. Ambos os processos têm muitas características <strong>em</strong> comum:<br />

receb<strong>em</strong> insumos na entra<strong>da</strong>, faz<strong>em</strong> diversas intervenções ao longo do processo, entregando,<br />

ao seu final, um produto acabado. No caso do setor educacional po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r como<br />

insumos os alunos <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados conhecimentos. As intervenções no processo<br />

diz<strong>em</strong> respeito ao processo ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>em</strong> si. No final <strong>de</strong>sse processo espera-se que<br />

os alunos obtenham aquele conhecimento a que vieram procurar (produto acabado).<br />

Aprofun<strong>da</strong>ndo mais essa análise para clarificar a proposta <strong>de</strong>sta pesquisa, po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r<br />

que ca<strong>da</strong> disciplina funciona como uma etapa do processo produtivo, ass<strong>em</strong>elhando-se a uma<br />

máquina <strong>em</strong> um processo <strong>de</strong> produção industrial. Assim, po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r um curso como um<br />

processo produtivo fabril com características, tais como:<br />

- t<strong>em</strong> entra<strong>da</strong>s periódicas <strong>de</strong> lotes (turmas) <strong>de</strong> itens <strong>de</strong> produção (alunos) a ser<strong>em</strong><br />

produzidos;<br />

4


- t<strong>em</strong> saí<strong>da</strong>s periódicas <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> itens <strong>de</strong> produção acabados (alunos formados);<br />

- os itens <strong>de</strong> produção passam por diversos estágios (disciplinas) <strong>de</strong> produção;<br />

- a produção <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> estágio se dá <strong>em</strong> lotes (disciplinas ministra<strong>da</strong>s com vários alunos);<br />

- há per<strong>da</strong> <strong>de</strong> itens <strong>de</strong> produção ao longo do processo <strong>de</strong> fabricação (<strong>de</strong>sistências <strong>de</strong> alunos<br />

ao longo do curso).<br />

Neste mo<strong>de</strong>lo, ca<strong>da</strong> máquina apresenta uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> produção (número<br />

máximo <strong>de</strong> alunos que a disciplina comporta), processa <strong>em</strong> lotes (número <strong>de</strong> alunos<br />

matriculados na disciplina) e não apresenta t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> inicialização. Otimizar e racionalizar<br />

essa produção consiste, entre outras coisas, <strong>em</strong> maximizar os lotes <strong>de</strong> produção <strong>em</strong> ca<strong>da</strong><br />

máquina.<br />

Como já discutido anteriormente, o seqüenciamento <strong>de</strong> oferta <strong>da</strong>s disciplinas <strong>de</strong> um<br />

curso po<strong>de</strong> ser alterado até certo ponto, pois se sabe que as disciplinas, mesmo quando não<br />

exig<strong>em</strong> pré-requisitos formais, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser oferta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> uma seqüência lógica a fim <strong>de</strong> não<br />

comprometer a aprendizag<strong>em</strong> dos alunos. Entretanto, certas alterações nessa or<strong>de</strong>m pré-<br />

estabeleci<strong>da</strong> <strong>de</strong> oferta são plenamente possíveis sob a ótica pe<strong>da</strong>gógica e aconselháveis sob a<br />

ótica <strong>em</strong>presarial, a fim <strong>de</strong> proporcionar otimizações.<br />

Um dos objetivos <strong>da</strong> pesquisa foi a criação <strong>de</strong> indicadores que sirvam para mensurar o<br />

grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m no currículo <strong>de</strong> um curso, ocasionado pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização, <strong>em</strong><br />

relação a um padrão supostamente i<strong>de</strong>al. Esses indicadores faz<strong>em</strong> parte do algoritmo <strong>de</strong><br />

otimização como uma restrição do sist<strong>em</strong>a. Enten<strong>de</strong>-se como <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> currículo nesta<br />

pesquisa a reorganização na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> oferta <strong>da</strong>s disciplinas com o intuito <strong>de</strong> promover a<br />

otimização, ou seja, a redução <strong>de</strong> professores. A <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m aqui não t<strong>em</strong> conotação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sarranjo ou bagunça que a palavra po<strong>de</strong> induzir.<br />

Percebe-se facilmente que quanto maior a relaxação <strong>da</strong><strong>da</strong> ao sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> relação a<br />

esses indicadores, melhores serão os resultados alcançados <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> otimização. Assim,<br />

chega-se a um compromisso do <strong>de</strong>cisor: quanto maior a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m no<br />

currículo (o que po<strong>de</strong> ocasionar probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>), melhor a otimização realiza<strong>da</strong>.<br />

Quanto maior a rigi<strong>de</strong>z no seqüenciamento <strong>de</strong> oferta <strong>da</strong>s disciplinas, pior a otimização<br />

realiza<strong>da</strong>. Esse contexto <strong>da</strong> pesquisa r<strong>em</strong>ete ao seguinte probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pesquisa: qual é a<br />

melhor seqüência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas para ca<strong>da</strong> turma <strong>de</strong> um curso consi<strong>de</strong>rado a fim <strong>de</strong><br />

maximizar a unificação <strong>de</strong> disciplinas s<strong>em</strong> que comprometa a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> dos<br />

5


alunos? Como fruto <strong>da</strong> pesquisa, procurou-se <strong>de</strong>senvolver uma metodologia para probl<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> tal natureza.<br />

1.3 LIMITAÇÃO DA PESQUISA<br />

características:<br />

Para a aplicação <strong>da</strong> pesquisa, o curso consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>ve apresentar as seguintes<br />

- ser formado por um conjunto <strong>de</strong> disciplinas, on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina apresente uma carga<br />

horária a ser trabalha<strong>da</strong> com os alunos;<br />

- ser ofertado ao longo <strong>de</strong> vários períodos, on<strong>de</strong>, <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período, seja oferta<strong>da</strong> uma ou<br />

mais disciplinas;<br />

- permitir seqüenciamentos alterados na oferta <strong>da</strong>s disciplinas.<br />

A pesquisa <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> visa otimizar a unificação <strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong> um curso com as<br />

características cita<strong>da</strong>s anteriormente e que seja ofertado por uma instituição <strong>de</strong> ensino com as<br />

seguintes características:<br />

- que agrupe os alunos por turma, vinculando ca<strong>da</strong> aluno a uma turma;<br />

- que funcione <strong>em</strong> regime seriado, on<strong>de</strong> os alunos são matriculados automaticamente nas<br />

disciplinas sugeri<strong>da</strong>s pela instituição;<br />

- que sugira aos alunos as próximas disciplinas a ser<strong>em</strong> cursa<strong>da</strong>s;<br />

- que fracione turmas (separe alunos <strong>de</strong> uma mesma turma) <strong>em</strong> momentos específicos para<br />

se realizar a unificação <strong>de</strong> disciplinas.<br />

Um cenário como este é comum <strong>de</strong> ser encontrado <strong>em</strong> facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tecnologia<br />

(facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s que ofertam cursos <strong>de</strong> <strong>graduação</strong> tecnológica). Devido a isso, a experimentação<br />

<strong>da</strong> pesquisa <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> foi feita <strong>em</strong> cursos <strong>de</strong> tecnologia com tais características.<br />

1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA<br />

O setor educacional brasileiro <strong>de</strong> ensino superior privado está <strong>em</strong> crise. Essa crise t<strong>em</strong><br />

orig<strong>em</strong>, principalmente, financeira. Diariamente <strong>de</strong>para-se com matérias como essas:<br />

“O corte <strong>de</strong> 30% do quadro <strong>de</strong> professores e <strong>de</strong> funcionários <strong>da</strong> PUC-SP (Pontifícia<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> São Paulo) que terminou no início <strong>de</strong>ste ano foi insuficiente e será<br />

preciso nova redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas” (FOLHA DE SÃO PAULO, 20 julho 2006).<br />

6


“A<strong>pós</strong> a PUC-SP, agora é a vez <strong>da</strong> FGV-SP reduzir sua folha <strong>de</strong> pagamento. A escola <strong>de</strong><br />

administração <strong>da</strong> Getúlio Vargas informou ont<strong>em</strong> que 16 dos seus 300 professores foram<br />

<strong>de</strong>mitidos, para que haja uma ‘a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> custos’" (FOLHA DE SÃO PAULO, 2 fevereiro<br />

2006).<br />

“A Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Gama Filho vai suspen<strong>de</strong>r suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s hoje e amanhã. A instituição<br />

passa por uma crise financeira e atrasou o pagamento dos salários” (O GLOBO, 31 maio<br />

2006).<br />

“A crise <strong>da</strong>s facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s particulares [...] já afeta os alunos. Só na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, ao<br />

menos sete instituições fecharam cursos, atrasaram salários <strong>de</strong> professores ou tiveram aulas<br />

prejudica<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido a greves do ano passado até agora” (FOLHA DE SÃO PAULO, 18 abril<br />

2006).<br />

A principal razão para a crise no setor educacional privado é explica<strong>da</strong> pela “falta <strong>de</strong><br />

alunos”. De acordo com matéria publica<strong>da</strong> no Jornal Valor Econômico <strong>em</strong> 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong><br />

2006, sobram vagas e faltam alunos nas instituições <strong>de</strong> ensino privado no país. Calcula-se<br />

hoje a existência <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras disponíveis nas facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s priva<strong>da</strong>s. O Censo <strong>da</strong><br />

Educação Superior <strong>de</strong> 2004, realizado pelo Inep (Instituto Nacional <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas<br />

Educacionais) mostra que o número <strong>de</strong> ingressantes nas instituições particulares cresceu 2%<br />

<strong>em</strong> relação ao ano anterior. No mesmo período, o número <strong>de</strong> vagas ofereci<strong>da</strong>s aumentou<br />

16,8%.<br />

Paradoxalmente, muitas pessoas não têm acesso ao ensino superior. De acordo com o<br />

Censo <strong>da</strong> Educação Superior <strong>de</strong> 2004, apenas 10,4% dos brasileiros com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 18 e 24<br />

anos estavam matriculados no ensino superior nesse ano, o que ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>ixa o país longe <strong>da</strong><br />

meta do Plano Nacional <strong>de</strong> Educação que é <strong>de</strong> ter 30% <strong>de</strong> alunos matriculados nessa faixa<br />

etária até 2011. O probl<strong>em</strong>a maior é que os alunos não têm recursos financeiros para custear<br />

uma educação superior. Entretanto, com a expansão <strong>da</strong> educação superior priva<strong>da</strong> a<strong>pós</strong> a<br />

déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, as classes C e D passaram a ter mais acesso a esse nível <strong>de</strong> ensino (VALOR<br />

ECONÔMICO, 28 abril 2006).<br />

Outro probl<strong>em</strong>a enfrentado pelas instituições <strong>de</strong> ensino superior privado é a<br />

inadimplência. Segundo cálculos do sindicato dos estabelecimentos privados do estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo, a inadimplência <strong>em</strong> 2005 atingiu, aproxima<strong>da</strong>mente, 23% dos alunos do ensino<br />

superior, comparado aos 20% registrados <strong>em</strong> 2004 (FOLHA DE SÃO PAULO, 26 nov<strong>em</strong>bro<br />

7


2005). Segundo o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sse sindicato, o fator externo que motivou o crescimento <strong>da</strong><br />

inadimplência foi o achatamento salarial <strong>da</strong>s classes B e C.<br />

A evasão é outro mal que passou a preocupar as instituições. De acordo com a<br />

Agência do Estado <strong>de</strong> São Paulo, <strong>em</strong> matéria publica<strong>da</strong> <strong>em</strong> 08 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2003, na<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP), on<strong>de</strong> a relação candi<strong>da</strong>to-vaga é uma <strong>da</strong>s mais altas do<br />

país, cerca <strong>de</strong> 20% dos estu<strong>da</strong>ntes abandonam o curso no primeiro ou no segundo s<strong>em</strong>estre.<br />

Não há índices consistentes sobre a evasão nas instituições priva<strong>da</strong>s, mas a recessão, o alto<br />

índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego e o achatamento <strong>de</strong> salários que caracterizam o período atual no Brasil<br />

apontam para números muito mais marcantes que na re<strong>de</strong> pública.<br />

As mensali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s particulares localiza<strong>da</strong>s no município <strong>de</strong><br />

São Paulo subiram <strong>em</strong> média 124,32% <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1997 até igual mês <strong>de</strong><br />

2004, enquanto a inflação geral do período na região acumulou alta <strong>de</strong><br />

72,05%. Os <strong>da</strong>dos faz<strong>em</strong> parte <strong>de</strong> pesquisa divulga<strong>da</strong> hoje pelo Dieese<br />

(Departamento Intersindical <strong>de</strong> Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos)<br />

(FOLHA DE SÃO PAULO, 06 fevereiro 2006).<br />

Para o Sindicato <strong>da</strong>s Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s Mantenedoras <strong>de</strong> Estabelecimentos <strong>de</strong> Ensino Superior<br />

no Estado <strong>de</strong> São Paulo, o aumento <strong>da</strong>s mensali<strong>da</strong><strong>de</strong>s acima <strong>da</strong> inflação, principalmente nas<br />

universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, se <strong>de</strong>ve aos altos índices <strong>de</strong> inadimplência e à evasão escolar.<br />

Todos os <strong>da</strong>dos apresentados anteriormente mostram o contexto <strong>em</strong> que se encontra o<br />

ensino superior privado no Brasil. Tais <strong>da</strong>dos revelam o que já é muito comum para a maioria<br />

<strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas nacionais e internacionais: um mercado concorrencial on<strong>de</strong> a oferta é maior do<br />

que a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>; um mercado que exige competência e profissionalismo <strong>de</strong> gestão. Vale<br />

ressaltar que a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, <strong>de</strong> forma geral, existe. Mas pelos preços praticados pelas instituições<br />

priva<strong>da</strong>s, o público alvo é restrito.<br />

Entretanto, pelo fato do mercado concorrencial do ensino superior ser recente no<br />

Brasil, percebe-se que a gestão <strong>de</strong>ssas instituições ain<strong>da</strong> é pouco profissionaliza<strong>da</strong>. A inércia<br />

gerencial é fato imperativo no Brasil. Até anos recentes, a gestão <strong>da</strong>s instituições tinha a<br />

preocupação quase que exclusivamente na área pe<strong>da</strong>gógica, o que era compreensível face ao<br />

contexto que se apresentava. Essa situação r<strong>em</strong>ete a uma comparação às <strong>em</strong>presas industriais<br />

<strong>pós</strong>-revolução industrial, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por produtos era maior que a oferta. Naquela<br />

ocasião a preocupação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas era com a produção e não com o mercado.<br />

8


Estar atento aos movimentos do mercado e respon<strong>de</strong>r satisfatoriamente a ele é<br />

condição sine qua non para a sobrevivência <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas. Val<strong>em</strong> aqui as consi<strong>de</strong>rações feitas<br />

por Castro (2000), a respeito <strong>da</strong>s instituições priva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ensino superior.<br />

A maneira pela qual as instituições <strong>de</strong> ensino se a<strong>da</strong>ptam ao ambiente <strong>em</strong><br />

que viv<strong>em</strong>, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte, <strong>de</strong>termina seu <strong>de</strong>stino. Tal como <strong>em</strong> qualquer<br />

área, econômica ou não, se as regras são perversas e o processo <strong>de</strong>cisório<br />

ina<strong>da</strong>ptado às circunstâncias, coisa boa não po<strong>de</strong> sair. Ao que parece, o<br />

metabolismo dos dinossauros era inapropriado para o período <strong>pós</strong>-jurássico.<br />

Como conseqüência, foram liqui<strong>da</strong>dos (CASTRO, 2000, p.18).<br />

Diante dos fatos e relatos apresentados, fica evi<strong>de</strong>nte a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

profissionalização na gestão educacional. A complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e versatili<strong>da</strong><strong>de</strong> do mercado exig<strong>em</strong><br />

uma gestão que passa a ter novos focos; racionalização <strong>de</strong> custos, otimização <strong>de</strong> recursos e<br />

satisfação dos clientes passam a compor a nova agen<strong>da</strong> dos gestores educacionais.<br />

A aplicação <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> Pesquisa Operacional para maximizar o número <strong>de</strong> alunos<br />

<strong>em</strong> ca<strong>da</strong> disciplina é uma <strong>da</strong>s saí<strong>da</strong>s para a crise aponta<strong>da</strong>. Serve para racionalizar custos<br />

através <strong>da</strong> otimização <strong>de</strong> um dos recursos <strong>da</strong>s instituições <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> maior impacto<br />

financeiro: seu corpo docente. Com a otimização <strong>de</strong>sse recurso é possível que as instituições<br />

<strong>de</strong> ensino tenham capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rever valores <strong>de</strong> mensali<strong>da</strong><strong>de</strong>s atualmente praticados e, com<br />

isso, romper o círculo vicioso que hoje impera nas instituições: maiores custos → maiores<br />

mensali<strong>da</strong><strong>de</strong>s → maiores evasões e maiores índices <strong>de</strong> inadimplência → maiores custos e<br />

assim sucessivamente. Além <strong>de</strong> beneficiar as instituições <strong>de</strong> ensino, a racionalização <strong>de</strong> custos<br />

t<strong>em</strong>, também, uma função social, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que propicia que pessoas <strong>de</strong> classes sociais<br />

menos favoreci<strong>da</strong>s financeiramente pass<strong>em</strong> a ter acesso ao ensino superior.<br />

1.5 OBJETIVOS DA PESQUISA<br />

1.5.1 Objetivo Geral<br />

Esta pesquisa t<strong>em</strong> como objetivo geral <strong>de</strong>senvolver uma metodologia que permita<br />

obter a melhor seqüência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas para ca<strong>da</strong> turma existente <strong>de</strong> um curso<br />

superior <strong>de</strong> <strong>graduação</strong> consi<strong>de</strong>rado a fim <strong>de</strong> maximizar a unificação <strong>de</strong> disciplinas s<strong>em</strong> que<br />

comprometa a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> dos alunos.<br />

9


1.5.2 Objetivos Específicos<br />

A pesquisa <strong>em</strong> questão t<strong>em</strong> os seguintes objetivos específicos:<br />

- Criação <strong>de</strong> indicadores que mensur<strong>em</strong> o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m no currículo, ocasionado pela<br />

alteração na seqüência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas;<br />

- I<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s variáveis, constantes e parâmetros essenciais para o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

otimização;<br />

- Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um algoritmo <strong>de</strong> otimização que possibilite maximizar a unificação <strong>de</strong><br />

disciplinas s<strong>em</strong> comprometer a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> dos alunos.<br />

1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA<br />

A pesquisa <strong>em</strong> questão é <strong>de</strong> natureza aplica<strong>da</strong> e enquadra-se na área <strong>da</strong> Pesquisa<br />

Operacional. T<strong>em</strong>-se como objetivo obter seqüenciamentos a<strong>de</strong>quados <strong>da</strong>s disciplinas <strong>de</strong> um<br />

curso superior para to<strong>da</strong>s as turmas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, a fim <strong>de</strong> maximizar a unificação <strong>de</strong><br />

disciplinas, e assim, reduzir a oferta <strong>de</strong> replicações <strong>de</strong> disciplinas <strong>em</strong> um mesmo momento.<br />

Essa redução na replicação <strong>de</strong> disciplinas conduz ao objetivo final <strong>da</strong> pesquisa que é a<br />

redução na carga horária <strong>de</strong> professores e, conseqüent<strong>em</strong>ente, redução <strong>de</strong> custos. Diante do<br />

exposto, salienta-se que o probl<strong>em</strong>a é mono-objetivo <strong>de</strong> maximização, tendo como saí<strong>da</strong>, o<br />

número previsto <strong>de</strong> disciplinas que <strong>de</strong>ixarão <strong>de</strong> ser oferta<strong>da</strong>s. O algoritmo <strong>de</strong> otimização<br />

apresenta quatro restrições que serão explana<strong>da</strong>s posteriormente, entre as quais a limitação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m no currículo ocasiona<strong>da</strong> durante o processo <strong>de</strong> otimização. O algoritmo t<strong>em</strong> como<br />

<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>:<br />

- a seqüência <strong>de</strong> disciplinas supostamente i<strong>de</strong>al no currículo do curso;<br />

- o número <strong>de</strong> alunos e o momento que se encontra ca<strong>da</strong> turma do curso e as turmas que irão<br />

iniciar num futuro breve;<br />

- o índice <strong>de</strong> “per<strong>da</strong>” <strong>de</strong> alunos que ocorre <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período do curso;<br />

- a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> (número máximo <strong>de</strong> alunos) <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina do curso;<br />

- a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m máxima permiti<strong>da</strong> no currículo durante o processo <strong>de</strong> otimização;<br />

- os <strong>da</strong>dos necessários para o cálculo dos indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m.<br />

A pesquisa é composta <strong>de</strong> três etapas, ca<strong>da</strong> qual aten<strong>de</strong>ndo a um objetivo específico. A<br />

primeira etapa <strong>da</strong> pesquisa t<strong>em</strong> por objetivo criar indicadores que avali<strong>em</strong> o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />

10


no currículo, ocasionado pela otimização realiza<strong>da</strong>. Esses indicadores serv<strong>em</strong> como restrição<br />

ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização que estipula o seqüenciamento <strong>de</strong> disciplinas para ca<strong>da</strong> turma<br />

existente do curso consi<strong>de</strong>rado. São os balizadores na relação custo-benefício <strong>da</strong> otimização.<br />

A segun<strong>da</strong> etapa <strong>da</strong> pesquisa t<strong>em</strong> por objetivo i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>finir as diversas variáveis,<br />

constantes e parâmetros essenciais ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização. A terceira etapa <strong>da</strong> pesquisa t<strong>em</strong><br />

por objetivo criar um algoritmo <strong>de</strong> otimização com base <strong>em</strong> uma heurística que cumpra os<br />

objetivos <strong>da</strong> pesquisa <strong>em</strong> questão.<br />

1.7 ESTRUTURA DA TESE<br />

Esta tese está estrutura<strong>da</strong> <strong>em</strong> uma seqüência lógica a fim <strong>de</strong> que o leitor possa ter uma<br />

idéia clara <strong>da</strong> pesquisa.<br />

Neste capítulo 1 é apresenta<strong>da</strong> uma introdução a respeito do t<strong>em</strong>a pesquisado.<br />

Explora-se a contextualização e limitação <strong>da</strong> pesquisa, a justificativa para a sua realização, os<br />

objetivos, seja <strong>em</strong> termos gerais e parciais e as etapas <strong>da</strong> metodologia.<br />

O capítulo 2 apresenta o referencial teórico que serve <strong>de</strong> base para a pesquisa <strong>em</strong><br />

questão. Nesse referencial po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>s abor<strong>da</strong>gens sobre seqüenciamento <strong>de</strong><br />

produção, técnicas utiliza<strong>da</strong>s para a criação dos indicadores mencionados e também uma<br />

abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> geral sobre algoritmos <strong>de</strong> otimização a<strong>de</strong>quados ao probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão, <strong>em</strong><br />

especial, a Busca Tabu.<br />

O capítulo 3 abor<strong>da</strong> to<strong>da</strong>s as etapas <strong>da</strong> metodologia <strong>da</strong> pesquisa, contextualizando-a<br />

<strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as suas dimensões. São <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s as metodologias utiliza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> etapa <strong>da</strong><br />

pesquisa.<br />

O capítulo 4 apresenta o <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho <strong>em</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a<br />

metodologia proposta.<br />

O capítulo 5 t<strong>em</strong> por objetivo vali<strong>da</strong>r a pesquisa <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>. A vali<strong>da</strong>ção foi<br />

realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> aplicação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong> dois cursos<br />

superiores <strong>de</strong> tecnologia com características distintas.<br />

As consi<strong>de</strong>rações finais são apresenta<strong>da</strong>s no capítulo 6.<br />

11


2. REFERENCIAL TEÓRICO<br />

Para <strong>da</strong>r sustentação e subsídio ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa, faz-se necessário<br />

analisar, primeiramente, o que existe <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> estudos e pesquisas sobre seqüenciamento<br />

<strong>de</strong> produção, pois, <strong>em</strong> última instância, o que se procura com essa pesquisa é fornecer<br />

seqüenciamentos a<strong>de</strong>quados para um probl<strong>em</strong>a específico.<br />

2.1 SEQÜENCIAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE PRODUÇÃO<br />

Existe uma vasta pesquisa a respeito <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong> produção. Normalmente<br />

pesquisas nessa área estão atrela<strong>da</strong>s, também, a probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> produção.<br />

Fan<strong>de</strong>l & Hegene (2005, p.1) <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> tamanho <strong>de</strong> lote (lot sizing) como “a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

produto a ser manufaturado <strong>em</strong> uma máquina continuamente s<strong>em</strong> interrupção”. Ain<strong>da</strong><br />

segundo os autores, a tarefa <strong>da</strong> <strong>programa</strong>ção é <strong>de</strong>terminar a seqüência <strong>da</strong> produção na qual os<br />

produtos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser manufaturados na máquina. Sikora et al. (1995, p.661) contribu<strong>em</strong> nessa<br />

<strong>de</strong>finição quando afirmam que o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> seqüenciamento po<strong>de</strong> ser assim <strong>de</strong>clarado: <strong>da</strong>do<br />

um tamanho <strong>de</strong> lote diário a ser produzido <strong>de</strong> diferentes produtos, como encontrar a seqüência<br />

na qual os lotes têm que ser liberados para processamento <strong>de</strong> forma que o t<strong>em</strong>po para<br />

processá-los seja minimizado.<br />

Pesquisas sobre tamanho <strong>de</strong> lote <strong>de</strong> produção começaram com o mo<strong>de</strong>lo clássico<br />

Economic Or<strong>de</strong>r Quantity (EOQ). Este mo<strong>de</strong>lo refere-se a um processo produtivo <strong>de</strong> um<br />

único produto com <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s constantes (Jodlbauer, 2006) e s<strong>em</strong> restrição <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(Drexl & Kimms, 1997). Segundo Drexl & Kimms (1997), uma vez que esse tipo <strong>de</strong><br />

probl<strong>em</strong>a aparece <strong>em</strong> situações restritas, outros mo<strong>de</strong>los foram <strong>de</strong>senvolvidos. Como primeiro<br />

ex<strong>em</strong>plo t<strong>em</strong>-se o ELSP (Economic Lot Scheduling Probl<strong>em</strong>), on<strong>de</strong> a restrição <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

passa a aparecer. Des<strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo EOQ, diversas contribuições foram <strong>da</strong><strong>da</strong>s ao t<strong>em</strong>a,<br />

incorporando características <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as reais (tais como backlogging, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produção, múltiplos produtos, múltiplas máquinas e múltiplos estágios) sobre o mo<strong>de</strong>lo<br />

básico (Beraldi et al., 2006, p.140). Surgiram mo<strong>de</strong>los como DLSP (Discrete Lot Sizing<br />

Probl<strong>em</strong>), CLSP (Capacitated Lot Sizing Probl<strong>em</strong>), CSLP (Continuous Lot Sizing Probl<strong>em</strong>),<br />

PLSP (Proportional Lot Sizing Probl<strong>em</strong>), GLSP (General Lot Sizing Probl<strong>em</strong>), entre outros,<br />

ca<strong>da</strong> qual aten<strong>de</strong>ndo a situações específicas.<br />

12


Apesar <strong>da</strong>s extensas pesquisas e explorações sobre seqüenciamento e tamanho <strong>de</strong> lote,<br />

sua utilização fica limita<strong>da</strong> nesta pesquisa. De acordo com Brahimi et al. (2006) os probl<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> lote são mais pertinentes <strong>em</strong> situações que envolvam inicialização entre lotes<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> peças diferentes, o que não ocorre na situação <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

O flowshop scheduling é outra categoria <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a que aparece com muita<br />

freqüência <strong>em</strong> estudos <strong>de</strong> seqüenciamento e <strong>programa</strong>ção <strong>da</strong> produção. Ruiz & Maroto (2005)<br />

<strong>de</strong>fin<strong>em</strong> esse tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a como um conjunto <strong>de</strong> n itens a ser<strong>em</strong> produzidos <strong>em</strong> um<br />

conjunto <strong>de</strong> m máquinas, <strong>em</strong> uma mesma or<strong>de</strong>m. Assim, processa-se primeiro na máquina 1,<br />

<strong>de</strong>pois na máquina 2, e assim sucessivamente até a máquina m. O objetivo neste tipo <strong>de</strong><br />

probl<strong>em</strong>a é encontrar uma seqüência <strong>de</strong> processamento dos itens a fim <strong>de</strong> otimizar alguma<br />

variável, que normalmente é o t<strong>em</strong>po total <strong>de</strong> produção dos itens. Exist<strong>em</strong> várias<br />

peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesse tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a que dão orig<strong>em</strong> a uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>ssa<br />

categoria. Entretanto, algumas características são comuns:<br />

- ca<strong>da</strong> it<strong>em</strong> i é processado numa única máquina j <strong>em</strong> um <strong>de</strong>terminado momento;<br />

- ca<strong>da</strong> máquina j processa um it<strong>em</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez;<br />

- o processamento <strong>de</strong> um it<strong>em</strong> i <strong>em</strong> uma máquina j não po<strong>de</strong> ser interrompido;<br />

- todos os itens são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e estão disponíveis para o processamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

do processo;<br />

- os t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> inicialização po<strong>de</strong>m ser ignorados;<br />

- estoques <strong>em</strong> processo são permitidos.<br />

Em instituições <strong>de</strong> ensino, a construção <strong>da</strong> gra<strong>de</strong> horária (timetabling) constitui outra<br />

categoria <strong>de</strong> pesquisa nessa área <strong>de</strong> <strong>programa</strong>ção e seqüenciamento. Carter & Laporte (1997)<br />

exploraram, <strong>em</strong> seu trabalho, os cinco principais subprobl<strong>em</strong>as que <strong>de</strong>rivam <strong>da</strong> construção <strong>de</strong><br />

gra<strong>de</strong>s horárias. Fizeram uma extensa pesquisa, também, a fim <strong>de</strong> averiguar os algoritmos<br />

mais utilizados <strong>em</strong> casa caso, b<strong>em</strong> como os estágios <strong>de</strong> aplicação prática.<br />

O primeiro subprobl<strong>em</strong>a diz respeito à alocação <strong>da</strong>s disciplinas <strong>de</strong> um curso na<br />

s<strong>em</strong>ana, ou seja, <strong>em</strong> que momento ca<strong>da</strong> disciplina <strong>de</strong>ve ser oferta<strong>da</strong>, seja <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> dia e<br />

horário a fim <strong>de</strong> otimizar alguma variável. O segundo subprobl<strong>em</strong>a abor<strong>da</strong>do aparece com<br />

menos freqüência no ensino superior; diz respeito à <strong>de</strong>signação dos professores às turmas.<br />

Isso é mais comum na educação básica, pois nesse nível <strong>de</strong> ensino não se t<strong>em</strong> como restrição<br />

a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> professores, haja vista que normalmente estão disponíveis quase que na<br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do t<strong>em</strong>po para a instituição. O terceiro subprobl<strong>em</strong>a consiste na alocação <strong>de</strong><br />

