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Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

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<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> <strong>reologia</strong> <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os <strong>utilizados</strong> na indústria <strong>de</strong> alimentos Toneli et al.<br />

um comportamento newtoniano <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> faixa<br />

<strong>de</strong> concentrações estu<strong>da</strong><strong>da</strong> (1 a 40%). Através<br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>terminação do comportamento <strong>da</strong><br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica em função <strong>da</strong><br />

concentração, os autores conseguiram visualizar<br />

a concentração crítica <strong>da</strong>s soluções, que foi<br />

estima<strong>da</strong> em 17%. A maior parte dos polímeros<br />

apresenta um comportamento pseudoplástico<br />

em soluções que se encontrem acima <strong>da</strong><br />

concentração crítica, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>sagregação e<br />

orientação <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>ias sob tensões eleva<strong>da</strong>s. No<br />

entanto, no caso <strong>da</strong>s soluções <strong>de</strong> malto<strong>de</strong>xtrina<br />

prepara<strong>da</strong>s acima <strong>de</strong> c*, o comportamento<br />

newtoniano, ain<strong>da</strong>, foi observado. Os autores<br />

relacionaram esse fato à estrutura ramifica<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

amilopectina e à polidispersi<strong>da</strong><strong>de</strong> no peso<br />

molecular <strong>da</strong> amostra.<br />

Marcotte, Taherian Hoshahili,<br />

Ramaswamy (2001) realizaram um estudo <strong>da</strong>s<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s reológicas <strong>de</strong> diversos<br />

hidrocolói<strong>de</strong>s (carragenana, pectina, gelatina,<br />

amido e xantana) sob diferentes concentrações<br />

(1 a 6%, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> hidrocolói<strong>de</strong>) e<br />

<strong>de</strong> temperatura (20, 40, 60 e 80ºC). Os autores<br />

confirmaram a existência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>pendência<br />

<strong>da</strong>s características reológicas com a<br />

concentração e a temperatura, que variou <strong>de</strong> um<br />

hidrocolói<strong>de</strong> para o outro.<br />

De acordo com observações dos autores,<br />

eleva<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> gomas resultam em<br />

um aumento nas viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>s newtoniana e<br />

aparente, ao passo que eleva<strong>da</strong>s temperaturas<br />

provocam redução nelas. A gelatina, que é uma<br />

proteína, apresenta um comportamento,<br />

claramente, newtoniano, enquanto que os<br />

<strong>de</strong>mais apresentam comportamento nãonewtoniano<br />

<strong>de</strong> fluidos pseudoplásticos. As<br />

curvas <strong>de</strong> escoamento do amido e <strong>da</strong> pectina<br />

po<strong>de</strong>m ser representa<strong>da</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> Lei <strong>da</strong><br />

Potência, em to<strong>da</strong>s as temperaturas e<br />

concentrações.<br />

Para todos os hidrocolói<strong>de</strong>s, a<br />

pseudoplastici<strong>da</strong><strong>de</strong> aumentou com o aumento<br />

<strong>da</strong> concentração, caracteriza<strong>da</strong> por um<br />

<strong>de</strong>créscimo no índice <strong>de</strong> comportamento.<br />

Contrariamente, os hidrocolói<strong>de</strong>s apresentaram<br />

uma redução na pseudoplastici<strong>da</strong><strong>de</strong> com o<br />

aumento <strong>da</strong> temperatura. O índice <strong>de</strong><br />

consistência, por sua vez, aumentou com o<br />

aumento <strong>da</strong> concentração e com a redução <strong>da</strong><br />

temperatura, indicando um aumento na<br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> aparente. Comparativamente, a<br />

goma xantana foi a mais pseudoplástica e a<br />

menos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> temperatura, ao passo que<br />

a pectina teve o comportamento mais próximo<br />

do newtoniano. A carragenana foi a mais<br />

afeta<strong>da</strong> pela temperatura e exibiu uma eleva<strong>da</strong><br />

tensão residual sob baixas temperaturas.<br />

Marcotte, Taherian Hoshahili,<br />

Ramaswamy (2001) observaram, ain<strong>da</strong>, a<br />

existência <strong>de</strong> uma tensão residual nas soluções<br />

<strong>de</strong> goma xantana, em to<strong>da</strong>s as condições<br />

experimentais, e nas <strong>de</strong> goma carragenana, para<br />

as concentrações <strong>de</strong> 2 e 3% à temperatura <strong>de</strong><br />

20ºC. Por essa razão, o comportamento<br />

reológico <strong>de</strong>ssas soluções foi representado pelo<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Herschel-Bulkley. O aumento <strong>da</strong><br />

concentração <strong>da</strong>s soluções e a redução <strong>da</strong><br />

temperatura <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> provocaram o aumento<br />

<strong>da</strong> tensão residual.<br />

Rao & Kenny (1975) E Marcotte,<br />

Taherian Hoshahili, Ramaswamy (2001)<br />

ressaltam que a tensão residual é uma<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sejável em gomas por auxiliar na<br />

manutenção <strong>de</strong> diversos ingredientes, <strong>utilizados</strong><br />

na formulação <strong>de</strong> alimentos, em seus <strong>de</strong>vidos<br />

lugares. Christianson & Bageley (1984)<br />

avaliaram as tensões residuais em dispersões <strong>de</strong><br />

grãos <strong>de</strong> amido intumescidos e <strong>de</strong>formáveis e<br />

observaram que o valor <strong>de</strong>terminado,<br />

experimentalmente, para a tensão residual<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do método <strong>de</strong> avaliação e <strong>da</strong>s<br />

condições experimentais.<br />

Soluções <strong>de</strong> goma com valores elevados<br />

<strong>de</strong> n, ou seja, com comportamento, altamente,<br />

pseudoplásticos, ten<strong>de</strong>m a apresentar uma<br />

sensação <strong>de</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na boca. Desse modo,<br />

quando características <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

um bom mouthfeel são <strong>de</strong>sejáveis em uma<br />

formulação, a escolha <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> um sistema<br />

<strong>de</strong> gomas que possua um comportamento,<br />

altamente, pseudoplástico. Rao & Kenny (1975)<br />

e Speers & Tung (1986) reportaram que, para<br />

um <strong>da</strong>do tipo <strong>de</strong> goma, o valor do índice <strong>de</strong><br />

comportamento e suas alterações com a<br />

concentração são, altamente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

tamanho molecular.<br />

Garcia-Ochoa & Casas (1992) estu<strong>da</strong>ram<br />

a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> goma locusta em<br />

função <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, <strong>da</strong> concentração<br />

<strong>da</strong> solução, <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> solubilização e <strong>da</strong><br />

temperatura <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>. De acordo com os<br />

autores, as soluções apresentaram<br />

comportamento pseudoplástico e um<br />

<strong>de</strong>créscimo na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o aumento <strong>da</strong><br />

temperatura <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>. A temperatura <strong>de</strong><br />

solubilização teve forte influência sobre a<br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> aparente <strong>da</strong>s soluções, havendo um<br />

aumento na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> aparente com o<br />

aumento <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> dissolução. Os<br />

autores atribuíram esse comportamento à<br />

diferença no peso molecular e na extensão e/ou<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Produtos Agroindustriais, Campina Gran<strong>de</strong>, Especial, v.7, n.2, p.181-204, 2005

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