09.05.2013 Views

Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> <strong>reologia</strong> <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os <strong>utilizados</strong> na indústria <strong>de</strong> alimentos Toneli et al.<br />

A celulose e seus <strong>de</strong>rivados físicos e<br />

químicos têm vasta aplicação no preparo <strong>de</strong><br />

alimentos formulados, principalmente, <strong>de</strong>vido à<br />

estrutura química do <strong>de</strong>rivado <strong>da</strong> celulose. Para<br />

as celuloses, quimicamente, modifica<strong>da</strong>s, essa<br />

característica, geralmente, está associa<strong>da</strong> à<br />

natureza cristalina ou amorfa do produto.<br />

Dentre as funções <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>da</strong> celulose,<br />

quimicamente, modifica<strong>da</strong> em alimentos,<br />

po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>stacar: regulação <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

reológicas, emulsificação, estabilização <strong>de</strong><br />

espumas, modificação <strong>da</strong> formação e do<br />

crescimento <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> gelo e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ligação à água (Lapasin & Pricl, 1999; Coffey,<br />

Bell, Hen<strong>de</strong>rson, 1995).<br />

Pectinas<br />

Voragen et. al. (1995) <strong>de</strong>finem as<br />

substâncias pécticas como um grupo <strong>de</strong><br />

polissacarí<strong>de</strong>os, intimamente, associados que<br />

está presente nas pare<strong>de</strong>s celulares primárias e<br />

nas regiões intercelulares <strong>de</strong> muitos vegetais. A<br />

textura <strong>de</strong> frutas e vegetais, durante o<br />

crescimento, amadurecimento e armazenagem é<br />

fortemente influencia<strong>da</strong> pela quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e pela<br />

natureza <strong>da</strong> pectina presente. Mu<strong>da</strong>nças<br />

importantes - <strong>de</strong>sejáveis e in<strong>de</strong>sejáveis - nas<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> frutas e outros vegetais,<br />

durante a armazenagem e o processamento<br />

estão associa<strong>da</strong>s ao componente péctico.<br />

As pectinas têm a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formar<br />

géis, sob certas circunstâncias, o que faz <strong>de</strong>la<br />

um importante aditivo em geléias, marmela<strong>da</strong>s<br />

e na indústria confeiteira, <strong>de</strong> maneira geral.<br />

Muitos fatores afetam as condições <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> gel, assim como a força <strong>de</strong>le. No entanto, o<br />

papel principal é exercido pelas moléculas <strong>de</strong><br />

pectina, <strong>de</strong> modo que seu comprimento <strong>de</strong><br />

ca<strong>de</strong>ia e a natureza química <strong>da</strong>s zonas <strong>de</strong><br />

conexão têm forte influência. Sob condições<br />

iguais, a força do gel aumenta com o aumento<br />

do peso molecular <strong>da</strong> pectina utiliza<strong>da</strong> e<br />

qualquer tratamento que <strong>de</strong>spolimerize as<br />

ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> pectina refletirá em géis mais fracos.<br />

As pectinas têm pouco uso como<br />

espessantes <strong>de</strong>vido à sua baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

formar soluções viscosas, quando compara<strong>da</strong>s<br />

com outros biopolímeros.<br />

Galactomananos<br />

Em muitas sementes, as pare<strong>de</strong>s celulares<br />

dos tecidos são espessas e possuem gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os, os quais são<br />

mobilizados durante a germinação. A maior<br />

191<br />

parte <strong>de</strong>sses polissacarí<strong>de</strong>os apresenta<br />

similari<strong>da</strong><strong>de</strong>s estruturais básicas e são muito<br />

similares, em estrutura, aos componentes<br />

hemicelulósicos ou pécticos (Reid & Edwards,<br />

1995; Lapasin & Pricl, 1999).<br />

Segundo Lapasin & Pricl (1999), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

antigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> esses polímeros, frequentemente,<br />

chamados <strong>de</strong> gomas, são extraídos ou isolados<br />

<strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> vegetais, como é o caso <strong>da</strong><br />

carob ou locusta, guar, tara e tamarindo. Como<br />

po<strong>de</strong>m ser extraídos <strong>de</strong> diversas fontes vegetais,<br />

os galactomananos po<strong>de</strong>m diferir em seu peso<br />

molecular, na distribuição do peso molecular e<br />

na razão entre frações <strong>de</strong> galactose e manose<br />

(G/M).<br />

Stephen & Churms (1995) <strong>de</strong>stacam os<br />

galactomananos como ingredientes,<br />

extremamente, importantes, na indústria <strong>de</strong><br />

alimentos, uma vez que resultam em soluções<br />

com alta viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, atuam como<br />

emulsificantes e interagem efetivamente com<br />

outros polissacarí<strong>de</strong>os para formar géis. As<br />

gomas extraí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> sementes têm a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> modificar o comportamento <strong>da</strong> água em<br />

sistemas <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong> uma maneira<br />

altamente eficiente, <strong>de</strong> reduzir e minimizar a<br />

fricção em alimentos (auxiliando no<br />

processamento e na palatabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

produtos) e <strong>de</strong> auxiliar no controle do tamanho<br />

dos cristais em soluções satura<strong>da</strong>s <strong>de</strong> açúcar.<br />

Dentre os galactomananos <strong>utilizados</strong> na<br />

indústria <strong>de</strong> alimentos, as gomas locusta e guar<br />

são polissacarí<strong>de</strong>os que apresentam estruturas<br />

químicas similares, com uma ca<strong>de</strong>ia principal<br />

linear <strong>de</strong> β-1,4-D-manose substituído em graus<br />

variáveis na posição 6 com um resíduo simples<br />

<strong>de</strong> α-1,6-D-galactose (Casas & Garcia-Ochoa,<br />

1999; Fernan<strong>de</strong>s, Gonçalves, Doublier, 1994;<br />

Garcia-Ochoa & Casas, 1992). A goma locusta<br />

(LBG), extraí<strong>da</strong> do endosperma <strong>da</strong> semente <strong>da</strong><br />

árvore carob (Ceratonia siliqua L.), possui uma<br />

razão manose/galactose (M/G) <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4:1.<br />

A goma guar (GG), extraí<strong>da</strong> do endosperma <strong>da</strong>s<br />

sementes <strong>da</strong> leguminosa Cyamopsis<br />

tetragonolobus, possui uma razão M/G <strong>de</strong><br />

aproxima<strong>da</strong>mente 1,7:1 (Fernan<strong>de</strong>s, Gonçalves,<br />

Doublier, 1994). De acordo com Casas &<br />

Garcia-Ochoa (1999), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong><br />

temperatura <strong>de</strong> dissolução, as moléculas <strong>de</strong><br />

goma locusta po<strong>de</strong>m apresentar zonas <strong>de</strong><br />

radicais livres, sem ligações com a galactose,<br />

que são referi<strong>da</strong>s como regiões lisas.<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Produtos Agroindustriais, Campina Gran<strong>de</strong>, Especial, v.7, n.2, p.181-204, 2005

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!