13


disciplinas especiais (disciplinas <strong>de</strong> férias, por ex<strong>em</strong>plo) <strong>de</strong> forma que alunos matriculados <strong>em</strong><br />

mais <strong>de</strong> uma disciplina não tenham conflito <strong>em</strong> seus horários. O quarto subprobl<strong>em</strong>a visa<br />

aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> dos professores <strong>em</strong> suas preferências, seja <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> dias e horários <strong>de</strong><br />

suas aulas, como na escolha <strong>da</strong>s disciplinas. O quinto e último subprobl<strong>em</strong>a envolve a<br />

<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> salas <strong>de</strong> aula e outros espaços específicos <strong>em</strong> função do tamanho, localização e<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos. Val<strong>de</strong>s et al. (2002) reitera que na maioria dos probl<strong>em</strong>as reais<br />

exist<strong>em</strong> combinações entre as subcategorias apresenta<strong>da</strong>s anteriormente.<br />

Burke & Petrovic (2002) <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> a <strong>programa</strong>ção <strong>da</strong> gra<strong>de</strong> horária como um probl<strong>em</strong>a<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> uma série eventos <strong>em</strong> um número limitado <strong>de</strong> períodos <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po. Observa-<br />

se nesta <strong>de</strong>finição um conceito mais amplo, não restrito apenas à <strong>programa</strong>ção <strong>da</strong> gra<strong>de</strong><br />

horária escolar. É vali<strong>da</strong> para qualquer situação <strong>em</strong> que se necessita alocar eventos e/ou<br />

recursos no t<strong>em</strong>po.<br />

A categoria <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>programa</strong>ção <strong>de</strong> gra<strong>de</strong> horária escolar é a que mais se<br />

aproxima <strong>de</strong>sta pesquisa, apesar <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> assim diferir significativamente. Não foi<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> na literatura probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> otimização aplicados a instituições <strong>de</strong> ensino que<br />

vis<strong>em</strong> alterar a seqüência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas entre os períodos dos cursos a fim <strong>de</strong><br />

otimizar algum recurso, como é o caso <strong>da</strong> pesquisa <strong>em</strong> questão. Percebe-se que a utilização <strong>da</strong><br />

Pesquisa Operacional nas instituições <strong>de</strong> ensino fica restrita, <strong>de</strong> forma geral, à <strong>programa</strong>ção <strong>de</strong><br />

gra<strong>de</strong>s horárias.<br />

Há uma classe especial <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>em</strong> que é extr<strong>em</strong>amente difícil se obter a solução<br />

ótima global. Tais probl<strong>em</strong>as inclu<strong>em</strong> balanceamento <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> montag<strong>em</strong>, probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

tamanhos <strong>de</strong> lote, <strong>programa</strong>ção <strong>da</strong> produção, entre diversos outros. Embora algoritmos exatos<br />

para resolver tais probl<strong>em</strong>as existam, são ina<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>vido ao t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> processamento.<br />

Esses probl<strong>em</strong>as pertenc<strong>em</strong> a uma classe <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> NP-Hard (AROSTEGUI, 2006,<br />

p.742). Tais probl<strong>em</strong>as são típicos <strong>em</strong> otimização combinatória, comum <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> encontrados<br />

no dia-a-dia, nas mais diversas situações. Hertz & Widmer (2003) reiteram, ain<strong>da</strong>, que<br />

<strong>métodos</strong> heurísticos são comumente usados na prática nesses casos. Essa mesma opinião é<br />

compartilha<strong>da</strong>, também, por Colorni et al. (1996) que afirmam que as abor<strong>da</strong>gens para<br />

resolver tais probl<strong>em</strong>as são basea<strong>da</strong>s na enumeração completa <strong>da</strong>s soluções factíveis e,<br />

portanto, requer<strong>em</strong>, num pior caso, um número exponencial <strong>de</strong> iterações. Quando um<br />

probl<strong>em</strong>a torna-se gran<strong>de</strong>, como ocorre na maioria dos casos reais, nenhum algoritmo<br />

exponencial é viável na prática. Conclui-se disso tudo que a <strong>programa</strong>ção mat<strong>em</strong>ática clássica<br />

14


não consegue li<strong>da</strong>r com probl<strong>em</strong>as discretos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Algoritmos <strong>de</strong> otimização tais<br />

como “branch and bound” e a <strong>programa</strong>ção dinâmica, que visam buscar a solução ótima, têm<br />

muitas limitações <strong>em</strong> li<strong>da</strong>r com muitos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>ssa natureza.<br />

Devido a isso, abre-se um caminho favorável para o uso <strong>de</strong> soluções heurísticas ou,<br />

especificamente, <strong>de</strong> metaheurísticas, tendo <strong>em</strong> vista que esses algoritmos são apropriados para<br />

probl<strong>em</strong>as <strong>em</strong> que o número <strong>de</strong> soluções a ser<strong>em</strong> analisa<strong>da</strong>s é muito gran<strong>de</strong>. Jans & Degraeve<br />

(2005) salientam que uma <strong>da</strong>s principais razões para o sucesso <strong>da</strong>s metaheurísticas é a<br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e habili<strong>da</strong><strong>de</strong> para li<strong>da</strong>r com probl<strong>em</strong>as gran<strong>de</strong>s e complexos.<br />

Com base nas exposições apresenta<strong>da</strong>s, fica evi<strong>de</strong>nte que a utilização <strong>de</strong> heurísticas e,<br />

<strong>em</strong> especial, <strong>de</strong> metaheurísticas é mais recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong><br />

produção, haja visto se tratar <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização combinatória. A seguir é<br />

apresenta<strong>da</strong> uma análise mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> sobre essa categoria <strong>de</strong> algoritmos.<br />

2.2 METAHEURÍSTICAS<br />

Como mencionado anteriormente, os algoritmos heurísticos apresentam aplicação <strong>em</strong><br />

probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> otimização combinatória. Segundo Colorni et al. (1996), um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

otimização combinatória é especificado por uma classe <strong>de</strong> instâncias on<strong>de</strong> uma instância é<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong> por um par (S,f), <strong>em</strong> que S é um conjunto finito <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as soluções factíveis,<br />

chamado espaço <strong>de</strong> soluções, e a função custo f é um mapeamento f: S→R. O valor ótimo <strong>de</strong> f<br />

(probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> minimização) é <strong>da</strong>do por:<br />

fo = min (f(i):i ∈ S),<br />

e o conjunto <strong>de</strong> soluções ótimas é <strong>da</strong>do por:<br />

So = {i ∈ S: f(i) = fo}<br />

A tarefa é encontrar alguma solução io ∈ So.<br />

Antes <strong>de</strong> analisar com maior proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> os algoritmos heurísticos, faz-se necessário<br />

<strong>de</strong>finir <strong>de</strong> uma maneira mais formal o conceito <strong>de</strong> heurística.<br />

Uma heurística é uma técnica que busca alcançar uma boa solução<br />

utilizando um esforço computacional consi<strong>de</strong>rado razoável, sendo capaz <strong>de</strong><br />

garantir a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou otimali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução encontra<strong>da</strong> ou, ain<strong>da</strong>, <strong>em</strong><br />

muitos casos, ambas, especialmente nas ocasiões <strong>em</strong> que essa busca partir<br />

<strong>15</strong>


<strong>de</strong> uma solução viável próxima ao ótimo (GOLDBARG & LUNA, 2000,<br />

p.244).<br />

Em síntese, as heurísticas po<strong>de</strong>m ser entendi<strong>da</strong>s como um conjunto <strong>de</strong> regras basea<strong>da</strong>s<br />

<strong>em</strong> bom senso para se obter uma solução <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>. As heurísticas constitu<strong>em</strong> uma classe<br />

especial <strong>de</strong> algoritmos que visam obter soluções aproxima<strong>da</strong>s <strong>da</strong> solução ótima para um<br />

gran<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização combinatória ou mesmo <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> pequeno porte que<br />

necessit<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma resposta <strong>em</strong> curto espaço <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, não propicia<strong>da</strong> pelos algoritmos<br />

exatos. Procuram alcançar uma solução satisfatória, equilibrando a relação quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

solução x t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> resposta. Para tanto, faz<strong>em</strong> uso <strong>de</strong> estratégias diversifica<strong>da</strong>s para buscar<br />

soluções viáveis s<strong>em</strong> ter<strong>em</strong> que investigar todo o espectro <strong>de</strong> soluções. Hertz & Widmer<br />

(2003) afirmam que as primeiras heurísticas propostas tentaram sist<strong>em</strong>atizar processos <strong>de</strong><br />

otimização realizados por pessoas e não por máquinas.<br />

Quando se fala <strong>em</strong> heurísticas é importante enten<strong>de</strong>r o conceito <strong>de</strong> busca ou pesquisa<br />

local e busca ou pesquisa global. Todo o espaço <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser<br />

dividido <strong>em</strong> regiões. Quando um algoritmo intensifica a busca <strong>em</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> região,<br />

buscando a melhor solução ali, ele realiza uma busca local nessa região. Contribuindo nessa<br />

<strong>de</strong>finição, Hertz & Widmer (2003, p. 248) afirmam que nos <strong>métodos</strong> <strong>de</strong> busca local, uma<br />

exploração intensiva numa região é executa<strong>da</strong>, movendo-se, a ca<strong>da</strong> iteração, <strong>de</strong> uma solução<br />

corrente para outra promissora localiza<strong>da</strong> na vizinhança. Ghosh (2003) afirma que a busca<br />

local não garante a otimali<strong>da</strong><strong>de</strong> global para a maioria dos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> otimização<br />

combinatória, mas geralmente retornam soluções <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Já Miettinen (2006,<br />

p.1103) pon<strong>de</strong>ra que os <strong>métodos</strong> <strong>de</strong> pesquisa local baseados no gradiente não po<strong>de</strong>m ser<br />

aplicados a probl<strong>em</strong>as não diferenciáveis e quando aplicados a probl<strong>em</strong>as diferenciáveis<br />

multimo<strong>da</strong>is, converg<strong>em</strong> para ótimos locais, os quais po<strong>de</strong>m estar distantes <strong>de</strong> ótimos globais.<br />

Entretanto, há vários outros algoritmos que serão vistos posteriormente que não faz<strong>em</strong> uso <strong>da</strong><br />

busca local. Nesses casos, os algoritmos investigam várias regiões <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> uma boa<br />

solução. A esse tipo <strong>de</strong> busca é <strong>da</strong>do o nome <strong>de</strong> busca ou pesquisa global.<br />

Colorni et al. (1996) advert<strong>em</strong> que duas características principais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

equilibra<strong>da</strong>s na construção <strong>de</strong> um algoritmo heurístico:<br />

- o nível <strong>de</strong> explotação, ou seja, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> esforço direcionado à pesquisa local na<br />

presente região <strong>de</strong> busca;<br />

- o nível <strong>de</strong> exploração, ou seja, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> esforço gasto para procurar melhores<br />

soluções <strong>em</strong> regiões distantes.<br />

16


Os autores advert<strong>em</strong> ain<strong>da</strong> que essas duas características são conflitantes. Nos<br />

algoritmos heurísticos iterativos há parâmetros que ag<strong>em</strong> diretamente para a convergência <strong>de</strong><br />

uma solução final. Há a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um equilíbrio entre o esforço computacional (número<br />

<strong>de</strong> iterações) e a eficácia <strong>da</strong> solução (quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução final). O projeto <strong>de</strong> boas<br />

heurísticas equilibra esses dois critérios. Uma convergência lenta evita ótimos locais,<br />

permitindo a exploração <strong>de</strong> um espaço maior <strong>de</strong> busca, aumentando-se a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que<br />

a solução final seja um ótimo global. Entretanto, quanto mais lenta a convergência, maior é o<br />

t<strong>em</strong>po computacional para se chegar a uma solução. Essa afirmação é compartilha<strong>da</strong> por<br />

Azimi (2005) que reitera que a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se encontrar uma melhor solução no método<br />

heurístico aumenta com o t<strong>em</strong>po permitido para se realizar a busca.<br />

Youssef et al. (2001, p.167) salientam que o interesse nas heurísticas cresceu <strong>de</strong>vido a<br />

sua generali<strong>da</strong><strong>de</strong>, facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> impl<strong>em</strong>entação e, principalmente, sua robustez <strong>em</strong> resolver<br />

uma gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. To<strong>da</strong>s as heurísticas, segundo os autores, têm diversas<br />

similari<strong>da</strong><strong>de</strong>s:<br />

- São algoritmos <strong>de</strong> aproximação, ou seja, não garant<strong>em</strong> encontrar a melhor solução global;<br />

- São “cegos”, pois não sab<strong>em</strong> quando estão alcançando uma solução ótima. Portanto eles<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser avisados sobre o momento <strong>de</strong> parar;<br />

- Apresentam a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> “Hill/Down climbing”, ou seja, melhoram a solução a ca<strong>da</strong><br />

passo <strong>em</strong> uma busca local (Esta proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> não é váli<strong>da</strong> na sua íntegra para as<br />

metaheurísticas);<br />

- São generalistas, ou seja, po<strong>de</strong>m ser impl<strong>em</strong>entados para resolver probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização<br />

combinatória;<br />

- Requer<strong>em</strong> uma representação <strong>da</strong> solução a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, uma função custo e um mecanismo<br />

para investigar o espaço <strong>de</strong> busca;<br />

- Sob certas condições, converg<strong>em</strong> para uma boa solução.<br />

Goldbarg & Luna (2000) classificam as heurísticas <strong>em</strong> três classes: clássicas,<br />

estocásticas e analógicas, sendo que estas duas últimas englobam as metaheurísticas. Arroyo<br />

(2002), <strong>em</strong> sua obra, classifica as heurísticas sob outro ponto <strong>de</strong> vista. Subdivi<strong>de</strong>-as, também,<br />

<strong>em</strong> três classes. Na primeira classe engloba as heurísticas construtivas, caracteriza<strong>da</strong>s por<br />

construír<strong>em</strong> uma solução a partir <strong>de</strong> regras basea<strong>da</strong>s nos <strong>da</strong>dos do probl<strong>em</strong>a. Na segun<strong>da</strong><br />

classe os autores englobam as heurísticas <strong>de</strong> busca local, as quais, partindo <strong>de</strong> uma solução<br />

inicial, criam uma vizinhança e, por <strong>métodos</strong> iterativos <strong>de</strong> busca, encontram a solução ótima<br />

para aquela região pesquisa<strong>da</strong>. A terceira classe <strong>de</strong> heurísticas são as chama<strong>da</strong>s<br />

17


metaheurísticas. São <strong>métodos</strong> inteligentes e extr<strong>em</strong>amente flexíveis, a<strong>da</strong>ptáveis ao probl<strong>em</strong>a<br />

que se quer resolver. As metaheurísticas são estratégias inteligentes que buscam a otimali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

global, apesar <strong>de</strong> dificilmente conseguir<strong>em</strong> esse objetivo para probl<strong>em</strong>as muito gran<strong>de</strong>s. As<br />

estratégias utiliza<strong>da</strong>s serv<strong>em</strong> para fugir <strong>de</strong> ótimos locais na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que exploram o espaço<br />

<strong>de</strong> soluções, permitindo a escolha estratégica <strong>de</strong> soluções, mesmo sendo piores que as já<br />

encontra<strong>da</strong>s. Mesmo não garantindo otimali<strong>da</strong><strong>de</strong> global, as metaheurísticas po<strong>de</strong>m encontrar<br />

uma gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ótimos locais. Dentre as metaheurísticas, po<strong>de</strong>-se citar a Busca<br />

Tabu (BT), o Simulated Annealing (SA), os Algoritmos Genéticos (AG), os Algoritmos<br />

M<strong>em</strong>éticos, as Nuv<strong>em</strong> <strong>de</strong> Partículas, a Colônia <strong>de</strong> Formigas, a Scatter Search, entre outras,<br />

sendo as três primeiras as mais difundi<strong>da</strong>s.<br />

Assim como qualquer algoritmo heurístico, as metaheurísticas são técnicas muito<br />

eficientes <strong>em</strong> conseguir soluções sub-ótimas para probl<strong>em</strong>as NP-Hard <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po<br />

aceitável. As metaheurísticas permit<strong>em</strong> uma mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> precisa, entretanto não garant<strong>em</strong> o<br />

ponto ótimo <strong>da</strong> solução. O prefixo “meta” advém do fato <strong>de</strong> uma heurística se sobrepor a<br />

outra. Ou seja, <strong>em</strong> geral uma metaheurística constitui uma estrutura mais genérica basea<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

princípios e conceitos, sobreposta à outra heurística específica <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> estudo.<br />

Uma vantag<strong>em</strong> <strong>da</strong>s metaheurísticas é a flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, a facili<strong>da</strong><strong>de</strong> como<br />

respon<strong>de</strong>m b<strong>em</strong> aos mais diversos probl<strong>em</strong>as. Zhihong et al. (2006) afirmam que o uso <strong>de</strong><br />

metaheurísticas diversifica<strong>da</strong>s é muito comum, mesmo para probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> uma mesma classe.<br />

Relatam a aplicação <strong>da</strong>s mais diversas heurísticas para probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>programa</strong>ção <strong>de</strong><br />

produção.<br />

Uma <strong>da</strong>s principais características que proporcionou, também, o sucesso <strong>da</strong>s<br />

metaheurísticas é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> combinar técnicas <strong>de</strong> busca local e <strong>de</strong> otimização não<br />

convexas, no qual soluções <strong>de</strong> pior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> são aceitas durante o processo <strong>de</strong> busca. Devido<br />

a isso, as metaheurísticas têm a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fugir <strong>de</strong> ótimos locais, indo <strong>em</strong> busca <strong>de</strong><br />

ótimos globais por uma região mais ampla do espaço <strong>de</strong> busca.<br />

Jans & Degraeve (2006, p. 6) afirmam que é possível obter soluções infactíveis <strong>em</strong> um<br />

processo <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> uma iteração para outra. Como tratar <strong>de</strong> tais situações? Uma opção<br />

apresenta<strong>da</strong> por Kimms (1999) e por Dellaert et al. (2000) apud Jans & Degraeve (2006, p. 6)<br />

é <strong>de</strong>scartar to<strong>da</strong>s as soluções infactíveis ou atribuir um custo infinito a elas. Uma segun<strong>da</strong><br />

18


opção é atribuir alguma penali<strong>da</strong><strong>de</strong> proporcional à infactibili<strong>da</strong><strong>de</strong> obti<strong>da</strong>. Uma terceira opção<br />

é criar algum operador <strong>de</strong> reparo, utilizável quando uma solução encontra<strong>da</strong> é infactível.<br />

Nos últimos quinze anos, muitos dos esforços <strong>de</strong> pesquisa têm se concentrado no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> metaheurísticas, usando principalmente dois princípios: pesquisa local<br />

(Local Search) e pesquisa populacional (Population Search), afirmam Hertz & Widmer<br />

(2003, p. 248). Essa mesma opinião é compartilha<strong>da</strong> por Miettinen et al. (2006) que afirmam<br />

que para melhorar a taxa <strong>de</strong> convergência, as metaheurísticas são freqüent<strong>em</strong>ente hibridiza<strong>da</strong>s<br />

com <strong>métodos</strong> <strong>de</strong> busca local <strong>de</strong> alta convergência.<br />

Artigos recentes vêm <strong>de</strong>monstrando que a hibridização t<strong>em</strong> apresentado melhores<br />

resultados <strong>em</strong> muitos casos, comparados à aplicação <strong>de</strong> uma metaheurística pura. Segundo<br />

Miettinen et al. (2006), o interesse <strong>da</strong> hibridização é combinar el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> diferentes<br />

heurísticas <strong>de</strong> forma a criar um novo algoritmo melhor que os algoritmos que o originaram.<br />

Os autores apresentam <strong>em</strong> seu trabalho uma proposta <strong>de</strong> taxionomia para as metaheurísticas<br />

híbri<strong>da</strong>s, a qual é ilustra<strong>da</strong> na Figura 2.<br />

FIGURA 2 – Taxionomia para metaheurísticas híbri<strong>da</strong>s<br />

Em relação a ca<strong>da</strong> um dos hibridismos apresentados, os autores explicam que:<br />

- no hibridismo seqüencial um método é finalizado antes <strong>de</strong> outro iniciar;<br />

- no hibridismo paralelo os <strong>métodos</strong> são executados <strong>em</strong> paralelo;<br />

- no hibridismo paralelo síncrono, os diferentes algoritmos po<strong>de</strong>m alterar <strong>de</strong> uma maneira<br />

pré-<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>, mas a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> execução é s<strong>em</strong>pre a mesma;<br />

19


- no hibridismo paralelo assíncrono, os diferentes algoritmos operam concorrent<strong>em</strong>ente.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> algoritmo apresenta bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> computação paralela;<br />

- no hibridismo paralelo assíncrono homogêneo, os <strong>métodos</strong> que trabalham <strong>em</strong> paralelo são<br />

os mesmos; no caso <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> diferentes chama-se hibridismo paralelo assíncrono<br />

heterogêneo.<br />

Até o momento, foi apresenta<strong>da</strong> uma visão geral sobre as características <strong>da</strong>s<br />

heurísticas e, <strong>em</strong> particular, <strong>da</strong>s metaheurísticas. Na seqüência será explicado com mais<br />

<strong>de</strong>talhes as principais metaheurísticas utiliza<strong>da</strong>s.<br />

2.2.1 Descrição <strong>da</strong>s principais metaheurísticas utiliza<strong>da</strong>s<br />

Como já relatado, existe uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> metaheurísticas cria<strong>da</strong>s para a resolução<br />

<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> otimização. Essa diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> cresce quando se consi<strong>de</strong>ram as hibridizações<br />

realiza<strong>da</strong>s. Na seqüência será apresenta<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>scrição breve dos Algoritmos Genéticos<br />

(AG), do Simulated Annealing (SA) e uma análise mais aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> Busca Tabu (BT), por<br />

se tratar <strong>de</strong> uma metaheurística apropria<strong>da</strong> para otimizações combinatórias, como é o caso <strong>da</strong><br />

pesquisa <strong>em</strong> questão. A <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s duas primeiras metaheurísticas apresenta<strong>da</strong>s a seguir foi<br />

compila<strong>da</strong>, <strong>em</strong> boa parte, do trabalho <strong>de</strong> Hasan (2000).<br />

2.2.1.1 Algoritmos Genéticos<br />

O AG é a principal metaheurística <strong>de</strong> uma área conheci<strong>da</strong> por Computação<br />

Evolucionária ou Computação Evolutiva. A Computação Evolutiva é um ramo <strong>da</strong> Inteligência<br />

Computacional que propõe um paradigma heurístico para a solução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, inspirado<br />

na teoria evolucionista <strong>da</strong>rwiniana.<br />

O AG é um algoritmo <strong>de</strong> busca inteligente o qual po<strong>de</strong> ser aplicado a uma gran<strong>de</strong><br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> otimização combinatória. A fun<strong>da</strong>mentação teórica dos AGs foi<br />

feita originalmente por Holland apud Hasan (2000). Como já mencionado, a idéia dos AGs é<br />

basea<strong>da</strong> no processo evolucionário dos organismos biológicos que, durante o curso <strong>da</strong><br />

evolução (evolução natural <strong>da</strong>rwiniana), populações evolu<strong>em</strong> <strong>de</strong> acordo com os princípios <strong>da</strong><br />

seleção natural. Indivíduos que melhor se a<strong>da</strong>ptam ao ambiente apresentam maiores chances<br />

<strong>de</strong> sobreviver e <strong>de</strong> se multiplicar. Isso significa que os melhores genes serão transmitidos para<br />

as gerações futuras. Dessa forma o objetivo do AG é encontrar os indivíduos que melhor se<br />

a<strong>da</strong>ptam ao ambiente, ou seja, que apresentam as melhores soluções possíveis. A mensuração<br />

20


<strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> indivíduo ao ambiente é <strong>da</strong><strong>da</strong> por uma função custo <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

fitness. Quanto melhor o fitness, melhor a a<strong>da</strong>ptação do indivíduo ao meio. No AG, ca<strong>da</strong><br />

indivíduo representa uma solução para o probl<strong>em</strong>a.<br />

O AG opera na população <strong>de</strong> indivíduos modificando seus componentes (genes). É<br />

através <strong>de</strong>ssa modificação que o algoritmo analisa o espaço <strong>de</strong> busca. Basicamente, o<br />

algoritmo usa duas operações principais para fazer tais modificações: cruzamento e mutação.<br />

O cruzamento consiste <strong>em</strong> combinar genes <strong>de</strong> indivíduos selecionados, originando novos<br />

indivíduos (filhos). O processo <strong>de</strong> mutação consiste <strong>em</strong> alterar alguns genes <strong>de</strong> indivíduos<br />

selecionados, gerando novos indivíduos geneticamente modificados. Segundo Wang et al.<br />

(2005), o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos AGs <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, fun<strong>da</strong>mentalmente, dos parâmetros e operadores,<br />

sendo fácil causar convergência pr<strong>em</strong>atura para um ótimo local. Esta afirmação é confirma<strong>da</strong><br />

por Lazzerini & Marcelloni (2000) que alertam para o fato <strong>de</strong> que, além <strong>de</strong> uma convergência<br />

pr<strong>em</strong>atura, uma má calibrag<strong>em</strong> dos parâmetros po<strong>de</strong> levar, para certos tipos <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, a<br />

uma seqüência <strong>de</strong> soluções não factíveis. Wang et al. (2005) salientam que para alcançar um<br />

bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, faz-se necessário ajustar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente o algoritmo a fim <strong>de</strong> equilibrar o<br />

processo <strong>de</strong> explotação versus exploração.<br />

O processo <strong>de</strong> escolha <strong>da</strong> população inicial, dos parâmetros <strong>de</strong> mutação e cruzamento,<br />

dos critérios <strong>de</strong> para<strong>da</strong>, entre outros mecanismos <strong>de</strong> operação dos AGs faz<strong>em</strong> com que exista<br />

uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> do algoritmo. O processo <strong>de</strong> hibridização dos AGs com outros<br />

<strong>métodos</strong> têm, também, propiciado um bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. Um ex<strong>em</strong>plo disso, segundo Wang<br />

et al. (2005), é a combinação do algoritmo básico do AG com a busca local (Algoritmo<br />

M<strong>em</strong>ético).<br />

2.2.1.2 Simulated Annealing<br />

Simulated Annealing (SA) é uma técnica <strong>de</strong> relaxação estocástica largamente estu<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

nas últimas duas déca<strong>da</strong>s e t<strong>em</strong> sua orig<strong>em</strong> na Mecânica Estatística. A metodologia do SA faz<br />

uma analogia ao processo <strong>de</strong> anilamento dos sólidos. Num processo <strong>de</strong> anilamento, um sólido<br />

é aquecido a altas t<strong>em</strong>peraturas e gradualmente resfriado até ocorrer a solidificação. No<br />

processo <strong>de</strong> resfriamento realizado rapi<strong>da</strong>mente nos sólidos, fornece-se energia suficiente aos<br />

átomos para se organizaram estruturalmente a fim <strong>de</strong> alcançar o mínimo estado <strong>de</strong> energia.<br />

Esta analogia é utiliza<strong>da</strong> na criação do algoritmo, com o estado do sólido correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

uma solução factível, a energia <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> estado correspon<strong>de</strong>ndo a uma melhoria na função<br />

21


objetivo e o mínimo estado <strong>de</strong> energia como sendo a solução ótima. O interesse no uso <strong>de</strong> SA<br />

para resolver probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> otimização combinatória começou com o trabalho <strong>de</strong> Kirkpatrick<br />

et al. (1983) (HASAN et al., 2000).<br />

O SA usa abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> estatística para guiar sua busca, movendo-se <strong>de</strong> uma solução para<br />

outra <strong>em</strong> uma vizinhança, aceitando com certa probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> esse movimento, mesmo quando<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> nova solução é pior que a atual. Esse mecanismo possibilita fugir <strong>de</strong> ótimos<br />

locais, “varrendo” um maior espaço <strong>da</strong> região <strong>de</strong> factibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Isso ocorre com maior<br />

probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos estágios iniciais <strong>da</strong> busca. Na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que o algoritmo avança <strong>em</strong> sua<br />

busca torna-se ca<strong>da</strong> vez mais restrito o movimento para soluções piores.<br />

Um dos principais parâmetros <strong>de</strong>sse algoritmo é conhecido como t<strong>em</strong>peratura. Este<br />

parâmetro atua como a t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> resfriamento no processo <strong>de</strong> anilamento real. Ou seja, é<br />

um dos principais responsáveis pela taxa <strong>de</strong> convergência do algoritmo, apresentando<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> direta no equilíbrio entre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução e a rapi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> busca. Muitas<br />

formulações mat<strong>em</strong>áticas têm sido realiza<strong>da</strong>s a fim <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar o <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong>ssa<br />

t<strong>em</strong>peratura ao longo <strong>da</strong>s iterações. Entretanto, outros parâmetros são fun<strong>da</strong>mentais para o<br />

sucesso do algoritmo, tais como a t<strong>em</strong>peratura inicial consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> e o critério <strong>de</strong> para<strong>da</strong>.<br />

Diversas vantagens e <strong>de</strong>svantagens do SA são discuti<strong>da</strong>s <strong>em</strong> Ingberg apud Miettinen et<br />

al. (2006). Dentre as vantagens, po<strong>de</strong>-se citar a facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> impl<strong>em</strong>entação do algoritmo e a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, comprova<strong>da</strong> estatisticamente, <strong>de</strong> se obter o ótimo global. Como <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong><br />

po<strong>de</strong>-se citar a baixa taxa <strong>de</strong> convergência e o fato <strong>de</strong> não fornecer qualquer garantia <strong>de</strong><br />

otimali<strong>da</strong><strong>de</strong> nos casos práticos.<br />

2.2.1.3 Busca Tabu<br />

Desenvolvido a partir <strong>de</strong> conceitos <strong>de</strong> inteligência artificial, a Busca Tabu (BT), ou<br />

originalmente Tabu Search, foi cria<strong>da</strong> por Glover (1989) e é uma recente metaheurística<br />

cria<strong>da</strong> (HEDAR & FUKUSHIMA, 2006, p. 329). Uma infini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> refinamentos t<strong>em</strong> sido<br />

feita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, a<strong>de</strong>quando a técnica a aplicações específicas.<br />

As <strong>de</strong>finições e conceitos apresentados a seguir sobre a BT foram, quase na totali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

obtidos dos trabalhos <strong>de</strong> Glover (1989, 1990).<br />

A palavra tabu (ou taboo) v<strong>em</strong> do Tongan, uma linguag<strong>em</strong> <strong>da</strong> Polinésia, para indicar<br />

coisas que não po<strong>de</strong>m ser toca<strong>da</strong>s por ser<strong>em</strong> sagra<strong>da</strong>s. No algoritmo <strong>de</strong> BT o termo tabu<br />

22


efere-se à proibição <strong>de</strong> visitar repeti<strong>da</strong>mente um mesmo conjunto <strong>de</strong> soluções, evitando,<br />

assim, ficar preso a ótimos locais ou gastando muito t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> buscas infrutíferas.<br />

A BT é utiliza<strong>da</strong> <strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações: planejamento <strong>de</strong> recursos,<br />

telecomunicações, análise financeira, <strong>programa</strong>ção <strong>de</strong> produção, planejamento <strong>de</strong> espaços,<br />

distribuição <strong>de</strong> energia, engenharia molecular, logística, classificação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los, manufatura<br />

flexível, exploração mineral, análise biomédica, conservação ambiental, entre outras. Dentre<br />

as diversas aplicações comuns para o algoritmo, encontra-se, também, a <strong>programa</strong>ção <strong>de</strong><br />

cursos para instituição <strong>de</strong> ensino, citado anteriormente, e que r<strong>em</strong>ete à pesquisa <strong>em</strong> questão.<br />

Antes <strong>de</strong> explicar o algoritmo <strong>de</strong> BT é importante apresentar a estratégia utiliza<strong>da</strong> pelo<br />

método <strong>da</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> (método <strong>de</strong> busca local) a fim <strong>de</strong> obter uma boa solução para um probl<strong>em</strong>a<br />

<strong>de</strong> minimização. Tal explicação preliminar <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que a BT apresenta alguns<br />

conceitos similares a esse algoritmo, na sua forma mais simples. O método <strong>de</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> parte<br />

<strong>de</strong> uma solução factível inicial e, na seqüência, analisa todos os possíveis vizinhos <strong>de</strong> uma<br />

solução, escolhendo aquele que resulta no menor valor para a função objetivo. Esse<br />

procedimento continua até o momento <strong>em</strong> que nenhum vizinho propicie melhor resultado que<br />

a solução corrente (mínimo local), ocasião <strong>em</strong> que o algoritmo termina seu procedimento.<br />

Devido a essa característica do algoritmo ele também é chamado <strong>de</strong> método guloso. Assim, o<br />

método po<strong>de</strong> ser traduzido nesse simples algoritmo <strong>de</strong> três passos.<br />

Passo 1: Escolha uma solução inicial i <strong>em</strong> S<br />

Passo 2: Encontre o melhor j <strong>em</strong> S(i) tal que ƒ(j) ≤ ƒ(k) para qualquer k ε S(i)<br />

Passo 3: Se ƒ(j) ≥ ƒ(k) então pare. Senão faça i← j e volte para o Passo 2<br />

Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que o princípio básico <strong>de</strong> operação <strong>da</strong> BT, assim como <strong>de</strong> várias<br />

heurísticas, é o mesmo que do método <strong>de</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong>: realizar trocas <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> solução para a obtenção <strong>de</strong> melhores soluções. Entretanto, na BT foram<br />

impl<strong>em</strong>enta<strong>da</strong>s diversas estratégias inteligentes para fugir <strong>de</strong> ótimos locais. Uma <strong>da</strong>s<br />

estratégias incorpora<strong>da</strong>s no algoritmo é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> admissão <strong>de</strong> movimentos que<br />

conduz<strong>em</strong> a soluções piores que as soluções que a antece<strong>de</strong>ram. Assim, com a incorporação<br />

<strong>de</strong>ssa estratégia, o algoritmo procura, a ca<strong>da</strong> iteração, selecionar a melhor solução vizinha,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>sta solução ser melhor ou pior que a anterior. Como salientam Colorni<br />

et al. (1996), o algoritmo leva <strong>em</strong> conta o histórico passado <strong>da</strong>s buscas, alterando a sua<br />

vizinhança. O método opera selecionando, a ca<strong>da</strong> iteração, a melhor solução avalia<strong>da</strong> na<br />

vizinhança modifica<strong>da</strong>. Entretanto, <strong>em</strong> muitas situações, avaliar to<strong>da</strong> a vizinhança torna-se<br />

muito dispendioso <strong>em</strong> termos computacionais. Duas estratégias são comumente utiliza<strong>da</strong>s<br />

23


para resolver esse probl<strong>em</strong>a: i) encontrar na vizinhança o primeiro movimento que melhore a<br />

função objetivo, e; ii) encontrar o melhor movimento <strong>em</strong> um sub-conjunto <strong>da</strong> vizinhança<br />

criado estrategicamente através <strong>de</strong> uma técnica <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> lista <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tos.<br />

Entretanto, apenas esse mecanismo não é suficiente para escapar <strong>de</strong> soluções ótimas<br />

locais, uma vez que esta estratégia po<strong>de</strong> conduzir a soluções previamente gera<strong>da</strong>s,<br />

provocando o que se conhece por soluções cíclicas. Para contornar esse obstáculo, o algoritmo<br />

usa o conceito <strong>de</strong> lista tabu. Esta lista, que é suporta<strong>da</strong> por uma m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> curto prazo,<br />

armazena <strong>da</strong>dos dos últimos movimentos (ou outros parâmetros), tornando-os proibitivos por<br />

um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> iterações (t<strong>em</strong>po tabu). O procedimento básico <strong>da</strong> BT chega ao<br />

fim quando alcança um critério <strong>de</strong> para<strong>da</strong> previamente <strong>de</strong>terminado. O algoritmo a seguir<br />

ilustra a heurística básica utiliza<strong>da</strong> pela BT.<br />

Passo 1: Selecione uma solução inicial s∈ S<br />

Passo 2: Atribua s * ←s<br />

Passo 3: Gere um subconjunto N * ⊂ N, tal que os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> N * não estejam na lista tabu e aten<strong>da</strong>m<br />

a um critério <strong>de</strong> aspiração estabelecido<br />

Passo 4: Escolha a melhor solução n∈ N *<br />

Passo 5: Se n for melhor que s * , então s * ←n<br />

Passo 6: Faça s←n<br />

Passo 7: Atualize a lista tabu<br />

Passo 8: Se o critério <strong>de</strong> para<strong>da</strong> for satisfeito, vá para o Passo 9, senão, retorne ao Passo 3<br />

Passo 9: Retorne s *<br />

O t<strong>em</strong>po tabu, também <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> período tabu, po<strong>de</strong> ser estático ou dinâmico.<br />

Na situação estática, o t<strong>em</strong>po tabu é fixo durante todo o processo <strong>de</strong> busca, ou seja, todos os<br />

atributos permanec<strong>em</strong> na lista tabu (tabu-ativos) durante um mesmo número <strong>de</strong> iterações. Já<br />

na situação dinâmica o t<strong>em</strong>po tabu não é fixo, fazendo com que os atributos apresent<strong>em</strong><br />

períodos tabus diferentes durante o processo <strong>de</strong> busca.<br />

2.2.1.3.1 Conceito <strong>de</strong> m<strong>em</strong>ória na Busca Tabu<br />

O uso extensivo <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> m<strong>em</strong>ória é uma <strong>da</strong>s principais características <strong>da</strong> BT.<br />

Enquanto a maioria dos algoritmos usa m<strong>em</strong>ória somente para armazenar os melhores<br />

resultados alcançados, a BT a utiliza, também, para armazenar os caminhos já visitados pelo<br />

algoritmo. Essa informação é utiliza<strong>da</strong> para guiar sua busca, evitando que retorne a lugares já<br />

visitados. Como já mencionado, a função básica <strong>da</strong> lista tabu é prevenir ciclos. Lista tabu <strong>de</strong><br />

pequeno tamanho faz com que o algoritmo explore soluções “próximas” <strong>de</strong> um ótimo local;<br />

lista tabu <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> tamanho dirige a busca para uma região distante do ótimo local (situações<br />

<strong>de</strong> intensificação e diversificação, respectivamente, que serão abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s posteriormente). Se a<br />

24


lista tabu for pequena <strong>de</strong>mais, esta regra po<strong>de</strong> não ser alcança<strong>da</strong>; se for longa <strong>de</strong>mais, criam-<br />

se muitas restrições, po<strong>de</strong>ndo causar <strong>de</strong>terioração na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s soluções. Assim, o<br />

tamanho <strong>de</strong>ssa lista gera o compromisso entre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução e o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho do<br />

algoritmo. Em um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização é difícil <strong>de</strong>terminar um valor apropriado para o<br />

tamanho <strong>de</strong>ssa lista. Sugere-se, assim, trabalhar-se com um tamanho <strong>de</strong> lista tabu variável<br />

(lista tabu dinâmica) ao invés <strong>de</strong> se trabalhar com um tamanho fixo (lista tabu estática).<br />

A estrutura <strong>de</strong> m<strong>em</strong>ória na BT po<strong>de</strong> ser vista sob quatro dimensões: recência,<br />

freqüência, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e influência. A dimensão <strong>de</strong> recência refere-se ao armazenamento <strong>de</strong><br />

atributos <strong>de</strong> soluções recent<strong>em</strong>ente visita<strong>da</strong>s, servindo para se prevenir contra a ciclag<strong>em</strong>, ou<br />

seja, contra visitas freqüentes a soluções já visita<strong>da</strong>s. A dimensão <strong>de</strong> freqüência refere-se ao<br />

monitoramento <strong>de</strong> atributos pertencentes a boas soluções ou que propiciam movimentos que<br />

conduz<strong>em</strong> a boas soluções. Tal monitoria serve para o processo <strong>de</strong> intensificação ou<br />

diversificação, abor<strong>da</strong>dos posteriormente. A dimensão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> refere-se à i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos que fornec<strong>em</strong> boas soluções ou que propiciam movimentos que conduz<strong>em</strong> a<br />

boas soluções. Isso serve para fornecer ao algoritmo a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> basea<strong>da</strong><br />

no incentivo ou na penali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A dimensão <strong>da</strong> influência consi<strong>de</strong>ra o impacto <strong>da</strong>s escolhas<br />

feitas durante o processo <strong>de</strong> busca, não somente na quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas também na estrutura. O<br />

armazenamento <strong>de</strong> informações sobre el<strong>em</strong>entos pertencentes a boas soluções incorpora ao<br />

algoritmo um nível adicional <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>.<br />

No aspecto t<strong>em</strong>poral, as m<strong>em</strong>órias utiliza<strong>da</strong>s na BT po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

m<strong>em</strong>órias <strong>de</strong> curto prazo (short term m<strong>em</strong>ory) e m<strong>em</strong>órias <strong>de</strong> longo prazo (longer term<br />

m<strong>em</strong>ory). Ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>ssas m<strong>em</strong>órias apresenta papel distinto na impl<strong>em</strong>entação <strong>da</strong>s<br />

estratégias <strong>da</strong> BT. Entretanto, ambas as m<strong>em</strong>órias provocam o mesmo efeito: mu<strong>da</strong>m a<br />

vizinhança <strong>da</strong> solução corrente consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>. As m<strong>em</strong>órias <strong>de</strong> curto prazo (m<strong>em</strong>ória basea<strong>da</strong><br />

<strong>em</strong> recência) guar<strong>da</strong>m atributos <strong>de</strong> soluções que mu<strong>da</strong>ram no passado recente, sendo<br />

utiliza<strong>da</strong>s para a criação <strong>da</strong>s listas tabus. Já as m<strong>em</strong>órias <strong>de</strong> longo prazo (m<strong>em</strong>ória basea<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

freqüência) guar<strong>da</strong>m atributos <strong>de</strong> boas soluções e/ou bons movimentos do passado para ser<strong>em</strong><br />

usados no processo <strong>de</strong> intensificação e/ou no processo <strong>de</strong> diversificação.<br />

Há basicamente dois tipos <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> freqüência: medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> transição e medi<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> residência. Enquanto as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> transição contam o número <strong>de</strong> vezes que um atributo<br />

foi modificado, as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> residência contam o número <strong>de</strong> iterações que um atributo<br />

permaneceu <strong>em</strong> uma posição particular.<br />

25


2.2.1.3.2 Estratégias <strong>de</strong> intensificação e <strong>de</strong> diversificação na Busca Tabu<br />

As estratégias <strong>de</strong> intensificação têm por objetivo realizar uma investigação mais<br />

apura<strong>da</strong> <strong>em</strong> certas regiões do espaço <strong>de</strong> busca, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s promissoras. Tais estratégias são<br />

basea<strong>da</strong>s na modificação <strong>de</strong> regras a fim <strong>de</strong> incentivar movimentos próximos a essas boas<br />

soluções históricas. Já as estratégias <strong>de</strong> diversificação têm por objetivo realizar a busca <strong>em</strong><br />

regiões não visita<strong>da</strong>s, gerando, para isso, soluções que difer<strong>em</strong> significativamente <strong>da</strong>quelas<br />

obti<strong>da</strong>s anteriormente.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> intensificar a busca <strong>em</strong> regiões promissoras, primeiramente <strong>de</strong>ve-se<br />

voltar a uma boa solução encontra<strong>da</strong> até o momento e, então, diminuir o tamanho <strong>da</strong> lista<br />

tabu. É importante, também, <strong>da</strong>r alta priori<strong>da</strong><strong>de</strong> às soluções que apresentam características<br />

comuns com a corrente solução. Isso po<strong>de</strong> ser feito com a inclusão <strong>de</strong> um termo adicional na<br />

função objetivo que penalizará soluções distantes <strong>da</strong> corrente.<br />

As m<strong>em</strong>órias <strong>de</strong> longo prazo (m<strong>em</strong>órias <strong>de</strong> freqüência) têm um papel fun<strong>da</strong>mental no<br />

processo <strong>de</strong> intensificação. Elas po<strong>de</strong>m registrar os atributos <strong>da</strong>s melhores soluções<br />

encontra<strong>da</strong>s até o momento <strong>da</strong> busca e calcular a freqüência com que apareceram nessas<br />

soluções <strong>de</strong> elite. Dessa forma, a m<strong>em</strong>ória fornece subsídio para a criação <strong>de</strong> estratégias que<br />

incentiv<strong>em</strong> a reincidência <strong>de</strong>sses atributos nas soluções futuras. Uma simples estratégia que<br />

também po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> na intensificação consiste <strong>em</strong> “congelar” os componentes <strong>da</strong>s<br />

soluções que são consi<strong>de</strong>rados atrativos e reiniciar a busca modificando apenas o restante dos<br />

atributos.<br />

Já no caso <strong>da</strong> diversificação, a m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> freqüência po<strong>de</strong> registrar as regiões mais<br />

visita<strong>da</strong>s durante o processo <strong>de</strong> busca até então, <strong>da</strong>ndo subsídio para que, <strong>em</strong> um processo <strong>de</strong><br />

reinicialização do algoritmo, por ex<strong>em</strong>plo, o mesmo reinicie sua exploração <strong>em</strong> uma região<br />

menos explora<strong>da</strong>. Isso po<strong>de</strong> ser feito através <strong>da</strong> penalização <strong>de</strong> soluções freqüent<strong>em</strong>ente<br />

visita<strong>da</strong>s. Entretanto, exist<strong>em</strong> situações on<strong>de</strong> há um número elevado <strong>de</strong> restrições e, por<br />

conseqüência, soluções infactíveis são comuns, servindo, muitas vezes, como barreiras<br />

intransponíveis para a diversificação. Relaxando essas restrições e penalizando suas<br />

violações, tais barreiras passam a ser transponíveis, <strong>da</strong>ndo possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à exploração <strong>de</strong><br />

regiões distantes. Durante essa fase, soluções infactíveis po<strong>de</strong>m ser visita<strong>da</strong>s. Para obter<br />

novamente soluções factíveis, basta aumentar gra<strong>da</strong>tivamente a penali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelas violações <strong>de</strong><br />

factibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

26


Po<strong>de</strong>-se perceber que tanto a diversificação como a intensificação são estratégias<br />

inteligentes na busca <strong>de</strong> boas soluções. Daya & Fawzan (1998) contribu<strong>em</strong> para a concepção<br />

<strong>de</strong> um bom algoritmo quando alertam para o fato <strong>de</strong> que o uso extensivo <strong>de</strong>ssas estratégias<br />

compromete o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho do algoritmo <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> rendimento. Consi<strong>de</strong>ram que o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> um balanço efetivo entre essas duas estratégias é um princípio chave <strong>da</strong><br />

BT.<br />

2.2.1.3.3 Critérios <strong>de</strong> aspiração<br />

Como já foi mencionado anteriormente, a lista tabu t<strong>em</strong> por finali<strong>da</strong><strong>de</strong> impedir a<br />

ciclag<strong>em</strong>, ou seja, que a busca retorne a lugares já visitados. Porém, ao proibir tais<br />

movimentos po<strong>de</strong>-se também, como efeito colateral, estar proibindo <strong>de</strong> se visitar regiões<br />

nunca antes visita<strong>da</strong>s. Assim, faz-se necessária a criação <strong>de</strong> uma estratégia que monitore essa<br />

situação, ou seja, que execute movimentos tabus sob certas ocasiões: esse é o papel do critério<br />

<strong>de</strong> aspiração.<br />

Exist<strong>em</strong> alguns tipos <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> aspiração:<br />

- Aspiração por objetivo: a aspiração é satisfeita se o movimento leva a uma solução melhor<br />

que to<strong>da</strong>s as outras soluções anteriormente encontra<strong>da</strong>s;<br />

- Aspiração por direção <strong>de</strong> busca: a aspiração é satisfeita se a direção <strong>da</strong> busca (melhorando<br />

ou não melhorando) não for altera<strong>da</strong>;<br />

- Aspiração por <strong>de</strong>fault: a aspiração é satisfeita se todos os movimentos são tabus. Neste<br />

caso seleciona-se o movimento mais antigo <strong>da</strong> lista tabu.<br />

2.2.1.3.4 Critérios <strong>de</strong> para<strong>da</strong><br />

Como a BT não é um algoritmo exato, ou seja, não garante a solução ótima, é<br />

necessário estabelecer algum critério ou critérios <strong>de</strong> para<strong>da</strong> do algoritmo. Diversos critérios<br />

po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados:<br />

- quando são encontra<strong>da</strong>s evidências que uma solução ótima foi encontra<strong>da</strong>;<br />

- quando o valor <strong>da</strong> função objetivo alcança um valor pré-estabelecido;<br />

- <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um número fixo <strong>de</strong> iterações;<br />

- <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um número fixo <strong>de</strong> iterações s<strong>em</strong> melhoria na função objetivo;<br />

- <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> CPU;<br />

- <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> realizar uma seqüência <strong>de</strong> fases (ex: fase <strong>de</strong> diversificação, fase <strong>de</strong><br />

intensificação, etc.).<br />

27


De tudo o que foi apresentado sobre a BT po<strong>de</strong>-se chegar a algumas conclusões sobre a<br />

heurística <strong>em</strong> questão. Como ponto positivo, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> heurística <strong>em</strong><br />

permitir soluções s<strong>em</strong> melhoria para fugir <strong>de</strong> uma solução ótima local; sua aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

probl<strong>em</strong>as com espaço <strong>de</strong> soluções contínuas ou não, e; sua aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> dimensão. Em contraparti<strong>da</strong>, necessita que muitos parâmetros sejam <strong>de</strong>finidos e<br />

ajustados; po<strong>de</strong> gerar muitas iterações, e; po<strong>de</strong> não encontrar a solução ótima global.<br />

Na sessão seguinte são apresenta<strong>da</strong>s algumas comparações entre as metaheurísticas<br />

apresenta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho prático.<br />

2.2.2 Uma análise comparativa <strong>da</strong>s metaheurísticas <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

Segundo Arostegui et al. (2006), muitos artigos foram publicados nos últimos anos a<br />

respeito <strong>da</strong>s principais metaheurísticas, tais como Simulated Annealing, Busca Tabu e<br />

Algoritmos Genéticos. Entretanto, segundo os autores, há poucos estudos comparativos entre<br />

esses três algoritmos. Isso dificulta uma análise comparativa.<br />

Conforme relata Youssef et al. (2001), duas medi<strong>da</strong>s são normalmente usa<strong>da</strong>s para<br />

comparar algoritmos <strong>de</strong> otimização: o t<strong>em</strong>po (custo computacional) para encontrar a solução e<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mesma. Ruiz & Maroto (2005) fizeram uma extensa revisão <strong>da</strong>s heurísticas e<br />

metaheurísticas aplica<strong>da</strong>s por diversos pesquisadores <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong><br />

produção. Impl<strong>em</strong>entaram e testaram 25 algoritmos sobre um conjunto <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos.<br />

Referente às metaheurísticas, concluíram que o SA, a BT e o AG apresentam bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

para esse tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a. Reiteram, entretanto, que o AG necessita <strong>de</strong> boa inicialização <strong>de</strong><br />

população ou bom conhecimento do probl<strong>em</strong>a a fim <strong>de</strong> alcançar bons resultados. Ain<strong>da</strong><br />

referente ao seqüenciamento <strong>de</strong> produção, Józefowska et al. (1998) aplicaram as três<br />

metaheurísticas a esse tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a. Realizaram o experimento para um conjunto <strong>de</strong><br />

parâmetros <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s metaheurísticas propostas. Mediram o comportamento <strong>da</strong><br />

convergência e o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho sobre um conjunto <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos gerados aleatoriamente. A<strong>pós</strong><br />

comparação <strong>da</strong>s metaheurísticas cita<strong>da</strong>s, concluíram que a BT teve melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, na<br />

medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que apresentou as melhores soluções para todos os tamanhos <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as<br />

testados.<br />

Sinclair (1993) também impl<strong>em</strong>entou as três metaheurísticas a um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

otimização, ajustando os parâmetros <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> algoritmo a fim <strong>de</strong> obter a melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

28


termos <strong>de</strong> solução e t<strong>em</strong>po computacional. Suas conclusões foram <strong>de</strong> que o AG teve pior<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> relação às outras metaheurísticas no que consiste ao t<strong>em</strong>po computacional.<br />

Ao se comparar SA e BT, Sinclair (1993) <strong>de</strong>staca que a BT forneceu melhores resultados <strong>em</strong> 3<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> 4 casos estu<strong>da</strong>dos, <strong>em</strong>bora o t<strong>em</strong>po computacional <strong>em</strong> ambos os algoritmos foram<br />

compatíveis. Resultados s<strong>em</strong>elhantes po<strong>de</strong>m ser encontrados no artigo <strong>de</strong> Lee & Kim apud<br />

Arostegui et al. (2006). Eles aplicaram as mesmas três metaheurísticas <strong>em</strong> outros probl<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> otimização e concluíram que a BT e o SA apresentaram <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho s<strong>em</strong>elhante, enquanto<br />

o AG um <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho um pouco pior. Youssef et al. (2000) também impl<strong>em</strong>entaram e<br />

testaram as mesmas metaheurísticas <strong>em</strong> cinco diferentes probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong><br />

distribuição <strong>de</strong> componentes eletrônicos <strong>em</strong> placas <strong>de</strong> circuito impresso. Eles compararam o<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos três algoritmos <strong>em</strong> relação aos seguintes aspectos:<br />

- quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> melhor solução obti<strong>da</strong> <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s heurísticas.<br />

- progresso <strong>da</strong> pesquisa <strong>de</strong> uma solução inicial até encontrar um critério <strong>de</strong> para<strong>da</strong>.<br />

- custo computacional para encontrar a melhor solução.<br />

- número <strong>de</strong> soluções encontra<strong>da</strong>s <strong>em</strong> sucessivos intervalos.<br />

Os autores observam que entre os três algoritmos testados a BT apresentou o melhor<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. Hasan et al. (2000) aplicaram AG, SA e BT para uma série <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as cuja<br />

função objetivo era do tipo pseudo-booleana quadrática, funções estas que mo<strong>de</strong>lam uma<br />

gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. Nas suas pesquisas concluíram que as soluções finais não<br />

apresentaram diferenças significantes. Concluíram, entretanto, que o AG apresentou melhor<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho médio nas soluções propostas <strong>em</strong> menos t<strong>em</strong>po computacional e que a BT,<br />

comparado com o AG e com o SA, não foi satisfatória. Kincaid apud Arostegui et al. (2006)<br />

comparou a BT e o SA <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> localização <strong>de</strong> facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e concluiu que a BT<br />

apresentou melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> relação ao SA. Já Drezner (2002), <strong>em</strong> seu trabalho,<br />

comparou o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong> cinco heurísticas ao resolver um probl<strong>em</strong>a variante <strong>de</strong> alocação<br />

<strong>de</strong> facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e concluiu que o SA apresentou melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho.<br />

Pela breve apresentação anterior, po<strong>de</strong>-se concluir que as três metaheurísticas<br />

apresentam <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho compatível, talvez com o AG tendo um <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho um pouco pior.<br />

Vale salientar que a análise anterior foi feita utilizando-se <strong>da</strong>s metaheurísticas originais, ou<br />

seja, s<strong>em</strong> hibridização. Estudos recentes afirmam que a hibridização <strong>de</strong> heurísticas t<strong>em</strong><br />

apresentado bons resultados.<br />

29


Arostegui et al. (2006) afirmam que não há uma heurística que apresente melhor<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho que outra, variando <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a para probl<strong>em</strong>a. Suas observações po<strong>de</strong>m estar<br />

fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s num importante estudo teórico a respeito <strong>da</strong>s metaheurísticas relatado por<br />

Wolpert & Macready apud Youssef et al. (2000), que provaram um número <strong>de</strong> teor<strong>em</strong>as que<br />

afirmam que o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho médio <strong>de</strong> qualquer algoritmo iterativo (<strong>de</strong>terminístico ou não)<br />

sobre todos os probl<strong>em</strong>as é idêntico. Ou seja, se um algoritmo apresenta melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

sobre uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> classe <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, então ele necessariamente terá pior <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

sobre outros tipos <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. Deve ser observado, entretanto, que os teor<strong>em</strong>as relatados<br />

não inclu<strong>em</strong> o conhecimento prévio que se po<strong>de</strong> ter do probl<strong>em</strong>a, o que é importante.<br />

De tudo o que aqui foi apresentado sobre as heurísticas e metaheurísticas, pô<strong>de</strong>-se<br />

concluir que o sucesso <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> um algoritmo <strong>de</strong> otimização heurístico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito<br />

mais do conhecimento do probl<strong>em</strong>a e <strong>da</strong> experiência do pesquisador <strong>em</strong> calibrar os<br />

parâmetros do algoritmo a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente do que propriamente <strong>da</strong> heurística ou metaheurística<br />

escolhi<strong>da</strong>. Obviamente que <strong>em</strong> função dos resultados encontrados, po<strong>de</strong>-se obter um<br />

direcionamento para a escolha do algoritmo <strong>de</strong> otimização utilizado na pesquisa <strong>em</strong> questão.<br />

Como já mencionado, o processo <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>ste probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pesquisa está<br />

restrito a indicadores que serv<strong>em</strong> como avaliadores do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m ocasionado no<br />

currículo durante o processo <strong>de</strong> otimização. Tendo <strong>em</strong> vista a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se levar <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração aspectos subjetivos na geração dos indicadores, far-se-á uma análise do Método<br />

<strong>de</strong> Análise Hierárquica como uma alternativa inspiradora no auxílio <strong>da</strong> criação dos mesmos.<br />

2.3 O MÉTODO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA<br />

A Pesquisa Operacional clássica utiliza técnicas mat<strong>em</strong>áticas precisas que<br />

proporcionam racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> à toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Os resultados fornecidos pelas técnicas <strong>da</strong><br />

pesquisa operacional são, na maioria <strong>da</strong>s vezes, incontestáveis e apontam soluções aos<br />

probl<strong>em</strong>as com objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Entretanto, muitos probl<strong>em</strong>as cotidianos que requer<strong>em</strong> toma<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão são complexos e envolv<strong>em</strong> <strong>da</strong>dos e variáveis subjetivas, o que impe<strong>de</strong> uma<br />

aplicação totalmente eficaz <strong>da</strong>s técnicas clássicas <strong>da</strong> Pesquisa Operacional. Nesse contexto<br />

encontram-se probl<strong>em</strong>as com soluções discretas que faz<strong>em</strong> uso do Método <strong>de</strong> Análise<br />

Hierárquica, o qual será abor<strong>da</strong>do na seqüência.<br />

30


2.3.1 Fun<strong>da</strong>mentos do Método <strong>de</strong> Análise Hierárquica<br />

O Método <strong>de</strong> Análise Hierárquica (Analytic Hierarchy Process – AHP) é um entre<br />

tantos outros <strong>métodos</strong> <strong>de</strong> auxílio à toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. A toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, nesse caso, po<strong>de</strong><br />

ser entendi<strong>da</strong> como resultado <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> uma entre diversas alternativas<br />

possíveis na solução <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a qualquer. O objetivo dos <strong>métodos</strong> <strong>de</strong> auxílio à toma<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, como é o caso do AHP, é buscar i<strong>de</strong>ntificar a melhor escolha possível <strong>de</strong>ntre as<br />

alternativas existentes, li<strong>da</strong>ndo com incertezas durante o processo <strong>de</strong> solução.<br />

O Método <strong>de</strong> Análise Hierárquica foi criado por Thomas Saaty na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 para<br />

solucionar um probl<strong>em</strong>a específico <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> contingência. Des<strong>de</strong> então, sua<br />

utilização foi estendi<strong>da</strong> a várias áreas e aplicações, além <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s a fim <strong>de</strong><br />

aprimorar o método.<br />

Para Vaidya & Kumar (2006), o método AHP é um dos mais utilizados como<br />

ferramenta <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão multicritério, com aplicação nas áreas <strong>da</strong>s ciências sociais,<br />

<strong>da</strong> educação, <strong>da</strong> manufatura, <strong>da</strong> política, <strong>da</strong> engenharia, do governo, entre outras áreas. Essa<br />

opinião é compartilha<strong>da</strong> por Gass & Rapcsák (2004) que salientam que o AHP t<strong>em</strong> se<br />

posicionado como uma técnica dominante <strong>em</strong> <strong>de</strong>cisões multicritério, tanto por pesquisadores<br />

como por outros profissionais.<br />

Como mencionado, o método proposto por Saaty visa i<strong>de</strong>ntificar a “melhor” solução<br />

para um <strong>de</strong>terminado probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ntre n soluções possíveis. O nome “hierárquico” advém <strong>da</strong><br />

forma como o probl<strong>em</strong>a é estruturado para a aplicação <strong>da</strong> técnica. A Figura 3 ilustra a<br />

estruturação <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a hipotético. Po<strong>de</strong>-se observar <strong>da</strong> figura a seguinte estrutura<br />

hierárquica: o primeiro nível <strong>da</strong> hierarquia consiste no objetivo do probl<strong>em</strong>a, que é alcançado<br />

com a escolha <strong>da</strong> alternativa a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. O segundo nível <strong>da</strong> estrutura apresenta os critérios a<br />

ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rados e que afetam diretamente o objetivo do probl<strong>em</strong>a. O terceiro e último<br />

nível apresenta as possíveis alternativas para o probl<strong>em</strong>a.<br />

Verifica-se, pela figura, que exist<strong>em</strong> n alternativas as quais são analisa<strong>da</strong>s sob m<br />

critérios distintos. Para ca<strong>da</strong> critério consi<strong>de</strong>rado to<strong>da</strong>s as alternativas são compara<strong>da</strong>s entre<br />

si. Julgamentos subjetivos são realizados comparando-se o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong> uma alternativa<br />

<strong>em</strong> relação à outra, gerando matrizes <strong>de</strong> comparação. Processos a<strong>de</strong>quados sobre essas<br />

matrizes geram um vetor com o peso <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> alternativa <strong>em</strong> relação ao<br />

31


probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão. Saaty (1993) faz uma análise <strong>de</strong>sse vetor sob duas óticas. A primeira<br />

diz respeito à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> preferência; a outra, à intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas preferências.<br />

FIGURA 3 – Estruturação <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a para aplicação do método AHP<br />

Para ca<strong>da</strong> critério gera-se uma matriz <strong>de</strong> comparação on<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as alternativas são<br />

compara<strong>da</strong>s entre si. Essa comparação <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> por uma pessoa ou grupos <strong>de</strong><br />

pessoas que conhec<strong>em</strong> <strong>em</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> o probl<strong>em</strong>a. O Quadro 1 a seguir apresenta a escala<br />

proposta por Saaty (1991) para se realizar<strong>em</strong> as comparações.<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Importância<br />

1 Mesma importância<br />

3<br />

Definição Explicação<br />

Importância pequena <strong>de</strong> uma <strong>em</strong><br />

relação a outra<br />

5 Importância gran<strong>de</strong> ou essencial<br />

7<br />

Importância muito gran<strong>de</strong> ou<br />

<strong>de</strong>monstra<strong>da</strong><br />

9 Importância absoluta<br />

2,4,6,8<br />

Recíprocos dos<br />

valores acima<br />

Valores intermediários entre os<br />

valores adjacentes<br />

32<br />

As duas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s contribu<strong>em</strong> igualmente para o<br />

objetivo.<br />

A experiência e o julgamento favorec<strong>em</strong><br />

lev<strong>em</strong>ente a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> i <strong>em</strong> relação à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> j.<br />

A experiência e o julgamento favorec<strong>em</strong><br />

fort<strong>em</strong>ente a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> i <strong>em</strong> relação à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> j.<br />

A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> i é muito fort<strong>em</strong>ente favoreci<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

relação à j; sua dominação <strong>de</strong> importância é<br />

<strong>de</strong>monstra<strong>da</strong> na prática.<br />

A evidência favorece a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> i <strong>em</strong> relação à j<br />

com o mais alto grau <strong>de</strong> certeza.<br />

Quando se procura uma condição <strong>de</strong> compromisso<br />

entre duas <strong>de</strong>finições.<br />

Utilizado quando a experiência e o<br />

julgamento favorec<strong>em</strong> a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> j<br />

<strong>em</strong> relação à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> i.<br />

QUADRO 1 – Escala <strong>de</strong> julgamentos proposta por Saaty<br />

As matrizes são construí<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> comparações feitas por especialista(s), <strong>em</strong> que<br />

a alternativa i é compara<strong>da</strong> à alternativa j <strong>em</strong> relação a um critério consi<strong>de</strong>rado. A intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> importância é utiliza<strong>da</strong> pelo(s) especialista(s) para indicar o quanto a alternativa i é mais


importante que a alternativa j <strong>em</strong> relação ao critério que está sendo analisado. Tendo-se essa<br />

comparação, o valor <strong>da</strong> alternativa j <strong>em</strong> relação à alternativa i é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:<br />

aji = 1/aij (1)<br />

on<strong>de</strong><br />

aij = intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> importância <strong>da</strong> alternativa i <strong>em</strong> relação a alternativa j no critério que está<br />

sendo analisado;<br />

aji = intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> importância <strong>da</strong> alternativa j <strong>em</strong> relação a alternativa i no critério que está<br />

sendo analisado.<br />

As matrizes positivas origina<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sses julgamentos faz<strong>em</strong> parte <strong>de</strong> uma classe<br />

especial <strong>de</strong> matrizes <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> matrizes recíprocas. Uma matriz A = (aij) positiva <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m n é recíproca se aij = 1/aji e aii = 1.<br />

Quando o julgador preenche a matriz <strong>de</strong> julgamentos, ela po<strong>de</strong> resultar consistente ou<br />

não. Se ela é consistente então todos os el<strong>em</strong>entos aij têm exatamente valores aij = wi/wj (<strong>em</strong><br />

que w1, w2, …., wn compõ<strong>em</strong> o vetor <strong>de</strong> pesos) e a condição aij = aik x akj é satisfeita para todo<br />

i, j, k = 1,2,3…,n. Nesse caso a matriz é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> consistente e po<strong>de</strong> ser representa<strong>da</strong> como<br />

Ac = {wi/wj}. Em caso contrário, diz-se que a matriz é inconsistente.<br />

Entretanto, normalmente os julgamentos são inconsistentes, ou seja, a matriz é<br />

raramente recíproca e a regra aij = aik x akj é normalmente viola<strong>da</strong>. Isso não ocorre<br />

intencionalmente. Saaty (1991, p.122) contribui com a análise <strong>de</strong> consistência com a seguinte<br />

pon<strong>de</strong>ração a respeito <strong>de</strong> transitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

É necessário <strong>de</strong>stacar a importância <strong>da</strong> transitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> nesse contexto. Há<br />

dois tipos <strong>de</strong> transitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um é ordinal e o outro é cardinal. O primeiro é<br />

que se A é preferido <strong>em</strong> relação a B e se B é preferido <strong>em</strong> relação a C, A<br />

<strong>de</strong>ve ser preferível a C. O segundo é que se A é preferido três vezes <strong>em</strong><br />

relação a B e B é preferível duas vezes <strong>em</strong> relação a C, então A <strong>de</strong>ve ser<br />

preferível seis vezes <strong>em</strong> relação a C. Uma matriz consistente é<br />

cardinalmente transitiva e, portanto, ordinalmente transitiva. Como capturar<br />

a transitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> numérica necessária <strong>em</strong> uma matriz inconsistente para<br />

produzir um vetor <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma preocupação crucial.<br />

O nível <strong>de</strong> inconsistência po<strong>de</strong> variar por muitas razões objetivas e subjetivas, mas ela<br />

geralmente cresce com o tamanho <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> comparação (SRDJEVIC, 2005, p.1901). Mas<br />

como se resolve esse probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> inconsistência? Na prática o que se faz é aproximar uma<br />

matriz recíproca positiva A <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m n por um vetor w, cujos el<strong>em</strong>entos wi ∈ R n +, tal que a<br />

matriz forma<strong>da</strong> pela razão (wi/wj) i, j = 1,…, n seja a melhor aproximação <strong>de</strong> A. O método do<br />

33


autovetor <strong>de</strong> Saaty resulta <strong>em</strong> um vetor <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> w = (wi) ∈ R n +, e um número <strong>de</strong><br />

inconsistência λmax (GASS & RAPCSÁK, 2004, p.574).<br />

A inconsistência, apesar <strong>de</strong> ser comum, é um probl<strong>em</strong>a para o AHP. Saaty (2003)<br />

adverte que um vetor <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> t<strong>em</strong> muito menos vali<strong>da</strong><strong>de</strong> para uma matriz recíproca<br />

arbitrária do que para uma matriz recíproca consistente. A medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> consistência permite<br />

refazer alguns julgamentos <strong>em</strong> alguns pontos específicos a fim <strong>de</strong> melhorar a consistência<br />

geral. A participação <strong>de</strong> várias pessoas permite a compensação entre <strong>da</strong>dos diferentes. Po<strong>de</strong><br />

ain<strong>da</strong> favorecer a criação <strong>de</strong> um diálogo sobre qual <strong>de</strong>veria ser a relação real: um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />

compromisso entre vários julgamentos representando experiências diversas (SAATY, 1991).<br />

Esse assunto será mais <strong>de</strong>talhado posteriormente.<br />

A <strong>de</strong>monstração a seguir feita por Saaty (1991) mostra como os pesos <strong>da</strong>s alternativas<br />

po<strong>de</strong>m ser <strong>da</strong>dos por um autovetor <strong>em</strong> uma matriz consistente.<br />

Como já apresentado anteriormente,<br />

w<br />

a = i, j = 1,…..,n (2)<br />

i<br />

ij<br />

wj<br />

Assim,<br />

a<br />

w<br />

.<br />

w<br />

ij<br />

j<br />

i<br />

=<br />

1<br />

e, conseqüent<strong>em</strong>ente,<br />

n<br />

∑<br />

j=<br />

1<br />

ou<br />

n<br />

∑<br />

j=<br />

1<br />

a<br />

ij<br />

ij<br />

w<br />

w<br />

j<br />

j<br />

i<br />

= n<br />

a w = nw<br />

i<br />

i=1,…,n<br />

i=1,…,n (3)<br />

O que é equivalente a<br />

Aw = nw<br />

(4)<br />

Po<strong>de</strong> ser observado claramente que w é o autovetor correspon<strong>de</strong>nte ao autovalor <strong>de</strong><br />

valor n. Neste caso w é chamado <strong>de</strong> autovetor principal <strong>da</strong> matriz A. O método padrão para<br />

calcular o valor dos pesos <strong>da</strong> matriz do AHP é tomar o autovetor w e então normalizar a soma<br />

dos componentes igual a 1.<br />

34


Quando a matriz é consistente, o valor <strong>de</strong> λmax (maior autovalor <strong>da</strong> matriz) é igual a n.<br />

Entretanto, quando a matriz é inconsistente (como ocorre na maioria dos casos), o valor <strong>de</strong><br />

λmax aumenta, ou seja, quanto maior a diferença entre λmax e n, maior a inconsistência <strong>da</strong><br />

matriz.<br />

2.3.2 Consistências dos julgamentos<br />

A partir <strong>de</strong> agora será realiza<strong>da</strong> uma análise mais criteriosa a respeito <strong>da</strong> consistência<br />

<strong>da</strong>s matrizes <strong>de</strong> julgamentos, pois as técnicas aqui utiliza<strong>da</strong>s serão fun<strong>da</strong>mentais para a<br />

criação dos indicadores <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m do currículo.<br />

Saaty (1991) <strong>de</strong>fine inconsistência como uma violação <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os<br />

pesos <strong>da</strong>s alternativas. Salienta-se que o importante não é o caso <strong>de</strong> julgamentos ser<strong>em</strong><br />

inconsistentes <strong>em</strong> comparações específicas, mas quão fort<strong>em</strong>ente a consistência é viola<strong>da</strong> no<br />

sentido numérico para o estudo geral <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a. Vale salientar que no estudo do AHP a<br />

consistência não se refere à transitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> preferência (se A é preferível a B), mas a<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> com que essa preferência ocorre (A é 5 vezes mais preferível a B). A esse tipo <strong>de</strong><br />

transitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dá-se o nome <strong>de</strong> preferência cardinal; à outra, preferência ordinal.<br />

Um caso óbvio <strong>de</strong> matriz consistente é aquele no qual as comparações são basea<strong>da</strong>s<br />

<strong>em</strong> medi<strong>da</strong>s exatas on<strong>de</strong> os pesos w1,….,wn já são conhecidos. Então:<br />

aij = wi / wj i, j = 1,…..,n<br />

e então<br />

aij . ajk = (wi . wj )/ (wj . wk) = wi / wk = aik<br />

Também<br />

aji = wj / wi = 1 / (wi / wj) = 1 / aij ,<br />

o que <strong>de</strong>monstra duas <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> matrizes recíprocas e consistentes (SAATY, 1991).<br />

Saaty (2003) adverte que no caso específico do AHP as inconsistências nos<br />

julgamentos são muito mais espera<strong>da</strong>s na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que os julgamentos são realizados por<br />

pessoas. Preocupação esta compartilha<strong>da</strong> por Laininen & Hämäläinen (2003) que afirmam<br />

que uma inconsistência po<strong>de</strong> também ser vista como uma variação randômica. Segundo estes<br />

pesquisadores, há muitos estudos mostrando que <strong>em</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões humanas,<br />

inconsistências po<strong>de</strong>m ser espera<strong>da</strong>s. Lipovetsky & Tishler (1999) advert<strong>em</strong> que os<br />

julgamentos realizados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, por ex<strong>em</strong>plo, se os julgadores já realizaram serviços<br />

similares ou não, <strong>da</strong> construção do questionário, do horário do dia <strong>em</strong> que os julgadores farão<br />

35


a análise, do ambiente <strong>da</strong> avaliação, entre outros fatores. Portanto a avaliação realiza<strong>da</strong> pelos<br />

julgadores po<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r <strong>em</strong> diferentes momentos e <strong>em</strong> diferentes situações.<br />

Ain<strong>da</strong> segundo Saaty (2003), as pessoas po<strong>de</strong>m estimar valores imprecisos mesmo<br />

quando as escalas são conheci<strong>da</strong>s. Pior ain<strong>da</strong> quando elas li<strong>da</strong>m com intangibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Uma<br />

razão para que as pessoas preencham um formulário matricial completo, que por natureza<br />

colhe informações redun<strong>da</strong>ntes, é avaliar a consistências dos julgamentos.<br />

Não foram observa<strong>da</strong>s na literatura muitas indicações <strong>de</strong> como <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ocorrer os<br />

julgamentos pelas pessoas participantes do processo. Algumas suger<strong>em</strong> a utilização <strong>de</strong> um<br />

especialista no preenchimento <strong>da</strong>s matrizes e outras que o processo seja elaborado por um<br />

grupo <strong>de</strong> especialistas. Condon et al. (2003) salientam que há quatro abor<strong>da</strong>gens básicas que<br />

um grupo po<strong>de</strong> se utilizar para realizar as comparações parea<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s matrizes: consenso, voto,<br />

média geométrica ou média aritmética entre os <strong>da</strong>dos fornecidos pelos participantes. Saaty<br />

apud Condon et al. (2003) mostra que a média geométrica po<strong>de</strong> ser mais aconselhável, pois<br />

preserva a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> recíproca utiliza<strong>da</strong> nas matrizes do AHP. Assinala ain<strong>da</strong> que a média<br />

geométrica é a abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> mais comum usa<strong>da</strong> quando os julgamentos são realizados por<br />

grupos <strong>de</strong> pessoas. Saaty apud Condon et al. (2003) reitera ain<strong>da</strong> que o voto ou o consenso<br />

po<strong>de</strong>m requerer uma consi<strong>de</strong>rável quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> discussão entre os participantes para se obter<br />

ca<strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>da</strong>s matrizes.<br />

Tendo <strong>em</strong> vista a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter matrizes consistentes, Saaty (1991) propôs<br />

um indicador, cuja <strong>de</strong>dução é obti<strong>da</strong> <strong>em</strong> sua obra, <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> consistência (μ).<br />

Esse indicador avalia o grau <strong>de</strong> consistência <strong>de</strong> uma matriz, consi<strong>de</strong>rando como se fosse uma<br />

variável contínua ao invés <strong>de</strong> binária, como realmente é. Esse índice é <strong>da</strong>do por:<br />

λmax<br />

− n<br />

μ =<br />

(5)<br />

n −1<br />

on<strong>de</strong><br />

μ = índice <strong>de</strong> consistência <strong>da</strong> matriz;<br />

λmax = máximo autovalor <strong>da</strong> matriz;<br />

n = or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> matriz.<br />

Pela formulação acima, percebe-se facilmente que μ ≥ 0, tendo <strong>em</strong> vista que s<strong>em</strong>pre<br />

λmax ≥ n. A igual<strong>da</strong><strong>de</strong> só se verifica quando o numerador se anula (λmax = n), ou seja, quando a<br />

matriz é consistente. Assim, conclui-se que a consistência absoluta ocorre para μ = 0. A<br />

36


medi<strong>da</strong> que λmax aumenta, aumenta-se, também, a inconsistência <strong>da</strong> matriz. Surge a pergunta:<br />

“Tendo <strong>em</strong> vista que a consistência absoluta <strong>da</strong>s matrizes do AHP é impraticável, até que<br />

valor <strong>de</strong> μ po<strong>de</strong>-se aceitar no método <strong>de</strong> análise hierárquica?” Para respon<strong>de</strong>r a essa questão,<br />

Saaty & Oz<strong>de</strong>mir (2003) propuseram um método que compara o μ <strong>da</strong> matriz <strong>em</strong> análise com<br />

um índice randômico (RI) obtido <strong>da</strong> média dos μs <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong> matrizes positivas e<br />

recíprocas <strong>de</strong> mesma or<strong>de</strong>m, gera<strong>da</strong>s aleatoriamente com os mesmos valores praticados nas<br />

matrizes <strong>de</strong> Saaty. No caso <strong>de</strong> μ equivaler a 10% ou menos do RI, consi<strong>de</strong>ra-se que a matriz<br />

possui uma consistência aceitável para ser utiliza<strong>da</strong> pelo AHP.<br />

Saaty & Oz<strong>de</strong>mir (2003) propõ<strong>em</strong> que o RI, como já explanado, seja obtido <strong>da</strong> média<br />

aritmética dos μs <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong> matrizes positivas e recíprocas <strong>de</strong> mesma or<strong>de</strong>m,<br />

gera<strong>da</strong>s aleatoriamente. Para fazer isso, propõ<strong>em</strong> que sejam cria<strong>da</strong>s 50.000 matrizes positivas<br />

e recíprocas, on<strong>de</strong> os el<strong>em</strong>entos aij sejam escolhidos aleatoriamente entre os valores 1/9, 1/8,<br />

1/7, 1/6, 1/5, 1/4, 1/3, 1/2, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Feito esse processo, <strong>de</strong>ve-se calcular a média<br />

aritmética entre os μs obtidos <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> matriz para obter um RI global. A tabela a seguir<br />

apresenta o RI para matrizes <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2 a <strong>15</strong>.<br />

TABELA 1 – Índice Randômico<br />

n 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 <strong>15</strong><br />

RI 0 0,52 0,89 1,11 1,25 1,35 1,40 1,45 1,49 1,52 1,54 1,56 1,58 1,59<br />

Fonte: Saaty & Oz<strong>de</strong>mir (2003, p.241)<br />

por:<br />

Assim, t<strong>em</strong>-se um novo indicador, <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> razão <strong>de</strong> consistência (CR) <strong>da</strong>do<br />

μ<br />

CR = (6)<br />

RI<br />

on<strong>de</strong><br />

CR = razão <strong>de</strong> consistência;<br />

μ = índice <strong>de</strong> consistência;<br />

RI = índice randômico.<br />

CR <strong>de</strong>ve ser menor ou igual a 0,1 para a matriz ser aceita <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> consistência.<br />

Se a inconsistência <strong>de</strong> A não for muito gran<strong>de</strong>, o método <strong>de</strong> Saaty fornece uma boa<br />

aproximação do vetor <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Entretanto, quando a inconsistência é gran<strong>de</strong>, a solução<br />

forneci<strong>da</strong> pelo método não é satisfatória (SRDJEVIC, 2005).<br />

37


Apesar <strong>de</strong> não ser exigi<strong>da</strong> consistência completa para a aplicação do AHP, Zeshui &<br />

Cuiping (1999) advert<strong>em</strong> que CR ≤ 0,1 é ain<strong>da</strong> difícil <strong>de</strong> se obter na prática. Em virtu<strong>de</strong> disso,<br />

muitos pesquisadores <strong>de</strong>ssa área se voltaram a <strong>de</strong>senvolver técnicas e metodologias<br />

apropria<strong>da</strong>s a fim <strong>de</strong> se obter CR ≤ 0,1. Exist<strong>em</strong> várias correntes que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m caminhos<br />

diferentes para se conseguir esse objetivo. Uma <strong>de</strong>ssas correntes <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que os julgadores<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> rever seus julgamentos quando a matriz for inconsistente.<br />

Exist<strong>em</strong> diversas técnicas que apontam os julgamentos que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser revistos. Saaty<br />

(2003) ilustra dois <strong>métodos</strong> atribuídos a Harker (1987) apud Saaty (2003). Nesses <strong>métodos</strong><br />

faz-se uma transformação <strong>da</strong> matriz original gerando uma nova matriz que indica a posição,<br />

on<strong>de</strong>, possivelmente, tenham sido realizados julgamentos inapropriados.<br />

Em outro <strong>de</strong> seus trabalhos, Saaty (1991) apresenta outra técnica para indicar os<br />

julgamentos a ser<strong>em</strong> revistos. O método consiste <strong>em</strong> obter um <strong>de</strong>svio usando as linhas <strong>de</strong> (aij)<br />

e (wi /wj), <strong>da</strong>do por:<br />

w<br />

Max (7)<br />

n<br />

i<br />

∑ aij<br />

−<br />

i<br />

j= 1 w j<br />

Em posse <strong>de</strong>sses valores, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>-se rever os julgamentos para a linha com o maior<br />

valor obtido. O procedimento po<strong>de</strong>, então, ser repetido várias vezes para gerar melhoria.<br />

Inspirado nisso, Saaty (1991) propõe um método que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do julgador. Propõe um<br />

método iterativo <strong>de</strong> modo que aij convirja para wi /wj. Tal procedimento consiste <strong>em</strong> substituir<br />

todos os aij na linha <strong>em</strong> questão pelo correspon<strong>de</strong>nte wi /wj, recalculando, a ca<strong>da</strong> iteração, o<br />

vetor <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Nota-se que a repetição <strong>de</strong>sse processo converge para uma matriz<br />

consistente. O autor salienta, entretanto, que se <strong>de</strong>ve ter cui<strong>da</strong>do com o uso excessivo <strong>de</strong>sse<br />

método, uma vez que po<strong>de</strong> resultar <strong>em</strong> uma matriz completamente distorci<strong>da</strong> <strong>da</strong> original.<br />

Nessa mesma linha <strong>de</strong> raciocínio, Zeshui & Cuiping (1999) propõ<strong>em</strong> outra técnica<br />

iterativa para se alcançar a consistência aceitável. A essência <strong>da</strong> técnica consiste <strong>em</strong> um<br />

método iterativo <strong>de</strong> alteração dos julgamentos <strong>de</strong> forma a reduzir o valor do índice <strong>de</strong><br />

consistência μ. O processo encerra-se quando o valor <strong>de</strong> μ torna-se menor que 0,1. O<br />

fun<strong>da</strong>mento do algoritmo é <strong>da</strong>do pelo seguinte teor<strong>em</strong>a, cuja prova po<strong>de</strong> ser encontra<strong>da</strong> no<br />

trabalho dos autores.<br />

38


- Teor<strong>em</strong>a: Seja A = (aij) uma matriz recíproca positiva <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m n, λmax o máximo<br />

autovalor <strong>de</strong> A e w = (w1, w2, …., wn) T o correspon<strong>de</strong>nte autovetor. Então, po<strong>de</strong>-se obter uma<br />

matriz B = (bij) <strong>da</strong><strong>da</strong> por:<br />

1−λ<br />

⎛ ⎞<br />

λ ⎜<br />

wi<br />

b ⎟<br />

ij = aij<br />

⎜ ⎟<br />

⎝<br />

w<br />

i, j = 1,2,…..,n e 0 < λ < 1, (8)<br />

j ⎠<br />

<strong>em</strong> que o seu autovalor principal μmax é menor ou igual a λmax, sendo que a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> só é<br />

obti<strong>da</strong> quando A torna-se uma matriz perfeitamente consistente.<br />

Como po<strong>de</strong> ser observado, a matriz B origina-se <strong>da</strong> matriz A. Portanto, observa-se que<br />

B é uma matriz mais consistente que A. O algoritmo proposto pelos autores se baseia<br />

exatamente nesse princípio: criar um processo iterativo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> matrizes filhas até se<br />

obter um nível <strong>de</strong> consistência <strong>de</strong>sejado.<br />

Zeshui & Cuiping (1999) provam, também, que o algoritmo converge a ca<strong>da</strong> iteração.<br />

Como mencionado, o valor <strong>de</strong> λ po<strong>de</strong> variar entre 0 a 1 no algoritmo, sendo que este valor é<br />

arbitrado. Os autores relatam que quanto menor o valor <strong>de</strong> λ (próximo a zero), maior a taxa <strong>de</strong><br />

convergência do algoritmo. Entretanto, um valor baixo para λ gera uma matriz final que<br />

diverge mais significativamente <strong>da</strong> matriz original. Assim, suger<strong>em</strong> utilizar λ entre 0,9 e 1,0.<br />

Outra vantag<strong>em</strong> do método proposto é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se avaliar o resultado final gerado<br />

pelo algoritmo através <strong>de</strong> dois indicadores, os quais são apresentados a seguir:<br />

i,<br />

j<br />

{ } ) 0 ( ( m )<br />

a a<br />

δ = max − i, j = 1,2,….,n. (9)<br />

e<br />

ij<br />

ij<br />

n n<br />

( m)<br />

( 0)<br />

∑∑ ( aij<br />

− aij<br />

)<br />

j=<br />

1 i=<br />

1<br />

2<br />

σ =<br />

, (10)<br />

n<br />

on<strong>de</strong> m consiste no número <strong>de</strong> iterações do algoritmo até a obtenção <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>, aij (m)<br />

é o correspon<strong>de</strong>nte el<strong>em</strong>ento aij <strong>da</strong> matriz original a<strong>pós</strong> a m-ésima iteração e n é a or<strong>de</strong>m <strong>da</strong><br />

matriz.<br />

Os indicadores δ e σ me<strong>de</strong>m o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarranjo <strong>da</strong> matriz gera<strong>da</strong> <strong>em</strong> relação à<br />

matriz original. Torna-se evi<strong>de</strong>nte, pela formulação mat<strong>em</strong>ática, que quanto menor o<br />

resultado fornecido pelos indicadores, melhor a situação, tendo <strong>em</strong> vista que não são<br />

39


<strong>de</strong>sejáveis gran<strong>de</strong>s alterações na matriz original para se obter o nível <strong>de</strong> consistência <strong>de</strong>sejado.<br />

Os autores salientam que para δ < 2 e para σ < 1 a maioria <strong>da</strong>s informações <strong>da</strong> matriz original<br />

é preserva<strong>da</strong>.<br />

Outra corrente <strong>de</strong> pesquisadores <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que haja um intervalo <strong>de</strong> julgamento ao invés<br />

<strong>de</strong> ser um valor fixo <strong>de</strong>terminado nas matrizes. Esse intervalo po<strong>de</strong> ser fornecido pelo próprio<br />

julgador ou gerado por outro processo qualquer. Haines (1998) sugere que o julgador po<strong>de</strong><br />

sentir-se mais confortável <strong>em</strong> fornecer um intervalo <strong>de</strong> julgamento ao invés <strong>de</strong> um valor<br />

preciso na matriz <strong>de</strong> comparação. Neste caso aij ∈ [Lij, Uij] on<strong>de</strong> Lij, Uij ∈ I. Já Chandran et al.<br />

(2005) propõ<strong>em</strong> outro método para gerar o intervalo. Segundo eles, o método comum <strong>em</strong><br />

AHP é fazer com que vários julgadores preencham a matriz <strong>de</strong> comparação e o valor final <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> el<strong>em</strong>ento <strong>da</strong> matriz seja <strong>da</strong>do pela média geométrica entre os julgamentos. Os autores<br />

propõ<strong>em</strong> que ao invés <strong>de</strong> se calcular a média geométrica, se utilize dos <strong>da</strong>dos dos<br />

respon<strong>de</strong>ntes para gerar um intervalo <strong>de</strong> julgamento para ca<strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> matriz, on<strong>de</strong> o<br />

menor julgamento seja utilizado como limite inferior do intervalo e o maior julgamento, como<br />

limite superior. Suger<strong>em</strong> que esse procedimento seja realizado para to<strong>da</strong>s as entra<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

matriz. Lipovetsky & Tishler (1997) consi<strong>de</strong>ram os julgamentos como variáveis aleatórias.<br />

Como resultado, não fornec<strong>em</strong> os pesos <strong>da</strong>s alternativas <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>terminística, mas sim<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um intervalo <strong>de</strong> confiança.<br />

Cox (2006) informa a existência <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> pesquisadores que propõ<strong>em</strong> <strong>métodos</strong><br />

<strong>de</strong> simulação para achar os melhores valores <strong>de</strong> julgamento quando as entra<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s matrizes<br />

são <strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>em</strong> intervalos. Em seu trabalho, realizou três experiências com um caso numérico<br />

prático. A primeira experiência consi<strong>de</strong>rou o uso <strong>de</strong> uma simulação usando uma distribuição<br />

uniforme discreta. A segun<strong>da</strong>, uma simulação usando uma distribuição uniforme contínua.<br />

Em ambas as experiências foram utiliza<strong>da</strong>s o método <strong>de</strong> Monte Carlo. A terceira experiência<br />

consi<strong>de</strong>rou a enumeração completa, ou seja, a combinação <strong>de</strong> todos os valores possíveis. Os<br />

resultados obtidos com os três casos relatados foram similares. Cox (2006) salienta que os<br />

<strong>métodos</strong> <strong>de</strong> simulação têm <strong>de</strong>monstrado bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. Segundo ele, a maioria dos casos<br />

práticos <strong>em</strong> AHP apresenta matrizes <strong>de</strong> pequena or<strong>de</strong>m (usualmente menores que 6). Para<br />

esses casos a enumeração completa é factível e aconselhável, segundo Cox (2006). Entretanto,<br />

para matrizes maiores é aconselhável o uso <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> simulação, pois <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m menor<br />

t<strong>em</strong>po computacional. Já Chandran et al. (2005) suger<strong>em</strong> o uso <strong>da</strong> <strong>programa</strong>ção linear na<br />

40


estimação dos melhores valores <strong>de</strong> julgamento <strong>de</strong>ntro dos intervalos. Utilizam-se <strong>da</strong><br />

<strong>programa</strong>ção linear, também, para estimar o vetor <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Os <strong>métodos</strong> até agora apresentados consi<strong>de</strong>ram os julgamentos e os correspon<strong>de</strong>ntes<br />

vetores <strong>de</strong> pesos gerados como sendo variáveis <strong>de</strong>terminísticas. Entretanto, há duas diferentes<br />

abor<strong>da</strong>gens <strong>em</strong> AHP: uma <strong>de</strong>terminística e outra estatística ou estocástica. Gass & Rapcsák<br />

(2004) salientam que na abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> estatística as preferências <strong>de</strong> julgamentos são variáveis<br />

randômicas associa<strong>da</strong>s com uma distribuição <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>. Na abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminística, entretanto, a hipótese é <strong>de</strong> que se po<strong>de</strong>m observar as preferências com certeza.<br />

O método do autovetor proposto por Saaty (EM) pertence a essa abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong>. Outras<br />

abor<strong>da</strong>gens inclu<strong>em</strong> o Least-Square Method (LSM), Weighted Least-Square Method (WLSM),<br />

Logarithmic Least-Square Method (LLSM), Chi-Square Method (CSM), Logarithmic Goal<br />

Programming Method (LGPM), Fuzzy Programming Method (FPM), entre outras. Os autores<br />

afirmam que para matrizes consistentes, to<strong>da</strong>s as abor<strong>da</strong>gens produz<strong>em</strong> a mesma solução. A<br />

divergência ocorre na existência <strong>de</strong> matrizes inconsistentes. Salientam que as análises<br />

comparativas entre os <strong>métodos</strong> existentes na literatura são geralmente contraditórias.<br />

Em uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos, constatou-se que os valores <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s do AHP<br />

foram consi<strong>de</strong>rados variáveis randômicas. Saaty e Vargas (1987), Arbel (1989, 1991), Zahir<br />

(1991), Arbel e Vargas (1992, 1993), Zhang e Yang (1992), Basak (1993), Salo (1993),<br />

Moreno-Jimenez e Vargas (1993), Xu e Wu (1993), Genest e Rivest (1994), Paulson e Zahir<br />

(1995) e Mackay et al. (1996) realizaram estudos nesse sentido (apud LIPOVETSKY &<br />

TISHLER, 1999).<br />

A proposta principal do trabalho <strong>de</strong> Lipovetsky & Tishler (1999) foi <strong>de</strong>senvolver um<br />

método simples e prático para estimar o vetor <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s no AHP, on<strong>de</strong> os julgamentos<br />

feitos na matriz <strong>de</strong> comparação foram assumidos como variáveis aleatórias ao invés <strong>de</strong><br />

variáveis <strong>de</strong>terminísticas. No trabalho dos autores é mostrado como estimar esse intervalo<br />

(centro e os limites laterais).<br />

Haines (1998) mistura as duas abor<strong>da</strong>gens apresenta<strong>da</strong>s anteriormente: intervalos na<br />

entra<strong>da</strong> dos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s matrizes, assumindo que estes são variáveis randômicas.<br />

Diferent<strong>em</strong>ente <strong>da</strong>s propostas dos pesquisadores apresenta<strong>da</strong>s anteriormente, a autora<br />

consi<strong>de</strong>ra, <strong>em</strong> seu artigo, situações <strong>em</strong> que os intervalos <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> geram uma região factível<br />

<strong>em</strong> que qualquer ponto pertencente a essa região já fornece uma matriz plenamente<br />

41


consistente. A autora utiliza-se <strong>de</strong> distribuições <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para inferir os valores<br />

apropriados <strong>da</strong>s entra<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s matrizes.<br />

2.3.3 Método alternativo <strong>de</strong> preenchimento <strong>da</strong>s matrizes <strong>de</strong> julgamentos<br />

Na gran<strong>de</strong> maioria dos probl<strong>em</strong>as que envolv<strong>em</strong> o uso do AHP, faz-se necessário um<br />

pequeno número <strong>de</strong> comparações parea<strong>da</strong>s, pois o número <strong>de</strong> alternativas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s no<br />

probl<strong>em</strong>a geralmente não é significativo (inferior a 10). Para situações <strong>em</strong> que o número <strong>de</strong><br />

comparações é elevado ou que o custo envolvido para se realizar ca<strong>da</strong> comparação é alto,<br />

Fogliatto & Albin (2003) <strong>de</strong>senvolvam um método alternativo que dispensa a comparação<br />

parea<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s as alternativas apresenta<strong>da</strong>s. O método foi criado para resolver o<br />

probl<strong>em</strong>a do alto custo existente nas comparações aos pares realiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> atributos sensoriais<br />

utilizados para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos alimentícios. Posteriormente o método foi<br />

aprimorado Dutra & Fogliatto (2007). O método po<strong>de</strong> ser sintetizado <strong>em</strong> três etapas, as quais<br />

são <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />

I. Para um probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> que existam n alternativas a ser<strong>em</strong> compara<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>ve-se escolher,<br />

entre elas, um número m <strong>de</strong> alternativas (m


III. A terceira e última etapa do método consiste <strong>em</strong> obter a matriz resultante ou matriz <strong>de</strong><br />

centro (média <strong>da</strong>s matrizes) entre as m matrizes gera<strong>da</strong>s na etapa II. Para se obter ca<strong>da</strong><br />

el<strong>em</strong>ento <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> centro, é necessário primeiramente realizar uma transformação <strong>em</strong><br />

ca<strong>da</strong> matriz parcial <strong>de</strong> acordo com a formulação a seguir:<br />

z<br />

⎧aij<br />

−1,<br />

se _ aij<br />

> 1<br />

⎨ 1<br />

⎩1<br />

− aij<br />

, se _ aij<br />

< 1<br />

= −<br />

Realiza<strong>da</strong> essa transformação, calcula-se a média aritmética entre ca<strong>da</strong> el<strong>em</strong>ento <strong>da</strong>s<br />

matrizes parciais <strong>em</strong> z para se obter a matriz resultante <strong>em</strong> z. A<strong>pós</strong>, <strong>de</strong>sfaz-se a<br />

transformação realiza<strong>da</strong> pela expressão 11 na matriz resultante <strong>em</strong> z, <strong>de</strong> acordo com a<br />

expressão 12.<br />

a ij<br />

⎧ 1 + z,<br />

se _ z ≥ 0<br />

⎨ 1<br />

⎩(<br />

1 − z)<br />

, se _ z < 0<br />

= −<br />

Para obter a matriz resultante (MGR) é necessário realizar uma transformação na matriz<br />

obti<strong>da</strong> no processo anterior <strong>de</strong> forma que os el<strong>em</strong>entos localizados abaixo <strong>da</strong> diagonal<br />

principal torn<strong>em</strong>-se recíprocos aos el<strong>em</strong>entos acima <strong>da</strong> diagonal.<br />

Em seu trabalho, Dutra & Fogliatto (2007) realizaram uma contribuição ao método<br />

acima <strong>de</strong>scrito na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que sinalizaram a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rever o processo original <strong>de</strong><br />

geração dos índices <strong>de</strong> consistências (RI). A<strong>da</strong>ptam a metodologia <strong>de</strong> Saaty & Oz<strong>de</strong>mir<br />

(2003) para obtenção do RI nesse novo contexto. Propõ<strong>em</strong> que o novo RI seja obtido <strong>da</strong> média<br />

entre os μs (índice <strong>de</strong> consistência <strong>da</strong> matriz) <strong>de</strong> 500 matrizes gera<strong>da</strong>s aleatoriamente. Para<br />

informações <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s para obtenção <strong>de</strong>sse novo RI, consulte Dutra & Fogliatto (2007).<br />

43<br />

(11)<br />

(12)


3. METODOLOGIA DA PESQUISA<br />

Nesta etapa do trabalho, apresenta-se a metodologia <strong>de</strong> pesquisa utiliza<strong>da</strong> que está<br />

coerente com o objetivo geral e com os objetivos específicos.<br />

Para a consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>sta pesquisa, fez-se necessário aten<strong>de</strong>r a ca<strong>da</strong> um dos objetivos<br />

específicos, os quais são reapresentados a seguir:<br />

- Criação <strong>de</strong> indicadores que mensur<strong>em</strong> o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m no currículo, ocasionado pela<br />

alteração na seqüência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas;<br />

- I<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s variáveis, constantes e parâmetros essenciais para o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

otimização;<br />

- Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um algoritmo <strong>de</strong> otimização que possibilite maximizar a unificação <strong>de</strong><br />

turmas s<strong>em</strong> comprometer a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> dos alunos.<br />

To<strong>da</strong> a metodologia proposta visou aten<strong>de</strong>r aos objetivos colocados anteriormente. A<br />

Figura 4 apresenta um breve resumo <strong>da</strong> metodologia, com as respectivas etapas e fases <strong>da</strong><br />

pesquisa. A seguir serão apresenta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> <strong>de</strong>talhes as três etapas <strong>da</strong> pesquisa com suas<br />

correspon<strong>de</strong>ntes fases.<br />

FIGURA 4 – Resumo <strong>da</strong> metodologia completa <strong>da</strong> pesquisa.<br />

44


3.1 CRIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESORDEM PROCESSUAL<br />

A primeira etapa <strong>da</strong> pesquisa teve por objetivo a criação <strong>de</strong> indicadores que serv<strong>em</strong><br />

para mensurar o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m num currículo ocasionado pela alteração na seqüência <strong>de</strong><br />

oferta <strong>da</strong>s disciplinas <strong>de</strong> um curso. Dois indicadores foram criados: um que é utilizado para<br />

avaliar o grau <strong>de</strong> dispersão <strong>da</strong>s disciplinas <strong>em</strong> relação ao quadro curricular original; outro que<br />

é utilizado para avaliar o grau <strong>de</strong> infringência <strong>de</strong> requisitos entre as disciplinas. Para a<br />

consecução <strong>de</strong> tal objetivo, esta etapa é composta <strong>de</strong> duas fases, ca<strong>da</strong> qual responsável pela<br />

criação <strong>de</strong> um dos indicadores.<br />

3.1.1 Criação do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP)<br />

O Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP) t<strong>em</strong> por objetivo avaliar o grau <strong>de</strong><br />

dispersão <strong>da</strong>s disciplinas <strong>em</strong> relação às suas posições originais no quadro curricular <strong>de</strong> um<br />

curso. Para a geração <strong>de</strong>sse indicador foram cria<strong>da</strong>s métricas próprias parametriza<strong>da</strong>s por<br />

informações colhi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> especialistas do curso <strong>de</strong> análise.<br />

3.1.2 Criação do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR)<br />

O Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR) t<strong>em</strong> como objetivo avaliar o grau <strong>de</strong><br />

infringências <strong>de</strong> requisitos, ou seja, <strong>de</strong> disciplinas que <strong>de</strong>veriam antece<strong>de</strong>r a outras e as<br />

suce<strong>de</strong>m no currículo do curso.<br />

Para a criação <strong>de</strong>sse indicador utilizou-se dos princípios <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos do Método<br />

<strong>de</strong> Análise Hierárquica (AHP), tendo <strong>em</strong> vista que o mesmo é utilizado para comparações <strong>de</strong><br />

critérios subjetivos, como é o caso <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

A principal fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> técnica AHP diz respeito ao preenchimento <strong>da</strong>s matrizes <strong>de</strong><br />

comparações, pois normalmente isso ocorre <strong>de</strong> forma inconsistente, não por imprudência do<br />

avaliador, mas pela dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> do cérebro humano <strong>em</strong> concatenar to<strong>da</strong>s as informações<br />

solicita<strong>da</strong>s na matriz. Vale frisar novamente que essa inconsistência ten<strong>de</strong> a aumentar com o<br />

aumento do tamanho <strong>da</strong> matriz. Entretanto, como po<strong>de</strong> ser constatado na revisão<br />

bibliográfica, muitos pesquisadores têm <strong>de</strong>dicado atenção especial a esse assunto, propondo<br />

alternativas para resolver o probl<strong>em</strong>a.<br />

45


Teve-se como proposta inicial utilizar o método do AHP para gerar, também, a<br />

seqüência supostamente correta <strong>da</strong>s disciplinas do currículo <strong>de</strong> um curso, ignorando assim o<br />

currículo pré-estabelecido <strong>da</strong>s instituições <strong>de</strong> ensino. Também, foram realiza<strong>da</strong>s diversas<br />

experimentações com a técnica do RRP (Rank Reversal Probabilities) a fim <strong>de</strong> auxiliar na<br />

construção dos indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m do currículo. Entretanto, os resultados obtidos <strong>da</strong>s<br />

experimentações realiza<strong>da</strong>s não foram satisfatórios, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que não se permitia<br />

gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> disciplinas, o que é perfeitamente possível nos currículos dos<br />

cursos. Assim, o uso do AHP na pesquisa restringiu-se na coleta <strong>de</strong> parâmetros dos<br />

especialistas.<br />

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS COMPONENTES DO ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO<br />

A segun<strong>da</strong> etapa <strong>da</strong> pesquisa teve por objetivo i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>finir as variáveis,<br />

constantes e parâmetros que são necessários para o algoritmo <strong>de</strong> otimização. Esses el<strong>em</strong>entos<br />

assum<strong>em</strong> importância fun<strong>da</strong>mental durante a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do mesmo.<br />

3.3 MODELAGEM DO ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO<br />

A terceira etapa <strong>da</strong> pesquisa teve por objetivo realizar a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo <strong>de</strong><br />

otimização combinatória, b<strong>em</strong> como realizar sua impl<strong>em</strong>entação <strong>em</strong> uma linguag<strong>em</strong><br />

computacional. Para se chegar a esse objetivo, duas fases foram cumpri<strong>da</strong>s.<br />

3.3.1 Escolha do algoritmo heurístico<br />

Para a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização, fez-se necessário <strong>de</strong>terminar a heurística<br />

a ser utiliza<strong>da</strong> no processo. Percebe-se na literatura que probl<strong>em</strong>as similares são resolvidos<br />

por heurísticas diferentes e que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução encontra<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve-se, muitas vezes, aos<br />

ajustes nos valores dos parâmetros necessários do que propriamente no tipo <strong>de</strong> heurística<br />

escolhi<strong>da</strong>. Isso não significa que as heurísticas apresentam <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho similar para todo tipo<br />

<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a. Ca<strong>da</strong> heurística t<strong>em</strong> características próprias que tornam sua utilização mais<br />

recomendável a certos tipos <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. Face a isso, a escolha do algoritmo se <strong>de</strong>u,<br />

basicamente, pela opinião <strong>de</strong> especialistas que analisaram a pesquisa <strong>em</strong> questão.<br />

46


3.3.2 Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo heurístico<br />

Nesta fase <strong>de</strong> elaboração <strong>da</strong> pesquisa foi utilizado todo o trabalho realizado até o<br />

momento, ou seja, os indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m processual, as variáveis, constantes e<br />

parâmetros do sist<strong>em</strong>a e o algoritmo heurístico escolhido.<br />

Esta fase <strong>da</strong> pesquisa exigiu um trabalho <strong>de</strong> construção do algoritmo <strong>de</strong> otimização,<br />

sua impl<strong>em</strong>entação computacional, ajuste <strong>de</strong> parâmetros e teste prévio <strong>de</strong> sua vali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse<br />

foi um dos trabalhos que <strong>de</strong>mandou mais t<strong>em</strong>po <strong>da</strong> pesquisa, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que os algoritmos<br />

heurísticos têm seu <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho atrelado à calibração <strong>de</strong> seus parâmetros. Fez-se necessário<br />

realizar inúmeros testes a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os valores dos parâmetros que melhor se<br />

a<strong>da</strong>ptaram ao probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão. É importante salientar que o algoritmo foi construído<br />

com a preocupação <strong>de</strong> retornar boas soluções, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> processamento. A<br />

característica do probl<strong>em</strong>a não impõe uma resposta <strong>em</strong> curto prazo. Realizando a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong><br />

do algoritmo, encerra-se o trabalho <strong>de</strong> pesquisa.<br />

47


4. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA<br />

Para fins didáticos, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> pesquisa será apresentado na mesma<br />

seqüência como foi concebi<strong>da</strong> e apresenta<strong>da</strong> a metodologia.<br />

4.1 CRIANDO OS INDICADORES DE DESORDEM PROCESSUAL<br />

Como mencionado na metodologia, foram estrutura<strong>da</strong>s duas fases para a criação dos<br />

indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m processual. A primeira fase apresenta o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP), enquanto a segun<strong>da</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR). Na criação <strong>de</strong>sses indicadores quatro aspectos<br />

merec<strong>em</strong> <strong>de</strong>staque:<br />

- Tendo <strong>em</strong> vista que o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m processual <strong>em</strong> questão é totalmente<br />

subjetivo, várias tentativas foram realiza<strong>da</strong>s para se criar indicadores com a mínima<br />

intervenção <strong>em</strong>pírica. Entretanto, como é <strong>de</strong> se esperar, a concepção <strong>de</strong> indicadores que<br />

mensuram gran<strong>de</strong>zas não físicas, como é o caso, apresentam, inevitavelmente, <strong>em</strong>pirismo.<br />

- Outra constatação importante <strong>de</strong> ser feita diz respeito à parametrização dos indicadores.<br />

Ca<strong>da</strong> curso apresenta suas nuances e características. Assim, para a criação dos indicadores<br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado curso, são colhi<strong>da</strong>s informações <strong>de</strong> especialistas no assunto,<br />

(coor<strong>de</strong>nadores, professores e profissionais <strong>da</strong> área) a fim <strong>de</strong> que os parâmetros possam<br />

ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente calibrados.<br />

- A entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos por parte dos especialistas para a formação dos parâmetros dos<br />

indicadores <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> forma muita cautelosa, pois isso po<strong>de</strong> comprometer todo o<br />

resultado do sist<strong>em</strong>a. Como os <strong>da</strong>dos colhidos são frutos <strong>da</strong> opinião e experiência dos<br />

especialistas, os mesmos po<strong>de</strong>m apresentar ruídos, originados <strong>de</strong> muitas opiniões<br />

distorci<strong>da</strong>s, pré-conceitos, crenças e outras variáveis não <strong>de</strong>terminísticas. Assim, foi<br />

fun<strong>da</strong>mental o uso <strong>de</strong> técnicas apropria<strong>da</strong>s com função <strong>de</strong> filtro para a coleta <strong>de</strong>sses <strong>da</strong>dos.<br />

Para a pesquisa <strong>em</strong> questão, propõe-se que a coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos dos especialistas seja feita <strong>de</strong><br />

forma conjunta, ou seja, pelo consenso <strong>da</strong>s pessoas participantes do processo. Isso aju<strong>da</strong> a<br />

reduzir os ruídos nos <strong>da</strong>dos.<br />

- Foi utiliza<strong>da</strong> uma escala percentual para os índices apurados pelos indicadores. Assim, os<br />

valores medidos pelos indicadores variam <strong>de</strong> 0% (nenhuma ou mínima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>em</strong><br />

48


elação ao que o indicador está medindo) até 100% (<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m máxima possível <strong>em</strong><br />

relação ao que o indicador está medindo).<br />

Com o intuito <strong>de</strong> facilitar a compreensão <strong>de</strong> criação dos indicadores, foi tomado como<br />

base um curso genérico, apresentando as características básicas <strong>de</strong> qualquer curso superior,<br />

foco <strong>de</strong>sta pesquisa, que são:<br />

- Existência <strong>de</strong> um número Np <strong>de</strong> períodos (enten<strong>de</strong>-se aqui por período o t<strong>em</strong>po que se<br />

leva para ofertar um conjunto <strong>de</strong> disciplinas, po<strong>de</strong>ndo ser um bimestre, um s<strong>em</strong>estre ou<br />

um ano);<br />

- Oferta <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> disciplinas <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período;<br />

- Existência <strong>de</strong> carga horária fixa para ca<strong>da</strong> disciplina;<br />

- Alocação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina a um <strong>de</strong>terminado período do curso;<br />

- Existência <strong>de</strong> pré-requisitos entre disciplinas.<br />

A seguir é apresentado um quadro curricular genérico do curso.<br />

Código Período Nome Carga Horária Pré-Requisito(s)<br />

1 1 Disciplina 1 Chd1 -<br />

2 1 Disciplina 2 Chd2 -<br />

...<br />

... ...<br />

49<br />

... ...<br />

h 2 Disciplina h Chdh -<br />

h+1 2 Disciplina h+1 Chdh+1 h<br />

... ... ... ... ...<br />

... ... ... ... ...<br />

k-1 Np Disciplina k-1 Chdk-1 -<br />

K Np Disciplina k Chdk -<br />

QUADRO 2 – Quadro curricular utilizado como base para a criação dos indicadores<br />

4.1.1 Criando o Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP)<br />

O Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP) t<strong>em</strong> como objetivo avaliar o grau <strong>de</strong><br />

dispersão <strong>da</strong>s disciplinas ocorrido durante o processo <strong>de</strong> otimização, <strong>em</strong> relação às suas<br />

posições originais no quadro curricular,<br />

Esse indicador apresenta uma variação <strong>de</strong> 0% a 100%. Quando esse indicador fornecer<br />

um valor <strong>de</strong> 0% significa que as disciplinas não sofreram alteração <strong>de</strong> posição, ou seja, to<strong>da</strong>s


foram aloca<strong>da</strong>s <strong>em</strong> suas posições originais. Quando esse indicador fornecer um valor <strong>de</strong> 100%<br />

significa que as disciplinas sofreram um <strong>de</strong>slocamento máximo possível <strong>em</strong> relação às suas<br />

posições originais.<br />

É importante salientar que as disciplinas do currículo <strong>de</strong> um curso apresentam<br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> posição <strong>de</strong> oferta. Algumas disciplinas necessitam ser<br />

oferta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> momentos específicos. T<strong>em</strong>-se como ex<strong>em</strong>plo as disciplinas <strong>de</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

nos cursos <strong>de</strong> engenharia que normalmente são oferta<strong>da</strong>s no final do curso, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> que<br />

nesse momento os alunos são mais conscientes <strong>da</strong> importância <strong>de</strong>ssas disciplinas para o futuro<br />

profissional. Já exist<strong>em</strong> outras que necessitam ser oferta<strong>da</strong>s obrigatoriamente nos momentos<br />

iniciais do curso, pois serv<strong>em</strong> <strong>de</strong> base para as disciplinas futuras, mesmo, algumas vezes, não<br />

sendo pré-requisito para outras. Nestas duas situações apresenta<strong>da</strong>s, as disciplinas têm alto<br />

grau <strong>de</strong> fixação no currículo, não po<strong>de</strong>ndo ser aloca<strong>da</strong>s <strong>em</strong> períodos distantes <strong>de</strong> suas posições<br />

originais. Em contraparti<strong>da</strong>, exist<strong>em</strong> situações <strong>em</strong> que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o momento <strong>de</strong> oferta <strong>da</strong><br />

disciplina. Ou seja, os alunos necessitam do conhecimento propiciado por ela na sua<br />

formação, mas po<strong>de</strong>m obtê-lo a qualquer momento, s<strong>em</strong> prejuízo <strong>de</strong> seu aproveitamento.<br />

Nesta situação, a disciplina apresenta baixo grau <strong>de</strong> fixação, po<strong>de</strong>ndo ser aloca<strong>da</strong> <strong>em</strong> períodos<br />

distantes <strong>de</strong> sua posição original.<br />

Para compor o IDP duas variáveis foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s: i) distância <strong>da</strong>s disciplinas <strong>em</strong><br />

relação às suas posições originais; ii) coeficiente <strong>de</strong> fixação <strong>da</strong>s disciplinas nas suas posições<br />

originais. No cálculo do IDP essas duas variáveis são multiplica<strong>da</strong>s diretamente para ca<strong>da</strong><br />

disciplina do currículo, <strong>em</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a função a seguir:<br />

IDP<br />

on<strong>de</strong><br />

T abs<br />

=<br />

Nd<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

D<br />

rs<br />

i<br />

. cf<br />

(13)<br />

i<br />

IDPTabs = Valor absoluto do IDP para a turma T, ou seja, a soma <strong>da</strong> penalização <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

disciplina por estar aloca<strong>da</strong> <strong>em</strong> período diferente do original;<br />

Di rs = Distância entre o período r alocado para a disciplina i até seu período original s;<br />

cfi = Coeficiente <strong>de</strong> fixação <strong>da</strong> disciplina i <strong>em</strong> relação a seu período original;<br />

Nd = Número total <strong>de</strong> disciplinas no currículo do curso.<br />

Para o cálculo <strong>de</strong><br />

rs<br />

Di foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a distância absoluta entre o período r alocado<br />

para a disciplina i e seu período original s, sendo consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> a distância entre<br />

50


dois períodos. Assim, se uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> disciplina for aloca<strong>da</strong> no período 2 e sua posição<br />

original for o período 7, o valor <strong>de</strong><br />

27<br />

Di para essa disciplina é 5 (|2-7|=5).<br />

Já para o cálculo <strong>de</strong> cfi o processo é mais complexo, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> disciplina. Fica evi<strong>de</strong>nte que somente especialistas no assunto (professores,<br />

coor<strong>de</strong>nadores e profissionais <strong>da</strong> área) têm a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informar o grau <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> movimento <strong>da</strong>s disciplinas <strong>de</strong> um curso <strong>em</strong> relação à sua posição original no currículo.<br />

Assim, faz-se necessário colher tais parâmetros diretamente dos especialistas. Para tanto, foi<br />

cria<strong>da</strong> uma escala <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, variando <strong>de</strong> 1 (flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação mínima) a 9<br />

(flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação máxima). Propositalmente se fixou um número ímpar <strong>de</strong><br />

escalas, pois Mattar (1996) sugere a utilização <strong>da</strong> opção neutra, que nessa pesquisa consiste<br />

no nível 5 (regular). Essa escala é a mesma utiliza<strong>da</strong> no método do AHP e no IDR, mostrado<br />

posteriormente.<br />

É solicitado aos especialistas que, <strong>de</strong> forma conjunta, inform<strong>em</strong> um grau <strong>de</strong><br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (gfD) para ca<strong>da</strong> disciplina D nessa escala proposta. O número <strong>de</strong> especialistas<br />

que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> contribuir para a geração <strong>de</strong>sses parâmetros não foi estipulado nessa pesquisa.<br />

Fica evi<strong>de</strong>nte que quanto maior o número <strong>de</strong> pessoas envolvi<strong>da</strong>s no processo, mais<br />

consistentes serão os <strong>da</strong>dos resultantes. O Quadro 3 mostra a escala <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a ser<br />

utiliza<strong>da</strong>.<br />

Para compor o IDP, os graus <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s estipulados pelos especialistas são<br />

convertidos <strong>em</strong> coeficientes <strong>de</strong> fixação (cfD), que irão variar <strong>em</strong> uma escala <strong>de</strong> 0 (máxima<br />

liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação à disciplina) a 5 (mínima liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação à<br />

disciplina). A transformação linear a seguir mostra a expressão que realiza essa conversão.<br />

cf<br />

D<br />

45 − 5gf<br />

D = (14)<br />

8<br />

Até o presente momento foi apresenta<strong>da</strong> a forma <strong>de</strong> obtenção do IDPabs, ou seja, o<br />

valor absoluto do Índice <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição. Para obter esse índice na forma relativa é<br />

necessária a utilização <strong>da</strong> formulação a seguir.<br />

IDP<br />

T<br />

on<strong>de</strong><br />

100.<br />

IDPTabs<br />

= (<strong>15</strong>)<br />

IDP<br />

max<br />

IDPT = Valor relativo do IDPT para o currículo <strong>da</strong> turma T que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

51


IDPTabs = Valor absoluto do IDPT para o currículo <strong>da</strong> turma T que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

IDPTmax = Máximo valor possível para o IDPTabs.<br />

Graus <strong>de</strong><br />

Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

1<br />

3<br />

5<br />

7<br />

9<br />

52<br />

Definição<br />

Dependência absoluta <strong>da</strong> disciplina <strong>em</strong> relação à posição pré-aloca<strong>da</strong>. Ou seja,<br />

apesar <strong>de</strong> não haver uma imposição legal, é necessário que a disciplina ocupe a<br />

posição aloca<strong>da</strong> a ela (ou próximo a ela).<br />

Forte <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> disciplina <strong>em</strong> relação à posição pré-aloca<strong>da</strong>. Ou seja, é<br />

bastante aconselhável que a disciplina ocupe a posição originalmente aloca<strong>da</strong> a ela<br />

(ou próximo a ela), sob pena <strong>de</strong> comprometer o aprendizado.<br />

Dependência mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>da</strong> disciplina <strong>em</strong> relação à posição pré-aloca<strong>da</strong>. Ou seja, é<br />

recomendável que a disciplina ocupe a posição originalmente aloca<strong>da</strong> a ela (ou<br />

próximo a ela), mas essa <strong>de</strong>signação não é necessária.<br />

Fraca <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> disciplina <strong>em</strong> relação à posição pré-aloca<strong>da</strong>. Ou seja, é<br />

aconselhável que a disciplina ocupe a posição originalmente aloca<strong>da</strong> a ela ou<br />

próximo a ela, mas não haverá maiores probl<strong>em</strong>as caso isso não venha a ocorrer.<br />

Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> total à disciplina. Ou seja, a mesma po<strong>de</strong> ocupar qualquer posição no<br />

currículo s<strong>em</strong> prejuízo à aprendizag<strong>em</strong> dos alunos.<br />

2,4,6,8 Valores intermediários.<br />

QUADRO 3 – Escala <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s disciplinas <strong>em</strong> relação às suas posições originais<br />

O probl<strong>em</strong>a agora resi<strong>de</strong> no cálculo do IDPmax. Para a realização do cálculo <strong>da</strong> máxima<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição possível do currículo <strong>de</strong> uma turma recorreu-se à Programação Linear.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Programação Linear Binária apresentado a seguir resolve o probl<strong>em</strong>a.<br />

Np<br />

Nd<br />

∑∑<br />

js<br />

Max _ IDP = D . cf . X<br />

(16)<br />

Sujeito a<br />

Np<br />

∑ X ij<br />

j=<br />

1<br />

q<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

Chd X<br />

X h+<br />

11 =<br />

h+<br />

1 j<br />

max<br />

j=<br />

1 i=<br />

1<br />

= 1 para i=1,2,...,Nd<br />

i<br />

0<br />

ij<br />

∑ − j 1<br />

i=<br />

1<br />

= Chp<br />

j<br />

i<br />

i<br />

para j=1,2,...,Np<br />

≤ X X para j=2,....,Np<br />

Xij=Binário<br />

on<strong>de</strong><br />

hi<br />

ij<br />

(a disciplina i só po<strong>de</strong> estar<br />

aloca<strong>da</strong> <strong>em</strong> um período j)<br />

(<strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período a carga<br />

horária total <strong>da</strong>s q disciplinas<br />

aloca<strong>da</strong>s a ele <strong>de</strong>ve permanecer<br />

inaltera<strong>da</strong>)<br />

(como a disciplina h+1 t<strong>em</strong> prérequisitos,<br />

não po<strong>de</strong> vir aloca<strong>da</strong><br />

no período 1)<br />

(a disciplina h é pré-requisito<br />

para a disciplina h+1, <strong>de</strong>vendo<br />

vir aloca<strong>da</strong> antes <strong>de</strong>sta)<br />

IDPmax = Máximo valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição possível do currículo;<br />

(17)<br />

(18)<br />

(19)<br />

(20)


Di js = Distância entre o período j alocado para a disciplina i até seu período original s;<br />

cfi = Coeficiente <strong>de</strong> fixação <strong>da</strong> disciplina i <strong>em</strong> relação a seu período original;<br />

Xij = 1 se a disciplina i for aloca<strong>da</strong> no período j; 0, caso contrário;<br />

Chdi = Carga horária <strong>da</strong> disciplina i;<br />

Chpj = Carga horária total do período j;<br />

Nd = Número total <strong>de</strong> disciplinas no currículo do curso;<br />

Np = Número total <strong>de</strong> períodos do curso.<br />

Compilando as expressões apresenta<strong>da</strong>s anteriormente, chega-se a expressão para o<br />

cálculo do IDP <strong>de</strong> uma turma<br />

IDP<br />

T<br />

on<strong>de</strong><br />

Nd<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

100.<br />

rs<br />

Di<br />

. cfi<br />

=<br />

IDP<br />

(21)<br />

max<br />

IDPT = Valor relativo do IDP para o currículo <strong>da</strong> turma T que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

Di rs = Distância entre o período r alocado para a disciplina i até seu período original s;<br />

cfi = Coeficiente <strong>de</strong> fixação <strong>da</strong> disciplina i <strong>em</strong> relação a seu período original;<br />

Nd = Número total <strong>de</strong> disciplinas no currículo do curso;<br />

IDPmax = Máximo valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição possível no currículo.<br />

4.1.2 Criando o Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR)<br />

O Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR) t<strong>em</strong> como objetivo avaliar o grau <strong>de</strong><br />

infringências <strong>de</strong> requisitos, ou seja, <strong>de</strong> disciplinas que <strong>de</strong>veriam antece<strong>de</strong>r a outras e que, na<br />

organização curricular, as suce<strong>de</strong>m.<br />

Assim como o IDP, esse indicador t<strong>em</strong> uma variação <strong>de</strong> 0% a 100%. Quando esse<br />

indicador fornecer um valor <strong>de</strong> 0% significa que as disciplinas <strong>da</strong> turma consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

infringiram o mínimo <strong>de</strong> requisitos possíveis. Quando fornecer um valor <strong>de</strong> 100% significa<br />

infringência máxima dos requisitos possíveis (com exceção dos pré-requisitos formais <strong>em</strong> que<br />

o algoritmo não permite infringências).<br />

Nos currículos dos cursos, o conceito <strong>de</strong> pré-requisito é binário, ou seja, o mesmo<br />

existe ou não. Nesta pesquisa é inserido o conceito <strong>de</strong> pré-requisito contínuo, ou seja, o<br />

requisito varia continuamente <strong>de</strong> um valor mínimo (baixo requisito) a um valor máximo (alto<br />

53


equisito). O processo para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ssas escalas é complexo, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina. Novamente fica evi<strong>de</strong>nte que somente especialistas no<br />

assunto (professores, coor<strong>de</strong>nadores e profissionais <strong>da</strong> área) têm a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informar<br />

as escalas <strong>de</strong> requisitos entre as disciplinas. Assim, faz-se necessário colher, novamente, esses<br />

parâmetros diretamente dos especialistas, que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>, preferencialmente, ser os mesmos que<br />

auxiliaram na <strong>de</strong>finição dos parâmetros do IDP.<br />

O Quadro 4 mostra os graus <strong>de</strong> requisitos a ser<strong>em</strong> atribuídos pelos especialistas. Essa<br />

escala foi construí<strong>da</strong> <strong>em</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a escala elabora<strong>da</strong> por Saaty (1991) para o AHP,<br />

tendo <strong>em</strong> vista que os conceitos <strong>de</strong>sta técnica foram aqui utilizados para a criação do IDR.<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber, também, que a escala proposta é similar à utiliza<strong>da</strong> pelos especialistas para<br />

formar o IDP.<br />

Graus <strong>de</strong><br />

Requisitos<br />

1<br />

3<br />

5<br />

7<br />

9<br />

54<br />

Definição<br />

In<strong>de</strong>pendência entre as disciplinas i e j. Ou seja, qualquer disciplina po<strong>de</strong><br />

antece<strong>de</strong>r a outra s<strong>em</strong> prejuízo.<br />

Fraca <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> disciplina j <strong>em</strong> relação à disciplina i. Ou seja, é aconselhável<br />

que a disciplina i antece<strong>da</strong> a disciplina j, mas não haverá maiores probl<strong>em</strong>as caso<br />

isso não venha a ocorrer.<br />

Dependência mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>da</strong> disciplina j <strong>em</strong> relação à disciplina i. Ou seja, é<br />

recomendável que a disciplina i antece<strong>da</strong> a disciplina j, mas essa antecedência não<br />

é necessária.<br />

Forte <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> disciplina j <strong>em</strong> relação à disciplina i. Ou seja, é bastante<br />

aconselhável que a disciplina i antece<strong>da</strong> a disciplina j, sob pena <strong>de</strong> comprometer o<br />

aprendizado <strong>da</strong> disciplina j.<br />

Dependência absoluta <strong>da</strong> disciplina i <strong>em</strong> relação à disciplina j. Ou seja, apesar <strong>de</strong><br />

não ser um requisito formal é necessário que a disciplina i antece<strong>da</strong> a disciplina j.<br />

2,4,6,8 Valores intermediários.<br />

Recíprocos dos<br />

valores acima<br />

Utilizado quando a disciplina i apresenta <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> disciplina j.<br />

QUADRO 4 – Escala <strong>de</strong> requisitos entre disciplinas<br />

Tendo <strong>em</strong> vista que esta pesquisa abor<strong>da</strong> seqüenciamentos <strong>de</strong> disciplinas, utilizou-se<br />

<strong>da</strong> metodologia proposta por Saaty (1991) para a coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos nas matrizes do AHP. O<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>ssa matriz é apresentado no Quadro 5, a qual, a partir <strong>de</strong> agora, será <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

“Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos”.


QUADRO 5 – Mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos<br />

Na Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos (MGR=(gr)kk) to<strong>da</strong>s as disciplinas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

compara<strong>da</strong>s entre si, utilizando-se <strong>da</strong>s escalas apresenta<strong>da</strong>s anteriormente. Os pré-requisitos<br />

formais existentes nos quadros curriculares dos cursos são agora ignorados a fim <strong>de</strong> que o<br />

processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos do AHP seja aplicado. Esses pré-requisitos serão novamente<br />

consi<strong>de</strong>rados no algoritmo <strong>de</strong> otimização. Vale salientar que, <strong>em</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o método<br />

AHP, a diagonal principal t<strong>em</strong> valor igual a 1 e os el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong>v<strong>em</strong> respeitar a<br />

relação aji = 1/aij.<br />

Como normalmente os quadros curriculares dos cursos apresentam um elevado<br />

número <strong>de</strong> disciplinas, a comparação parea<strong>da</strong> entre to<strong>da</strong>s, exigi<strong>da</strong> no método original do AHP,<br />

tornar-se-ia exaustiva na pesquisa <strong>em</strong> questão. Assim sendo, para o preenchimento completo<br />

<strong>da</strong> MGR, utilizou-se do método <strong>de</strong> preenchimento parcial <strong>da</strong>s matrizes proposto por Dutra &<br />

Fogliatto (2007) <strong>em</strong> seu trabalho, <strong>de</strong>scrito no it<strong>em</strong> 2.3.5 <strong>de</strong>sta tese.<br />

A<strong>pós</strong> a execução do procedimento completo <strong>de</strong>scrito anteriormente, obtém-se a MGR.<br />

Em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s inconsistências que po<strong>de</strong>m ocorrer no preenchimento <strong>da</strong>s matrizes, utilizou-se<br />

<strong>de</strong> técnicas específicas para contornar esse probl<strong>em</strong>a. A Figura 5 apresenta a metodologia<br />

utiliza<strong>da</strong> para a obtenção <strong>de</strong> matrizes <strong>de</strong> comparação <strong>de</strong> disciplinas na forma consistente.<br />

<strong>da</strong> Figura 5.<br />

Na seqüência é apresentado um breve <strong>de</strong>talhamento <strong>da</strong>s fases previstas no algoritmo<br />

- Fase 1: Esta fase t<strong>em</strong> por objetivo gerar a MGR <strong>em</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o procedimento<br />

acima <strong>de</strong>scrito.<br />

- Fase 2: Esta fase t<strong>em</strong> por objetivo testar a consistência <strong>da</strong> matriz. Esse teste é realizado<br />

com base na metodologia proposta por Saaty (1991), <strong>de</strong>bati<strong>da</strong> na revisão bibliográfica.<br />

55


Primeiramente faz-se necessário obter o índice <strong>de</strong> consistência <strong>da</strong> Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong><br />

Requisitos, <strong>da</strong>do pela expressão 5. Em posse <strong>de</strong> μ, calcula-se a razão <strong>de</strong> consistência (CR) <strong>da</strong><br />

Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos <strong>da</strong><strong>da</strong> pela expressão 6. Quando o índice CR for menor ou igual<br />

a 0,1, a Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos é dita consistente.<br />

FIGURA 5 – Metodologia para obtenção <strong>da</strong> MGR <strong>de</strong> forma consistente<br />

- Fase 3: Esta fase t<strong>em</strong> por objetivo avaliar o índice CR. Se for menor ou igual a 0,1, a<br />

Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> consistente. Em caso contrário é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

inconsistente.<br />

5. Verifica se a alteração dos<br />

julgamentos distorceram<br />

significativamente a matriz<br />

original.<br />

6. Distorção gran<strong>de</strong>?<br />

S<br />

7. Solicita aos especialistas<br />

que sejam reavaliados seus<br />

julgamentos.<br />

- Fase 4: Esta fase t<strong>em</strong> por objetivo alterar os julgamentos <strong>da</strong> Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos<br />

por um processo automático, quando esta for inconsistente. O método aqui proposto <strong>de</strong>ve-se a<br />

Zeshui & Cuiping (1999), também discutido na revisão bibliográfica. O processo consiste <strong>em</strong><br />

um método iterativo <strong>de</strong> alteração dos julgamentos <strong>de</strong> forma a reduzir o valor do índice <strong>de</strong><br />

consistência μ. O processo encerra-se quando o valor <strong>de</strong> μ torna-se menor que 0,1. A<br />

iterativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela expressão 8.<br />

Início<br />

1. Realiza a geração <strong>da</strong> Matriz<br />

<strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitag<strong>em</strong>.<br />

2. Testa a consistência <strong>da</strong><br />

Matriz.<br />

3. É consistente?<br />

N<br />

4. Altera os julgamentos<br />

automaticamente até obter a<br />

consistência <strong>da</strong> Matriz.<br />

- Fase 5: Esta fase t<strong>em</strong> por objetivo avaliar o impacto <strong>da</strong> alteração realiza<strong>da</strong> na matriz na<br />

fase anterior. A gran<strong>de</strong> vantag<strong>em</strong> do método proposto por Zeshui & Cuiping (1999) é que o<br />

mesmo se utiliza <strong>de</strong> outros dois indicadores δ e σ para avaliar se as alterações realiza<strong>da</strong>s<br />

56<br />

N<br />

S<br />

8. Obtém uma Matriz <strong>de</strong> Graus<br />

<strong>de</strong> Requisitag<strong>em</strong>.<br />

Fim


preservam as informações colhi<strong>da</strong>s originalmente na matriz. Os indicadores são fornecidos<br />

pelas expressões 9 e 10.<br />

- Fase 6: Esta fase t<strong>em</strong> por objetivo avaliar os índices obtidos para δ e σ. Se δ < 2 e σ < 1,<br />

conclui-se que as alterações realiza<strong>da</strong>s preservaram a maioria <strong>da</strong>s informações conti<strong>da</strong>s na<br />

matriz original, ou seja, a distorção é pequena. Em caso contrário, a distorção é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

gran<strong>de</strong>.<br />

- Fase 7: Para se chegar a esta fase, o algoritmo proposto <strong>de</strong> alteração automática dos<br />

julgamentos (Fase 4) foi executado e a distorção mensura<strong>da</strong> foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> gran<strong>de</strong> (Fases 5 e<br />

6). Isso ocorre porque os julgamentos realizados pelos especialistas que <strong>de</strong>ram orig<strong>em</strong> à<br />

Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos foram <strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente inconsistentes, o que obrigou o<br />

algoritmo <strong>de</strong> Zeshui & Cuiping (1999) realizar alterações significativas na matriz a fim <strong>de</strong><br />

torná-la consistente. Em virtu<strong>de</strong> disso, faz-se necessário rever os julgamentos.<br />

- Fase 8: Para se chegar a essa fase, a Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos já está <strong>de</strong>ntro dos<br />

padrões <strong>de</strong> aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> consistência. A partir <strong>de</strong>ssa matriz continua-se o<br />

processo <strong>de</strong> criação do indicador.<br />

Neste ponto <strong>de</strong> geração do IDR t<strong>em</strong>-se a Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos (MGR) <strong>de</strong><br />

forma consistente. Faz-se necessário, agora, transformar os graus <strong>de</strong> requisitos (gr)<br />

(el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong> MGR), cujo formato é necessário para o AHP, <strong>em</strong> coeficientes <strong>de</strong> requisitos<br />

(cr), utilizados para a geração do IDR. A expressão a seguir converte os graus <strong>de</strong> requisitos<br />

(gr) <strong>de</strong> 1 a Grm (el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> maior valor na MGR) <strong>em</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos (cr) <strong>de</strong> 0 a<br />

5, <strong>da</strong>ndo orig<strong>em</strong>, assim, à Matriz <strong>de</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos (MCR=(cr)kk).<br />

⎧ 0,<br />

se _ gr < 1<br />

⎪<br />

cr = ⎨5<br />

− 5.<br />

gr<br />

(22)<br />

, se _ gr ≥ 1<br />

⎪⎩ 1−<br />

Grm<br />

Para se obter o valor do IDR absoluto (IDRTabs) <strong>de</strong> uma turma T qualquer se utiliza do<br />

seguinte algoritmo:<br />

57


Início<br />

IDRTabs = 0<br />

Para ca<strong>da</strong> par <strong>de</strong> disciplinas do currículo faça<br />

Se a disciplina j antece<strong>de</strong> a disciplina i<br />

Fim se<br />

Fim para<br />

Fim<br />

IDRTabs = IDRTabs + crij<br />

É importante salientar que existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> não haver quadro curricular, por<br />

melhor organizado que seja, que tenha IDRTabs = 0. Ou seja, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do formato <strong>da</strong> Matriz<br />

<strong>de</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos qualquer quadro curricular po<strong>de</strong> apresentar um valor mínimo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos.<br />

Até o presente momento foi apresenta<strong>da</strong> a forma <strong>de</strong> obtenção do IDRTabs, ou seja, o<br />

valor absoluto do Índice <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos. Para obter esse índice na forma relativa,<br />

é necessário utilizar a formulação a seguir.<br />

IDR<br />

on<strong>de</strong><br />

T<br />

min )<br />

.( 100 IDRTabs<br />

− IDR<br />

= (23)<br />

IDR − IDR<br />

max<br />

min<br />

IDRT = Valor relativo do IDR para o currículo <strong>da</strong> turma T que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

IDRTabs = Valor absoluto do IDR para o currículo <strong>da</strong> turma T que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

IDRmax = Máximo valor possível para o IDRabs;<br />

IDRmin = Mínimo valor possível para o IDRabs.<br />

Para calcular a máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos possível do currículo, recorreu-se à<br />

metaheurística Busca Tabu, face à complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> método exato para a<br />

obtenção <strong>da</strong> solução <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>. Verificou-se, entretanto, que uma heurística <strong>de</strong> busca local é<br />

suficiente para se obter, possivelmente, a máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos. O algoritmo a<br />

seguir ilustra a heurística <strong>de</strong> busca local utiliza<strong>da</strong>.<br />

Início<br />

Para n ciclos faça<br />

Gere um quadro curricular aleatório<br />

Repita enquanto o IDR aumentar<br />

Realize to<strong>da</strong>s as trocas possíveis <strong>de</strong> disciplinas no Quadro Curricular<br />

Selecione a troca <strong>de</strong> disciplinas que propicia o maior acréscimo do IDR<br />

Fim enquanto<br />

Fim para<br />

Fim<br />

58


Para se calcular o IDRmin utilizou-se do mesmo algoritmo anterior, substituindo os<br />

procedimentos <strong>de</strong> maximização por procedimentos <strong>de</strong> minimização.<br />

4.2 IDENTIFICANDO OS COMPONENTES DO ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO<br />

Este it<strong>em</strong> <strong>da</strong> pesquisa t<strong>em</strong> por objetivo <strong>de</strong>finir as variáveis, constantes e parâmetros<br />

envolvidos no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização. Serão realiza<strong>da</strong>s, também, algumas <strong>de</strong>finições<br />

adicionais necessárias à compreensão do funcionamento do sist<strong>em</strong>a.<br />

4.2.1 Realizando algumas <strong>de</strong>finições necessárias<br />

- Quadro Curricular: É o conjunto <strong>de</strong> disciplinas que compõe o currículo <strong>de</strong> um curso, on<strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> disciplina está aloca<strong>da</strong> <strong>em</strong> um <strong>de</strong>terminado período.<br />

- Mapa curricular: É o conjunto dos quadros curriculares <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as turmas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />

no probl<strong>em</strong>a.<br />

- Período (P): É a subdivisão t<strong>em</strong>poral <strong>de</strong> um curso on<strong>de</strong> é oferta<strong>da</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

disciplinas simultaneamente.<br />

- Turma (T): É a i<strong>de</strong>ntificação do conjunto <strong>de</strong> alunos que ingressaram e estu<strong>da</strong>m juntos no<br />

curso. Nesta pesquisa é consi<strong>de</strong>rado que um aluno s<strong>em</strong>pre pertence a uma mesma turma,<br />

apesar <strong>de</strong> que na prática isso n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre ocorre. Porém, para fins <strong>de</strong> otimização, isso<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado.<br />

- Disciplina (D): É a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> curricular do curso.<br />

- Replicação <strong>de</strong> Disciplina: É a oferta replica<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma disciplina <strong>em</strong> uma mesma etapa<br />

t<strong>em</strong>poral. Isso é necessário quando o número <strong>de</strong> alunos que necessitam se matricular na<br />

disciplina na etapa t<strong>em</strong>poral consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> é superior a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mesma. Quanto maior<br />

a replicação, maior a oferta <strong>de</strong> uma mesma disciplina.<br />

- Unificação <strong>de</strong> Disciplina: É a redução no número <strong>de</strong> replicações <strong>de</strong> disciplinas. Isso<br />

ocorre quando alunos <strong>de</strong> turmas distintas passam a estu<strong>da</strong>r juntos <strong>em</strong> uma mesma<br />

disciplina.<br />

59


4.2.2 Definindo as variáveis<br />

- Etapa t<strong>em</strong>poral (t): É a linha do t<strong>em</strong>po para o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização. É medido na mesma<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> do período do curso, ou seja, <strong>em</strong> bimestre, s<strong>em</strong>estre ou ano. A etapa t<strong>em</strong>poral t<strong>em</strong><br />

início na primeira etapa passível <strong>de</strong> otimização e termina com o término <strong>da</strong> última turma<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> no processo <strong>de</strong> otimização.<br />

- Período <strong>da</strong> turma (PTt): É o período do curso <strong>em</strong> que a turma T se encontrará na etapa<br />

t<strong>em</strong>poral t consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>.<br />

- Número <strong>de</strong> disciplinas no período do curso (NdP): É o número <strong>de</strong> disciplinas que estão<br />

aloca<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um mesmo período P do curso.<br />

- Número total <strong>de</strong> disciplinas oferta<strong>da</strong>s com unificação <strong>em</strong> uma etapa t<strong>em</strong>poral (TNdct): É o<br />

número total <strong>de</strong> disciplinas (consi<strong>de</strong>rando a replicação) com previsão <strong>de</strong> oferta <strong>em</strong> uma<br />

etapa t<strong>em</strong>poral t, consi<strong>de</strong>rando as previsões <strong>de</strong> unificação.<br />

- Número total <strong>de</strong> replicações (NdrDt): É o número total <strong>de</strong> replicações necessárias <strong>da</strong><br />

disciplina D na etapa t<strong>em</strong>poral t a fim <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a todos os alunos matriculados.<br />

- Otimização <strong>de</strong> disciplinas <strong>em</strong> uma etapa t<strong>em</strong>poral (Ot): É o total <strong>de</strong> disciplinas unifica<strong>da</strong>s<br />

na etapa t<strong>em</strong>poral t. Esse valor é obtido <strong>da</strong> seguinte maneira: Ot = TNdst - TNdct.<br />

- Índice <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição <strong>de</strong> uma turma (IDPT): É o valor fornecido pelo Indicador<br />

<strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP) para uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> turma T <strong>em</strong> análise.<br />

- Índice <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos <strong>de</strong> uma turma (IDRT): É o valor fornecido pelo<br />

Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR) para uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> turma T <strong>em</strong> análise.<br />

- Número <strong>de</strong> disciplinas a ser<strong>em</strong> oferta<strong>da</strong>s com otimização (θ): É um número<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao total estimado <strong>de</strong> disciplinas a ser<strong>em</strong> unifica<strong>da</strong>s nas etapas t<strong>em</strong>porais<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, levando <strong>em</strong> conta o processo <strong>de</strong> otimização realizado. É a função objetivo<br />

do probl<strong>em</strong>a.<br />

4.2.3 Definindo as constantes<br />

- Número <strong>de</strong> turmas (Nt): É o número total <strong>de</strong> turmas existentes do curso consi<strong>de</strong>rado.<br />

60


- Número <strong>de</strong> disciplinas (Nd): É o número total <strong>de</strong> disciplinas existente no curso<br />

consi<strong>de</strong>rado.<br />

- Tamanho <strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral (k): É o número <strong>de</strong> períodos passíveis <strong>de</strong> ter<strong>em</strong> disciplinas<br />

unifica<strong>da</strong>s no probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado.<br />

- Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> disciplina (CD): É a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima que uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> disciplina D<br />

comporta <strong>de</strong> alunos. Isso po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> disciplina por disciplina <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> dos recursos<br />

materiais que faz<strong>em</strong> uso, <strong>da</strong> atenção que os professores <strong>de</strong>v<strong>em</strong> dispensar aos alunos, entre<br />

outros fatores.<br />

- Índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> no período (αP): É o percentual <strong>de</strong> alunos que <strong>de</strong>sist<strong>em</strong> ou trancam o curso<br />

num <strong>de</strong>terminado período P. Esse índice é <strong>de</strong> difícil estimação, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> inúmeros<br />

fatores: t<strong>em</strong>po que o aluno já está matriculado no curso, satisfação dos alunos <strong>em</strong> relação<br />

aos professores, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e do preço dos cursos, situação financeira do país, entre tantos<br />

outros. Observa-se, porém, que há uma forte correlação entre o índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos<br />

e a variável “t<strong>em</strong>po que o aluno está matriculado no curso”. Por isso, a estimação do<br />

índice <strong>em</strong> questão foi vinculado ao período do curso. Constata-se, facilmente, que alunos<br />

no início do curso eva<strong>de</strong>m mais. Com o passar do t<strong>em</strong>po o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência diminui,<br />

chegando a patamares muito pequenos ao término dos cursos. De forma geral, instituições<br />

que apresentam uma gestão financeira eficaz têm esse índice estimado por curso, pois ele<br />

é fun<strong>da</strong>mental para a realização <strong>de</strong> orçamento.<br />

- Número <strong>de</strong> períodos do curso (Np): É o número total <strong>de</strong> períodos que compõe o curso <strong>em</strong><br />

questão.<br />

- Número total <strong>de</strong> alunos matriculados <strong>em</strong> uma disciplina (TNaDt): É o número total <strong>de</strong><br />

alunos estimado que <strong>de</strong>verá se matricular na disciplina D na etapa t<strong>em</strong>poral t.<br />

- Número total <strong>de</strong> disciplinas oferta<strong>da</strong>s s<strong>em</strong> unificação <strong>em</strong> uma etapa t<strong>em</strong>poral (TNdst): É o<br />

número total <strong>de</strong> disciplinas (consi<strong>de</strong>rando a replicação) com previsão <strong>de</strong> oferta <strong>em</strong> uma<br />

etapa t<strong>em</strong>poral t, não consi<strong>de</strong>rando as previsões <strong>de</strong> unificação.<br />

- Carga horária <strong>da</strong> disciplina (ChdD): É a carga horária <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> disciplina D do<br />

curso.<br />

61


- Carga horária do período (ChpP): É a carga horária total <strong>da</strong>s disciplinas oferta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um<br />

período P do curso. Esse valor normalmente é fixo, não alterando <strong>de</strong> período para período.<br />

4.2.4 Relacionando os parâmetros<br />

- Máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição permiti<strong>da</strong> (MAX_IDP): É a máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição<br />

permiti<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> turma durante o processo <strong>de</strong> otimização. Esse valor, que é fornecido<br />

<strong>em</strong> percentual, é estipulado pelo operador do sist<strong>em</strong>a na ocasião <strong>da</strong> geração <strong>da</strong> otimização.<br />

- Máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos permiti<strong>da</strong> (MAX_IDR): É a máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

requisitos permiti<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> turma durante o processo <strong>de</strong> otimização. Esse valor, que<br />

também é fornecido <strong>em</strong> percentual, é estipulado pelo operador do sist<strong>em</strong>a na ocasião <strong>da</strong><br />

geração <strong>da</strong> otimização.<br />

4.3 MODELANDO O ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO<br />

Para se realizar a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo <strong>de</strong> otimização, fez-se necessário<br />

<strong>de</strong>terminar, primeiramente, o algoritmo heurístico utilizado.<br />

4.3.1 Escolhendo o algoritmo heurístico<br />

Como já discutido, não existe uma <strong>de</strong>limitação clara <strong>da</strong> heurística recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para<br />

ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a. Po<strong>de</strong>-se perceber, por uma análise dos artigos publicados nessa área,<br />

que há uma gama <strong>de</strong> heurísticas utiliza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um mesmo tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a.<br />

Em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o que foi previsto na metodologia, a escolha <strong>da</strong> heurística se<br />

<strong>de</strong>u com base na opinião <strong>de</strong> especialistas. A heurística escolhi<strong>da</strong> para a pesquisa <strong>em</strong> questão<br />

foi a Busca Tabu. Sua escolha se <strong>de</strong>u, principalmente, <strong>de</strong>vido à característica combinatória do<br />

probl<strong>em</strong>a.<br />

4.3.2 Mo<strong>de</strong>lando o algoritmo heurístico<br />

Para a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> <strong>da</strong> Busca Tabu foi necessária a escolha e impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong><br />

diversas funções, variáveis e estratégias no algoritmo, tais como função objetivo, restrições,<br />

uso <strong>de</strong> m<strong>em</strong>órias, solução inicial, entre outras. A seguir são <strong>de</strong>scritos ca<strong>da</strong> um dos requisitos<br />

necessários.<br />

62


4.3.2.1 Função objetivo<br />

O objetivo que se t<strong>em</strong> com o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização aqui proposto é reduzir os custos<br />

inerentes à oferta <strong>de</strong> disciplinas, como, por ex<strong>em</strong>plo, professores (principalmente), espaço<br />

físico, insumos, entre outras <strong>de</strong>spesas. Assim, a função objetivo do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>em</strong><br />

questão é maximizar o número <strong>de</strong> unificação <strong>de</strong> disciplinas <strong>em</strong> uma mesma etapa t<strong>em</strong>poral.<br />

Quanto maior esse valor, maior a otimização realiza<strong>da</strong>.<br />

Deve-se salientar que a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que unificações <strong>de</strong> disciplinas estima<strong>da</strong>s pelo<br />

algoritmo ocorram <strong>de</strong> fato, diminui à medi<strong>da</strong> que a etapa t<strong>em</strong>poral aumenta. Isso se <strong>de</strong>ve ao<br />

fato <strong>de</strong> que outras variáveis interfer<strong>em</strong> no processo ao longo do t<strong>em</strong>po (mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> currículo,<br />

fechamento do curso, entre outros). Outro fator que po<strong>de</strong> dificultar essa unificação prevista é<br />

a estimação <strong>de</strong> alunos no t<strong>em</strong>po. O erro na estimação aumenta com o aumento <strong>da</strong> etapa<br />

t<strong>em</strong>poral, tendo <strong>em</strong> vista que essa estimação é gera<strong>da</strong> pela multiplicação dos índices <strong>de</strong> per<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> alunos nos períodos, que por si só já possu<strong>em</strong> um erro <strong>em</strong>butido. Em virtu<strong>de</strong> do exposto<br />

foi importante pon<strong>de</strong>rar as otimizações <strong>de</strong> disciplinas realiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral,<br />

<strong>da</strong>ndo maior peso às otimizações realiza<strong>da</strong>s nas etapas t<strong>em</strong>porais iniciais. Quando a<br />

pon<strong>de</strong>ração é realiza<strong>da</strong>, a função objetivo retrata um valor um pouco diferente do número<br />

total estimado <strong>de</strong> disciplinas unifica<strong>da</strong>s no probl<strong>em</strong>a.<br />

Foi utiliza<strong>da</strong> uma função linear para estimar os pesos <strong>da</strong>dos às otimizações realiza<strong>da</strong>s<br />

<strong>em</strong> ca<strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral, a qual é apresenta<strong>da</strong> na expressão a seguir.<br />

( 1−<br />

z)<br />

t − ( 1+<br />

kz)<br />

pt =<br />

(24)<br />

k −1<br />

on<strong>de</strong><br />

pt = peso estipulado à otimização <strong>de</strong> disciplinas (Ot) ocorri<strong>da</strong> na etapa t<strong>em</strong>poral t;<br />

t = etapa t<strong>em</strong>poral na unificação consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>;<br />

k = tamanho <strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral do probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização;<br />

z = parâmetro que informa o peso estipulado à otimização realiza<strong>da</strong> na primeira etapa<br />

t<strong>em</strong>poral. Quando esse parâmetro for igual a um, a pon<strong>de</strong>ração é ignora<strong>da</strong>, haja vista que o<br />

peso <strong>da</strong> última etapa também é igual a um.<br />

A função objetivo (FO) é apresenta<strong>da</strong> a seguir:<br />

63


FO<br />

on<strong>de</strong><br />

k<br />

∑<br />

Oi<br />

pi<br />

θ (25)<br />

p/<br />

i<br />

i=<br />

1 = = k.<br />

k<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

θ = número correspon<strong>de</strong>nte ao total <strong>de</strong> disciplinas estima<strong>da</strong>s a ser<strong>em</strong> unifica<strong>da</strong>s <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

etapas t<strong>em</strong>porais;<br />

Oi = número total <strong>de</strong> disciplinas unifica<strong>da</strong>s na etapa t<strong>em</strong>poral i;<br />

pi = peso estipulado à otimização <strong>de</strong> disciplinas (Oi) ocorri<strong>da</strong> na etapa t<strong>em</strong>poral i;<br />

k = tamanho <strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral do probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização.<br />

A utilização <strong>de</strong> k na função objetivo é dispensável. Decidiu-se aqui pela sua utilização,<br />

pois assim o valor retratado pela função objetivo é próximo ao número total <strong>de</strong> unificação <strong>de</strong><br />

disciplinas realiza<strong>da</strong>s, ou seja, faz com que o valor retratado tenha um significado.<br />

4.3.2.2 Restrições<br />

O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização li<strong>da</strong> com quatro restrições, as quais são relata<strong>da</strong>s a seguir:<br />

- Atendimento à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>da</strong>s disciplinas: Como já explicado, ca<strong>da</strong> disciplina<br />

apresenta uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> alunos. O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>ve<br />

li<strong>da</strong>r com essa restrição cuja formulação é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela expressão a seguir.<br />

TNa<br />

Dt<br />

NdrDt ≥ D=1,2,...., Nd; t=1,2....,k (26)<br />

CD<br />

on<strong>de</strong><br />

NdrDt = Número total necessário <strong>de</strong> replicações <strong>da</strong> disciplina D na etapa t<strong>em</strong>poral t;<br />

TNaDt = Número total <strong>de</strong> alunos estimado que <strong>de</strong>verá se matricular na disciplina D na etapa<br />

t<strong>em</strong>poral t;<br />

CD = Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> disciplina D.<br />

- Atendimento à <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos: Essa restrição diz respeito aos requisitos<br />

estipulados entre as disciplinas <strong>da</strong>s turmas. Um dos parâmetros que é fornecido ao sist<strong>em</strong>a é o<br />

MAX_IDR, ou seja, a máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos permiti<strong>da</strong>. Durante o processo <strong>de</strong><br />

otimização, o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> requisitos retratado pelo IDRT no currículo <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

turmas <strong>de</strong>ve ser menor que o MAX_IDR. A formulação para essa restrição é <strong>da</strong><strong>da</strong> na<br />

expressão a seguir.<br />

64


IDR T<br />

≤ MAX _ IDR T=1,2,.....,Nt (27)<br />

Essa restrição é relaxa<strong>da</strong> durante um número <strong>de</strong> ciclos <strong>da</strong> busca tabu permitindo que haja uma<br />

diversificação na busca. Tal estratégia será explica<strong>da</strong> posteriormente.<br />

- Atendimento à <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição: Essa restrição diz respeito à alocação <strong>da</strong>s disciplinas<br />

nos períodos dos cursos. Outro parâmetro que é fornecido ao sist<strong>em</strong>a é o MAX_IDP, ou seja, a<br />

máxima <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição permiti<strong>da</strong>. Durante o processo <strong>de</strong> otimização, o grau <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> posição retratado pelo IDPT no currículo <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as turmas <strong>de</strong>ve ser menor que<br />

o MAX_IDP. A expressão a seguir mo<strong>de</strong>la essa restrição.<br />

IDP T<br />

≤ MAX _ IDP T=1,2,.....,Nt (28)<br />

Essa restrição também é relaxa<strong>da</strong> durante a busca tabu para permitir diversificação.<br />

- Atendimento à carga horária do período: Como já explanado, há um número fixo <strong>de</strong> carga<br />

horária aloca<strong>da</strong> <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período do curso. Assim, não se po<strong>de</strong> alocar disciplinas <strong>em</strong> um<br />

período P cuja soma <strong>de</strong> suas cargas horárias difer<strong>em</strong> <strong>da</strong> carga horária estipula<strong>da</strong> para esse<br />

período. A expressão a seguir mo<strong>de</strong>la essa restrição.<br />

Chp<br />

on<strong>de</strong><br />

= ∑<br />

=<br />

PT Nd<br />

P<br />

i 1<br />

Chd<br />

i<br />

Chdi = Carga horária <strong>da</strong> disciplina i;<br />

P=1,2,...., Np; T=1,2....,Nt (29)<br />

ChpP = Carga horária total oferta<strong>da</strong> <strong>de</strong> disciplinas <strong>em</strong> um período P do curso;<br />

NdPT = Número <strong>de</strong> disciplinas <strong>da</strong> turma T aloca<strong>da</strong>s para o período P do curso.<br />

4.3.2.3 Solução Inicial<br />

A solução inicial forneci<strong>da</strong> ao algoritmo <strong>de</strong> otimização é gera<strong>da</strong> <strong>em</strong> duas etapas: i)<br />

inicialização aleatória e; ii) busca local. Para ca<strong>da</strong> turma existente no probl<strong>em</strong>a é gera<strong>da</strong> uma<br />

seqüência aleatória <strong>de</strong> disciplinas. A<strong>pós</strong> a inicialização aleatória, são realiza<strong>da</strong>s trocas <strong>de</strong><br />

forma que a seqüência gera<strong>da</strong> não viola as restrições impostas ao sist<strong>em</strong>a. A seguir é<br />

apresentado o algoritmo <strong>de</strong>ssa inicialização.<br />

65


Início<br />

Para ca<strong>da</strong> turma faça<br />

Para ca<strong>da</strong> disciplina do currículo faça<br />

Aloque a disciplina <strong>em</strong> um período aleatório s<strong>em</strong> ultrapassar a carga horária do período<br />

Fim para<br />

Altere aleatoriamente a or<strong>de</strong>m <strong>da</strong>s disciplinas a fim <strong>de</strong> que o IDPT e o IDRT do currículo <strong>da</strong><br />

turma T estejam <strong>de</strong>ntro dos patamares aceitáveis<br />

Fim para<br />

Retorna a solução inicial parcial<br />

Fim<br />

Feita a geração aleatória dos quadros curriculares é realiza<strong>da</strong> uma busca local através do<br />

método <strong>da</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong>. O algoritmo a seguir apresenta esse método para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão.<br />

Início<br />

Repita enquanto houver melhoria<br />

Para ca<strong>da</strong> turma faça<br />

Repita enquanto houver melhoria<br />

Efetue a movimentação* que resulte na melhor solução s<strong>em</strong> infringir restrições<br />

Fim enquanto<br />

Fim para<br />

Fim enquanto<br />

Retorna a solução inicial<br />

Fim<br />

*: Movimentação é a troca permiti<strong>da</strong> entre duas disciplinas quaisquer do currículo <strong>de</strong> uma turma.<br />

4.3.2.4 Vizinhança e movimentação<br />

Para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão, a vizinhança N(s) <strong>de</strong> uma solução s qualquer é o conjunto<br />

<strong>de</strong> todos os mapas curriculares gerados por uma movimentação.<br />

4.3.2.5 Uso <strong>da</strong> m<strong>em</strong>ória<br />

Na impl<strong>em</strong>entação do algoritmo <strong>de</strong> Busca Tabu se fez uso tanto <strong>da</strong> m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> curto<br />

prazo quanto <strong>da</strong> m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> longo prazo. A m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> curto prazo foi utiliza<strong>da</strong> para a<br />

impl<strong>em</strong>entação <strong>da</strong> lista tabu que, no algoritmo, serve para armazenar as turmas e os últimos<br />

pares <strong>de</strong> disciplinas trocados. A m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> longo prazo foi utiliza<strong>da</strong> como uma m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong><br />

residência, pois serve para medir a freqüência com que as disciplinas <strong>da</strong>s turmas ocupam os<br />

períodos do currículo. Essa medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> freqüência é utiliza<strong>da</strong> para a estratégia <strong>de</strong><br />

intensificação do algoritmo que será explica<strong>da</strong> na seqüência.<br />

4.3.2.6 Critério <strong>de</strong> aspiração<br />

O movimento tabu é aceito se ele produz uma solução melhor que a melhor solução<br />

encontra<strong>da</strong> até então nas buscas realiza<strong>da</strong>s.<br />

66


4.3.2.7 Estratégias <strong>de</strong> intensificação e diversificação<br />

Foram utiliza<strong>da</strong>s ambas as estratégias na impl<strong>em</strong>entação do algoritmo. Duas<br />

estratégias <strong>de</strong> diversificação foram incorpora<strong>da</strong>s: i) a reinicialização aleatória do algoritmo<br />

(busca <strong>de</strong> uma solução aleatória) a<strong>pós</strong> um <strong>de</strong>terminado ciclo <strong>de</strong> buscas, e; ii) a relaxação dos<br />

indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m (IDP e IDR) <strong>em</strong> um percentual sobre os valores inicialmente<br />

estabelecidos. A<strong>pós</strong> experimentações não se pô<strong>de</strong> constatar que as melhorias obti<strong>da</strong>s nas<br />

soluções variavam significativamente <strong>em</strong> função do percentual escolhido. Assim, foi <strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

relaxação máxima ao sist<strong>em</strong>a, ou seja, Max_IDP e Max_IDR igual a 100%. A Figura 6 ilustra<br />

como essa relaxação se processa no sist<strong>em</strong>a durante a busca tabu. Po<strong>de</strong>-se perceber na Figura<br />

6 que se durante 33% do número <strong>de</strong> ciclos previstos na Busca Tabu não se encontrar nenhuma<br />

melhoria na solução, o sist<strong>em</strong>a é relaxado totalmente <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> IDP e IDR. Se mesmo<br />

assim não se encontrar soluções melhores, ao chegar a 66% do número <strong>de</strong> ciclos na Busca<br />

Tabu as restrições do IDP e IDR passam novamente a vigorar no sist<strong>em</strong>a.<br />

FIGURA 6 – Estratégia <strong>de</strong> relaxação <strong>de</strong> restrições durante a busca tabu<br />

Como estratégia <strong>de</strong> intensificação foi utilizado o processo <strong>de</strong> congelamento <strong>de</strong><br />

disciplinas. Tal processo consiste <strong>em</strong> “congelar” as disciplinas <strong>da</strong>s turmas que mais ocuparam<br />

uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> posição no currículo até o momento, impedindo que movimentos futuros<br />

sejam realizados com as mesmas. A m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> residência <strong>de</strong>u subsídio para a<br />

impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong>ssa estratégia. Os procedimentos realizados na busca intensiva são os<br />

mesmos <strong>da</strong> busca tabu tradicional (s<strong>em</strong> intensificação). No processo <strong>de</strong> intensificação o<br />

tamanho <strong>da</strong> lista tabu foi reduzido para a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu tamanho original, tendo <strong>em</strong> vista a<br />

restrição <strong>de</strong> movimento <strong>da</strong>s disciplinas “congela<strong>da</strong>s”.<br />

67


4.3.2.8 Critério <strong>de</strong> Para<strong>da</strong><br />

O critério <strong>de</strong> para<strong>da</strong> do algoritmo aqui proposto consiste na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ciclos<br />

executados. Esse parâmetro po<strong>de</strong> ser ajustado <strong>em</strong> função <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> se obter<br />

a resposta. Quanto maior o número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong>stinados às buscas, maiores são as chances <strong>de</strong><br />

se obter<strong>em</strong> melhores resultados. Optou-se por esse critério <strong>de</strong> para<strong>da</strong>, pois normalmente este<br />

tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a não precisa ser resolvido <strong>em</strong> um curto espaço <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po.<br />

4.3.2.9 Parâmetros<br />

Como já explanado, um dos probl<strong>em</strong>as <strong>da</strong> Busca Tabu é a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> parâmetros<br />

que necessitam ser ajustados. Na mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> <strong>em</strong> questão, os seguintes parâmetros necessitam<br />

<strong>de</strong> ajustes:<br />

- Número <strong>de</strong> ciclos s<strong>em</strong> melhoria (Ncsm): Esse parâmetro é utilizado para informar a<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vezes que a busca tabu (tradicional e na intensificação) <strong>de</strong>ve ser executa<strong>da</strong><br />

s<strong>em</strong> que nenhuma melhoria na solução seja encontra<strong>da</strong>.<br />

- Número <strong>de</strong> ciclos totais (Nct): Esse parâmetro é utilizado para informar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vezes que o algoritmo <strong>de</strong>ve ser reinicializado. Ou seja, indica a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ciclos<br />

realizados pelo algoritmo completo.<br />

- T<strong>em</strong>po tabu (Tt): Esse parâmetro é utilizado para informar o tamanho <strong>da</strong> lista tabu, ou<br />

seja, o número <strong>de</strong> iterações que um <strong>de</strong>terminado movimento permanece tabu.<br />

- T<strong>em</strong>po tabu <strong>de</strong> intensificação (Tti): Esse parâmetro é utilizado para informar o tamanho <strong>da</strong><br />

lista tabu no processo <strong>de</strong> intensificação.<br />

- Congelamento (Cong): Esse parâmetro é utilizado para informar o número <strong>de</strong> disciplinas<br />

que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser “congela<strong>da</strong>s” <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> turma no processo <strong>de</strong> intensificação.<br />

- Peso <strong>da</strong> primeira etapa t<strong>em</strong>poral (z) = Esse parâmetro é utilizado para informar o peso<br />

estipulado à otimização realiza<strong>da</strong> na primeira etapa t<strong>em</strong>poral.<br />

68


4.3.2.10 Algoritmo<br />

Nas etapas anteriores foram apresenta<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as estratégias e peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

utiliza<strong>da</strong>s pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>senvolvido nessa pesquisa. A Figura 7 ilustra o<br />

fluxograma do macro algoritmo do sist<strong>em</strong>a.<br />

FIGURA 7 – Fluxograma do algoritmo <strong>de</strong> otimização<br />

A seguir é apresentado o algoritmo <strong>da</strong> busca tabu utilizado no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização<br />

<strong>da</strong> pesquisa <strong>em</strong> questão.<br />

Início<br />

Obtenha o mapa curricular atual<br />

Obtenha os parâmetros do sist<strong>em</strong>a<br />

Repita enquanto o contador <strong>de</strong> ciclos s<strong>em</strong> melhoria é menor que o limite estabelecido<br />

Sorteie uma turma<br />

Para ca<strong>da</strong> par <strong>de</strong> disciplinas com cargas horárias iguais localiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> períodos diferentes<br />

Avalie o movimento ocasionado pela troca <strong>da</strong>s disciplinas<br />

Se o movimento infringir restrições, ignore-o<br />

Se o movimento for tabu<br />

Se o movimento não ocasionar a melhor solução até o momento, ignore-o<br />

Fim se<br />

Fim para<br />

Realize o movimento permitido na turma que ocasione a melhor solução<br />

Atualize a lista tabu<br />

Atualize a m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> freqüência<br />

Verifique se a solução obti<strong>da</strong> com o movimento anterior é a melhor até o momento<br />

Se sim, zere o contador <strong>de</strong> ciclos s<strong>em</strong> melhoria; se não, incr<strong>em</strong>ente esse contador<br />

Fim enquanto<br />

Retorna a solução<br />

Fim<br />

69


5. APLICAÇÃO DO SISTEMA<br />

Este capítulo objetiva mostrar os resultados <strong>da</strong> aplicação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>senvolvido. O<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão t<strong>em</strong> aplicação plena <strong>em</strong> cursos superiores que estão organizados <strong>em</strong> um<br />

formato modular, principalmente on<strong>de</strong> haja a existência mínima <strong>de</strong> pré-requisitos formais.<br />

Isso facilita o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> disciplinas <strong>em</strong> períodos apropriados. Os cursos<br />

superiores que normalmente aten<strong>de</strong>m a esses requisitos são os cursos superiores <strong>de</strong> tecnologia<br />

(tecnólogos). Em virtu<strong>de</strong> disso, a pesquisa <strong>em</strong> questão foi aplica<strong>da</strong> <strong>em</strong> dois cursos superiores<br />

<strong>de</strong> tecnologia com características distintas, oriundos <strong>de</strong> diferentes instituições.<br />

5.1 PRIMEIRO PROBLEMA CONSIDERADO<br />

A primeira experimentação foi realiza<strong>da</strong> <strong>em</strong> um curso superior <strong>de</strong> tecnologia <strong>em</strong><br />

Gestão Financeira <strong>de</strong> uma instituição <strong>de</strong> ensino superior <strong>de</strong> Curitiba-PR. Esse curso apresenta<br />

as seguintes características:<br />

- Duração regular <strong>de</strong> 2 anos, com carga horária total <strong>de</strong> 1600 horas;<br />

- Existência <strong>de</strong> 16 disciplinas, sendo 8 disciplinas <strong>de</strong> 80 horas e 8 disciplinas <strong>de</strong> 120 horas;<br />

- Existência <strong>de</strong> 8 períodos, sendo que a duração <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> período é <strong>de</strong> 1 bimestre;<br />

- Oferta <strong>de</strong> duas disciplinas simultaneamente, sendo que a carga horária total <strong>de</strong> qualquer<br />

período é <strong>de</strong> 200 horas (composto por uma disciplina <strong>de</strong> 80 horas e outra <strong>de</strong> 120 horas);<br />

- Inexistência <strong>de</strong> pré-requisitos formais no quadro curricular do curso. Apesar <strong>de</strong> tal<br />

situação ocorrer, foi incluído um pré-requisito a fim <strong>de</strong> testar o gerenciamento <strong>de</strong>sse<br />

recurso pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>senvolvido (a disciplina 3 foi vincula<strong>da</strong> como pré-requisito para a<br />

disciplina 16).<br />

O Quadro 6 apresenta o quadro curricular completo do curso.<br />

5.1.1 Um mo<strong>de</strong>lo para experimentação<br />

A fim <strong>de</strong> possibilitar uma melhor análise do funcionamento do sist<strong>em</strong>a, foi criado um<br />

cenário hipotético (mas possível <strong>de</strong> acontecer) que não condiz com a situação atual <strong>da</strong><br />

instituição <strong>de</strong> ensino utiliza<strong>da</strong> para o estudo <strong>em</strong> questão. Esse cenário foi criado, pois o atual<br />

não permite uma boa experimentação. Nesse cenário:<br />

- foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a existência <strong>de</strong> 10 turmas simultâneas <strong>de</strong>sse curso, com início <strong>em</strong> etapas<br />

t<strong>em</strong>porais diferentes.<br />

- foi consi<strong>de</strong>rado um número <strong>de</strong> alunos <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> turma.<br />

70


- foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma previsão <strong>de</strong> ingresso <strong>de</strong> alunos nas turmas que ain<strong>da</strong> não iniciaram.<br />

- foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma previsão <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos ao longo dos períodos.<br />

QUADRO 6 – Quadro curricular do curso usado no primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

As Tabelas 2 e 3 apresentam o índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos no período (αP) para os<br />

primeiros sete períodos do curso e o número <strong>de</strong> alunos existentes nas turmas na etapa<br />

t<strong>em</strong>poral inicial (Na1T), respectivamente. Nas situações <strong>em</strong> que a previsão <strong>de</strong> início do curso é<br />

posterior a etapa t<strong>em</strong>poral n° 1, os números apresentados na Tabela 4 refer<strong>em</strong>-se à previsão <strong>de</strong><br />

alunos que <strong>de</strong>verá existir na turma logo no seu início. A Tabela 4 apresenta a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 16 disciplinas constantes no currículo do curso, para a instituição <strong>em</strong> estudo.<br />

TABELA 2 – Índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos consi<strong>de</strong>rado no primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

TABELA 3 – Número <strong>de</strong> alunos previstos ou existentes nas turmas no primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

71


TABELA 4 – Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina no primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

O Quadro 7 apresenta o cenário completo <strong>da</strong>s disciplinas, mostrando <strong>em</strong> que etapa<br />

t<strong>em</strong>poral (t) foi ou será o início <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> turma, a distribuição prévia (s<strong>em</strong> otimização) <strong>da</strong>s<br />

disciplinas <strong>da</strong>s turmas, o número <strong>de</strong> alunos existente na etapa t<strong>em</strong>poral n° 1 e a previsão <strong>de</strong><br />

alunos nas etapas t<strong>em</strong>porais posteriores (NaPT).<br />

Na<br />

PT<br />

on<strong>de</strong><br />

QUADRO 7 – Cenário completo a ser otimizado no primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

A previsão <strong>de</strong> alunos para as etapas posteriores é realiza<strong>da</strong> pela expressão a seguir:<br />

= Na<br />

P<br />

1 T ∏<br />

i=<br />

2<br />

( 1−<br />

α )<br />

(30)<br />

P−1<br />

NaPT = Número <strong>de</strong> alunos existente na turma T no período P do curso;<br />

αP = Percentual <strong>de</strong> alunos que <strong>de</strong>sist<strong>em</strong> ou trancam o curso num <strong>de</strong>terminado período P do<br />

curso.<br />

5.1.2 I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s constantes<br />

Em função <strong>da</strong> contextualização do probl<strong>em</strong>a e do cenário hipotético apresentado é<br />

possível <strong>de</strong>finir o restante dos valores <strong>da</strong>s constantes e parâmetros necessários ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

otimização.<br />

- Número <strong>de</strong> turmas: Nt = 10;<br />

- Número <strong>de</strong> disciplinas no currículo: Nd = 16;<br />

- Tamanho <strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral: k = 10;<br />

72


- Número <strong>de</strong> períodos do curso: Np = 8;<br />

- Carga horária do período: ChpP = 200h, para qualquer valor <strong>de</strong> P;<br />

- Número <strong>de</strong> disciplinas por período do curso: NdP = 2, para qualquer valor <strong>de</strong> P.<br />

5.1.3 Customização do sist<strong>em</strong>a para o probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado<br />

Esta fase t<strong>em</strong> como objetivo a<strong>de</strong>quar o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>senvolvido no<br />

capítulo 4 para o probl<strong>em</strong>a contextualizado anteriormente. Tal a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong><br />

nos dois indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m (IDP e IDR) e no algoritmo <strong>de</strong> otimização.<br />

5.1.3.1 Elaboração do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP)<br />

A expressão <strong>15</strong>, apresenta<strong>da</strong> do it<strong>em</strong> 4.1.1, mostra a forma <strong>de</strong> obtenção do IDPT para<br />

um quadro curricular <strong>de</strong> uma turma T qualquer. Para a formulação do IDP, fez-se necessário<br />

encontrar os valores <strong>de</strong> cfi e IDPmax para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão. Para a obtenção <strong>de</strong>sses<br />

valores foi necessário obter dos especialistas os valores para os graus <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s (gfD)<br />

<strong>da</strong>s disciplinas, tendo <strong>em</strong> vista que cfD é função <strong>de</strong> gfD. Quatro professores do curso<br />

consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>finiram, <strong>em</strong> conjunto, o grau <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s disciplinas. A<br />

Tabela 5 apresenta os índices gf’s estipulados pelos especialistas para as disciplinas, b<strong>em</strong><br />

como os correspon<strong>de</strong>ntes cf’s obtidos.<br />

TABELA 5 – Índices gf e cf <strong>da</strong>s disciplinas para o primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

Para a obtenção do IDPmax, utiliza-se <strong>da</strong> expressão 16, localiza<strong>da</strong> no it<strong>em</strong> 4.1.1 <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa. O valor obtido para o IDPmax para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão foi <strong>de</strong> 136,25. Assim, a<br />

expressão para o cálculo do IDPT é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:<br />

16<br />

∑<br />

=<br />

100.<br />

rs<br />

Di<br />

. cfi<br />

IDP T = i 1<br />

136,<br />

25<br />

(31)<br />

on<strong>de</strong><br />

IDPT = Valor relativo do IDP para o currículo <strong>da</strong> turma T que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

Di rs = Distância entre o período r alocado para a disciplina i até seu período original s;<br />

73


cfi = Coeficiente <strong>de</strong> fixação <strong>da</strong> disciplina i <strong>em</strong> relação a seu período original.<br />

5.1.3.2 Elaboração do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR)<br />

A expressão 23, apresenta<strong>da</strong> do it<strong>em</strong> 4.1.1 <strong>de</strong>sta pesquisa, mostra a forma <strong>de</strong> obtenção<br />

do IDRT para um quadro curricular qualquer. Para a estruturação do IDRT, fez-se necessário<br />

encontrar os valores <strong>de</strong> cri, IDRmax e IDRmin para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão. Para a obtenção<br />

<strong>de</strong>sses valores foi necessário, primeiramente, obter os valores dos Graus <strong>de</strong> Requisitos (gr’s)<br />

entre disciplinas. Tais graus foram estipulados pelos mesmos especialistas que auxiliaram na<br />

criação do IDP, utilizando do método proposto por Dutra & Fogliatto (2007). Ao todo, os<br />

especialistas realizaram comparações parea<strong>da</strong>s para quatro disciplinas (meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s disciplinas<br />

do curso). No Anexo 1 são apresenta<strong>da</strong>s as quatro matrizes gera<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> linha<br />

preenchi<strong>da</strong> pelos especialistas, b<strong>em</strong> como a matriz resultante <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos, a qual<br />

apresentou os seguintes índices:<br />

- Maior autovalor (λmax) = 16,25;<br />

- Índice <strong>de</strong> consistência <strong>da</strong> matriz (µ) = 0,017;<br />

- Razão <strong>de</strong> Consistência (CR) = 0,034.<br />

Para se obter o valor <strong>de</strong> RI, necessário para o cálculo <strong>de</strong> CR, foi gerado um<br />

experimento computacional <strong>em</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a metodologia proposta por Dutra &<br />

Fogliatto (2007) para este fim, tendo <strong>em</strong> vista que neste probl<strong>em</strong>a o preenchimento <strong>da</strong> matriz<br />

se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma incompleta. O valor <strong>de</strong> RI obtido para a matriz <strong>em</strong> questão (quinhentos ciclos<br />

<strong>de</strong> matrizes gera<strong>da</strong>s aleatoriamente on<strong>de</strong> <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> geração foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s quatro matrizes<br />

<strong>de</strong> preenchimento incompleto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>zesseis) foi <strong>de</strong> 0,494.<br />

Em posse <strong>da</strong> Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos foi possível a obtenção <strong>da</strong> Matriz <strong>de</strong><br />

Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos, a qual é apresenta<strong>da</strong> no Quadro 8.<br />

Para a obtenção do IDRmax e IDRmin foi utiliza<strong>da</strong> a heurística <strong>de</strong> busca local<br />

apresenta<strong>da</strong> no it<strong>em</strong> 4.1.1. Os valores obtidos para o IDRmax e IDRmin foram 87,31 e 6,47,<br />

respectivamente. Diante do exposto a expressão final para o cálculo do IDRT é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:<br />

IDR<br />

T<br />

on<strong>de</strong><br />

100.(IDRTabs<br />

− 6,47)<br />

= (32)<br />

80,84<br />

IDRT = Valor relativo do IDRTabs para o currículo <strong>da</strong> turma que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

IDRTabs = Valor absoluto do IDRTabs para o currículo <strong>da</strong> turma que está sendo analisa<strong>da</strong>.<br />

74


QUADRO 8 – Matriz <strong>de</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos (MCR) para o primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

5.1.3.3 Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo<br />

sist<strong>em</strong>a:<br />

Para a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo foram consi<strong>de</strong>rados os seguintes parâmetros do<br />

- Número <strong>de</strong> ciclos s<strong>em</strong> melhoria: Ncsm = 60;<br />

- Número <strong>de</strong> ciclos totais: Nct = 200;<br />

- T<strong>em</strong>po tabu: Tt = 20;<br />

- T<strong>em</strong>po tabu <strong>de</strong> intensificação: Tti = 10;<br />

- Congelamento: Cong = 4;<br />

- Peso <strong>da</strong> primeira etapa t<strong>em</strong>poral: z = 10.<br />

Os parâmetros Tt, Tti e Cong foram <strong>de</strong>finidos com base <strong>em</strong> experimentações<br />

realiza<strong>da</strong>s. Os valores escolhidos foram os que resultaram <strong>em</strong> melhores soluções. Para os<br />

valores <strong>de</strong> Ncsm e Nct foram utilizados dois valores que permitiss<strong>em</strong> diversas<br />

experimentações. É possível que quanto maior for<strong>em</strong> os valores <strong>de</strong>sses dois parâmetros,<br />

melhores po<strong>de</strong>rão ser os resultados obtidos.<br />

75


5.1.3.3.1 Função objetivo<br />

A função objetivo do sist<strong>em</strong>a foi apresenta<strong>da</strong> na expressão 25 do it<strong>em</strong> 4.3.2.1.<br />

A<strong>da</strong>ptando-a para o probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado, on<strong>de</strong> k =10 e z = 10, a função torna-se:<br />

10<br />

∑<br />

=<br />

Oi<br />

pi<br />

i 1 θ = 10.<br />

55<br />

(33)<br />

on<strong>de</strong><br />

θ = número correspon<strong>de</strong>nte ao total <strong>de</strong> disciplinas unifica<strong>da</strong>s na etapa t<strong>em</strong>poral i;<br />

Oi = número total <strong>de</strong> disciplinas unifica<strong>da</strong>s na etapa t<strong>em</strong>poral i;<br />

pi = peso estipulado à otimização <strong>de</strong> disciplinas (Ot) ocorri<strong>da</strong> na etapa t<strong>em</strong>poral i.<br />

5.1.3.3.2 Restrições<br />

Conforme já mencionado, o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização t<strong>em</strong> que li<strong>da</strong>r com quatro<br />

restrições. As expressões 26, 27 e 28 que constitu<strong>em</strong> três <strong>de</strong>ssas restrições, não necessitam <strong>de</strong><br />

a<strong>da</strong>ptação para o probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado. Já para a expressão 29, que é outra restrição do<br />

probl<strong>em</strong>a, 200 horas foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como carga horária total <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período, haja vista<br />

que s<strong>em</strong>pre serão oferta<strong>da</strong>s duas disciplinas <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período: uma <strong>de</strong> 80 horas e outra <strong>de</strong> 120<br />

horas.<br />

5.1.4 Resultados obtidos<br />

Algumas experimentações foram realiza<strong>da</strong>s a<strong>pós</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento do sist<strong>em</strong>a, o que<br />

permitiu colher resultados para análise.<br />

Na primeira experimentação realiza<strong>da</strong> foram fixados os patamares máximos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m permiti<strong>da</strong> na otimização, atribuindo um valor <strong>de</strong> <strong>15</strong>% tanto para o Max_IDP como<br />

para o MAX_IDR. Os resultados obtidos com essa experimentação retratam b<strong>em</strong> o<br />

funcionamento do sist<strong>em</strong>a. O Quadro 9, a seguir, mostra um panorama geral <strong>da</strong> otimização<br />

realiza<strong>da</strong>. Nesse quadro é apresentado o mapa curricular do probl<strong>em</strong>a aqui proposto, <strong>pós</strong><br />

otimização, o número total <strong>de</strong> disciplinas oferta<strong>da</strong>s com e s<strong>em</strong> unificação nas <strong>de</strong>z etapas<br />

t<strong>em</strong>porais consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s (TNdst e TNdct), o número <strong>de</strong> alunos existentes/estimados para ca<strong>da</strong><br />

turma nessas etapas (NaPT), as otimizações realiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral (Ot), os índices<br />

76


<strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m IDPT e IDRT <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> turma a<strong>pós</strong> otimização e o peso pt estipulado para ca<strong>da</strong><br />

etapa t<strong>em</strong>poral.<br />

Para verificar como a otimização ocorre, consi<strong>de</strong>re a etapa t<strong>em</strong>poral n° 7. Percebe-se<br />

que se não fosse consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a otimização, 14 ofertas <strong>de</strong> disciplinas seriam necessárias. Nota-<br />

se que <strong>de</strong>ntre as disciplinas oferta<strong>da</strong>s, 6 ofertas são somente <strong>da</strong> disciplina <strong>15</strong> (D<strong>15</strong>). O número<br />

total <strong>de</strong> alunos matriculados nessa disciplina na etapa t<strong>em</strong>poral consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> são 180. Como a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> D<strong>15</strong> é <strong>de</strong> 60 alunos (C<strong>15</strong>=60), apenas 3 ofertas <strong>de</strong> D<strong>15</strong> são necessárias para<br />

aten<strong>de</strong>r a todos esses alunos, gerando, assim, uma média <strong>de</strong> 60 alunos matriculados para ca<strong>da</strong><br />

oferta <strong>de</strong>ssa disciplina. Verifica-se que nessa situação, 3 ofertas <strong>de</strong> D<strong>15</strong> po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

existir nessa etapa t<strong>em</strong>poral consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>. Assim, se processa a otimização.<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber que o valor obtido para a função objetivo não coinci<strong>de</strong> com o<br />

número total <strong>de</strong> unificações <strong>de</strong> disciplinas realiza<strong>da</strong>s. Percebe-se que na situação consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>,<br />

o valor <strong>da</strong> função objetivo, <strong>pós</strong>-otimização, é <strong>de</strong> θ = 39,09, sendo que o número total <strong>de</strong><br />

unificações realiza<strong>da</strong>s foi <strong>de</strong> 35. Essa diferença é explica<strong>da</strong> pela pon<strong>de</strong>ração <strong>da</strong><strong>da</strong> entre as<br />

etapas.<br />

QUADRO 9 – Panorama geral <strong>da</strong> otimização realiza<strong>da</strong> no primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

Na segun<strong>da</strong> experimentação realiza<strong>da</strong>, os patamares máximos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m permiti<strong>da</strong><br />

na otimização variaram <strong>de</strong> 10% a 100%, mantendo o Max_IDP igual ao MAX_IDR <strong>em</strong> ca<strong>da</strong><br />

otimização realiza<strong>da</strong>. O Gráfico 1 ilustra como variou o θ <strong>em</strong> função <strong>da</strong> variação dos<br />

parâmetros consi<strong>de</strong>rados. Como era <strong>de</strong> se esperar, à medi<strong>da</strong> que se permite o aumento <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m no currículo, seja <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> posição ou <strong>de</strong> requisitos, as otimizações aumentam.<br />

77


Isso ocorre, pois o sist<strong>em</strong>a passa a contar com novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>signação <strong>de</strong><br />

disciplinas à medi<strong>da</strong> que essas restrições são relaxa<strong>da</strong>s. As <strong>de</strong>mais restrições foram atendi<strong>da</strong>s<br />

durante a relaxação.<br />

Na terceira e última experimentação realiza<strong>da</strong> para este probl<strong>em</strong>a, novamente os<br />

patamares máximos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m permiti<strong>da</strong> na otimização variaram <strong>de</strong> 10% a 100%.<br />

Entretanto, somente a busca local foi utiliza<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> reinicialização aleatória do sist<strong>em</strong>a. Tal<br />

experimentação foi realiza<strong>da</strong> a fim <strong>de</strong> verificar o quanto a busca tabu estava sendo<br />

significante no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização. O Gráfico 2 apresenta os resultados <strong>de</strong>ssa<br />

experimentação. Po<strong>de</strong>-se perceber pelo gráfico que a melhoria no valor <strong>de</strong> θ a<strong>pós</strong> IDP e IDR<br />

ser superior a 50% não <strong>de</strong>ve ser estatisticamente significativa.<br />

A<strong>pós</strong> uma rápi<strong>da</strong> análise no Gráfico 2, po<strong>de</strong>-se constatar que a busca tabu teve uma<br />

importância relevante no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização. Na média, o aumento <strong>da</strong> otimização<br />

propicia<strong>da</strong> com a incorporação <strong>da</strong> busca tabu no sist<strong>em</strong>a foi <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 30% para a<br />

experimentação realiza<strong>da</strong>.<br />

GRÁFICO 1 – Otimização <strong>em</strong> função <strong>da</strong> relaxação dos indicadores no primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

GRÁFICO 2 – Contribuição <strong>da</strong> BT no algoritmo <strong>de</strong> otimização do primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

78


5.2 SEGUNDO PROBLEMA CONSIDERADO<br />

A segun<strong>da</strong> experimentação foi realiza<strong>da</strong> <strong>em</strong> um curso superior <strong>de</strong> tecnologia <strong>em</strong><br />

Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos <strong>de</strong> outra instituição <strong>de</strong> ensino superior <strong>de</strong> Curitiba-PR. Esse<br />

curso apresenta as seguintes características:<br />

- Duração regular <strong>de</strong> 2 anos, com carga horária total <strong>de</strong> 1600 horas;<br />

- Existência <strong>de</strong> 21 disciplinas, sendo 19 disciplinas <strong>de</strong> 80 horas-aula e 2 disciplinas <strong>de</strong> 40<br />

horas-aula;<br />

- Existência <strong>de</strong> 4 períodos, sendo que a duração <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> período é <strong>de</strong> 1 s<strong>em</strong>estre;<br />

- Oferta <strong>de</strong> cinco disciplinas simultaneamente (com exceção do segundo período original<br />

on<strong>de</strong> são oferta<strong>da</strong>s seis disciplinas), sendo que a carga horária total <strong>de</strong> qualquer período é<br />

<strong>de</strong> 400 horas-aula;<br />

- Inexistência <strong>de</strong> pré-requisitos formais no quadro curricular do curso;<br />

- Compl<strong>em</strong>entação <strong>da</strong> carga horária mínima do curso com 259 horas <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

compl<strong>em</strong>entares (<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> na pesquisa).<br />

O Quadro10 apresenta o quadro curricular completo do curso.<br />

QUADRO 10 – Quadro curricular do curso usado no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

79


Devido à característica do quadro curricular <strong>em</strong> questão, po<strong>de</strong>-se perceber facilmente<br />

que as disciplinas 10 (Serviços Terceirizados e Parcerias Estratégicas) e 11 (Relações<br />

Trabalhistas e Sindicais) s<strong>em</strong>pre estarão aloca<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um mesmo período. Em virtu<strong>de</strong> disso,<br />

optou-se por unificar as duas disciplinas <strong>em</strong> uma única disciplina <strong>de</strong> 80 horas (Serviços<br />

Terceirizados, Parceiras Estratégicas, Relações Trabalhistas e Sindicais). Para fins <strong>da</strong><br />

otimização aqui proposta, essa unificação não altera o resultado prático <strong>da</strong> experimentação. O<br />

Quadro 11 ilustra o quadro curricular utilizado na experimentação.<br />

5.2.1 Um mo<strong>de</strong>lo para experimentação<br />

Como na experimentação anterior, aqui também foi criado um cenário hipotético <strong>de</strong><br />

distribuição <strong>de</strong> turmas e alunos, o qual é apresentado a seguir:<br />

- existência <strong>de</strong> 7 turmas simultâneas do curso, com início <strong>em</strong> etapas t<strong>em</strong>porais diferentes;<br />

- previsão <strong>de</strong> um número <strong>de</strong> alunos <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> turma;<br />

- previsão <strong>de</strong> ingresso <strong>de</strong> alunos nas turmas que ain<strong>da</strong> não iniciaram;<br />

- previsão nos índices <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos ao longo dos períodos.<br />

QUADRO 11 – Quadro curricular a<strong>da</strong>ptado do curso usado no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

As Tabelas 6 e 7 apresentam o índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos no período (αP) para os<br />

primeiros três períodos do curso e o número <strong>de</strong> alunos existentes ou previstos (para as turmas<br />

80


que ain<strong>da</strong> não iniciaram) nas turmas na etapa t<strong>em</strong>poral inicial (Na1T), respectivamente. A<br />

Tabela 8 apresenta a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 20 disciplinas constantes no currículo do<br />

curso.<br />

TABELA 6 – Índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos consi<strong>de</strong>rado no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

TABELA 7 – Número <strong>de</strong> alunos previstos ou existentes nas turmas no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

TABELA 8 – Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> disciplina no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

O Quadro 12 apresenta o cenário completo <strong>da</strong>s disciplinas, mostrando <strong>em</strong> que etapa<br />

t<strong>em</strong>poral (t) foi ou será o início <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> turma, a distribuição prévia (s<strong>em</strong> otimização) <strong>da</strong>s<br />

disciplinas nas turmas, o número <strong>de</strong> alunos existente na etapa t<strong>em</strong>poral n° 1 e a previsão <strong>de</strong><br />

alunos nas etapas t<strong>em</strong>porais posteriores (NaPT). A previsão <strong>de</strong> alunos para as etapas<br />

posteriores é realiza<strong>da</strong> pela expressão 30.<br />

QUADRO 12 – Cenário completo a ser otimizado no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

5.2.2 I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s constantes<br />

A seguir são apresentados os valores <strong>da</strong>s constantes e parâmetros necessários à<br />

otimização para o probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado.<br />

- Número <strong>de</strong> turmas: Nt = 7;<br />

81


- Número <strong>de</strong> disciplinas no currículo: Nd = 20;<br />

- Tamanho <strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral: k = 7;<br />

- Número <strong>de</strong> períodos do curso: Np = 4;<br />

- Carga horária do período: ChpP = 400h/a, para qualquer valor <strong>de</strong> P ;<br />

- Número <strong>de</strong> disciplinas por período do curso: NdP = 5, para qualquer valor <strong>de</strong> P.<br />

5.2.3 Customização do sist<strong>em</strong>a para o probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado<br />

A seguir é apresenta<strong>da</strong> a customização do IDP, IDR e do algoritmo <strong>de</strong> otimização, <strong>em</strong><br />

função do cenário <strong>de</strong> curso apresentado.<br />

5.2.3.1 Elaboração do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP)<br />

A expressão <strong>15</strong> mostra a forma <strong>de</strong> obtenção do IDPT para um quadro curricular <strong>de</strong><br />

uma turma T qualquer. Para a obtenção dos valores dos coeficientes <strong>de</strong> fixação <strong>da</strong>s disciplinas<br />

(cfD) fez-se necessário obter dos especialistas os valores para os graus <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s (gfD)<br />

<strong>da</strong>s disciplinas. Três professores <strong>da</strong> área do curso consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>finiram o grau <strong>de</strong><br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s disciplinas. A Tabela 9 apresenta os índices gf’s estipulados<br />

pelos especialistas para as disciplinas, b<strong>em</strong> como os correspon<strong>de</strong>ntes cf’s obtidos.<br />

TABELA 9 – Índices gf e cf <strong>da</strong>s disciplinas para o segundo probl<strong>em</strong>a<br />

Para a obtenção do IDPmax utiliza-se <strong>da</strong> expressão 16. O valor obtido para o IDPmax<br />

para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão foi <strong>de</strong> 87,5. Assim, a expressão para o cálculo do IDPT é <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

por:<br />

20<br />

∑<br />

=<br />

100.<br />

rs<br />

Di<br />

. cfi<br />

IDP T = i 1<br />

87,<br />

5<br />

(34)<br />

on<strong>de</strong><br />

IDPT = Valor relativo do IDP para o currículo <strong>da</strong> turma T que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

Di rs = Distância entre o período r alocado para a disciplina i até seu período original s;<br />

cfi = Coeficiente <strong>de</strong> fixação <strong>da</strong> disciplina i <strong>em</strong> relação a seu período original.<br />

82


5.2.3.2 Elaboração do Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Requisitos (IDR)<br />

A expressão 23 mostra a forma <strong>de</strong> obtenção do IDRT para um quadro curricular<br />

qualquer. Para a obtenção dos valores dos Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos entre as disciplinas (crD)<br />

foi necessário, primeiramente, obter os valores dos graus <strong>de</strong> requisitos (gr’s) entre disciplinas,<br />

os quais foram estipulados pelos especialistas. Novamente o método proposto por Dutra &<br />

Fogliatto (2007) foi utilizado para a estipulação dos graus. Ao todo, os especialistas<br />

realizaram comparações parea<strong>da</strong>s para cinco disciplinas. No Anexo 2 são apresenta<strong>da</strong>s as<br />

cinco matrizes gera<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> linha preenchi<strong>da</strong> pelos especialistas, b<strong>em</strong> como a matriz<br />

resultante <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos, a qual apresentou os seguintes índices:<br />

- Maior autovalor (λmax) = 20,43;<br />

- Índice <strong>de</strong> consistência <strong>da</strong> matriz (µ) = 0,023;<br />

- Razão <strong>de</strong> Consistência (CR) = 0,045.<br />

Para se obter o valor <strong>de</strong> RI, necessário para o cálculo <strong>de</strong> CR, novamente foi gerado um<br />

experimento computacional <strong>em</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a metodologia proposta por Dutra &<br />

Fogliatto (2007). O valor <strong>de</strong> RI obtido para a matriz <strong>em</strong> questão (quinhentos ciclos <strong>de</strong><br />

matrizes gera<strong>da</strong>s aleatoriamente on<strong>de</strong> <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> geração foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s cinco matrizes <strong>de</strong><br />

preenchimento incompleto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m vinte) foi <strong>de</strong> 0,511. O Quadro 13 apresenta a Matriz <strong>de</strong><br />

Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos obti<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos.<br />

83


QUADRO 13 – Matriz <strong>de</strong> Coeficientes <strong>de</strong> Requisitos (MCR) para o segundo probl<strong>em</strong>a<br />

Os valores obtidos para o IDRmax e IDRmin, através <strong>da</strong> heurística <strong>de</strong> busca local, foram<br />

110,90 e 9,31, respectivamente. Diante do exposto a expressão final para o cálculo do IDRT é<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> por:<br />

IDR<br />

T<br />

on<strong>de</strong><br />

100.(<br />

IDRTabs<br />

− 9,<br />

31)<br />

= (35)<br />

101,<br />

59<br />

IDRT = Valor relativo do IDRTabs para o currículo <strong>da</strong> turma que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

IDRTabs = Valor absoluto do IDRTabs para o currículo <strong>da</strong> turma que está sendo analisa<strong>da</strong>;<br />

84


5.1.3.3 Mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo<br />

sist<strong>em</strong>a:<br />

Para a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> do algoritmo foram consi<strong>de</strong>rados os seguintes parâmetros do<br />

- Número <strong>de</strong> ciclos s<strong>em</strong> melhoria: Ncsm = 60;<br />

- Número <strong>de</strong> ciclos totais: Nct = 70;<br />

- T<strong>em</strong>po tabu: Tt = 35;<br />

- T<strong>em</strong>po tabu <strong>de</strong> intensificação: Tti = 10;<br />

- Congelamento: Cong = 4;<br />

- Peso <strong>da</strong> primeira etapa t<strong>em</strong>poral: z = 7.<br />

Os parâmetros Tt, Tti e Cong foram <strong>de</strong>finidos com base <strong>em</strong> experimentações<br />

realiza<strong>da</strong>s que resultaram nas melhores soluções. Para os valores <strong>de</strong> Ncsm e Nct foram<br />

utilizados dois valores que permitiss<strong>em</strong> diversas experimentações.<br />

5.2.3.3.1 Função objetivo<br />

torna-se:<br />

10<br />

∑<br />

=<br />

A função objetivo, apresenta<strong>da</strong> na expressão 25, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão<br />

1 =<br />

4<br />

i θ<br />

Oi<br />

pi<br />

(36)<br />

on<strong>de</strong><br />

θ = número correspon<strong>de</strong>nte ao total <strong>de</strong> disciplinas estima<strong>da</strong>s a ser<strong>em</strong> unifica<strong>da</strong>s <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

etapas t<strong>em</strong>porais;<br />

Oi = número total <strong>de</strong> disciplinas unifica<strong>da</strong>s na etapa t<strong>em</strong>poral i;<br />

pi = peso estipulado à otimização <strong>de</strong> disciplinas (Ot) ocorri<strong>da</strong> na etapa t<strong>em</strong>poral i.<br />

5.2.3.3.2 Restrições<br />

As expressões 26, 27 e 28 que constitu<strong>em</strong> três <strong>da</strong>s restrições do probl<strong>em</strong>a não<br />

necessitam <strong>de</strong> customização. Para a expressão 29, que é outra restrição do probl<strong>em</strong>a, 400<br />

horas foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como carga horária total <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> período.<br />

85


5.2.4 Resultados obtidos<br />

A<strong>pós</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento do sist<strong>em</strong>a, foram realiza<strong>da</strong>s as mesmas simulações do<br />

primeiro cenário apresentado.<br />

Na primeira experimentação realiza<strong>da</strong> para este novo cenário, novamente foram<br />

fixados os patamares máximos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m permiti<strong>da</strong> na otimização, atribuindo um valor <strong>de</strong><br />

<strong>15</strong>% para o Max_IDP e para o MAX_IDR. Os resultados obtidos com essa experimentação<br />

vali<strong>da</strong>m o bom funcionamento do sist<strong>em</strong>a. O Quadro 14 mostra um panorama geral <strong>da</strong><br />

otimização realiza<strong>da</strong>, constando do mapa curricular do probl<strong>em</strong>a <strong>pós</strong> otimização, do número<br />

total <strong>de</strong> disciplinas oferta<strong>da</strong>s com e s<strong>em</strong> unificação nas sete etapas t<strong>em</strong>porais consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />

(TNdst e TNdct), do número <strong>de</strong> alunos existentes/estimados para ca<strong>da</strong> turma nessas etapas<br />

(NaPT), <strong>da</strong>s otimizações realiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral (Ot), dos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />

IDPT e IDRT <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> turma a<strong>pós</strong> otimização e do peso pt estimado para ca<strong>da</strong> etapa t<strong>em</strong>poral.<br />

QUADRO 14 – Panorama geral <strong>da</strong> otimização realiza<strong>da</strong> no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

Na segun<strong>da</strong> experimentação realiza<strong>da</strong> para este probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado, os patamares<br />

máximos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m permiti<strong>da</strong> na otimização variaram, também, <strong>de</strong> 10% a 100%, mantendo<br />

o Max_IDP igual ao MAX_IDR <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> otimização realiza<strong>da</strong>, assim como ocorreu na<br />

experimentação realiza<strong>da</strong> para o probl<strong>em</strong>a anterior. O Gráfico 3 ilustra como variou θ <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong> variação dos parâmetros consi<strong>de</strong>rados. Assim como ocorreu na experimentação<br />

realiza<strong>da</strong> para o probl<strong>em</strong>a anterior, a medi<strong>da</strong> que se permitiu o aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m no<br />

currículo, as otimizações aumentaram.<br />

86


GRÁFICO 3 – Otimização <strong>em</strong> função <strong>da</strong> relaxação dos indicadores no segundo probl<strong>em</strong>a<br />

Na terceira e última experimentação realiza<strong>da</strong> para este probl<strong>em</strong>a, os patamares<br />

máximos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m permiti<strong>da</strong> na otimização variaram, novamente, <strong>de</strong> 10% a 100%. A fim<br />

<strong>de</strong> verificar o quanto a busca tabu estava sendo significante no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização,<br />

somente a busca local foi utiliza<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> reinicialização aleatória do sist<strong>em</strong>a. O Gráfico 4<br />

apresenta os resultados <strong>de</strong>ssa experimentação.<br />

GRÁFICO 4 – Contribuição <strong>da</strong> BT no algoritmo <strong>de</strong> otimização do segundo probl<strong>em</strong>a<br />

A<strong>pós</strong> uma análise no Gráfico 4, po<strong>de</strong>-se afirmar, novamente, que a busca tabu teve<br />

uma importância relevante no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização, tendo <strong>em</strong> vista que nos dois probl<strong>em</strong>as<br />

<strong>em</strong> que o algoritmo foi testado, o ganho <strong>da</strong> otimização foi significante.<br />

87


6. COMENTÁRIOS FINAIS<br />

Este capítulo é reservado às conclusões obti<strong>da</strong>s com a pesquisa <strong>em</strong> questão e às<br />

sugestões para a realização <strong>de</strong> trabalhos futuros.<br />

6.1 CONCLUSÕES<br />

A<strong>pós</strong> a realização <strong>da</strong>s experimentações, po<strong>de</strong>-se concluir que os objetivos propostos<br />

na pesquisa foram atingidos com êxito. Percebe-se que as otimizações realiza<strong>da</strong>s foram<br />

significativas, pois o número <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas foi elevado. As otimizações<br />

realiza<strong>da</strong>s são factíveis, pois não infringiram as restrições impostas ao sist<strong>em</strong>a.<br />

Como foi apresenta<strong>da</strong> na revisão <strong>da</strong> bibliografia, a pesquisa <strong>em</strong> questão apresenta<br />

eleva<strong>da</strong> contribuição para a redução <strong>de</strong> custos <strong>em</strong> instituições <strong>de</strong> ensino superior, na medi<strong>da</strong><br />

<strong>em</strong> que permite otimizar um dos recursos mais caros nas instituições. Outro aspecto que<br />

merece <strong>de</strong>staque é a originali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pesquisa, pois não se i<strong>de</strong>ntificou a existência <strong>de</strong><br />

trabalhos que analis<strong>em</strong> a seqüência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> disciplinas como forma <strong>de</strong> otimizar o recurso<br />

docente nas instituições.<br />

As conclusões <strong>de</strong>sta pesquisa estão pauta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> três perspectivas distintas. A primeira<br />

diz respeito às métricas cria<strong>da</strong>s para a geração dos indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m do currículo; a<br />

segun<strong>da</strong>, ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>senvolvido; a terceira, à subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> inerente ao t<strong>em</strong>a<br />

escolhido.<br />

Várias métricas e procedimentos foram criados para originar os dois indicadores base<br />

<strong>da</strong> pesquisa: IDP e IDR. Po<strong>de</strong>-se constatar um relativo grau <strong>de</strong> <strong>em</strong>pirismo na criação <strong>de</strong>sses<br />

dois indicadores o que, numa primeira análise, po<strong>de</strong> parecer estranho para uma pesquisa na<br />

área <strong>de</strong> <strong>métodos</strong> <strong>numéricos</strong>. Entretanto, a característica subjetiva do probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> análise<br />

conduziu a isso. Com a utilização <strong>de</strong> algumas técnicas do AHP pô<strong>de</strong>-se perceber um cui<strong>da</strong>do<br />

na entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos por parte dos especialistas para compor os dois indicadores. Fica difícil<br />

averiguar a acuraci<strong>da</strong><strong>de</strong> e o significado dos resultados fornecidos pelos dois indicadores,<br />

tendo <strong>em</strong> vista a natureza subjetiva do que está sendo medido. Entretanto, algumas<br />

experimentações foram realiza<strong>da</strong>s com outro sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>senvolvido para gerar quadros<br />

curriculares com índices IDP e IDR variados. Cinco quadros curriculares do primeiro<br />

probl<strong>em</strong>a consi<strong>de</strong>rado foram gerados e submetidos aos especialistas para análise (mesmos<br />

88


especialistas que auxiliaram na parametrização dos indicadores). Tais especialistas<br />

confirmaram que os quadros curriculares com os índices mais elevados eram realmente os que<br />

mais comprometiam a aprendizag<strong>em</strong> dos alunos. Assim, po<strong>de</strong>-se concluir que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>da</strong> acuraci<strong>da</strong><strong>de</strong> apura<strong>da</strong> pelos indicadores, os mesmos apresentam uma utili<strong>da</strong><strong>de</strong> para a<br />

pesquisa <strong>em</strong> questão, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que serv<strong>em</strong> para limitar a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m curricular ocasiona<strong>da</strong><br />

pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização.<br />

A segun<strong>da</strong> conclusão <strong>da</strong> pesquisa diz respeito ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>senvolvido.<br />

Pela primeira experimentação realiza<strong>da</strong> <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> um dos probl<strong>em</strong>as, cujos resultados foram<br />

apresentados nos quadros 9 e 14, po<strong>de</strong>-se concluir que as otimizações realiza<strong>da</strong>s pelo sist<strong>em</strong>a<br />

criado foram satisfatórias sob uma análise <strong>de</strong> custo. No primeiro probl<strong>em</strong>a apresentado, seria<br />

necessária uma oferta <strong>de</strong> 138 disciplinas nas <strong>de</strong>z etapas t<strong>em</strong>porais, não consi<strong>de</strong>rando as<br />

otimizações realiza<strong>da</strong>s. A<strong>pós</strong> a otimização, esse número reduziu para 104 disciplinas, o que<br />

proporciona uma economia <strong>de</strong> 34 ofertas <strong>de</strong> disciplinas nesse período, ou seja, economia <strong>de</strong><br />

aproxima<strong>da</strong>mente 25%. Para se ter uma idéia <strong>de</strong> como essa otimização t<strong>em</strong> impacto nos<br />

custos <strong>da</strong> instituição, consi<strong>de</strong>re, para fins hipotéticos, que o custo com docentes represente<br />

35% dos cursos totais <strong>da</strong> instituição (número este b<strong>em</strong> factível para a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira <strong>da</strong>s<br />

instituições priva<strong>da</strong>s). Como há uma economia média <strong>de</strong> 25% na oferta <strong>de</strong> disciplinas para o<br />

probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão, há, <strong>em</strong> média, uma redução proporcional no custo com docentes. Dessa<br />

forma haveria uma redução média <strong>de</strong> 9% (35% x 25%) nos custos totais <strong>da</strong> instituição, não<br />

levando <strong>em</strong> conta outras economias, como otimização <strong>da</strong> infra-estrutura física e material,<br />

difícil aqui se ser<strong>em</strong> mensura<strong>da</strong>s. É evi<strong>de</strong>nte que esse número varia <strong>em</strong> função <strong>da</strong><br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>da</strong> ao sist<strong>em</strong>a para alterar a or<strong>de</strong>m <strong>da</strong>s disciplinas. Uma otimização<br />

significativa também pô<strong>de</strong> ser observa<strong>da</strong> na experimentação do segundo probl<strong>em</strong>a. Diante do<br />

exposto, po<strong>de</strong>-se concluir que a escolha <strong>da</strong> busca tabu como heurística para o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

otimização foi acerta<strong>da</strong>, mesmo que uma comparação com outra heurística não tenha sido<br />

realiza<strong>da</strong>.<br />

Vale ressaltar que nesta pesquisa não houve preocupação com o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho do<br />

algoritmo <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po computacional, face ao probl<strong>em</strong>a não exigir rapi<strong>de</strong>z na<br />

resposta. Mas, para fins <strong>de</strong> entendimento, o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> processamento para a realização <strong>da</strong><br />

otimização foi <strong>em</strong> média <strong>de</strong> cinco minutos <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> probl<strong>em</strong>a. O algoritmo foi impl<strong>em</strong>entado<br />

<strong>em</strong> VBA (Visual Basic Application) e executado <strong>em</strong> um microcomputador Pentium Core Duo,<br />

1,73GHz <strong>de</strong> 2GB <strong>de</strong> m<strong>em</strong>ória RAM.<br />

89


Como terceira e última conclusão, vale <strong>de</strong>stacar o significado <strong>de</strong>sta pesquisa para a<br />

área <strong>de</strong> <strong>métodos</strong> <strong>numéricos</strong>. Des<strong>de</strong> a criação <strong>da</strong> Pesquisa Operacional, as técnicas <strong>de</strong><br />

otimização s<strong>em</strong>pre tiveram a sua aplicação, predominant<strong>em</strong>ente, sobre probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> variáveis<br />

tangíveis e objetivas. Isso ocorreu, principalmente, <strong>de</strong>vido a dois fatores: i) precisão dos<br />

resultados obtidos sobre esse tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a e; ii) natureza objetiva dos processos<br />

industriais, foco <strong>da</strong> Pesquisa Operacional original. Entretanto, com o crescimento recente do<br />

setor <strong>de</strong> serviços, a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> do mundo atual e as novas exigências impostas à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

torna-se imperativo a utilização <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> otimização sobre probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> natureza<br />

subjetiva. Apesar do probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong>sta pesquisa ser objetivo, os indicadores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m do currículo apresentam natureza subjetiva. Assim, além <strong>da</strong> resolução do probl<strong>em</strong>a<br />

proposto para esta pesquisa, este trabalho serve como um novo ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong><br />

técnicas <strong>de</strong> otimização sobre variáveis subjetivas. É evi<strong>de</strong>nte que os resultados apurados não<br />

fornec<strong>em</strong> a mesma acuraci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a clássico <strong>da</strong> Pesquisa Operacional. Ca<strong>da</strong> vez<br />

mais a mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as subjetivos torna-se pauta <strong>de</strong> trabalho. Maximizar satisfação<br />

<strong>de</strong> clientes, minimizar expectativas, maximizar percepções; esses são apenas alguns ex<strong>em</strong>plos<br />

<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> natureza subjetiva que, possivelmente, <strong>de</strong>verão ganhar mais atenção <strong>da</strong><br />

Pesquisa Operacional nos próximos anos.<br />

6.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS<br />

Da pesquisa realiza<strong>da</strong>, b<strong>em</strong> como <strong>da</strong>s conclusões obti<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>m <strong>em</strong>ergir diversas<br />

pesquisas, tanto para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> a este trabalho, como para ampliar sua abrangência.<br />

Destas, <strong>de</strong>stacam-se, como sugestão, seis pesquisas. A primeira consiste no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização para o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão, apoiado sobre outra metaheurística.<br />

Isso permite avaliar com melhor proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s soluções gera<strong>da</strong>s pelo sist<strong>em</strong>a<br />

aqui <strong>de</strong>senvolvido.<br />

A segun<strong>da</strong> sugestão <strong>de</strong> pesquisa consiste na incorporação <strong>de</strong> outras variáveis no<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> otimização, como por ex<strong>em</strong>plo, a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> professores para ministrar<br />

aulas nas disciplinas oferta<strong>da</strong>s na seqüência proposta, a otimização entre cursos diferentes que<br />

apresentam disciplinas <strong>em</strong> comuns, etc.<br />

A terceira sugestão consiste no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a que permita estimar<br />

com melhor proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> os índices <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> alunos nos períodos (αP). Pela característica<br />

90


do probl<strong>em</strong>a há a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> séries t<strong>em</strong>porais para a estimação <strong>de</strong>sses<br />

valores.<br />

A quarta sugestão é a incorporação <strong>de</strong> uma função <strong>de</strong> per<strong>da</strong> não-linear no cálculo do<br />

Indicador <strong>de</strong> Desor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Posição (IDP), pois <strong>em</strong> algumas situações, a penalização <strong>da</strong><br />

disciplina por não ocupar sua posição original <strong>de</strong>ve ser diferente se ela for aloca<strong>da</strong> antes ou<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua posição original.<br />

A quinta sugestão é a incorporação dos indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m (IDP e IDR) na função<br />

objetivo, fazendo com que o probl<strong>em</strong>a mono-objetivo torne-se um probl<strong>em</strong>a multi-objetivo.<br />

Dessa forma, o tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão não t<strong>em</strong> uma única solução e sim um conjunto <strong>de</strong> soluções<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> avaliar as diversas seqüências <strong>de</strong> disciplinas propostas para ca<strong>da</strong> turma e as<br />

correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns ocorri<strong>da</strong>s no currículo do curso.<br />

A sexta e última sugestão consiste na a<strong>da</strong>ptação do sist<strong>em</strong>a aqui <strong>de</strong>senvolvido a fim <strong>de</strong><br />

que se possa promover a otimização proposta (unificação <strong>de</strong> disciplinas) <strong>em</strong> cursos distintos<br />

que apresent<strong>em</strong> disciplinas <strong>em</strong> comuns. Esse cenário está se tornando ca<strong>da</strong> vez mais presente<br />

nas instituições <strong>de</strong> ensino superior.<br />

91


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95


ANEXOS<br />

96


ANEXO 1 – MATRIZES UTILIZADAS PARA A FORMAÇÃO DOS COEFICIENTES DE<br />

REQUISITOS DO PRIMEIRO PROBLEMA CONSIDERADO<br />

QUADRO <strong>15</strong> – Matriz parcial 1 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

QUADRO 16 – Matriz parcial 2 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

97


QUADRO 17 – Matriz parcial 3 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

QUADRO 18 – Matriz parcial 4 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

98


QUADRO 19 – Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos (MGR) para o primeiro probl<strong>em</strong>a<br />

99


ANEXO 2 – MATRIZES UTILIZADAS PARA A FORMAÇÃO DOS COEFICIENTES DE<br />

REQUISITOS DO SEGUNDO PROBLEMA CONSIDERADO<br />

QUADRO 20 – Matriz parcial 1 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a<br />

100


QUADRO 21 – Matriz parcial 2 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a<br />

101


QUADRO 22 – Matriz parcial 3 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a<br />

102


QUADRO 23 – Matriz parcial 4 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a<br />

103


QUADRO 24 – Matriz parcial 5 utiliza<strong>da</strong> para a formação <strong>da</strong> MGR do segundo probl<strong>em</strong>a<br />

104


QUADRO 25 – Matriz <strong>de</strong> Graus <strong>de</strong> Requisitos (MGR) para o segundo probl<strong>em</strong>a<br />

105

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